A voz de meu pai me deixou mais tranqüila. Apesar da simples e curta saudação usual de telefone - que não me deixava descobrir muito sobre seu tom de voz - eu sabia que, se ele estava falando, era porque minha mãe estava viva.

“Papai! Como estão todos? Já acabou? O que aconteceu?”

Eu não dei intervalo algum entre as perguntas, e com o coração aceleradíssimo, finalmente dei-lhe a oportunidade de responder a elas.

“Antes de tudo: vocês aí estão bem?”

A voz dele entregava. Algo não estava bem, e era grave. Meus olhos encheram-se de lágrimas.

“Estamos. Responda, papai!”

“Já acabou, filha. Agora me deixe falar com Charlie”

“Não! Não. Fale comigo pai. Me diz o que aconteceu”

Cachoeiras deixavam meus olhos enquanto Charlie, que segurava Jeremy, me olhava preocupado. Quem havia se ferido? Quem não havia sobrevivido?

“Nessie...” Ele não conseguia completar a frase. Foi Carlisle?

“Papai. Tudo bem, passe o telefone para Jacob. Ele me dirá o que quer que seja”

Silêncio.

Não. Não. Não. Não. Não.

“Filha, eu...”

“Pai! Me deixe falar com Jacob”

Eu estava em negação. Pura negação.

“Filha, eu sinto muito”

“Não! Ele me prometeu! Ele disse que ia ficar tudo bem” As frases saíam estranhas em meio aos soluços. Charlie tomou o telefone de minha mão e jogou mais perguntas sobre meu pai. Eu não prestava atenção realmente, pois naquele momento todo meu mundo caiu.