Alugando Hermione Granger escrita por da_ni_ribeiro, thysss


Capítulo 13
Capítulo Treze




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- Draco, não. – disse Hermione em meio aos beijos. – Por favor... – murmurou ao sentir Draco beijar a base de seu pescoço.

- Certo – disse o loiro parando abruptamente. – Eu já lhe disse, não irei fazer nada que você não queira.

Hermione viu o loiro se virando para o lado, e se afastando o máximo que podia. Ela respirou fundo. Não seria fácil esses cinco anos que iriam vir pela frente. Mas afinal, o que ela estava achando? Que iria conseguir permanecer virgem durante esses 5 anos ao ladro de Draco Malfoy? Que pensamento mais tolo, mais infantil. A realidade era outra, e Hermione bem sabia disso.

Por mais que tentasse, Draco sabia que não iria conseguir dormir. Ainda mais quando sentiu uma das pernas de Hermione pousando em cima de seu quadril. A respiração tranquila denunciava que ela dormia profundamente. Seria uma longa tortura tê-la ao lado sem nem ao menos, poder tocá-la. Iria ver o sol nascer, provavelmente. Ela mexeu-se inquieta e se virou, tirando o peso de cima de Draco que respirou um pouco mais aliviado. Amanhã seria um longo dia, com certeza. Talvez fosse usar essas horas que tinha para pensar no que iria fazer.

A experiência na casa dos Malfoy havia traumatizado Hermione e a trazido para realidade. Era com aquele tipo de pessoa que ela iria tratar dali por diante. Pessoas como Narcisa e Lucius. O casamento estaria cheio de pessoas como aquelas, que lhe lançariam um sorriso pela frente, mas empunhariam uma adaga por trás.

- Você não vai falar nada, Hermione? – perguntou Draco com os olhos na estrada. – Diga alguma coisa. Qualquer que seja.

- Não precisávamos ter tomado café da manhã na casa dos seus pais – murmurou ela. – Sua mãe é elegante demais para falar tudo o que pensa, mas eu escutei vocês discutindo ontem.

- Eu já lhe disse que o problema não é minha mãe, mas sim meu pai – num gesto casual, ele trocou a marcha do carro. – Achei que você tivesse entendido.

- As coisas não funcionam assim, Draco. Sua mãe é uma mulher geniosa e por demais observadora. Não me parece que ela aceita a opinião de seu pai sem avaliar.

- Talvez, mas acredite em mim, meu pai a influencia demais.

Havia algo que Hermione não conseguia compreender direito. Quando pegara o final da “conversa” entre Draco e Narcisa, algo lhe chamou atenção: o modo como Draco havia se referido a futura esposa do Príncipe William.

- Sua mãe parece gostar da noiva do príncipe – comentou Hermione olhando a paisagem passar rapidamente.

- Quem? Kate? – perguntou Draco olhando de soslaio para Hermione.

- Sim.

- Minha mãe tem o dom de gostar das pessoas erradas, Hermione. Você vai aprender isso rapidamente. – murmurou Draco.

- Voce não gosta da Catherine?

O que responder a Hermione? Draco não sabia, ou melhor, não se sentia preparado para falar sobre ela. Ainda mais com Hermione. Era uma ferida que ainda não fora cicatrizada, e que provavelmente nunca seria.

- Nada contra – respondeu evasivo.

- Você a chamou de aproveitadora ontem.

- Até que ponto voce escutou da conversa? – perguntou Draco atento. – Não minta para mim, Hermione.

- Não tenho o costume de mentir, Malfoy – disse a castanha mostrando-se ofendida. – Escutei sobre o casamento e depois sua mãe defendendo Kate. Só isso.

Draco olhou por um breve instante dentro dos olhos de Hermione, ela não estava mentindo. Podia ver a verdade naqueles belos olhos castanhos. Não era o momento de falar sobre Kate e o passado que ele tinha com ela. Esperava que Hermione também não fosse tentar descobrir através dos malditos tabloides sensacionalistas.

- Não quis lhe ofender, Hermione. Com relação a Kate, eu acho que ela está com William apenas por interesse.

