Shadow Kiss por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 42
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, segue agora o último capítulo... vary sad...



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Quatro Strigois estavam em um lado e três do outro. Alan, um dos guardiões que estava conosco foi atacado primeiro e foi derrotado. Em uma fração de segundos, um Strigoi o pegou pelo pescoço e o estalou, fazendo com que ele caísse morto. Nós começamos a lutar novamente, mas aqueles Strigois pareciam fortes e preparados. E muito ousados.

“Comecem a retirada!” Alberta gritou para Rose e para os outros que estavam próximos a ela. Imediatamente, todos nós começamos a correr em direção à saída. Talvez, por puro instinto de sobrevivência, não observamos os arredores, e nem as frestas de pedra da entrada. Havia mais Strigois escondidos ali, somente esperando para que passássemos. Nós não os vimos. Rose e outros conseguiram sair. Mas, um deles atacou Celeste, voando para o seu pescoço. Logo, espirros de sangue surgiram. Outro Strigoi me atacou. Raramente eu era pego de surpresa, mas desta vez, aconteceu. Eu não tive tempo de reagir e ele rapidamente me derrubou no chão. Eu tentei ferozmente me levantar, me debatendo e lutando, mas ele era extremamente forte e me segurava, eu estava em desvantagem e ele havia me imobilizado.

Eu comecei a travar contra ele uma batalha, ali no chão mesmo, mas eu sentia que estava perdendo. Foi quando ele conseguiu uma abertura e antes que eu pudesse me defender, senti suas presas cravando no meu pescoço. Eu pude ouvir um grito de um intenso pavor e desespero. Era Rose. Provavelmente, ela estava assistindo a tudo. Uma grande dor tomou conta de mim eu podia sentir o meu sangue ser sugado. Como um flash, alguns momentos da minha vida passaram na minha frente. Imediatamente, a conversa que eu tinha tido com ela se repetiu na minha mente. A voz de Rose ecoava nos meus ouvidos ‘Eu amo você e não quero continuar fingindo que não amo’. Não podia terminar assim. Eu tentei lutar ainda, mas a dor foi, aos poucos, sendo substituída por uma intensa sensação de prazer. Eu sabia o que era aquilo. Era a endorfina da mordida. Eu ainda podia ouvir, de longe, os gritos de Rose e dos outros, mas não conseguia distinguir uma palavra sequer. Eu pude ver várias pessoas me cercando, mas eu não sabia dizer se eram Strigois ou não. A endorfina tinha tomado completamente conta de mim, adormecendo meus sentidos e anulando qualquer capacidade que eu tinha de oferecer resistência. A sensação de prazer era indescritível. Todo o cansaço da luta tinha passado, toda a vontade que eu tinha de lutar, de resistir, se esvaiu.

As presas do Strigoi ainda estavam no meu pescoço, enquanto ele sugava todo o meu sangue. Eu comecei a sentir a minha visão escurecer e meu corpo todo amolecer. Era difícil de respirar e meu coração batia lentamente. Meus pensamentos deixaram de ser coerentes. Eu mal pude perceber, quando o Strigoi colocou seu sangue na minha boca. Eu tinha plena consciência do que estava acontecendo, mas meus sentidos não obedeciam minhas vontades, ele estava me transformando em um monstro e eu não conseguia impedir, não conseguia fazer nada. O gosto amargo desceu pela minha garganta e algo terrível começou acontecer dentro de mim. Uma estranha sensação de dormência e formigamento tomou conta de cada pedaço meu. Era como se tudo que existisse de bom estivesse saindo. Todos os meus valores, ideais, sonhos, senso de ética. Era como se a minha alma estivesse me deixando. Era como se uma enorme parte de mim estivesse sendo tirada. O Strigoi ainda continuou bebendo o meu sangue. Um enorme vazio foi tomando conta de mim e então, eu adormeci.

E depois acordei.

Honestamente, eu não sabia dizer por quanto tempo estive dormindo. Talvez por horas, dias, ou talvez, por apenas alguns minutos. Eu não sei.

Abri meus olhos e percebi que eu ainda estava na caverna. Mas ela não me parecia mais tão escura. Na verdade, era claro como o dia. O cheiro forte de terra e folhas invadia as minhas narinas e o barulho era ensurdecedor. O vento, aos passos, alguém estava sorrindo. Muitas pessoas estavam sorrindo e falando, eu podia ouvir. Os meus sentidos estavam totalmente apurados, pude perceber. Um gosto estranho estava na minha boca, um gosto que para mim era o melhor de todos. Meu corpo estava muito pesado, mas aos poucos, consegui começar a mover minhas mãos e pernas. Logo, consegui me sentar, tentando lembrar do que tinha acontecido. Não demorou, todos os últimos acontecimentos  voltaram. A missão de resgate. A minha última luta. Rose gritando. Um Strigoi tinha me vencido, mas ele não tinha me matado, então...

Eu era um Strigoi agora. Eu sabia. Eu tinha certeza. Eu havia despertado.

