P.O.V. HERMIONE GRANGER

Finalmente estávamos voltando para casa. Não sei se agüentaria ficar mais tempo perto do Malfoy. Ele é totalmente insuportável, mesquinho, metido, idiota... Enfim, assim que eu voltasse para casa, eu ia descansar. E muito.

Fomos naquele carro totalmente estranhos. Eu sorrindo vitoriosa e ele me olhando assustado, com medo de eu usar o absorvente contra ele. Homens são tão infantis...

Cinco minutos depois, chegávamos a casa. Eu estava muito ansiosa para entrar e relaxar. Bom, estava.

Assim que pulei do carro e entrei naquela casa (depois de tirar o feitiço), minha animação se foi. Meu Merlin, aquela casa estava um lixo! Estava tudo empoeirado, tinha sacos de biscoito para tudo quanto é lado... Tínhamos que dar um jeito naquilo!

-Granger, saí da porta. Tem gente querendo passar. – Malfoy disse carinhoso como sempre (sarcasmo você é meu melhor amigo!).

-Malfoy, você não está vendo isso? Essa sujeira toda?!

-A única sujeira que estou notando é a que eu estou olhando. – e olhou... Para mim! Olhei para ele com raiva e saí pisando duro, entrando em casa.

-REUNIÃO AGORA!!!!!!!! – gritei na sala. Fui à cozinha, coloquei as compras na mesa e voltei para a sala. Acho que o pessoal ficou com medo do meu grito, pois todos estavam com caras assustadas.

-Que foi, tia? – Amélia perguntou.

-O que foi? Olhe em volta. O que você vê? – todos olharam.

-Ah... Nada. – foi Scorpius que respondeu.

-Você não vê nada, mas sabe o que EU vejo? UM CHIQUEIRO!Tá tudo empoeirado, tem pacote de tudo quanto é coisa aqui em baixo e não quero nem ver lá em cima!

-E o quê que você quer que a gente faça? – Scorpius perguntou impaciente.

-Hoje a gente vai aproveitar e arrumar tudo! – quando eu disse isso, Scorpius engasgou, Malfoy arregalou os olhos, Alvo ficou normal e Amélia e Catherine fizeram expressões de terror.

-Como é que é? – Malfoy perguntou perplexo. – VOCÊ É DOIDA?! ENLOUQUECEU?

-Tia Mione, vocês são bruxos! Façam um feitiço e tudo se limpará! – Amélia implorou praticamente.

-Não. – disse irredutível. – Se eu fizer isso, vocês se acostumarão mal. E o Malfoy também não vai fazer mágica nenhuma. – aproximei-me dele, peguei sua varinha na sua cintura, juntei com a minha e guardei-as na estante.

-Mas tia Mione, como a gente vai fazer isso? A gente nunca limpou nada na vida.

-Vocês podem até não limpar, mas sempre sobra para eu fazer essas coisas lá em casa. – Alvo disse indiferente.

-Que bom. – eu falei, não sendo irônica, só para constar. – Agora, vamos fazer assim. Iremos separar-nos em duplas, porém só um trio, ok? E vamos fazer isso por um sorteio. – fui até a estante, peguei um papel, picotei em alguns pedaços e escrevi os nossos nomes em cada papel, dobrando-os em seguida.

“Vamos começar sorteando o trio”, balancei os papeis na minha mão e joguei na mesinha de centro. “O primeiro nome é Catherine. O segundo é Alvo. E o terceiro é Anthony.” Merda, isso não ia acabar bem.

“A primeira dupla é Amélia e... Scorpius.” Merda, merda, mil vezes merda! Agora fudeu tudo. Sabe por quê? Quem foi a pessoa que sobrou além de mim? O MALFOY! Eu O-D-E-I-O sorteios! Eu sempre me ferro! (autora: eu também. Mas fazer o quê, né?).

-PUTA QUE PARIU! TEM JEITO DE EU TER MAIS AZAR, MERLIN? – Malfoy gritou, assustando a todos nós.

-Bom, vocês três vão ficar com o segundo andar, Amélia e Scorpius vão cuidar do lado de fora e... E... O Malfoy e... E eu vamos cuidar dessa parte. Agora, vamos lá!

P.O.V. AMÉLIA GIBSON (autora: se preparem, esse parte vai ser bem interessante...)

Eu só tenho azar nessa vida. Merlin só pode me odiar. Só pode! Eu devo ter sido uma menina muito má na encarnação passada! Por que eu tenho que merecer isso? Por quê?

