Meus pais me levaram até o aeroporto. Eles já tinham tudo pronto para mim em Forks, desde carro até roupas de cama.

“Você tem certeza disso, filha? Nós podemos mudar nossos planos”. Meu pai tentava ler qualquer hesitação em minha mente, mas não havia nada para encontrar. Ele nunca gostou da ideia de me ter em Forks, mas minha mãe me apoiou e disse que ele não podia me prender pra sempre.

“Eu tenho certeza sim, pai. Fique tranquilo, okay?” Eu sorri e ele apenas assentiu, derrotado, apertando seu braço a minha volta. Quando chegou a hora de embarcar recebi abraços apertados de ambos, papai e mamãe.

“Não se esqueça de caçar quando chegar” Minha mãe disse acariciando as sombras arroxeadas abaixo dos meus olhos.

“Não vou esquecer mãe, pode deixar”.

“Você está com o mapa do nosso território, não está? Não pense em caçar no território Quileute, Renesmee” Meu pai tinha um olhar sério.

Eu assenti, mas não entendia o porquê dos nativos terem um tratado com a minha família, afinal, eles eram simples humanos, certo? De qualquer maneira, meu pai sempre evitou a resposta dessa pergunta e eu me cansei de fazê-la.

Despedi-me de ambos e fui. Pela primeira vez eu me separava da minha família e um aperto no peito me sufocava enquanto o avião decolava e me levava para longe deles. Mas eu havia tomado a minha decisão, são apenas dois anos.

Quando cheguei a Port Angeles, Charlie me esperava e fomos em direção à surpreendentemente ensolarada Forks na sua radiopatrulha. Apesar dos pequenos flocos de nuvens que se formavam no céu, achei que a presença amarela e brilhante do sol significava um bom sinal. Sendo uma segunda-feira, Charlie me deixou em sua casa e seguiu para o trabalho, verificando se eu estava confortável para ficar sozinha. Eu o convenci de que precisava arrumar minhas coisas e que tagarelaríamos no jantar, e ele se foi.

O carro que meu pai comprou pra mim estava estacionado na entrada de carros. Ele ficou decepcionado em me comprar um carro que não fosse extravagante, mas qualquer coisa que o agradasse estragaria o disfarce. Para o povo de Forks eu era a prima de Bella que perdera os pais há um ano e queria um novo começo - isso explicaria algumas semelhanças com minha mãe e Charlie. Depois de arrumar minhas coisas no antigo quarto de minha mãe, eu liguei para meu avô e avisei-o que daria uma olhada na antiga casa dos meus avós, a pedido deles. Era uma desculpa para ir caçar, mas eu daria uma olhada na casa de qualquer jeito. Um teste de minhas memórias talvez? Eu tinha um mapa, pois não lembrava nada do caminho até lá. Peguei meu casaco e pulei no carro, tentando não acelerar demais. Testes de paciência com a velocidade humana, eu vou sobreviver.