Mundo dos Sonhos escrita por Trezee


Capítulo 43
Metades


Notas iniciais do capítulo

gente, fiquei sem net uma semana! Por isso não postei. Mil perdões :x



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                As árvores corriam ao meu lado como se algo faltasse ali. O banco gelado do ônibus fez com que a volta da escola naquela tarde de sábado se tornasse solitária como se faltasse algo ao meu lado. Os meus pensamentos gritavam na minha cabeça como se um eco insuportável nunca fosse emitido e só ficasse lá, preso entre as minhas entranhas. Um pouco sufocante, um pouco sem jeito, mas muito, extremamente indivisível, como se faltasse a faca que o compartilhasse e o dividisse em dois.

                  Metade dos meus pensamentos não estava ali. Isso se tornava mais claro na minha cabeça como a luz que me fazia enxergar tão bem as nuvens de chuva que se formavam no céu. Uma tempestade estava a caminho. As águas iriam rolar e fazer fluir tudo o que eu queria, tudo o que eu mais desejava.

                   A vontade insana de compreender o que se passara há alguns minutos naquela prova era demasiadamente tentadora. Os curtos-circuitos se propagavam em vão na minha cabeça só me trazendo lembranças e mais lembranças de uma realidade falsa e não vivida. Tão real, tão palpável que se fosse um objeto poderia ser acariciado sem medo. Oras, veio de mim, de dentro de mim, da minha mente tola, mas minha. E eu não deveria ter medo de algo que fosse meu.

                    Por mais surreal que fosse pensar assim, eu já tinha em mente que algo não estava certo. Um parafuso estava fora do lugar obviamente. Estava afetando minha sensibilidade de me sentir, de crer no que deveria ter ocorrido. Despercebido talvez, mas que outra explicação isso teria? Se eu lembrava era porque ocorreu e pronto. Era fato, óbvio. Eu deveria estar experimentando apenas uma coisa nova, um novo método encontrado pelo cérebro de pensar. Meu cérebro nunca foi tímido para essas coisas, ele deveria estar inovando e tornando disso um benefício para mim. Não teria o que duvidar nem o que temer, era apenas aceitar que tudo estava normal, que a vida ia bem e que minha cabeça estava entrando no ritmo do mundo. Ela estava apenas se modernizando sem um aviso prévio. Realmente deveria ser isso.

                 Sem motivo para temer, nem problemas para se tornarem relevantes. Era uma teoria perfeita a ser aceita e capaz de dar um ponto final nessas loucuras que estavam me rondando há um dia.

                 Pude então respirar mais tranqüila quando avistei meu ponto. Eu não estava botando muita fé que eu encontraria uma solução tão rápida para a questão da minha possível insanidade. Mas já eu encontrei, talvez fosse porque ela estivesse ali todo esse tempo, só não conseguia se apresentar.

                 Suspirei entre um sorriso para o nada e desci quando o ônibus parou. Eu queria rir de mim mesma, da cena peculiar que se formava desde o momento em que e engolia a solução como se ela fosse um prato feito a ser digerido e muito bem aceito. Mas era muito melhor isso do que nada.

                 Só me restou então a sensação de metade. Eu não sabia ao certo o que era isso, mas eu ainda me sentia incompleta. O pior é que eu não fazia a mínima noção de onde vinha essa sensação. Da cabeça, do coração, fisicamente ou espiritualmente.

                 Mas não era nada que se tornava tão insuportável e extremamente necessário ao ponto de me privar da minha noite de descanso. Era apenas uma sensação, que mal e urgência havia nisso?


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Notas finais do capítulo

Comentem^^



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