Após o Apocalipse escrita por Alana5012


Capítulo 12
A Vingança de Lucífer


Notas iniciais do capítulo

Legenda
Diálogos: - Creio que sim, Lucian; você não?
Pensamento: "Itálico"
Lembrança: Negrito
Narração: O fato é que muito ainda estava para acontecer - outra vez...
Mudança de Tempo e Espaço: ●๋..●๋



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  O que deveria ser como outra manhã qualquer, começou com um dia repleto de tragédias terríveis e um céu que, aos poucos, foi ficando nublado, anunciando a vinda de uma terrível tempestade, que ia se aproximando depressa. Nos noticiários de todo mundo: “O terremoto que devastou o Chile foi o pior já ocorrido na História, ultrapassando o último da década de 60, tendo atingido magnitude de 9,8 na escala Richter...”, “A erupção de um vulcão inativo que matou centenas de pessoas na Indonésia...”, “O tsunami que destruiu grande parte da Ásia: os números já chegam a 300 mil vítimas das ondas gigantes...”, “A pandemia que vem se espalhando em proporções assombrosas nos países do continente africano”... Era só o que se ouvia.

  - Um dia... - O loiro sussurrou encarando o jornal que apertava entre os dedos com um semblante que ostentava imensa preocupação - O desgraçado só precisou de um dia... para recomeçar de onde parou há cinco anos; pessoas estão morrendo, no mundo todo, e tudo por minha culpa: porque eu não o matei da última vez. UM ÚNICO DIA! - Berrou de repente, fazendo com que os que estavam ao redor de si afastassem-se nervosos.

  - Lamento... - Miguel foi o único que ousou pronunciar-se naquele instante.

  - LAMENTA? VOCÊ poderia ter impedido; e o que fez? Nada. NADA!!! - Dean estava visivelmente atordoado com a situação. Sam o fitava preocupado. Nunca vira o irmão em circustâncias tão atenuantes; temia pelo bem estar do mesmo. Sabia o dilema que enfrentava, assim como antes, e por isso sentia-se melhor em saber que, ao menos daquela vez, estaria ao lado do loiro para auxiliá-lo num momento tão delicado, e não servindo de receptáculo para o Diabo.

  - Eu não deveria interferir... - Justificou-se. O semblante do anjo denotava indiferença, e isso irritava profundamente Dean.

  - CALA A BOCA! - As mãos correndo de forma agressiva por sua face. Depois de um ou dois minutos, o Winchester mais velho já estava mais calmo - Só... fica quieto, Miguel. - Murmurou.

  - Sou eu quem o deve derrotar; não você. Se me ajudar, e isso é uma promessa: nunca mais será envolvido com o Apocalipse ou qualquer outra coisa do tipo, dou-lhe a minha palavra. Essa é a última vez. - Havia algo nas palavras do anjo que reconfortava Dean. Era bom saber que não precisava se preocupar em lidar com o Satã pessoalmente outra vez e que não carregaria o fardo que ser o responsável trazia; pelo menos não mais.

  - ‘Tá bem. - Concordou pondo-se de pé - Então vamos logo acabar com isso, okay?

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  Incrível como as coisas mudam tão rápido. Me lembra as crianças: num determinado momento, discutem por algo bobo (porém, naquele momento, parece ser de grande importância); no outro, voltam a brincar como se nada tivesse se passado. Coisa que tem muita lógica, afinal, porque insistir numa discussão que não leva a nada? Pena Lucífer não ser uma criança, do contrário, daria-se conta do quanto está sendo tolo... No entanto, ele é um anjo (ou já o foi, como disse antes, isso é meio incerto); o fato é que, do seu modo de ver, é um ser perfeito que não comete erros, e muito menos se submete. Realmente, tudo seria mais fácil se ele fosse apenas uma criança que equivocou-se...

  - Isto é: ninguém surpreender-se-ia acaso eu me unisse ao “Exército de Dean Winchester”; já se espera uma coisa assim de um desertor. Agora você... Garanto que foi um choque para os outros saber que uma das cadelas do Diabo havia se rebelado. Chocante e inesperado: bem diferente do que acontece nesses programas de TV... - Concluiu dando de ombros; Megan riu. Verdade que houve uma época que considerava Crowley um traidor da pior espécie, e não foram poucas as vezes que confrontaram-se quando Lucífer enfim retornou. Mas agora, era como se nada disso tivesse acontecido: trocar suas almas, transformar-se em demônios, o fim do mundo... Nada. Tinham esquecido: exatamente como fazem as crianças.

  - Nunca pensei que pudéssemos ser amigos. - A loira confessou-lhe depois de um tempo em que os dois estavam calados - Não que eu goste de você ou algo do tipo... Só não sinto mais vontade de cortar sua garganta cada vez que nos encontramos. - O escocês franziu o cenho diante do comentário em demasiado franco. Balançou a cabeça como se ignorando o que tinha acabado de ouvir.

  - Ainda bem. - Murmurou antes de tomar outro gole da garrafa Craig (uns trinta anos - no mínimo) que encontrava-se em suas mãos.

  - Acha que desta vez vamos ficar bem? - Perguntou agora aparentemente preocupada. Não que duvidasse de Dean ou Miguel, era só insegurança: medo.

  - Sei lá... - Respondeu indiferente - Bem, estamos com os Winchesters, então... Acho que tudo é possível. - Falou num tom que denotava grande incerteza; o que fez Meg rir uma vez mais.

