As coisas não iam bem para os jovens de Hogwarts, nem para Cas e B, não comiam a tempos, estavam fracos e indefesos nas mãos daqueles malditos que serviam o mal.

        A impaciência estava muito presente no humor de Dean e Harry, pois com a vitória de Voldemort, eles não perderiam só a liberdade, eles perderiam a vida, e Dean perderia as pessoas mais especiais para ele, e Harry perderia a oportunidade de vingar as pessoas mais importantes para ele que foram cruelmente assassinadas por Voldemort com a ajuda dos seus servos. Todas as manhãs estavam assim, um clima bem tenso, pesado, onde as únicas coisas que conversavam eram sobre como derrotar Voldemort, estavam obcecados.

         Numa dessas manhãs, o assunto repetitivo imperava na mesa dos grifinórios:

-Nós temos que pensar em um jeito, em alguma solução- disse Harry

-É, o tempo tá passando e nada, estamos aqui parados- disse Rony com a boca cheia de cereal

-Rony, mais educação- disse Mione, ao observar a maneira grotesca em que ele esvaziava a tigela de cereais.

-Que é? Me deixa  Mione...

 -Eu vou indo gente, não tô me sentindo bem- disse Dean se levantando, ele sabia que eles voltariam a falar sobre aquele assunto a manhã e pelo resto do dia, e ele não queria ouvir. Ele não queria que o relembrassem todos os dias a sua impotência, da sua irresponsabilidade, ele tinha que cuidar do irmão e este foi possuído, ele tinha que ajudar o amigo e este foi capturado pelo mal, ele nunca tinha amado ninguém na vida, e agora a sua amada corria risco de morrer. E tinha vontade de chorar, mas o já havia fazendo todas as noites, nem tinha mais lágrimas. Então ele decidiu ir para o seu dormitório, e dormir, mesmo com o risco certos de que teria pesadelos terríveis, de perdas, de dor e horror.

              Quando estava começando a pegar no sono, algo estranho aconteceu, era como se tivessem aberto a janela, e nem estava ventando, nem tinha ninguém além dele no quarto. Então, se levantou e fechou a janela, deu uma última olhada nos campos verdes que rodeavam o castelo de Hogwarts, e voltou a se deitar.

                Enquanto dormia, Dean teve um sonho esquisito, era um jovem de cabelos castanhos, ele conversava com Dean, falava sobre um amuleto, um amuleto que se encontrava no meio de uma floresta, dentro de um lago, estava tudo escuro e ele ouvia uma voz, uma voz feminina, a voz da Blair, chamava-o por seu nome, depois muitas imagens invadiram sua mente, uma espada, uma cobra, um medalhão, sangue, Castiel, Sam morto e ele acordou...totalmente suado, deveria ser umas três da tarde.

                 Ele resolveu tomar um banho e enquanto o fazia, tentava descobrir o significado daquele pesadelo tão atormentador.  Blair o chamando, quer dizer que ela corria perigo e precisava dele, Castiel, será que ele seria libertado, sangue, morte, a morte de Sam? Uma espada, ele não fazia ideia do que aquilo representava, e a cobra...a cobra é claro, era a cobra de estimação de Voldemort que Dumbledore tinha lhe falado, a Naggini, ela é uma Horcrux, será que a espada também? Mas onde entra o medalhão nessa história? E onde seria essa floresta? Eram muitas perguntas que precisavam de respostas, ele iria contar tudo a Harry e aos outros, talvez eles  soubessem as respostas, ainda mais Hermione, que sabia de tudo.

           Depois do banho, Dean se vestiu rapidamente e foi correndo em direção ao salão comunal, com certeza eles estariam lá.

 - Gente, eu tenho que contar uma coisa pra vocês- disse ao avistar os amigos reunidos próximos à lareira.

-O que foi Dean?- perguntou Harry

              Dean contou tudo, até mesmo a parte da janela, que abriu sozinha.