- Entendi, eu acho.

- Não se esqueça que você tem que ir provar o vestido ainda essa semana.

- Sei disso – respondeu mecânica. – Só uma coisa, Draco, onde está o emprego que você prometeu que arranjaria pra mim?

- Eu não acho que seja bom você começar a trabalhar agora.

- Eu preciso trabalhar, Draco.

- Voce não precisa. Eu posso...

- Eu não quero o seu dinheiro – ela interrompeu o loiro. – Desde que sai da casa dos meus pais, eu trabalho para me sustentar. Não quero depender de homem nenhum. Não sou esse tipo de mulher, Draco.

- Eu vou conseguir esse emprego para você, então – respondeu o loiro com um sorriso discreto no rosto. – Prometo ver isso na segunda feira.

- Ótimo, quero voltar a trabalhar o quanto antes.

Draco sorriu intimamente. Pela primeira vez em sua vida, tinha certeza que havia feito a escolha certa. Hermione era uma pessoa incrível e de fibra. Não iria sucumbir ao maldito mundo que ele estava lhe impondo.

- Nos vemos amanhã – disse Draco estacionando o carro na frente do prédio de Hermione.

- Não temos aula juntos de 2 feira.

- Eu sei que não, mas faço questão de tomar café da manhã com você.

- Certo. Então, até amanhã, Draco.

Com um gesto delicado, Hermione colocou a bolsa no ombro e caminhou suavemente até a porta do prédio. Envolver-se demais era perigoso, aquilo eram apenas negócios. Hermione era a mulher certa para permanecer ao seu lado, mas apenas por um curto espaço de tempo. Precisava tomar cuidado para não misturar as coisas, aquela não era uma situação da qual Draco tivesse total controle.

Após Hermione sumir de vista, Draco levou alguns segundos para partir. Deveria tomar mais cuidado quando o assunto fosse Catherine Middleton. Hermione era por demais inteligente, e logo ela compreenderia o que Kate havia significado em sua vida.

O apartamento estava escuro, nenhum som chegava aos ouvidos de Draco. Ainda no escuro, Draco tirou o paletó e jogou em cima do cabideiro que havia atrás da porta.

- Olá, Draco.

Draco pôde sentir todos os músculos de suas costas se tensionando. Ela não deveria estar em seu apartamento novamente. Há alguns dias a havia mandado embora, ela não poderia ser tão insistente assim.

- Não vai acender a luz?

Aquela voz o atormentava. Por Deus, aquilo tinha que ser um sonho. Ele a odiava, precisava mandá-la embora, mas, infelizmente, ela ainda exercia um poder demasiado grande nele. Draco acendeu a luz. E lá estava ela, sentada em seu sofá, o olhando calmamente. Os cabelo caindo com cachos apenas nas pontas, caíam suavemente pelos ombros de Catherine Middleton. Os olhos verdes observavam Draco sem demonstrar qualquer tipo de emoção.

- O que você está fazendo aqui? Achei que tinhamos deixado as coisas bem claras – Draco viu Kate permanecer da mesma maneira. – Eu não a quero aqui, Catherine.

- Ora, ora, Draco... aquele dia não quis prolongar a conversa. Notei que você estava levemente embriagado, e bem, voce embriagado não é muito bom de conversa.

- O que você tem para me falar, Kate? – perguntou Draco sentando-se no sofá a frente da mulher. – Achei que, no dia em que você deixou este apartamento, há alguns anos atrás, nós tinhamos deixado tudo acertado – Draco pousou seus olhos gris nos verdes de Catherine - Não há nada entre eu e você, Kate. Nada que valha apena ser lembrado.

- Eu não vou desistir de...

- De mim? – perguntou Draco divertido. – Você desistiu de mim no momento em que fez aquele aborto, Catherine.

- Aquele filho poderia não ser seu, Draco – Catherine defendeu-se, parecia ter tomado um choque com as palavras de Draco.

