Mundo dos Sonhos escrita por Trezee


Capítulo 26
X - parte 3


Notas iniciais do capítulo

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                Era exatamente isso que minha mente não parava de gritar durante toda aquela tarde. Já estava ficando enjoada da minha própria lamúria sem explicação. Tentei prender minha atenção com várias coisas, mas de nada me adiantou. Aproveitei então e fui dormir mais cedo, a novela ainda não havia nem acabado. A casa ainda estava barulhenta e meus olhos não estavam cansados. Liguei o rádio baixinho e coloquei um CD relaxante. Fechei a porta e a cortina e deixei o sono me embalar. Bela tática, sempre funciona. E tudo foi ficando lilás e azul e suave anil, nada mais eu via.

                Esqueci a janela aberta, recebendo a claridade da manhã diretamente em meu rosto. O Sol me fez despertar esperta para meu dia. Minha mãe estranhou minha alegria logo pela manhã, mas como nem eu sabia explicar por que estava assim, resolvemos não atrapalhar meu bom humor com perguntas inúteis.    

                 Na escola, percebi um clima tenso logo quando entrei na minha sala. Roberto, Rafinha, Sara e Joana estavam conversando seriamente. Francisco não estava ali, com certeza havia perdido hora. Coloquei minha bolsa em um lugar vago e me dirigi para o grupinho. Reparei que suas feições estavam sem riso e comecei a me preocupar. Quando coloquei-me de pé entre Roberto e Sara, o sinal tocou para me atrapalhar. Os da outra classe saíram com a mesma seriedade que estavam, o que me assustou muito;  Joana permaneceu ali parada, um tanto que aflita, quando eu resolvi entender algo.

                 - O que está acontecendo? – indaguei sem entender a reação dos meus amigos.

                 - Depois Mel, é uma história longa e o professor já está entrando! – murmurou para mim.

                 - Mas... – resolvi não insistir, pois de fato o professor já estava na sala.

                 Fui para minha carteira, que justamente desta vez estava distante da carteira de Joana. Anseie durante toda a aula para que esta acabace rápido. Quando o sinal tocou, terminei minhas anotações e me levantei. Porém logo estava sentada de novo, quando vi o próximo professor entrando apressado com sua maletinha de couro sintético na mão. Ele não nos deu tempo nem para respirar, quanto menos para levantar-nos e conversarmos. Fiquei emburrada e sentada durante toda a aula. Meu sacrifício foi maior quando me lembrei que era aula dupla, aí sim eu quis morrer. O tempo não passava e a aula era maçante. Depois de muito custo e espera o sinal tocou. Era intervalo, a hora perfeita para uma boa conversa entre amigos. Saí da sala e fiquei esperando por Joana na porta. Senti uma mão se apoiar no meu ombro. A primeira coisa que imaginei era que a mão fosse de Floukin. Gelei instantaneamente e abri um lindo sorriso. Vire-me apressada e o sorriso se cessou um pouco. Era uma mulher baixinha, com cabelos curtos e mal pintados. Estava com um vestido florido que não combinava muito com sua estatura.

              - Melinda querida, você tem um segundinho?

              - Bem, tenho sim professora Bete. – murmurei.

              Deveria ter falado “não, estou muito ocupada com meus amigos enigmáticos”, mas era minha professora de Física e ela me tratava tão legalzinho, que não tive coragem de recusar, como sempre.

              A professora me levou até uma salinha onde estavam uma menina da oitava e duas do primeiro ano. Nunca havia conversado de fato com essas garotas, no máximo um “oi” de longe. Isso me fez ficar mais perdida do que eu já estava. Não consegui entender por que estávamos ali, mas logo tudo foi esclarecido.

                - Pois bem meninas. – começou a professora com sua vozinha aguda. – Vocês são as alunas que mais se destacam em Física.

                Todas nós nos entreolhamos com uma cara engraçada e tornamos a olhar para a professora.