-Acho que isso foi mais uma visão- disse Hermione

-Visão? Mas por que eu teria visões? Sou só um humano lembra?- disse Dean

-Eu não sei, mas você não é um humano comum, senão teria sido detectado ao entrar em Hogwarts, a segurança é forte- concluiu a castanha

-É simples, aquele-que-não-se-deve-nomear, deve ter jogado um feitiço neles para não serem descobertos- disse Rony- Nem Dumbledore sabia, nem Minerva, é  óbvio que foi um feitiço.

-Ele sabia...- disse Dean- Ele  sabia que eu era um trouxa, só que disse que eu seria de serventia nessa guerra.

-Então eu  tenho razão, você não é um simples humano, você teve uma visão, você viu mesmo o futuro-  falou Mione

-Mas o que essas coisas significam?- perguntou Dean

-A espada, é a espada de Godric Griffyndor do segundo ano, em que o Harry matou um basilisco, a Naggini é uma Horcrux, o medalhão...- Harry foi interrompido por Mione.

-É outra Horcrux!

-Sim, e o jovem é...- mais uma vez ele foi interrompido pela castanha

-É Godric Griffyndor! É claro, Godric Griffyndor  falou com você, ele te mostrou o que tem que fazer!

-Mas por que ele diria para mim e não para o Harry? Todo mundo diz que ele  é o cara. E o que é um basilisco?- perguntou Dean confuso

-Deixa eu explicar- se adiantou a castanha- Um basilisco é uma criatura mágica que se assemelha a uma serpente, só que milhões de vezes maior , e no segundo ano aqui em Hogwarts o Harry matou um, com a  espada de Godric Griffyndor, o fundador da Grifinória. E a única explicação conivente ao fato de ele ter falado com você diretamente é que você é descendente dele.

-O que?- perguntaram todos espantados

-Não, acho que você tá confundindo, eu não tenho bruxos na família, só caçadores- disse Dean

-Isso deixamos para discutir depois, a floresta escura do seu sonho, com um lago no meio, se assemelha bastante ao lago onde Harry quase teve a sua alma sugada no terceiro ano. Lá deve estar o medalhão, que é uma das últimas horcruxes para derrotar Voldemort e salvar o mundo mágico- terminou Hermione

-Você é Genial- disse Rony, repentinamente, fazendo Mione corar.

-Tudo bem, mas quando vamos para a floresta proibida?- perguntou Harry

-Esta noite- respondeu Mione

-Na floresta proibida? A noite? Com todas aquelas aranhas gigantes?- pensou Rony alto.

-Rony, você tem que ajudar seus amigos- repreendeu Hermione

-Eu vou ajudar Mione, só estava calculando a possibilidade de sustos que eu posso tomar...

                 A caminho da floresta proibida, 20:45 da noite:

-Tínhamos mesmo que vir a noite?- pergunto Rony

-Se viéssemos de manhã, nos veriam- respondeu Dean sem paciência

-Vamos, parem de conversar- disse Harry

-O lago fica pra lá, não é Harry?- perguntou Hermione, apontando para o lado esquerdo da entrada da floresta

-Acho que sim, vamos

               Os jovens caminhavam rapidamente, queriam acabar com tudo aquilo logo, até que Hermione tropeça e começa a ser puxada por raízes de uma árvore  (não é o salgueiro lutador) e Rony segura e sua mão, a livrando das raízes

-Rony, você me salvou!- disse Mione abraçando o ruivo- Obrigada!

-De nada- disse retribuindo o abraço

-Mas agora nos perdemos deles.

-Calma, vamos conseguir reencontrá-los Mi.

             Mais adiante, Harry e Dean caminhavam a procura do lago

-Mione, você tem certeza de que é pra esse lado?- perguntou Harry- Hermione...Dean, cadê ela e o Rony?

-Eles estavam bem atrás de nós...

