Adeus Amor! escrita por Mandy-Jam


Capítulo 10
Uma chama se apaga


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai o penúltimo capítulo de "Adeus amor"!
Boa leitura...



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Quando o Sol começou a surgir no horizonte, Héstia acordou em um pulo. Ela tinha dormido no banco do motorista, e esticou a mão para acordar Hermes ao seu lado,

- Hermes, acorda. – Disse ela – Ares, Apolo, vocês também!

Os Deuses abriram os olhos devagar. Ares passou a mão pela testa, e Apolo soltou um bocejo sonolento.

- Mais um minutinho... Por favor. – Pediu Apolo virando-se para dormir mais um pouco, mas Héstia não deixou.

- Nem mais um minuto! Já tivemos mais tempo do que realmente podíamos ter, por isso vamos agora mesmo pedir desculpas para a Afrodite. Vamos! – Exclamou Héstia. Todos resmungaram preferindo ir dormir.

- Héstia, se ela esperou a noite toda, ela pode esperar mais algumas horinhas. – Disse Hermes calmamente – Eu voto para voltarmos á dormir.

- Apoiado. – Disse Ares virando-se e encostando o rosto no vidro. Seus olhos se fecharam e o mesmo aconteceu com os outros Deuses. Héstia não pensou duas vezes. Ela tocou no botão do rádio, e uma música alta começou a tocar.

- Rock this party! Dance, everybody! Make rock in this party! Everybody dance now! – Tocava no último volume. Todos deram um pulo de seus acentos, e olharam para Héstia com raiva.

- Tá bom! Vamos logo para eu poder dormir em paz de novo. – Reclamou Ares em um resmungo.

- Obrigada. – Disse ela ligando o carro.

Héstia começou a dirigir em direção ao Central Park, mas á medida que ia andando o transito ficava cada vez mais intenso e parado. A Deusa praguejou em grego e revirou os olhos.

- Assim nunca vamos sair do lugar... – Disse triste.

- Eu dou um jeito nisso, querida. – Disse Hermes calmamente. Ele olhou para frente e fez um leve movimento com as duas mãos. O Deus das corridas moveu todos os carros para a direta, e alguns outros para a esquerda, abrindo um caminho longo e livre só para ela.

- Obrigada, Hermes. – Agradeceu ela pisando fundo no acelerador.

Enquanto ela corria, Apolo, Ares e Hermes passavam a mão pelos cabelos, ou ajeitavam as roupas que estavam completamente amassadas por serem usadas como pijamas.

Demoraria alguns minutos para chegarem, mas a Deusa torcia para que desse tempo, e para que Afrodite não tivesse ido embora.

Hefesto estava dormindo no banco do parque, e encostada ao seu ombro com a cabeça estava a Deusa do amor. Algumas pessoas passaram por ali, e soltaram suspiros dizendo “que fofo”, ou coisas do tipo.

Um esquilo pulou na cabeça do Deus das forjas, e ele acordou em um sobressalto. Afrodite, consequentemente também. Os olhos da Deus piscaram confusos para Hefesto, e ele notou que a tinha acordado.

- Afrodite? – Perguntou em uma voz falhada – Desculpe. Eu te acordei...?

- Não, não tem problema. – Disse ela em um bocejo. A Deusa do amor olhou em volta e notou que já era de manhã – Até quando?

Hefesto olhou para ela sem entender o que queria dizer com aquilo, e se espreguiçou um pouco.

- Até quando o que? – Perguntou.

- Até quando vocês acham que podem me enganar? – Perguntou ela em um tom de voz levemente triste.

- Nós não estamos te enganando. Mesmo. – Disse ele – Héstia só teve problemas em achá-los, só isso.

- Problemas para achá-los, ou problemas para convencê-los de vir até aqui? – Perguntou ela cruzando os braços, ainda triste – Hefesto... Ela deve estar no Olimpo agora mesmo tentando fazer com que eles venham até aqui.

- Claro que não. Não é nada disso. – Negou ele – Ela deve estar chegando agora mesmo...

- Francamente, Hefesto! Você acha que eu sou tola?! – Perguntou triste se levantando – Nenhum deles liga para mim. Nem mesmo o Ares liga para mim, e eu duvido que você seja diferente.

- Eu ligo. – Disse ele devagar.

- Liga nada. Só deve ter passado a noite vendo as estrelas comigo, porque quer apoiar o plano de Héstia. Você quer me enganar como todos os outros. – Disse ela sentida.

- Será que é tão difícil acreditar no que eu digo?! – Perguntou ele se levantando também – Afrodite, ninguém está mentindo para você. Te queremos de volta, e eles vêm sim pedir desculpas.

- É. Depois que Héstia os convencer disso. Mas não vão ser desculpas sinceras. – Negou Afrodite. Ela se virou para ir embora, mas Hefesto tocou em seu braço.

- Afrodite, por favor... – Pediu ele.

- Sabe como é terrível um lugar sem amor? – Perguntou ela olhando para ele – Sabe como é olhar para quem você ama, e simplesmente não sentir nada mais? É assim que o Olimpo vai ficar sem mim, mas parece que ninguém se importa. Em tempos como esse, onde ninguém tem tempo para nada, não tem espaço para mim, Hefesto. Não mesmo.

- Não é verdade. – Negou ele – O amor não pode simplesmente morrer. Não sou expert nisso, mas sei muito bem que tem gente que ainda ama alguém no Olimpo.

