Supernova Explosion escrita por lallie


Capítulo 3
Hunting




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Na antiga casa dos Cullen tudo permanecia do mesmo jeito, apesar das samambaias estarem tomando controle de tudo. Dei uma olhada rápida na casa, e os traços de que minha família viveu ali seriam inexistentes a qualquer um que não estivesse tão familiarizado com o cheiro deles. Depois que deixamos Forks, nunca mais voltamos. Charlie sempre vinha nos visitar onde quer que estivéssemos, e eu não sentia muita falta. Culpa da minha quase falta de memória do lugar e de quem quer que conheci aqui. Sabia das histórias que minha mãe contava, sobre os Volturi e a coisa toda. Mas não era a história favorita dela, então nunca nos aprofundamos nisso.

Eu sabia que vivendo como uma humana, eu teria que agir como uma e isso significa até dentro da minha nova casa. Obviamente Charlie sabia que havia algo errado comigo, que eu não era normal ou humana. Por sua própria vontade e nosso alívio – isso significa segurança pra ele – ele não sabia mais que isso. Minha mãe o avisou que eu teria que sair algumas vezes para fazer coisas minhas, e ele concordou em não saber o que era. Ele não controlaria minhas idas a viagens de caça, o que seria ótimo. Mas eu não poderia usar minha velocidade ou qualquer talento que envolvesse minha parte vampira perto dele. Respirei fundo aproveitando o momento que eu tinha para ser eu mesma: a caça.

Corri pela floresta que se abria perto da antiga casa e tentei captar qualquer cheiro apetitoso. A queimação em minha garganta quando senti que um grupo de cervos estava perto de mim me lembraram que fazia um tempo desde que eu não caçava. Preparei-me e ataquei o maior deles, cravando meus dentes em seu pescoço enquanto os outros corriam. Drenei o animal, longe de estar satisfeita. Eu queria algo grande. Corri mais a fundo na floresta, ouvindo um rio correr em algum lugar não tão longe dali.

Aproximando-se da fronteira do território Cullen eu ouvi um bater de coração não muito longe. Escondendo-me entre as árvores eu observei o grande animal que se comportava de modo estranho. Ele estava alerta, como qualquer animal, sentia o medo instintivo quando alguém como eu estava perto. O aroma dele era diferente, quase repulsivo, mas me deixou curiosa. E aquele grande fluxo sanguíneo palpitando em suas veias... eu estava com muita sede. Estudei as melhores maneiras de ataque. Eu sabia que assim que pulasse por sobre aquele rio, eu estaria fora de meu território. Não tinha ninguém ali, certo? Não saberiam se eu atravessasse o grande lobo para o meu lado após terminar com ele.

Os olhos alertas do lobo me captaram assim que eu aterrisei graciosamente no lado oposto do rio, a alguns metros dele. O animal estreitou os olhos, os dentes a mostra e um rosnado grave escapando por sua boca entreaberta. Pobre animal, mal sabe o que lhe espera. Mas a resistência deixa as coisas ainda mais divertidas. Aproximei-me um passo dele, e então ele avançou sobre mim sem medo algum. Antes que eu tivesse a chance de pensar, eu estava encostada contra uma árvore, apavorada. Okay, o que está acontecendo com você, Renesmee? É só um lobo estúpido, porque você está correndo dele e não pulando em seu pescoço?

Eu não sei o que era, mas um pavor instintivo me afastava dele. Quando senti seus olhos vacilarem por um segundo, eu pulei para o território Cullen de volta, caindo desajeitadamente por sobre as samambaias e alguns galhos caídos que me renderam leves rasgos em minhas roupas. Ofegante, encarei o animal por alguns segundos, antes dele rosnar de volta e parar ali, como se esperasse a oportunidade de me ver atravessar o rio de novo e me rasgar em pedaços.

Corri pelo caminho de volta atordoada, esquecendo da sede que eu sabia que me faria sofrer por aquela noite, dormindo sozinha com um humano. Mas eu sabia me controlar com Charlie, então não hesitei em voltar pra casa dele o quanto antes. Quando parei meu carro na entrada já estava escuro e a radiopatrulha de Charlie estava parada atrás de outro carro que eu não reconheci. Ótimo, Charlie trouxe humanos estranhos pra minha primeira noite aqui. E melhor ainda, você esqueceu de fazer o jantar, Renesmee. Maravilhosa primeira impressão.

Eu entrei na casa suspirando pesadamente e Charlie gritou da sala de TV para eu ir até lá.

“Hey garota, eu quero te apresentar alguns amigos meus” O sorriso cheio de rugas de Charlie me fez sorrir de volta, então quando seus olhos repousaram em mim, sua expressão mudou completamente. Eu deveria estar com roupas sujas e levemente rasgadas. Ótimo, esqueci desse detalhe também.

“Err, claro. Me desculpe meus trajes, eu tentei fazer trilha sem sucesso” Eu sorri sem graça, levando meu olhar pela primeira vez para os nossos visitantes. Ao lado do sofá um homem que aparentava a mesma idade de Charlie sentava em uma cadeira de rodas. Ele me olhava de um jeito estranho. Não mais estranho do que o segundo visitante, um garoto que deveria ser alguns anos mais velho que eu e que sorria pra mim de forma nervosa e simpática ao mesmo tempo. Eu sorri de volta, completamente sem graça. Okay, agora todo mundo vai te achar oficialmente uma maluca.

“Renesmee esse é o meu grande amigo Billy e seu filho Jacob. Garotos, essa é a minha linda garotinha, Renesmee.”

“Muito prazer Renesmee” Billy sorriu desconfortável e eu apertei seu braço estendido para mim.

“Renesmee Swan, muito prazer” Eu sorri e Charlie limpou a garganta, acrescentando.

“Tudo bem Renesmee, eles sabem que você é uma Cullen”.

Eu apenas assenti e apertei a mão gigante do filho de Billy, acrescentando confusa e timidamente:

“Bom, se vocês me dão licença, eu preciso de um banho”.

“Claro, fique a vontade garota”.

Charlie abriu uma nova cerveja e os três voltaram sua atenção ao jogo. Eu corri para o banheiro e me deixei o mais decente possível, me achando patética o suficiente para não conseguir manter uma simples fachada humana por algumas horas. Eu estava oficialmente ferrada.


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