- Aquela criança era minha e você sabe disso – acusou Draco tranquilamente. – William usou camisinha o tempo inteiro, Kate. Era eu quem não estava usando. Nós sabiamos disso.

- Aquilo foi uma loucura – retrucou ela.

- Como foi que você me disse? “Eu fui por um tempo seu preferido”.

- Eu estava com o meu orgulho ferido, Draco – defendeu-se.

- Eu não me importo com o seu orgulho, Catherine. Eu não me importo com mais nada que venha de você – Draco levantou-se e foi em direção ao elevador, o chamando. – Por favor, vá embora.

- Não antes de conseguir o que eu quero. – ela se levantou e foi em direção a ele.

- Dessa vez você não vai conseguir o que quer, Kate.

Quando se tratava de Kate Middleton, jogos eram sempre perigosos. Precisava pensar de maneira racional, não podia sucumbir. Não quando havia outra pessoa, que nada tinha haver, no meio de tudo. Preservar Hermione tinha que ser prioridade. Draco arregalou os olhos quando percebeu o que Kate estava fazendo.

Aos poucos, a mulher a sua frente abria botão por botão de sua cara camisa de seda. Draco podia ver a bela lingerie rendada que cobria os seios de Catherine. Com sua percepção afetada, Draco pôde perceber que o elevador havia fechado atrás dele. Ele não poderia cair nos jogos dela, não de novo. Precisava dar um jeito de sair dali, mandá-la embora. Malditas pernas que não se moviam, seus braços estavam pesados demais para se mexerem.

- Vá embora, Kate. – murmurou Draco ao vê-la jogar a camisa no chão.

- Não está falando sério – sorriu ela, olhando para a ereção que surgia por baixo das calças de Draco. – Eu posso ver.

Draco precisava falar sério. Era muita coisa que estava em jogo, muito além de uma noite de sexo com Catherine Middleton, a futura rainha da Inglaterra. Seu “relacionamento” com Hermione estava em jogo, e tudo o que vinha desse relacionamento também. Valia apena dar um tiro no escuro? Valia a pena perder-se mais uma vez nos braços de Kate?

Se tudo aquilo valia ou não, já não interessava. Mais uma vez, Draco viu-se envolvido nos braços de Kate. Totalmente entregue. Como foram parar na cama, o loiro jamais poderia explicar. Fazer sexo com Kate era intenso, único, jamais poderia explicar o que aquilo significava para ele. Infelizmente, ela controlava uma parte de Draco que ele não gostava de admitir.

Em algum momento, no meio da tarde, Draco sentiu Kate se levantando. Aos poucos abriu os olhos e pode vê-la em todo seu esplendor. Pernas bem delineadas, o quadril grande o sufienciente para receber um homem, a cintura fina. O corpo dela era perfeito... Mas ela não era mais a Kate que havia conhecido há muitos anos. Aquela era a Catherine que havia abortado um filho seu, que o havia trocado por dinheiro, por status. Aquela mulher que estava a sua frente, se vestindo, era capaz de tudo por poder e fama.

- Eu não quero mais ver você, Kate – disse Draco suavemente. – Não a quero mais em minha vida.

                Com um gesto elegante, Kate se virou para Draco. Ela se mostrou desconcertada por um momento. Mas por apenas um momento. Seu rosto estava inexpressivo, seus olhos focados em Draco nada diziam. Ela mudara muito.

- Não fale besteira – Kate se limitou a dizer enquanto vestia sua meia calça.

- Eu não estou falando besteira, Kate. Eu não quero mais vê-la – Draco permaneceu imóvel, seus olhos, ao contrário de Kate, sempre demonstraram seus sentimentos. E Kate p6ode ver o quão Draco estava decidido. – Não te quero mais por perto, não quero mais saber de você perto de mim... e principalmente, perto de Hermione.

- É isso que você quer, Malfoy?

- Exatamente isso que eu quero. E não tente entrar nesse apartamento mais...

- Você não sabe onde está pisando.

- Eu sei exatamente onde eu estou pisando – Draco, em um gesto displicente afastou o lençol a procura de sua cueca. – Você irá se casar dentro de duas semanas, acredito que não terá muito tempo de pensar em mim.