                - Esse mês vai ser realizada a Olimpíada de Física. Esse evento ocorre todo ano, mas essa vai ser a primeira vez em que nossa escola vai participar. Então a coordenação pediu para eu reunir meus melhores alunos em física e cá estão vocês. – ela reforçou a parte dos “melhores” e isso com certeza inflou mais um pouco nosso ego. – Vocês topam?

                Ela ainda perguntava. É claro que sim, bom, pelo menos por mim. Mas logo percebi que a aceitação era mutua devido aos largos sorrisos abertos nos rostos de cada uma. Para mim seria ótimo, uma oportunidade imperdível para fazer um auto teste. Porém não consegui demonstrar meu real entusiasmo, minha cabeça ainda estava em um outro lugar...

               Era tão simples. Só precisávamos falar – Sim professora – que já estaríamos dispensadas. De fato foi somente isso que eu fiz, mas as outras garotas, não sei se por emoção ou por interesse mesmo, não paravam de tagarelar perguntas e mais perguntas a professora. Perguntas até que inúteis a meu ver, mas que elas faziam questão de falar e reafirmar. A professora por vez, invés de amenizar o santo das meninas em fúria se empolgou junto a elas, transformando o que era para ser um simples comunicado em uma reunião sobre física. E eu fiquei ali, sentada e quieta. Não conseguia me prender por muito tempo no assunto, pois logo já me pegava pensando na expressão séria de meus amigos. O que será que estava acontecendo que eu ainda não sabia? Queria muito sair dali para conversar, mas não conseguia encontrar uma brecha na empolgante conversa. Mais uma vez minha educação e minha vergonha responderam pelos meus atos. O sinal tocou, era o fim do intervalo. Não percebi nenhuma reação de diferente nas componentes da conversa, continuaram falando no mesmo bom tom como se nada estivesse acontecendo. Com certeza o papo estava tão bom para elas, que nem a bendita da sineta estridente elas ouviram tocar. Já estava começando a ficar impaciente quando resolvi agir.

              - Professora Bete. – comecei timidamente. – Desculpa interromper, mas eu preciso ir para minha aula.

              - Bem, se você quer ir... – ela retorceu levemente a ponta do nariz. – A propósito, que horas são?

              - O sinal já tocou há uns cinco minutos.

              - O quê? Como pode, não ouvi nada!

              A professora lançou um olhar rápido para algumas meninas que balançaram a cabeça negativamente para ela.

              - Pelo visto ninguém ouviu também, mas é melhor vocês irem para suas salas. O primeiro ano deve estar uma algazarra sem mim. – essa última frase soou como uma conversa particular com seus pensamentos.

               Sem muito contorno, apertei o passo e fui para minha sala. O professor já estava lá e a aula já havia começado. Empurrei a porta e pedi uma licença tímida. Aproximei-me do homem de meia idade com cabelos tom de cobre e contei onde estava. Ele apenas confirmou com a cabeça e mandou-me sentar. Eu já estava conformada que não iria ficar sabendo de certas coisas tão cedo, então me acostumei com essa idéia e parei de ansiar por todo o fim de aula. No meio do quinto tempo, quase livres da aula dupla que estávamos tendo desde o intervalo, a porta bateu. A inspetora entrou com um calhamaço de folhas e foi entregando uma para cada aluno. Era incrível, cada um que pegava o papel abria um sorriso. Aos poucos a sala inteira foi sorrindo e o bendito papel não chegava até mim. Comecei a ficar ansiosa para ver o que poderia ser tão bom e, realmente, era. Também sorri ao ler “Viagem educacional”. Era um panfleto de passeio escolar. Até então, pelo que me lembro não fui a muitos passeios escolares. Recordo de uma vez que fui para a Bienal de São Paulo e outra que fomos para o Butantã e para um laboratório de anatomia, acho que da USP. Mas esse era diferente, não era uma passeinho de um dia e sim, uma viagem de três. Três dias em Angra dos Reis fazendo estudos e pesquisas de biologia marítima e terrestre. Eu adorei quando li aquilo. Depois de Física, com certeza minha matéria predileta era Biologia e, marítima, era praticamente um sonho. Um sonho que foi se tornando cada vez mais improvável ao passo que eu ia lendo o bilhete. O montante total do passeio era de trezentos reais e isso com certeza não era viável no momento.

