Coletânea de Song Fics escrita por Ana Paula Fanfics


Capítulo 4
I’m Yours




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Você me fez e aposto que você sentiu

Eu tentei te vencer, mas você é tão quente, que derreti

Eu caí através rachaduras, agora eu estou tentando voltar

Respirei profundamente enquanto observava o reflexo que a luz da lua fazia nas águas calmas e limpas do pequeno lago. Meus pés estavam nas águas frias mas muito agradáveis, eu os movendo pra frente e pra trás no mesmo ritmo de meu desânimo. Observei também que as marolas que tais movimentos faziam iam até certo ponto e então desapareciam, as águas voltando à tranqüilidade anterior a minha intervenção.

A vida é uma bosta. Por que quando não há mais nada pra fazer, você começa a pensar e observar cada coisa inútil.

Antes que o frio passe, Eu darei o meu melhor

E nada, além de uma intervenção divina, vai me parar

Eu cobro de novo, minha vez de ganhar ou aprender um pouco

Ali, sentada naquele deque, a música abafada do baile que estava rolando a alguns metros de distância, eu apenas observava a água do lago.

Por que eu não tinha nada de melhor pra fazer. Então simplesmente retirara meus sapatos de salto alto e enrolara meu vestido até o meio das coxas, sentando-me ali pra fazer... nada.

Não era exatamente assim que eu planejara terminar minha noite, mas... fazer o que?

Mas eu não vou hesitar, não mais, não mais

Eu não posso esperar, eu sou seu

- O que uma moça tão linda faz sozinha numa noite tão perfeita? – uma voz conhecida soou às minhas costas me pregando o maior susto. Saltei bruscamente e me virei pra dar de cara com um sorriso torto e zombeteiro.

- Vai pro inferno, Edward. – resmunguei voltando meus olhos pro reflexo prateado da lua cheia.

- Alguém aqui está de mal humor... – ele cantarolou tirando uma com minha cara, o desgraçado.

- Minha noite já ta bem fodida, muito obrigada. Não preciso de você pra acabar de foder com ela. – funguei desanimada nem me dando conta de que ele retirara os sapatos e arregaçara as calças, sentando-se ao meu lado numa imitação perfeita da minha postura.

- Não é só sua noite que está fodida, meu bem. – ele riu quando virei meu rosto pra encarar o seu que agora estava quase na altura do meu, já que ele era mais alto. – Ou “não fodida”, sei lá. Agora me confundi.

Bem, abra sua mente, e veja como eu

Abra seus planos, e caramba, você é livre

Olha para seu coração e você encontrará amor, amor, amor

Edward Cullen era meu melhor amigo desde... desde sempre, eu acho. Desde que eu me entendo por gente posso me recordar de tê-lo ao meu lado, sempre convivendo com as mesmas pessoas, freqüentando os mesmos lugares, fazendo as mesmas coisas...

Fato era que sempre gostei de Edward. Pena mesmo que ele não passasse de um ótimo amigo... é.

Escute a música do momento, pessoas cantam e dançam

Nós somos só uma grande família, e

É seu direito divino esquecido de ser amada, amor, amada, amor, amada

- Jacob bancou o engraçadinho ou o que? – ele perguntou como quem não queria nada, mas eu sabia que dependendo do que eu dissesse no dia seguinte Jacob estaria estreando alguns hematomas.

- Não, não foi isso. – suspirei ao voltar a encarar as marolas provocadas por meus pés. E agora pelos dele. – Desanimei quando o vi entornar a décima cerveja naquela competição idiota. Sei quando minha noite não acabará bem e... era exatamente isso que ia acontecer, sabe? Carregar um bêbado pra casa não faz parte dos meus planos.

- Meus pêsames. – ele riu, bem humorado. Virei minha cabeça pra encará-lo mais uma vez.

- E a Jéssica? – perguntei com a testa franzida.

- Que Jéssica? – ele disse calmamente com a expressão mais cínica que eu já vira. Edward era realmente impossível.

- A minha mãe, Edward. – resmunguei fazendo-o rir novamente. – O seu par pro baile, oras.

Então eu não vou hesitar, não mais, não mais

Eu não posso esperar, com certeza

Não há necessidade de complicar, nosso tempo é curto

Esse é o nosso destino, sou seu

- Ela estava se agarrando com o Newton depois que eu me neguei a fazer sexo com ela. – Edward disse com naturalidade.