-Mas não estão mais...temos que voltar para acha-los

-Harry, eles sabem se cuidar, coma Hermione por perto, o Rony está  a salvo

-Tem razão, vamos...

-Droga, a pilha da lanterna tá acabando- disse Dean, abrindo a lanterna e deixando as pilhas caírem no chão, Harry continuou andando sem perceber a ausência de Dean.

-Dean, olha lá o lago- disse Harry, mas quando ele se virou não havia ninguém por lá.- Ah não, Dean, cadê você cara? Ótima hora pra sumir- Harry foi se aproximando lentamente do lago e avistou bem no fundo, algo que brilhava, algo que reluzia feito ouro, decidiu então, despir-se e pegar o objeto, que ele deduziu ser o amuleto.

          Enquanto isso, Dean andava na escuridão, em busca de algum feixe de luz vindo de alguma varinha de seus amigos, mas não encontrava nenhum, até que avistou um pequeno lago, e uma muda de roupas na sua margem.

 -Harry, é você?- perguntou Dean, mas ninguém respondia, a água se agitava mais e mais, até que ele se aproximou do lago e viu Harry, lá no fundo, com algo na mão, não penso duas vezes e pulou na água gélida, resgatando Harry.

-Dean, cof, cof- tossia Harry- Acho que eu encontrei  o medalhão

-Eu percebi, vamos destruí-lo- disse Dean

       A alguns passos dali, Rony e Hermione caminhavam

-Mione, lembra que eu te disse que queria dizer uma coisa pra você?-perguntou Rony timidamente

-Sim e o que era?- perguntou a garota

-Que eu...- ele foi interrompida por uma voz masculina que conjurava diversos feitiços, irritado

-É a voz do Harry, vamos- disse a garota

             Na margem do lago:

-Eu não entendo, por que isso não é destruído?- perguntou Harry

-Eu não sei, deve ter algum feitiço de magia negra por trás disso

-Provavelmente

-Harry, Dean! Vocês estão bem?- perguntou Mione

-Sim, encontramos o medalhão- respondeu Dean

-Que ótimo, agora podemos ir embora daqui- disse Rony

-Mas tem um problema, não conseguimos destruí-lo de jeito nenhum- respondeu Harry

-Deixa eu tentar- Mione tentou várias vezes, vários feitiços e nada do medalhão se destruir- Não sei mais o que faremos, eu já tentei de tudo.

-Se ao menos eu pudesse ajudar...- disse Dean

-Só se...precisarmos da espada para destruí-lo- concluiu Hermione

-É, mas não vamos conseguir entrar com esse medalhão em Hogwarts, e a espada sempre fica na sala do Dubledore- disse Rony

-Já sei! Dean, pega esse pedaço de tronco- disse Mione entregando a tora de madeira para Dean

-O que eu vou fazer com isso?- perguntou Dean

-Faça o que eu digo, bata no medalhão agora- ordenou ela

-Mi, isso não vai funcionar- disse Harry

-Confiem em mim, isso será uma prova, se o Dean for descendente de Godric Griffyndor, qualquer objeto que o Dean tocar no medalhão, virará a espada se ele desejar- explicou Mi- Eu li num livro

-Ok,  vou tentar, mas eu acho que não vai funcionar- disse Dean erguendo a tora, e surpreendentemente quando a tora de madeira tocou o medalhão, ela se transfigurou na espada e estraçalhou  o medalhão em mil pedacinhos.

-Eu disse- se vangloriou Hermione, enquanto todos estavam espantados com o que acabara de acontecer.

              Na mansão dos Malfoy, um grito é ouvido do quarto onde Voldemort repousava e todos os seus servos foram ao seu encontro.

-Maldição!- esbravejava Voldemort

-O que houve Milorde?- perguntou Lúcio

-Eles encontraram...encontraram outra parte de mim, e a destruíram, precisamos agir o mais rápido possível, eu só tenho três sétimos da minha alma, eu, a Naggini e Harry Potter.