- Não me subestime, Draco – disse ela olhando o loiro agora a sua frente. – Farei da sua vida um inferno.

- Eu espero que você tente, Kate. Assim minha vida não ficará tão monótona.

- Não se esqueça, Draco, que agora, você tem alguém a zelar – ela sorriu ao ver o rosto de Draco se contrair. – Alguém que, aparentemente, você gosta.

- Nos vemos em seu casamento.

Kate virou-se teatralmente e saiu do quarto, logo em seguida, Draco pôde escutar o elevador chegando. Ela se fora, mas por quanto tempo, ao certo, ele não sabia. Não queria pensar no momento. Olhou para o quarto, tudo desarrumado. Suas roupas estavam jogadas pelo chão, alguns objetos também. Mas não era aquilo que o preocupava. A única coisa que conseguia pensar era na traição que acabara de cometer. Mal haviam começado um relacionamento, e Draco já havia traído Hermione. Precisava conversar com alguém, pensar em qualquer outra coisa que não fosse em Kate.

Draco tirou a cueca que havia acabado de colocar com raiva. Havia quebrado um juramento que fizera para si mesmo. Catherine só precisou estalar os dedos para que o tivesse. Maldita fosse. A imagem de Hermione não saía da cabeça de Draco. Seu rosto angelical, seus olhos tranquilos, sua personalidade forte e íntegra, seu sorriso... Ele havia traído a confiança dela. Ela jamais deveria saber disso.

Com movimentos rápidos, Draco enrolou a toalha na cintura e foi em busca do telefone.

- Vicent?

- Draco? – perguntou o homem do outro lado da linha.

- Sou eu – respondeu o loiro impaciente. – Preciso que venha até o meu apartamento.

- Qual apartamento?

- Como se você já não soubesse que estou de volta a Cambrigde.

- Melhor confirmar – riu o homem do outro lado. – Estou a caminho, meu caro amigo. Em instantes estarei por ai.

Draco olhou impaciente pelo relógio. Da casa de Vicent até seu apartamento dava exatamente 5 minutos. Nem a mais e nem a menos. Vestiu-se de qualquer jeito e esperou o amigo na frente do elevador. Precisava conversar com alguém de confiança, e Vicent Malfoy o era.

Vicent e Draco eram primos de primeiro grau, o irmão de Lucius, Gabus Malfoy, era um importante empresário que havia abdicado de todos os títulos em nome de poder viver uma vida tranquila. Vicent havia sido criado junto com Draco, haviam ido para os mesmos colégios, e cursaram a mesma faculdade. Ele era o único que sabia de toda a história. Que sabia de tudo o que havia acontecido entre Draco e Catherine.

- Que bom que você veio – disse Draco abraçando o primo. – Vamos pra sala.

- O que aconteceu, Draco? – perguntou Vicent avaliando o primo rapidamente. – Não me diga...

- Sim, eu a vi novamente, Vicent... Não faz meia hora que ela saiu daqui – Draco se jogou no sofá de qualquer jeito. Passou as mãos nervosamente pelo cabelo. – Nós transamos – decretou Draco, como se tivesse assinando a própria sentença de morte.

- Outro dia vi alguém comentando que você estava com uma menina da graduação.

- Hermione Granger – respondeu Draco, o sentimento de culpa tornou-se maior ainda. – Eu e ela temos, bem, temos um contrato.

- Um contrato?

- Algo como um aluguel... – murmurou Draco repentinamente envergonhado.

- E por qual motivo você alugaria essa menina?

- Por um simples motivo: caso eu não achasse uma noiva, eu teria que casar com Pansy Parkinson.

- Totalmente aceitável – disse Vicent fazendo cara de nojo. –  Quero dizer, você fez o que achou melhor, não foi?

Vicent e Draco tinham um pacto mudo desde pequenos: jamais seriam desonestos um com o outro. Eram irmãos, e entre irmãos não poderia haver mentiras. Era a única amizade verdadeira que Draco realmente tinha e que sabia que poderia contar para o resto dos dias.

