A Deusa do Medo escrita por Ana e Mah


Capítulo 29
Charles convence o vendedor de um jeito estranho


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora pessoal, távamos meio enrroladas essa semana
Mas nós voltamos com tudo! rsrsrsrs
Leiam ai...



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PVO Silena

   Kathy enxugou as lágrimas e foi até Charles. Ela pulou na mesa de pimball e depois no meu irmão.

    Charles ficou por uns cinco segundos sem expressão e depois caiu para trás e lá eles ficaram, no chão se pegando.

    Comecei a rir e Luke me acompanhou.

    Depois de gargalharmos até nossas bochechas doerem, fomos subindo para arrumar nossas malas quando encontramos Kathy no colo de Charles subindo as escadas. Então Luke brincou:

       --- Já vão para o quarto?

       --- Calma lá --- completei --- Não quero ser tia tão cedo.

       Kathy mostrou a língua e os dois continuaram a subir.

       --- E mãe? --- perguntou Luke.

       Dei-lhe um tapa na cara.

       --- Nunca mais repita isso --- disse --- Tenho certeza de que não quer ser pai!

       Subi rapidamente para arrumar as coisas.

       Depois de algum tempo, estávamos todos na frente do Hotel com as mochilas nas mãos.

        --- Já vão embora? --- perguntou a recepcionista com uma voz doce --- Tenho certeza que desejam ficar mais um pouco, estou certa?

       --- Não, obrigada, mas não queremos --- falei com uma voz firme.

       --- Tem certeza? Só mais uns minutinhos... --- insistiu ela.

       --- Já disse que não!

       --- Ora vamos, sei que vocês não querem sair daqui --- o sorriso da moça desapareceu --- Ninguém quer sair daqui!

       Luke, Charles e Kathy recuaram.

       Concentrei-me e entrei na mente da recepcionista.

       Procurei seu maior medo dentro de suas lembranças, mas a única coisa que encontrei foi a figura de uma mulher idosa, muito velha mesmo, quase definhando. Seria aquele o maior medo dela? Uma velinha?

        E só então compreendi. Aquela não era uma simples idosa, era a recepcionista mais velha, muito mais velha. Era daquilo que ela tinha medo. Da velhice. E era por isso que ela trabalhava no Cassino Lótus, porque é o lugar onde o tempo não passa.

         Ativei a lembrança.

         A recepcionista deu um berro e caiu de joelhos no chão, paralisada.

         --- Vamos --- disse eu saindo correndo atrás de Luke, Charles e Kathy para fora do Cassino.

        Só paramos de correr quando chegamos à uma rodoviária no quarteirão ao lado.

        --- Podemos pegar um ônibus até a cidade portuária mais próxima e de lá pegamos um barco e seguimos até o Norte --- sugeriu Kathy.

        --- Pode ser --- concordei --- Mas vamos tentar ficar longe de confusão dessa vez. Não temos mais tempo.

        --- Vou comprar as passagens --- disse Charles.

        --- Com que dinheiro? --- perguntei --- Gastamos tudo que tínhamos.

        Meu irmão sorriu e mostrou o cartão de crédito com o símbolo do infinito que havíamos ganhado no Cassino Lótus.

        Sorri.

        --- Bem pensado --- falei.

        Charles saiu correndo em direção à bilheteria.

         Quando vi que meu irmão já estava longe o bastante, disse a Kathy:

         --- Que beijo aquele, em?

         Ela corou.

         Eu e Luke caímos na gargalhada.

          Quando finalmente paramos de rir, ninguém disse absolutamente nada. Passamos um bom tempo em silêncio até Kathy dizer:

          --- Cadê o Charles? Já faz uns 20 min desde que ele foi comprar as passagens.

          --- Tem razão, vamos lá ajudá-lo --- falei correndo na direção de Charles.

          Ao chegarmos à bilheteria, encontramos Charles discutindo com o vendedor.

          --- Por que você não pode aceitar? --- perguntou meu irmão, indignado --- É um cartÃo comum!

           --- Lamento senhor, mas este cartão é inválido --- disse o vendedor.

           --- Como assim inválido?! É válido sim, e muito! Acabei de carregar o limite do cartão!

           --- Acalme-se senhor, você pode pagar em dinheiro se preferir.

             --- Não! Eu quero pagar com este cartão e o senhor vai aceitar sim! --- e neste instante aconteceu algo muito estranho.

              Charles encarou o vendedor, e por uma fração de segundos, pude ver seus lindos olhos cinzas ficarem castanhos, iguais aos do vendedor.

               Então meu irmão pronunciou duas palavras esquisitas que não consegui compreender muito bem, mas que causaram reação imediata no vendedor.

               --- Claro, mestre. Aqui estão suas passagens --- avoz do homem estava igual a de um zumbi.

               --- Muito obrigado --- os olhos de Charles voltaram ao normal e ele virou-se em nossa direção.

               Nós o encarávamos de olhos arregalados e de queixo caído.

               --- O que foi isso? --- perguntei assustada.

               --- Não faço ideia --- respondeu Charles. Ele parecia mais assustado que todos nós.

               --- Vamos logo, o ônibus sai daqui a pouco --- disse Kathy.


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Notas finais do capítulo

E então? Merecemos reviews? Se nÃo merecemos, manda do mesmo jeito, pode criticar a vontade
beijinhos
Ana & Mah