           A penúltima aula acabou e uma menina que estava sentada do meu lado ficou conversando comigo sobre os prós e contras da viagem. Eu não conseguia encontrar muitos pontos negativos, mas ela conseguiu encontrar vários, tantos que só foi parar de falar neles quando a professora entrou na sala e pediu silêncio. Realmente não seria tão cedo que eu descobriria algo. Parece tão incrível, converso com meus amigos todos os dias a qualquer hora, mas justo hoje, justo no dia em que eu não só quero, mas preciso falar com alguém, esse simples fato se torna quase que uma aventura a ser comprida. 

           E as aulas acabaram. Não seria agora que eu encontraria uma brecha para tentar trocar nem que fossem poucas palavras com Joana. Não podia perder o ônibus. Por mais que eu me odiasse quando chegasse e visse que o ônibus estava atrasado, eu não queria arriscar. Falei meu simples tchau rotineiro e lancei um longo olhar para Joana. Peguei minhas coisas, um pouco contrariada, mas segui para o lado de Daniel.

            Fomos caminhando com um passo apertado, mais rápido do que o de costume. Fiquei imaginando se teria demorado de mais no meu olhar para Joana, ao ponto de fazer com que Daniel achasse que estávamos atrasados. Mas chegamos ao ponto e não havia sequer sombra do ônibus ao final da estrada. Não demorou muito para eu perceber o motivo da pressa.

            - E então Mel, você viu o folheto do passeio? – começou ele, sentando-se no banco de cimento.

            - É, vi sim... – respondi curto, não havia mais o que responder.

            - Uhn... Eu acho que vai ser um passeio bem legal e... – ele demorou um pouquinho para continuar. – Interessante.

            - Eu estava mesmo conversando sobre isso com alguns colegas. Praticamente todos estão muito empolgados.

            - Você está? – ele perguntou rapidamente.

             Eu só dei os ombros. Realmente não sabia se eu estava disposta a me enganar ficando empolgada em vão. Então prolonguei a conversa.

             - Você vai, não é? – a resposta era um tanto que óbvia, mas só quis confirmar.

             - Vou por um motivo! – exclamou ele, bem alegre por sinal.

              Curvei rapidamente minhas sobrancelhas e fiz uma cara duvidosa.

             - Mas até agora, você já me falou de dois motivos para ir.

             - Verdade... Bem, então corrigindo. – ele apontou o dedo indicador para cima e começou a gesticular. – Sendo assim, são três motivos.

              - Três? – franzi a testa novamente. – Legal e interessante... – contei nos dedos. – Até hoje de manhã, isso significava dois. – dei uma pequena pausa, certificando-me que não deixara nada passar. – Então... Por qual outro motivo você vai Deni?

              - Por que você vai! – ele disse confiante, extremamente confiante.

            - Rá! E quem disse que eu vou? – soltei assim, na lata e no impulso. Não medi muito bem as palavras antes de falá-las.

           Ele deu uma pequena recuada, fechando seu sorriso confiante e por um segundo calculei mentalmente as probabilidades da minha resposta ter afetado algo. Havia chances. Por que sempre falo mais do que devo? Pensei em pedir desculpas, mas desculpas do que, se eu realmente falava a verdade. Minha preocupação momentânea cessou logo que fiquei boquiaberta com a rápida recuperação de Daniel.  

           - Eu disse que você vai!

           - O quê?

           - Bem, você ouviu.