- Hermione é uma mulher incrível – comentou Draco. – Eu havia prometido a ela que jamais iria traí-la.

- Você a ama?

- Eu não amo a Hermione, assim como não amo ninguém – respondeu Draco sem titubear. – Temos um contrato, e essa é uma das cláusulas.

- Compreendo, mas não entendo – Vicent levantou-se e foi até o bar que havia no canto esquerdo da sala de Draco. – Você precisa de uma boa dose de uísque, Draco, meu amigo.

Draco olhou através da janela, o sol estava quase sumindo. Talvez devesse realmente se embebedar, quem sabe, os problemas no dia seguinte não parececem menores, ou até mesmo, mais simples. Vicent entregou um copo com gelo e uísque até a borda.

- Vamos brindar a minha burrice, Vicent – disse Draco levantando o copo.

- O que você sente por ela, Draco? – perguntou Vicent após ver Draco dar um grande gole na bebida.

Draco levantou uma das sobrancelhas.

- Kate, obviamente.

- Eu a desprezo.

- Você tem certeza? – perguntou o homem dando sorvendo o liquido em grande quantidade. – Por que você, simplesmente não a repeliu?

- Quando se trata de Kate, as coisas nunca são tão simples assim. – respondeu Draco olhando para o teto. – Ela exerce um poder sobre mim que eu não gosto de pensar, muito menos de admitir.

- Você não era feliz com ela, Draco – Vicent levantou-se e foi até o bar novamente, pegando o Jonny Walker e o colocando na mesa de centro, no meio de ambos.

- Ela se tornou uma pessoa mesquinha... Eu já não a conheço mais – admitiu Draco. – Me apaixonei por uma garota tímida, ingênua, carinhosa... E não por essa mulher sedenta de poder.

- O poder faz coisas incríveis com as pessoas – refletiu Vicent deitando-se no sofá em que estava. – Mas foi essa mesma menina, que voce entitulou de ingênua, que te levou para as drogas, Draco... Você bem lembra disso, não?

- Ela não me levou para as drogas, é bem mais provável que tenha sido o contrario – refletiu Draco. – Enfim, não quero falar sobre isso... já passou.

- O que você quer que eu diga então, Draco?

- Seja sincero – Draco serviu mais uma dose generosa a si mesmo.

- Draco, não há nada que eu possa dizer, meu amigo. – Vicent terminou com sua bebida em um único gole. – Você tomou sua decisão, e eu apoio. Não diga nada a essa tal de Hermione, deixe essa tarde com Kate em off. Vai ser bem melhor assim.

---

Hermione olhou o relógio impaciente, Draco estava mais de 15 minutos atrasado para o suposto café da manhã que tinham marcado no dia anterior. Bufou pela terceira vez naquele mesmo minuto. Ele não iria vir. Pegou a bolsa que ia todos os dias para a faculdade, jogou em um dos ombros e saiu do apartamento batendo a porta. Detestava ser feita de palhaça, e se Draco estava pensando que poderia fazer tudo o que bem entendesse com ela, ele estava sériamente enganado.

O dia estava claro, não havia muitas nuvens no céu. Hermione caminhou rapidamente pelas ruas. Nunca havia chego atrasada em nenhuma aula, e não seria na faculdade que isso iria acontecer. Passou correndo pela entrada do campus. Não havia nenhum carro de luxo no estacionamento. Draco não iria vir, nem adiantava ficar esperando.

- O... Oi Rony, tudo bem? – perguntou Hermione parando de repente ao ver um ruivo entrar no meio do seu caminho.

- Por que tanta pressa?

- Não quero chegar atrasada na aula – disse a castanha sorrindo. – É melhor eu me apressar.

- Fica tranquila, vamos andando. Posso garantir a você que chegaremos no horário – o ruivo repentinamente ficou sério, como se houvesse lembrado de alguma coisa que aparentemente o incomodava. – Os boatos são verdadeiros?

- Que boatos?

- Você e o Malfoy...

- Oh, isso... – começou Hermione sem jeito. – Draco e eu estamos saindo.