-Vamos logo, Gibson! – Malfoy saiu irritado. Quem deveria estar mais irritada sou eu! Eu vou ter que atura-lo, eu vou ter que suporta-lo. Isso não tem como piorar! (autora: nunca diga isso...).

Saímos e vimos que até a área da piscina estava imunda. Tia Mione tinha razão. Aqui tá um chiqueiro! E olha que a gente tá aqui a menos de uma semana.

-Vamos começar? – perguntei. Malfoy bufou, mas começou a encher um balde para lavarmos o chão.

Depois de algum tempo, o balde encheu. Ele jogou a água no chão e eu joguei um pouco de detergente. Começamos a esfregar o chão. E estava cansando. Meu Merlin, tenho pena das empregadas.

-AI! – Malfoy, “sem querer” bateu o esfregão na minha perna. O idiota começou a rir de mim.

-AI! – ele reclamou quando eu bati o meu esfregão nele. – Sua idiota! – comecei a bater nele e ele em mim. Até que estava... Divertido.

Minhas roupas já estavam molhadas. E as deles também. Eu chegava a rir e ele também. Eu acho, acho não, tenho certeza que esse foi o primeiro momento de diversão entre nós.

Mas eu acho que o Malfoy cansou de brincar ou de tanto rir pois ele tentou me parar. Então ele puxou o meu esfregão, mas eu fui junto, escorregando. Caí no chão, mas me segurei nele, o fazendo cair em cima de mim.

-HAHAHA... HAHAHA... – nós riamos demais, sem ligar se éramos inimigos. Mas fomos parando de rir, olhando um nos olhos do outro.

Estávamos muito perto. Perto demais. Eu sentia a respiração ofegante do Scorpi... Malfoy! A respiração do Malfoy!

Eu não sei como aconteceu nem quando, mas quando dei por mim, estávamos nos beijando. Isso mesmo, nos BEIJANDO! Começou com um simples toque de lábios, mas fez o meu coração acelerar demais! Movemos a boca e minhas pernas viraram gelatina. Mas foi quando ele pediu passagem que tudo se transformou. E sabem o pior? Eu dei a passagem para ele. E foi aí que meu cérebro deu pane. Pane total! Eu não pensava mais em nada. Nada mais importava, só o beijo dele.

Ficamos por muito tempo se beijando. Ou não. Enquanto estávamos nos beijando, eu perdi totalmente a noção de tempo e espaço. A boca macia dele na minha, os cabelos sedosos sob as minhas mãos, suas mãos na minha cintura... Estava tudo bem, até precisarmos de ar. Hello, eu sou um ser humano. Não vai ser o melhor beijo do mundo que vai me impedir de respirar. Meu Merlin, o que foi que eu disse? Gente, esquece, ok? Não foi o melhor beijo da minha vida. Não foi. Não foi. Meu Merlin, foi sim. Eu confesso que foi com ele o melhor beijo da minha curta vida.

Voltando, nós precisamos respirar. Então paramos o beijo. Foi aí que a realidade se chocou conosco. Olhamo-nos assustados e separamo-nos rapidamente. Percebi seus cabelos totalmente bagunçados e sua boca extremamente vermelha e inchada. Meu Merlin, eu acabei de perceber a burrada que fiz.

-Mal-Malfoy... – minha voz falhou. Ele ficou vermelho, totalmente envergonhado. Levantou-se rapidamente e voltou a limpar o chão, virando-se e ficando de costas para mim. Voltei a limpar tudo também, mas minha mente voltava toda hora no beijo que tivemos. Meu coração ainda estava acelerado. O que está acontecendo comigo?

P.O.V. ALVO POTTER

Se vocês estão achando que Amélia e Scorpius ou a tia Mione e o tio Draco ficaram com a pior parte, estão enganados. Além de ter que limpar o segundo andar inteirinho, eu tenho que ficar segurando não uma vela, não um castiçal. Eu seguro uma TOCHA OLIMPICA! Pelo amor de Merlin, será que eles não poderia ficar namorando com o olhar longe de mim?

Olhei para fora da janela do corredor e não acreditei no que vi. Aqueles eram a Mia e o Scorpius se... BEIJANDO? Eu sabia que eles um dia iam se beijar. Só não esperei que fosse tão rápido. Meu Merlin, mais um casal?

Assim eu vou ficar para a titia. E isso não é legal. (autora: calma Alvo... Tudo na sua hora...) Autora, autora, o que você está tramando? *risadinhamaléficanofundo*.

Continuei limpando aquele banheiro. Aquilo estava mais sujo que chão de corujal! Tá, não tão exagerado, mas estava meio sujo. O que será que a gente fez para ficar tão sujo?