           - Hey! Mundo para Daniel! Não basta você falar que eu vou... Há outras... - demorei em encontrar a palavra. – coisas entre a realidade de eu ir de eu não ir.

           - Como...? – ele parecia não entender, ou pelo menos tentar não entender.

           Uni meu dedo indicador e polegar e esfreguei-os rapidamente um no outro. Ele captou bem meu gesto.

            - Ah... Isso. Bem, sinceramente Mel, se isso for a única coisa que te impede de ir, não se preocupe, tenho uma solução. – agora a fala convicta voltou a sua voz.

             - Claro, você sempre tem a resposta para tudo! – estava cuspindo as palavras. Eu ficava um pouco séria de mais quando o assunto era dinheiro. Daniel falava disso de uma forma tão banal que chegava a me incomodar. Para ele eram fáceis as coisas. Só precisava chegar e pedir para o papai. Já eu... Eu não.

             Minha sorte foi que o ônibus chegou ao ponto nesse exato momento, pois não sei se conseguiria esconder de Deni, meu desconforto por muito tempo. Subimos ligeiramente e nos sentamos. Infelizmente ele continuou.

              - Então Mel, voltando.

              Eu dei uma leve amarrada no rosto, mas parece que esse fato não o incomodou muito.

               - A única coisa que eu preciso saber, é se você quer ir à viagem. – mais uma pergunta óbvia.

               - Claro que sim, mas... – ele me interrompeu.

               - Sem “mas” Mel, por favor. Ouça minha ideia. – sua cara era alegre e ao mesmo tempo tentava parecer séria.

               Eu debrucei-me no parapeito do vidro, apoiando minha cabeça em minha mão. Tente parecer indiferente a sua proposta, mas senti-me fortemente angustiada quando percebi certa curiosidade rondando minha mente.

                - Seguinte, é tão simples que tenho certeza que você vai ficar brava consigo mesma por não ter pensado nisso sozinha. – ele sempre precisava fazer rodeios para começar um assunto. Tenho certeza que ele sabia que isso me deixa muito mais interessada. – Você não precisou gastar suas economias com a raquete. – sua voz deu uma leve tremida, não sei se pelo fato dele ter gasto uma fortuna para me dá-la ou pelas lembranças que vêm junto a ela. – Sendo assim, elas com certeza ainda estão guardadas esperando para serem gastas em uma boa oportunidade... Acho que esta é uma oportunidade deste naipe.

              Relutei um pouco em silêncio com meus pensamentos procurando insanamente para ver se encontrava alguma oposição a essa ideia. Não queria encontrar, mas encontrei.

              - Não posso usá-la... – murmurei.

              - Por que não? – perguntou-me com uma cara de espanto.

              - Por que teoricamente, aquele dinheiro não é mais meu! – exclamei por fim.

              - Não? – seus olhos azuis eram um misto de espanto e derrota.

             - Não. Esse dinheiro, por mais que ainda esteja comigo, é seu!

             - O quê? – agora, seus olhos azuis eram um misto de espanto e irritação, o que me deixou um pouco alarmada. – Por quê?

           - Nós combinamos, você não se lembra? – indaguei esperançosa.

           - Não. – foi um ”não” seco e rápido.

           - Deixe-me refrescar sua memória. – comecei. – Foi justamente por causa da raquete. – curiosamente eu também falhei na minha frase. – Bem, eu disse que iria pagar assim que pudesse e que minhas economias já seriam a entrada!

           - Eu não concordei com isso. – falou indignado.

           - Mas também não discordou. Deixou-me falando sozinha, acho que as paredes compreenderam mais do que você. Se quiser, elas podem ser minhas testemunhas, viram claramente seu silêncio. E todos sabem que o silêncio é uma confirmação. – não parei nem para tomar um pequeno fôlego, fiquei com medo que ele me interrompesse e eu não queria isso.

            Uma risada curta e alta ecoou pelo meu ouvido.