- Já o chama pelo primeiro nome? – perguntou o ruivo levemente vermelho. – Sei que não tenho nada haver com a sua vida, mas tome cuidado com ele, Hermione.

- Draco não é má pessoa.

- Ele tem uma fama meio... – Ronald parecia buscar as palavras certas para não magoar Hermione. – A fama dele não é das melhores, se é que você me entende.

- Sei disso, Rony – Hermione sorriu calidamente. – Não se preocupe comigo, eu sei me cuidar.

- Com relação a isso, eu acho que estou tranquilo – Rony parou em frente a uma das salas de aula. – Está entregue.

- Obrigada.

As aulas não estavam facilitando em nada. Pela quinta vez, Hermione olhou o relógio. Precisava sair correndo, logo almoçar e ir experimentar o vestido para o casamento. Tremia só de pensar que estaria se expondo, e que provavelmente seus pais descobririam seu romance por um canal de televisão.

- Mione!!

Hermione viu os cabelos ruivos de Gina invadindo a sala após o professor terminar a aula e se retirar. Ela parecia afobada, ofegante.

- O que aconteceu, Gina?

- Olhe – disse a ruiva colocando uma revista em cima do caderno de anotações de Hermione. – Acabei de ver na banca.

Na capa havia o rosto dela e de Draco estampados. Não era muito cedo para isso acontecer? Ela olhou bem de perto. Eles haviam sido fotografados quando estavam entrando em um restaurante para almoçar, provavelmente. Hermione soltou um muxoxo de resignação.

- Você achou que eles não fossem descobrir? – perguntou Gina ao ver a feição da amiga. – Você está saindo com um Malfoy, Hermione. Não espere menos do que isso, minha querida – falou em tom carinhoso.

- Sei que isso iria acontecer, mas não achei que fosse tão cedo.

- A vida dos Malfoy sempre chamou a atenção. E ver Draco Malfoy levando uma mulher para almoçar é algo digno de primeira página.

- Vai acontecer o casamento do século e eles estão preocupados no que Draco faz? – Hermione colocou o material dentro da bolsa.

- Acostume-se, Hermione. Vamos comer?

- Com certeza, estou morrendo de fome. Mas depois preciso de um favor seu.

- Diga.

- Preciso que me leve até o atelie de Sophie Cranston.

- Sophie Cranston? – perguntou Gina com os olhos arregalados.

- Ela mesma – confirmou Hermione num murmúrio. Poderia ser alienada quando se falava de moda, mas sabia que muitas mulheres venderiam a alma por um vestido assinado por Sophie. – Preciso ir fazer a prova do vestido.

- Que vestido? – perguntou Gina curiosa. – Não vai me dizer que o Malfoy...

- Isso mesmo, ele irá me levar no casamento do príncipe. Serei sua acompanhante.

- Isso é maravilhoso, Hermione! Você vai ao casamento do Príncipe... isso é inacreditável! – disse Gina entusiasmada. – E acredito que depois você vá à recepção também! Por Deus, quero que me conte tudo depois. Oh meu Deus, eu conheço alguém que vai ao casamento do Príncipe... Mal posso acreditar!

Hermione riu do entusiasmo da amiga. Enquanto caminhavam para o restaurante do campus, Gina continuava a falar sobre o casamento. Quando é que Gina havia virado uma especialista no Casamento Real, Hermione não poderia falar. A garota continuava a falar e falar, tentava dar dicas a castanha de como deveria portar-se na frente do Príncipe e da futura Duquesa.

- Você ja achou um chapéu ou um casquete, que combine com o seu vestido, para ir ao casamento? - Gina olhou o cardapio rapidamente. – Um lanche natural... quer dizer, 2 lanches naturais e dois sucos. – disse Gina após ver que Hermione havia feito um gesto com as mãos. – Está em cima da hora e você ainda não viu?

- Gina, ainda temos uma semana e pouco.

- Você só tem uma semana e pouco, Hermione! Temos que encontrar um chapéu adequado para você usar. Não quero que minha amiga faça papel de ridícula em rede nacional.