P.O.V. HERMIONE GRANGER

Estava sendo difícil. Muito difícil. Aquele lugar estava lotado de lixo. Já tirei pacotes de biscoitos e papeis de bala de tudo quanto é lado. Até debaixo do sofá eu tirei!

-Meu Merlin, eles são uns porcos! Meu Merlin, será que é tão difícil eles irem até o lixo e jogarem essas merdas lá?

-Granger, pare de reclamar! A gente já acabou aqui, agora a cozinha é a próxima parada. – pegamos as vassouras, esfregões, rodos e outras coisas mais e fomos para a cozinha. Ela estava um pouco menos suja, mas estava uma bagunça.

-Vamos lá! – começamos guardando as coisas na despensa e colocando as vasilhas limpas no lugar. Demorou uma bela de meia hora, mas conseguimos colocar tudo no lugar.

Tinha chegado a hora. Era hora de lavar as louças.

-Malfoy, vamos fazer assim: eu lavo, você ensaboa, eu enxáguo e você seca.

-Tudo bem, Granger. Tudo para acabar mais rápido. – comecei a lavar as vasilhas, passando água em todas. Malfoy começou a ensaboar tudo e confesso que ele daria uma boa dona de casa.

-Malfoy, anda! Uma lesma seria mais rápida!

-Aê? Então toma, Granger, a sua lesma. – ele jogou sabão em mim, molhando-me.

-Ah, é assim...? Toma você! – peguei a mangueirinha e joguei água nele que tentou se proteger.

E depois foi uma festa toda. O Malfoy pegou uma vasilha, encheu e jogou na minha cabeça aquela água gelada. Eu só ria. Aquilo estava muito engraçado. Joguei mais água nele que pegou a mangueira da minha mão e começou a jogar água em mim.

Continuamos a brincar até notar o que estávamos fazendo. Paramos de rir um pouco e voltamos a limpar tudo.

-Ah, Granger. Acho que a gente não vai secar esse chão de uma hora para outra. – vi que o chão estava encharcado.

-Que tal a gente usar só uma magiquinha? – perguntei. Ele sorriu para mim e corremos até a estante. Peguei a minha varinha primeiro e corri para a cozinha, fazendo o feitiço. Mas senti Malfoy caindo em cima de mim, jogando-nos no chão. Mas, em vez de brigar com ele, eu comecei a rir, junto com ele. Ele escorregou para o lado e ficamos fitando o teto até conseguirmos controlar a nossa respiração.

-Foi legal. – disse por fim. Escutamos alguns passos na escada (autora: ouço passos na escada, vejo a porta abrir... Um abajur cor de carne, os lençóis...) Autora, licencinha? (autora: oh! Desculpe! Meio que viajei!) Tá desculpada!

-Será outro segredinho nosso, ok? – Malfoy disse meio que sussurrando. Afirmei com a cabeça e escondi minha varinha. Depois preparei-me para brigar com o Malfoy.

-SEU IDIOTA! VOCÊ É MUITO DESCUIDADO!

-A CULPA NÃO FOI MINHA SE VOCÊ FOI IDIOTA O SUFICIENTE PARA NÃO SE SEGURAR!

-Meu Merlin, já voltaram a brigar? – Catherine falou, chegando na cozinha.

-Bom, fizemos nossa parte. Vou ver TV. – Alvo disse.

-Se eu encontrar papel de bala lá, vocês vão se arrepender. – avisei quando vi Anthony pegar algumas balas na despensa. Assim que me ouviu, ele voltou com tudo para o lugar e saiu correndo para a sala, onde Catherine e Alvo já estavam.

Sorri. Eles nem haviam notado que a gente estava fingindo brigar.

-Enganamos eles direitinho, não? – Malfoy perguntou.

-Brigar é nossa especialidade. – pisquei para ele, que deu uma risada. Ele levantou-se e me ajudou a levantar. Depois continuamos a lavar as vasilhas, sem mais brincadeiras dessa vez. Mas às vezes sorriamos um para o outro, como se compartilhássemos um segredo só nosso. Como se isso fosse mentira, né?

Terminamos de lavar as coisas e subimos para tomarmos um banho (separados, ok?). Entrei no meu quarto e fechei a porta, escorregando escorada na porta até chegar ao chão. Eu adorei esse momento só nosso. Não pensamos nas nossas diferenças nem nas nossas brigas. Nós só brincamos como simples adolescentes. Ou crianças mesmo. Mas eu tinha que parar de pensar naquilo. Porque no final, o Malfoy sempre será o mesmo. E isso nunca mudará. Nem se eu quisesse.