Agora sabia que gosto era este na minha boca. Era sangue. Era disto que eu tinha sede. De sangue. Era isso que eu queria, que desejava. Mas havia algo mais que eu queria e algo que eu desejava loucamente. Rose. A imagem dela veio imediatamente à minha mente, e eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser ir até ela. Eu não sabia para quê e nem porque, mas eu precisava dela. Ao mesmo tempo, eu sentia que uma parte minha tinha sido arrancada. Eu não estava completo. E também sabia que eu não podia ir até ela. Eu tinha que sair dali, eu tinha que fugir dela. Não sabia porque, mas eu precisava ir para longe dela. Eram pensamentos conflituosos que começaram ao girar na minha mente.

Fiquei em pé, sem saber ao certo para onde ir. Segui o som das risadas e vozes que eu ouvia. Logo, encontrei um grupo de Strigois e a minha repugnância por eles cresceu dentro de mim e senti vontade de acabar com todos eles, eu os odiava, sem motivo algum, mas eu os odiava muito. Não que eu ainda tivesse aquele sentimento, de quando eu era dhampir, de exterminar os Strigois do mundo, mas agora era por um puro prazer de destruição. Eu só queria matar.

Um Strigoi loiro se destacou do grupo e veio até mim. Eu o reconheci. Foi ele que me derrubou. Ele que me transformou. Ele sorria secamente com um ar de superioridade. Uma intensa sensação de ódio por ele passou dentro de mim. Mas eu controlei a vontade de arrancar o pescoço dele. Pelo menos eu ainda tinha meu auto controle, ao menos isso.

“Olá, deixe-me apresentar. Sou Nathan. Eu lhe despertei, então você me deve reverencias.” Seu tom era um misto de vaidade com ironia.

A minha vontade de acabar com ele aumentou ainda mais, mas meu lado racional falou mais alto. Aliás, eu estava sentindo a minha mente funcionar ainda melhor que antes, de forma rápida e precisa. Minha capacidade de raciocínio lógico era dez vezes maior que antes. Então, me controlei. Ele podia ter algumas respostas que eu precisava.

“Por que você me despertou? Porque simplesmente não me matou?”

“Ora, ora, ora... eu sei quem você é, Dimitri Belikov. Um dos guardiões mais invencíveis da história. Você é famoso entre os Strigois. Muitos morrem de medo de você, poderoso Guardião Belikov!” Ele fez um gesto de reverência com as mãos e continuou “agora eu vou ser reconhecido como aquele que lhe derrotou. Você agora me deve devoção. Eternamente. Vou ter muito prestígio por isso. Galinda irá me elevar ao mais alto dos céus!” Ele sorriu como um babaca total.

A minha mente girava a mil. Ele era absolutamente louco em pensar que eu ia devotar, pelo resto da minha existência, um idiota como ele. Aliás, eu não prestaria devoção a ninguém. Eu podia sentir meus músculos fortes, podia sentir meus movimentos rápidos e os meus reflexo muito potentes. Se eu era considerado por eles como um guardião invencível, o que diriam agora, se eu os chamasse para a briga? Mas uma palavra na frase dele me atiçou a memória. Ele havia dito Galinda? Eu tinha tido uma instrutora com este nome que há muitos anos havia desparecido durante um ataque de Strigois.

“Galinda? Quem é Galinda?” perguntei.

Ele era tão panaca, mergulhado em sua vaidade, que nem percebeu meu interesse crescer.

“Galinda é a nossa líder. Ela que organizou tudo isso. Então você pode imaginar o potencial dela... quando ela ver você, ela irá me agradecer bastante. Parece que ela também lhe conhece.”

 “Onde está Galinda? Onde posso encontrá-la?”

“Você não vai encontrá-la!” Ele exclamou como se fosse meu dono “eu vou levá-lo para ela como meu troféu! Ela está na Sibéria. Você dificilmente conseguirá chegar nela, sem a minha ajuda. Mas por hora, precisamos sair daqui. Esse nosso esconderijo não nos serve mais.”

“Tudo bem, eu serei o seu troféu. Eu irei com você onde você for.” Falei encenando uma falsa e repentina  devoção. Depois que eu tivesse o que eu queria, eu me livraria deste imbecil. Eu tinha toda eternidade pela frente agora. Tempo era o que não me faltava.

Por hora, ele me daria o que eu precisava. Esta Galinda era a minha ex professora, eu tinha certeza. Eu precisava encontrá-la para saber o que seria de mim agora. A única coisa que eu sabia era que eu precisava ir para o mais longe possível dali. O mais longe possível de Rose. Era a única coisa certa que eu iria fazer, nesta minha nova existência.

***FIM***

Acompanhem as próximas fics... tem mais POV de Dimitri vindo por aí!


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Notas finais do capítulo

Gente, me desculpem se não agradar, mas acho que não estou muito preparada para fazer os pensamentos de Dimitri Strigoi... não sai melhor que isso.
Ah, amanhã já começarei a postar minha nova fic com o pov de Dimitri para outro livro. Proucurem no meu perfil, se quiserem acompanhar, ficarei muito, muito feliz!!!

E a todas que acompanharam esta, agradeço imensamente!!! Nossa, vcs não sabem como os reviews de vcs são importantes para me inspirar!!! Bjão pra todas!!!