- Não seja exagerada, Gina. Farei a prova do vestido hoje, e eu acredito que será a final.

- Então temos uma semana para achar um chapéu e uma bolsa também. Quanto de dinheiro você disponibiliza para comprar esses acessórios? – perguntou Gina cautelosa. – Sabe, eles não são nada baratos...

- Não se preocupe com isso, tenho um bom dinheiro guardado. Tenho certeza que irei conseguir pagar. – disse Hermione, mas a castanha sabia que a realidade era outra. Draco iria pagar, mas Gina não precisava saber.

- Se você diz... Agora me diga uma coisa.

- O que voce quer saber?

- Seus pais já sabem? – perguntou Gina cautelosa. – Obrigada. – disse quando a garçonete trouxe os lanches e os sucos. – Então?

- Eles ainda não sabem, Gina. – respondeu Hermione entre uma mordida e outra. – Eles vão descobrir caso vejam o casamento.

- Você não vai contar?

- E por que eu deveria contar? – questionou a castanha. – Gina, eu sou maior de idade, me sustento há alguns bons anos, não preciso deles para nada.

- Sua mãe ficará cheteada.

- Sei disso. – respondeu a castanha evasiva. Se seu pai não houvesse gasto tudo em jogatina, talvez ela não estivesse naquela situação. – Mas acho que será melhor assim.

Draco acordou sentindo o corpo pesado, há muito tempo não sabia o que era uma verdadeira ressaca. A luz fraca que entrava machucou seus olhos. Sua cabeça latejou. Uísque era a única bebida que tinha esse poder sobre ele. Levantou o braço esquerdo para ver o horário.

- Não acredito... – lamentou-se.

Com algum esforço apalpou o criado mudo, lembrava-se de ter trazido o celular para o quarto antes de cair bêbado na cama. Os números ainda estavam meio fora de foco, após digitar várias vezes, Draco finalmente conseguiu acertar os números. Havia sido mais fácil do que ele pensara gravar o número do celular de Hermione.

- Hermione?

- Boa tarde, Draco – respondeu seca, do outro lado da linha.

- Quer que eu passe e lhe pegue para ir experimentar o vestido?

- Não precisa. Já experimentei o vestido, a Sophie fez um pequeno ajuste e já estou levando ele para casa. Não se incomode. Aliás, acabei de chegar em casa...

- Hermione... – começou Draco.

- Agora eu preciso estudar, Draco. Passar bem.

O outro lado da linha ficou mudo. Draco socou o colchão. Precisava ir até o apartamento de Hermione, mas no momento estava quase impossível levantar da cama.

- E ai, cara, bom dia. – disse Vicent entrando no quarto de Draco. – Que horas são?

- Já passa das três horas da tarde – resmungou mal humorado.

- Achei que um belo porre iria melhorar o seu humor – comentou Vicent jogando-se em uma das poltronas de couro preto que havia no enorme e luxuoso quarto de Draco. – Vai tomar um banho, cara. Você está com uma péssima aparência.

- E vai ficar ainda pior – resmungou o loiro mal humorado. – Eu marquei de tomar café da manhã com a Hermione, e depois iria levá-la para experimentar o vestido, eis que...

- Você não fez uma coisa e nem a outra – completou Vicent. – Agora não adianta, Draco. Cuidado para que nada chegue aos ouvidos de Hermione, certo?

- Não quero pensar nisso por hora.

- Mas é bom que pense.

Draco revirou os olhos e a muito custo levantou da cama. Seguiu quase arrastando-se para o banheiro. Uma ducha gelada talvez resolvesse seus problemas, pelo menos os momentâneos. Precisava pensar com calma.


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Notas finais do capítulo

n/a: e ai está mais um capítulo :D #yay
comecei a responder os reviews, mas ainda não coloquei tudo em dia - achei que ia descansar nessas férias, mas tá sendo totalmente o oposto disso!
anyway. aos poucos vou respondendo, ok?
aguardamos mais reviews ;D
beijos.
E... FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO A TODOS VOCÊS!