            - Não acredito que você esteja me falando isso. Sinceramente Mel, como pode?

            Dei uma retorcida de leve em meus lábios e esperei que ele continuasse.

            - Oras Melinda Dupon, você acha que se o motivo for esse, realmente você está impedida de ir à viagem?

            Dei os ombros. “Por que não?”

            - Você me faz rir... E ao mesmo tempo magoa. – suas sobrancelhas caíram de repente e seu rosto ficou um pouco amargurado.

            - Não Deni, não é isso...

            - Mel, achei que você já soubesse que... – pareceu que ele mordeu a língua rapidamente, não permitindo que as palavras escapassem. – Bem, você sabe que eu não me importaria nem um pouco se você fosse à viagem, esse dinheiro é seu e ponto final!

            - Deniel Floukin! – encontrei uma brecha e comecei. - Não posso mais aceitar isso! Não é certo, não é! – sei muito bem o quanto eu estava parecendo uma criança chata e birrenta, mas realmente acredito que ainda sou uma. – Sempre aprendi a pagar as pessoas quando devo, a aceitar presentes coerentes e somente os coerentes. Você está me fazendo quebrar todos os meus princípios. – não sei se eu exagerei um pouquinho, mas eu também não saberia esconder, não dele.

             Acho que eu estava deixando-o enfezado e curiosamente triste ao mesmo tempo. Já estava bufando levemente, com a cara amarrada, incomodo de certo modo.

             - Quer saber Mel, você não quer me entender, achei que entenderia, mas... – esse foi um daqueles “mas” que significam: “olha sua boba, o motivo está bem na sua frente só você não quer enxergar”.

            Fiquei um segundo calada, percebendo que a conversa estava mudando um pouco de rumo. Não sabia o que falar, qualquer coisa que eu dissesse, ou deixaria ele mais frustrado ou me entregaria.

            - Pois bem, o dinheiro ainda é seu, nada que você tente dizer ou fazer vai mudar isso. Você é quem sabe o que vai fazer ou deixar de fazer! – ele parecia estar mais amargurado do que deveria estar. Até mesmo ofendido.

            - Deni... – fiz uma voz doce para tentar adoçar esse amargor.

            Simplesmente ele se levantou do meu lado e foi em direção para a porta.

            - Para onde você vai? – perguntei espantada.

            - Tenho que descer alguns pontos antes hoje. – respondeu ainda seco.

            - Por quê? – eu sabia que não era o momento certo para um interrogatório, mas a curiosidade me consumiu.

            - Vou passar em um lugar.

         O ônibus começou a frear levemente e eu percebi que teria que agir, e rápido. “Sim ou Não, sim ou não”. Tinha que dar uma resposta, não podia deixar que ele saísse bravo daquele jeito, não por um motivo tão besta como esse.

         - Sim... Eu vou. – murmurei atrás dele enquanto as portas se abriam.

         Ele só me fitou rapidamente com seus olhos rindo por si, afinal ele havia ganhado a discussão e talvez... Algo a mais.

         - Obrigado. – ele abriu um largo sorriso, perfeito e indescritível.

         Eu cambaleei sentada e não consegui falar mais nada. Só fiquei observando ele sair, balançando de leve seus cabelos tão balançando de leve seus cabelos tindiscritpor si e com os l negros e sedosos. Seu porte atlético lhe permitia ombros largos, estatura alta e muito bem definida. Com certeza fiquei admirando-o por um bom tempo, inconsciente de onde estava e de que nem ele estava mais ali. Ficara na minha lembrança, de onde nunca sairia. Sentia-me boba por ficar assim, mas não era eu, não podia controlar. Era bom, bom até de mais. Perdia a noção dos minutos, do espaço, eu estava no meu próprio mundinho. Estava tão concentrada nisso, que vi meu ponto passar e sorri boba para o nada.


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Notas finais do capítulo

Caraaa, como a Mel é chata com questão de dinheiroooo