A Marca escrita por Sweet Nightmares


Capítulo 22
Projeto de psicopata (Rebeca)


Notas iniciais do capítulo

aê, finalmente, blá, blá.
eu escrevi em dezembro...
mas aí perdi tudo.
aí tive q rescrever e ficou meio...
sei lá, lê aí e vê o q vc achou.



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–A Raquel está morta... - disse a ruiva, com o olhar vazio.

–Você é minha avó... - falei, provavelmente com o mesmo olhar.

–Minha filha... Ele matou minha filha... - choramingou.

–Você é minha avó! - exclamei entre lágrimas.

E não eram lágrimas de felicidade.

Eram de depressão mesmo.

Quer dizer, cara, se coloca no meu lugar: Você é uma nerd, até que é bonitinha, mas ninguém repara nisso por você ser inteligente demais. Aí conhece um filho da puta que não entende que você é brasileira e acha que, só porque seu sobrenome é Cortez, você é mexicana. E, como você é masoquista, se - argh! - apaixona por ele. Mas aí ele fica todo atirado pra cima da loira gostosa que ainda por cima é francesa e inteligente de uma maneira não irritante. Conclusão: Você não tem chance, é. Então você vai fazer alguma coisa para evitar o que aparentemente é uma morte certa te esperando e conhece sua avó que é ruiva, jovem e bem mais bonita que você.

O que você faria no meu lugar?

Eu me mataria, se não tivesse prometido pro Lucas que eu não ia morrer.

–Pobre Raquel! - minha avó começou a chorar.

–Pobre eu! - chorei mais alto.

Ela respirou fundo e me abraçou.

–Calma, querida... Sei que deve ser difícil ter perdido a mãe, mas...

–Eu não tô chorando por isso! Já superei a morte dela. - mentira, eu chorava toda noite por ela.

–Então porque está chorando?

Porque você tem mais chances de ficar com o James do que eu, vovó.

–Hormônios.

Ela me encarou como se eu fosse uma aberração. Eu? Aberração? Quem era a velha de, aparentemente, 26 anos ali, hein?

Finalmente a jovem velha, minha avó, me soltou.

–Vovó... - chamei meio hesitante.

–Sim? - percebi que ela também hesitou. Devia ser estranho pra ela.

–Como você pode aparentar tão jovem?

–Ah, isso é por causa da estrela, querida!

–Hein?

–A imortalidade que ela nos passa.

–Então eu sou imortal? - imediatamente esqueci o fato da minha avó ser mais bonita que eu.

–É... Bem, não exatamente...

–Como assim?

–Ora, toda graça tem seu preço.

Eu estava tão confusa quanto... Bem, quanto o Lucas na aula de Física.

–Toda o quê tem seu quem?! - perguntei.

–Para ser imortal, é claro, você precisa de uma fonte de energia...

–Que seria...?

–Energia alheia.

–Ah... Não entendi. - eu odiava não entender as coisas.

–Matar, fofa. Você tem que matar.

Gritei. Gritei com todas as minhas forças.

Terminei de gritar.

–Como assim, velha jovem?!

–É assim que a estrela funciona.

Estremeci. A ideia de matar alguém me enojava. Encarei a ruiva na minha frente, lembrando das circunstâncias em que nos encontramos.

Ótimo, agora eu enojava minha avó serial killer que tinha tentado me matar.

–Bem, você não precisa matar, se não quiser...

–Não? - se eu fosse duas, a outra de mim diria que meus olhos brilharam.

–Não. Se bem que...

–Se bem que o quê? O quê? O que você vai dizer pra estragar minha felicidade?!

–Você provavelmente vai se render aos seus instintos... É preciso muito auto-controle pra parar de matar. Aprecio isso em Pablo, pena que o mataram.

–Como você sabe que ele parou de matar?

–Querida, qual parte de "matar nos torna imortais" você não entendeu?

Parei para raciocinar e para me xingar internamente por ter feito uma pergunta tão idiota quanto aquela.

–Então a única maneira de não morrer... É matar?

–É basicamente isso.

Caí pra trás, sentindo a grama tocar meu corpo e uma raiz de árvore tocar minha cabeça. Minha visão foi escurecendo e meus olhos se fecharam.

Abri os olhos em algum lugar com paredes de madeira.

Levantei lentamente e passei a mão no cabelo, ele estava curto e macio e... se mexendo?

Passei a mão no meu cabelo-móvel e senti um fio grande, duro e grosso - cara, só eu acho que isso soou meio pornográfico? - e meu cabelo te mexeu de novo. Peguei meu cabelo pelo rabo - cuja descrição é pornográfica - e o joguei longe gritando:

–Meu cabelo é um rato!

Passei a mão no meu cabelo de verdade enquanto eu chorava de nojo. Abracei meus joelhos e me balancei, chamando por minha mãe.

Minha jovem e ruiva avó entrou no cômodo furreca da cabana no meio da floresta em que eu me encontrava.

–O que houve?

–Tinha um rato no meu cabelo! - senti um arrepio de nojo.

–Ah, pensei que você ainda estivesse surtando porque em breve você vai se tornar uma assassina instintiva. E eu sei que é em breve porque sua transformação já começou. - ela apontou pra minha marca - Olha! Tá parecendo que ela criou raízes pequenas e finas na sua pele. Como se você tivesse desenhado a estrela a canetinha e a tinta estivesse se esvaindo aos poucos.

–Transformação? - essa era nova.

–É.

–E qual é a próxima etapa da transformação, vó? - perguntei.

Ela me olhou nos olhos.

–Você vai descobrir. - disse, saindo pela janela e me deixando sozinha e sem respostas.

–Porque todo mundo tem que sumir ou morrer antes de terminar de explicar as coisas? Vocês acham isso engraçado? Porque eu não acho! - gritei olhando para o chão e depois para o céu.

Saí da casa e passei horas andando até achar o cemitério, para poder voltar para o hotel.

Subi até o quarto de James, deixando um bilhete embaixo da porta dele e, finalmente, fui para meu quarto, tomei um banho e dormi.



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Notas finais do capítulo

Seja sincero no seu review ^^