- É, mas esse sentimento vai se enfraquecer como uma chama fraca. O vento vai batendo e batendo, até que por fim ela se apaga por completo. – Disse ela – Vai ser assim que vai acontecer. Aos poucos esse sentimento vai sumir, e não vai ter nada que possam fazer.

- Você vai deixar isso acontecer? – Perguntou ele.

- Eu... – Afrodite se deteve – Foram vocês que escolheram isso. Não eu.

- Fica, por favor! – Pediu ele.

- Não! – Exclamou ela – Até por que... Eu mesmo não sei mais se ainda amo.

- Agora está exagerando. – Disse Hefesto – Está dizendo que não me ama? Ou que não ama o Ares, ou qualquer outro mortal por quem você tenha se apaixonado?

- Não. Eu não quero mais ninguém. Me deixem em paz, todos vocês! – Exclamou ela com lágrimas nos olhos. Afrodite saiu correndo para longe do parque, e Hefesto tentou segui-la.

Ele não conseguia correr muito bem, por ser levemente aleijado de uma perna, por isso acabou parando na metade do caminho. Ele sentou-se em um banco, e pode sentir o efeito do que Afrodite dissera.

Seu coração parecia vazio de repente. Como se nunca tivesse nada lá dentro. Como se Afrodite nunca tivesse completado ele.

O Deus das forjas sentiu-se completamente largado. Como se nada mais tivesse importância para ele. Afinal, Afrodite fora embora. Ele não iria levá-la para casa junto com Héstia e os outros.

O Olimpo viraria um caos, esse era o fato. E não havia nada que ele pudesse fazer.

- Afrodite! – Chamaram algumas vozes juntas.

Hefesto olhou para o lado e viu Héstia, Ares, Apolo e Hermes chegarem correndo. Eles respiravam pesadamente, e pararam do lado do Deus.

- Tarde demais. Ela acabou de deixar a todos nós. – Disse ele desanimado.

- O que?! Mas...! – Héstia estava sem ar.

- Héstia... Acabou. Ela disse que nunca mais ia voltar. – Disse ele triste – Disse que não quer ver mais nenhum de nós.

- Mas isso não pode ser. – Disse Apolo – Ela não vai agüentar sem ver a gente.

- É. Ela não pode estar falando sério. – Negou Hermes – O que ela disse?

Hefesto olhou para eles, e negou com a cabeça.

- Sabe o que ela disse? Disse que ia embora. Disse que o amor sumiria do Olimpo, e que todos os sentimentos bons que temos uns pelos outros vão voar pela janela junto com ela. – Contou ele – Não vão ter amizades, ou famílias felizes, e muito menos pessoas apaixonadas. Nada disso. Vamos todos nos voltar uns contra os outros, ou agir de forma indiferente.

- Isso não vai acontecer. – Negou Ares – Até parece que as pessoas vão...

- Vão sim. – Afirmou Hefesto – Você não consegue sentir o clima diferente?

Eles pararam um segundo e notaram. Era como se faltasse algo dentro deles. Podiam não ser completos antes, mas nunca foram tão incompletos em milênios. Não tinha mais amor. Por mais que eles tentassem, eles não lembravam de ter amado ninguém.

Era como se grande parte da vida deles fossem simplesmente apagada.

- Eu não lembro da May. – Murmurou Hermes – Não lembro do que senti por ela.

- Eu... Esqueci a Dafne. Eu... Gostava dela? – Perguntou Apolo confuso.

Ares olhou para eles e franziu o cenho. Ele tentava também, mas se lembrava só vagamente de quem gostava. Ele gostava de Afrodite, não era? Bem... Talvez por gostar da Deusa do amor, esse sentimento demorasse um pouco mais á sumir dele.

Ele adorava guerras, isso era um fato. Brigas, lutas, violências, pessoas reclamando umas com as outras. Mas... Ver todos que ele conhecia brigando para sempre não parecia certo.

- Não... – Negou ele.

- Ela se foi. – Disse Héstia com vontade de chorar.

- Cala essa boca. Ninguém se foi, ouviu bem?! – Exclamou ele. Ares olhou para a direção em que Afrodite tinha provavelmente ido e saiu correndo – Eu não vou deixar ela ir embora assim!

Hermes e Apolo seguiram ele correndo.

Ares foi para a primeira direção que viu. Depois de passar todo o Central Park, ele saiu gritando o nome da Deusa sem se importar com o que os mortais iam pensar dele.

Correram muito. Mesmo.

Até Hermes ficou cansado, mas por fim valeu a pena. Pois na frente deles, á uns metros de distância, estava a mulher mais linda de toda New York. Provavelmente de todo o mundo. Ela tentava dar partida em uma moto que parecia um pouco rude demais para seu estilo delicado e charmoso.

- Afrodite! – Berrou Ares o mais alto possível.

Afrodite virou-se ainda sentada para ver quem a chamara. Seus olhos lacrimosos estavam cobertos por óculos escuros, e seus cabelo loiro claro esvoaçava ao vento.

Os três falaram juntos, como se fosse combinado.

- Sentimos muito! – Berraram quase que em desespero – Por favor, volta!


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Notas finais do capítulo

O que acham que Afrodite vai responder á eles?
Eles nem estavam desesperados nem nada, né? Haha.
Espero por reviews, ou recomendações. Beijos e até o próximo e último capítulo!
PS: Nas próximas notas vou falar de uma outra fic mais ou menos do mesmo tamanho, que pretendo postar.