●๋•..●๋•

  - Pense que, um dia, iremos olhar para trás e rir de tudo o que está acontecendo agora... - Disse como se tentasse convencer a si mesmo.

  - Não acredita mesmo nisso, acredita? - A ceifadora observava-o incrédula; Baldur limitava-se a escutar a conversa dos outros dois em silêncio, como sempre muito cauteloso.

  - Hã... Não; mas hoje mesmo eu posso morrer, então prefiro pensar que isso vai acabar logo e um dia vamos todos rir dessa situação. - Balthazar explicou de maneira banal, fazendo Tessa explodir numa gargalhada contagiante.

  - Bom, se isso te faz sentir melhor, estou rindo agora. - Falou cutucando Baldur, que revirou os olhos, entediado.

  - Quanto senso de humor... - Balbuciou irônico, recebendo um olhar frustrado por parte de ambos.

  - Aproveitem enquanto podem! - Zachariah e Raphael chegaram neste momento, aparecendo quando um ruflar de asas cortou a atmosfera - Pode não haver um amanhã...

  - E com certeza não vai ter hoje se Dean Winchester decidir se precipitar. - Completou o segundo anjo.

  - Nem mesmo Dean seria tão burro. - O ex-pagão tinha razão: o loiro não arriscaria tudo se não estivesse convicto a respeito do que faria - Estamos falando do Lucífer: podemos esperar tudo do Satã. E se acharam o que aconteceu hoje de manhã surpreendente, não queiram ver o que está por vir...

  - Não se preocupe, meu caro amigo, porque não pretendemos descobrir. - Balthazar interrompeu-o propositalmente, apenas para vê-lo bufar irritado. Precisavam aproveitar pequenos momentos como aquele: talvez fossem os últimos.

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“E pensar que tudo isso pode ser minha culpa...” A morena pensava “Fui eu que o deixou irritado; acho que esqueci com quem estava realmente lidando. Às vezes, me esqueço do quanto ele é bom manipulando as pessoas ao seu redor. Queria poder acreditar que nem tudo foi uma mentira...” Suspirou. Bastaram apenas umas poucas horas para que Lucífer voltasse a ser o mesmo que era antes; e será que já fora outro, se não o de sempre? Embora a menina preferisse acreditar que sim, sabia que ter certeza disso não era algo muito sensato de se fazer. Afinal, confiara no Diabo uma vez, e veja só o que acontecera...

  - Você tem razão: eu errei. - Ao ouvir a voz dele tão próxima de si, sentiu seu coração disparar, o ar lhe faltar e o pânico dominá-la. Virou-se lentamente para encarar a figura que conhecia até então como Lucian Thompson; este lhe sorria - Oi... Tudo bem? - As batidas aceleradas faziam com que o sangue fosse bombeado ainda mais rapidamente, deixando a visão de Alice, que permanecia muda, ainda mais turva. As palavras pareciam ter simplesmente sumido naquele instante - Olha, o que eu fiz não foi certo... Mas você sabe que tudo o que faço é porque te amo, não? - A cada segundo, o cheiro, ah, aquele perfume inebriante que vinha sabe-se lá de onde, tomava conta de si, e a realidade distanciava-se cada vez mais.

  - O que... O que você fez comigo? - Foi só o que pode sussurrar antes de tombar para frente, o corpo pesado de mais para que suas pernas pudessem sustentá-la. Antes que encontrasse o solo, uma vez mais ele a segurou, tal qual a noite em que se conheceram... O momento em que sua vida se transformara num Inferno.

  - Desculpe-me, mas simplesmente não posso deixar que você fique longe de mim... - Sussurrou, muito próximo da jovem, que estremeceu - Sei que você me acha louco, tem medo de mim e... talvez nunca me perdoe; mas, para ser franco, eu não me importo: desde que você esteja aqui. Não posso te perder... - Agora podia sentir o aroma que a entorpecia de tal forma emanando dele; aquelas palavras, tão familiares, sim, ela já as conhecia, ouvira-as antes e veja só o que acontecera. Por isso estas lhe pareciam hipócritas, falsas e sem um mínimo de honestidade - Mesmo que você me odeie pelo resto da eternidade, não iria aguentar viver sem você... - Tão perto... Não precisou se inclinar mais do que uns poucos centímetros até encontrar os lábios da jovem; os olhos, tão lindos, cerrados serenamente: parecia dormir. Sim, e quem dera ela jamais precisasse acordar daquele pesadelo. Com a garota inconsciente em seus braços, tal qual na noite em que se apresentou diante de Alice pela primeira vez, desapareceu, levando-a consigo, afastando-a daquele lugar que estava sendo atacado por seus demônios e subordinados, os dois exércitos travando uma feroz batalha: era o contra-ataque que Lucífer devia a Dean... - Considere isto como a minha vingança pelo que aconteceu há cinco anos, Winchester. - Dizia para o vento, ninguém específicamente, já que a menina agora jazia incosciente, tal qual uma reflexão - Não gosto de você; aliou-se à malditos traidores, seu irmão tentou roubar a minha esposa, e... Ah, quase me esqueci: sempre que nos encontramos, vocês tentam me matar. Nem mesmo Miguel poderá ajudá-los agora. 

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Notas finais do capítulo

Como eu disse, "o fim está próximo": essa semana estive pensando e cheguei a conclusão de que seria melhor fazer um final alternativo, isto é, encerrar a fic de duas formas - numa Alice fica com Sam, e na outra com Lucífer; que tal?!