Shadow Kiss por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Por favor, não me matem... rs



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Por mais caótica que situação parecesse, os guardiões mantiveram tudo sob controle. Os alunos que ainda estavam ali por perto, supostamente culpados por torturarem Lissa, foram levados para interrogatório. Eu fui com Celeste até Lissa, tentando entender o que estava acontecendo.

“O que aconteceu aqui, Princesa?” Celeste perguntou delicadamente.

“Eles fazem parte de uma espécie de sociedade secreta. Eles queriam que eu participasse. Eles me atraíram até aqui usando uma história que envolvia Adrian e Christian, mas eles queriam mesmo era saber até onde ia o poder do espírito. Eles tentaram usar a compulsão em mim. Eu não queria mostrar, então eles me torturaram. Eu não sei o que aconteceu comigo, mas uma grande força tomou conta de mim. Era o espírito. Eu nunca o senti assim, eu não conseguia parar, era mais forte que eu.” Ela parecia muito calma para quem tinha acabado de ser torturada. Rose estava agitada e irreconhecível. Ela queria partir para cima de Jesse a todo custo e Eddie ainda tentava a segurar, enquanto ela se debatia. A conversa que eu tinha tido com Rose na igreja voltou até mim. Era como se eu estivesse vendo na minha frente a materialização das teorias dela sobre as semelhanças que ela tinha com Anna, a guardiã de St. Vladmir.

Eu me abaixei até Lissa, e perguntei em um tom gentil “E quando Rose entrou nisso tudo?”

“Ela apareceu e a maioria deles fugiu. Ela conseguiu deter Ralf e eu usei compulsão para deter Jesse. Mas a magia do espírito estava queimando dentro de mim e ela pôde sentir que não era algo bom, então pediu para que eu deixasse que ela puxasse aquela escuridão de dentro de mim. Eu não queria, mas era um abismo tão grande, eu estava prestes a cair nele, então permiti que ela fizesse isso.” Eu me afastei rapidamente de Lissa, controlando sentimentos raivosos que surgiram por ela.

Lissa era minha protegida e eu tinha a obrigação de mantê-la segura a todo custo. Ela deveria vir primeiro em qualquer situação, mas ali, naquela hora eu senti a raiva por ela crescer dentro de mim. Como ela podia deixar que Rose mergulhasse em um abismo desta forma? Lissa não queria aquilo para ela mesma, como podia permitir que aquilo passasse para Rose? Novamente, a conversa da igreja voltou para mim. Olhei para Rose. Alberta estava tentando a acalmar. Nem sempre os Morois deviam vir primeiro. Definitivamente. Fui até ela e a observei, sentindo meu coração partir. Em nada ela lembrava a garota valente que lutou comigo, mais cedo. Ela olhava rapidamente pelos arredores, e respirava de forma ofegante, com ar passando por entre os dentes. Parecia que algo a havia possuído.

Os demais guardiões levaram Lissa e os outros dois para o posto médico. Ao perceber a movimentação, a agitação voltou para Rose, que começou a gritar novamente.

“Vocês não podem deixar ele ir! Vocês não podem deixar ele ir!” ela se debatia e Eddie ainda a segurava com força.

“Rose, acalme-se” Alberta falou, em um tom surpreendentemente suave “acabou.”

“Não acabou! Até eu colocar minhas mãos na garganta dele e o sufocar até matar!”

Todos olharam para ela, como se ela fosse uma pessoa louca, em plena crise. Realmente era algo muito contraditório. Pouco tempo atrás, todos estavam maravilhados com o seu desempenho na experiência de campo e agora, estavam a olhando com ar de piedade.

“Tire ela daqui.” Alberta falou sem se dirigir a uma pessoa específica, então eu assumi que seria comigo “Deixe ela limpa e calma”. Eu fui até onde ela estava, com Eddie fazendo um bom trabalho em a segurar, e peguei no seu braço. Durante essa troca, ela tentou se soltar e sair correndo, mas já era algo que eu esperava, então, a detive rapidamente. Eu segurei com força o seu braço, e comecei a puxá-la para longe dali. Minha mente trabalhou rápido. Pensei imediatamente em levá-la para a cabana onde Tasha sempre se hospedava. Era um lugar calmo e silencioso, distante daquela confusão, próximo da fronteira do campus. Eu praticamente a arrastei para dentro da floresta, enquanto ela se debatia, tentando se soltar.

“Podemos fazer isso do jeito fácil ou do jeito difícil.” Falei de forma obstinada “Não tem como eu deixar você ir até Jesse. Além do mais, ele foi para a clínica então, não tem jeito de você chegar perto dele. Se você conseguir aceitar isso, eu lhe solto. Se você fugir, sabe que eu vou segurar você de novo.”

Ela parou por pouquíssimos instantes, refletindo no que eu havia dito “Ok.” Ela falou, logo depois. Eu hesitei um pouco, Rose era cheia de armadilhas e, apesar de sempre tentar parecer autoconfiante para ela, muitas vezes eu não sabia dizer quando ela estava falando sério ou não. Resolvi dar a ela um voto de confiança e relaxei um pouco o aperto, mas não soltei, por via das dúvidas.

“Alberta mandou que você me limpasse. Então, vamos para a clínica?”

Eu tive que dar uma risada irônica. Rose pensava que eu era idiota a este ponto? Claro que não.  “Boa tentativa. Não vou deixar você se aproximar dele. Você vai receber os primeiros socorros em outro lugar.”

Rose não apresentou mais resistência, mas mesmo assim, eu continuei segurando o seu braço até chegarmos à cabana. Abri a porta e, mesmo estando escuro, eu consegui encontrar uma caixa de fósforos e um lampião. Olhei em volta e fiquei satisfeito em perceber tudo ainda estava limpo e também ainda tinha algumas coisas deixadas por Tasha. A cama estava feita e tinham algumas cadeiras.

“Sente-se” eu falei para ela, apontando a cama. Rose tinha um corte no alto da testa que sangrava bastante, tanto que tinha manchado sua blusa e parte do seu cabelo. Havia também pequenos arranhões no seu rosto.

Apesar de aconchegante, a cabana era bem fria, então acendi a lareira. Depois, vasculhei os armários e gavetas e encontrei um kit de primeiros socorros e uma garrafa d’água. Peguei tudo e fui até Rose que observava, estranhamente quieta, cada movimento meu. Puxei uma cadeira e me coloquei na frente dela.

“Você precisa me deixar ir.” Ela falou em um tom implorativo “Você não percebe? Você não percebe que Jesse tem que pagar? Ele a torturou! Ele fez coisas terríveis com ela!”

Eu abri um pacote de gazes e a garrafa de água, enquanto ela falava. Eu percebia que o mesmo descontrole, que ela tinha há pouco, estava retomando o controle dela.

“Ele vai ser punido. Acredite em mim. E os outros também.” Falei enquanto limpava seu corte, tentando manter minha voz neutra. A respiração dela ficou mais forte. A instabilidade estava voltando.

“Como? Com detenção? Eles foram tão ruins quanto Victor Dashkov. Ninguém faz nada por aqui? As pessoas cometem crimes e se safam. Ele precisa sofrer. Todos eles precisam.”

Eu parei de limpar o sangue do seu rosto e a olhei com cuidado. Ela tinha uma instabilidade preocupante. Eu nunca tinha visto um comportamento assim. Ao mesmo tempo em que ela parecia totalmente consciente de suas palavras e gestos, ela parecia também guiada por uma força negra que a deixava irreconhecível.


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