- Você se recusou a fazer sexo com ela? – me espantei. – Ela pediu pra fazer sexo com você?

- Não exatamente nessa ordem. – um sorriso matreiro se estendeu por seus lábios enquanto seus olhos verdes, que agora estavam com um brilho prateado pelo luar, se fixavam nos meus. – Primeiro ela pediu, depois eu recusei.

- Oh, pelo menos uma novidade nessa noite chata. – fiz uma falsa cara de surpresa. – Homens também recusam sexo!

Você, mas você, vai

Mas você não quer vir

Vem pra mais perto, querida

E eu vou mordiscar sua orelha

- Homens recusam sexo quando a mulher não compensa o esforço. – ele explicou naquela sua habitual cara de cínico. – Não queria enfiar minha “ferramenta” num buraco que todo mundo já usou.

- Sua sensibilidade me encanta. – fiz uma careta, depois me voltando pra observar as marolas que iam pra longe de nós até desaparecerem.

- Mas eu não disse nenhuma mentira. – ele riu. – Não queria mesmo me arriscar a contrair uma doença numa atividade que não ia compensar nem mesmo o esforço. – um suspiro exagerado. – Pena que as verdadeiras mulheres são tão cegas...

- Como assim? – perguntei como se não soubesse do que ele estava falando.

- Não se faça de sonsa. – ele respondeu sério me fazendo encará-lo com uma expressão perigosa. – Você sabe bem do que eu estou falando.

- Não sei não. – resmunguei desviando meus olhos dos dele mais uma vez.

- Bella, não tou com saco pra agüentar seus joguinhos hoje. – ele se inclinou pra frente pra que mesmo que eu estivesse olhando pra frente ele estivesse no meu campo de visão. – Pare de fugir e diga que me ama logo duma vez.

Eu gastei muito tempo vendo minha língua no espelho

Inclinando para trás para tentar vê-la mais claramente

A minha respiração embaçou todo o vidro

Então eu desenhei um rosto novo e ri

- Deixa de ser convencido, garoto. – tive que conter minha vontade de rir. Até mesmo a imagem de Jacob virando uma cerveja atrás da outra enquanto eu era assediada por um bêbado Tyler sumiu da minha cabeça ao conversar com Edward. Por que ele sempre sabia o que dizer pra me animar. Mas aquele assunto... – E você já sabe da resposta. Não quero não.

- Não é querer ou não querer. – ele deu de ombros e alargou o riso quando encarei seus olhos. – Você me ama, isso é fato.

- Não vou arriscar nossa amizade por... isso. – engoli em seco e ele revirou os olhos.

- Menina, você fala como se fossemos casar ou coisa parecida. – ele torceu os lábios. – A gente tenta, oras. Você me ama, eu te amo. Você é minha, eu sou seu. Não sei por que ainda perdemos o nosso tempo com Jéssicas e Jacobs da vida.

Eu acho que estou dizendo que não há razão melhor

Se livrar da vaidade e apenas ir com o ritmo

É o que almejamos fazer, o nosso nome é a nossa virtude

- Edward... – ainda tentei protestar mas me calei quando seu tronco se inclinou em minha direção, seu rosto tão absurdamente próximo do meu que pude sentir seu hálito cheirando a ponche. E esse ponche não me pareceu tão tentador quando estava apenas naquela tigela, mas agora que seu cheiro estava nos lábios dele...

Pra que negar que eu era louca por meu melhor amigo? Ah, claro. Por que eu não queria que ele pensasse que eu era apenas mais uma das garotas que ele pegava e depois ia embora.

- Cala a boca, Isabella. – ele sussurrou erguendo uma de suas mãos e colocando uma mecha de meus cabelos atrás de minha orelha. – Você só fala asneiras, garota.

- Já disse que sua sensibilidade me encanta? – tentei gracejar, mas seus lábios me surpreenderam ao atacarem os meus, me prendendo em seus braços antes mesmo que eu pudesse dizer “puta que pariu!”.

Mas eu não vou hesitar, não mais, não mais

Eu não posso esperar, eu sou seu

E então sua língua invadia minha boca que se abria devido à surpresa, seus lábios exigindo alguma reação dos meus ao os sugarem e massagearem de uma forma que... bem, me tirou o fôlego.

Poxa! Por que ninguém me disse que Edward beijava tão bem assim?

Bem, abra sua mente, e veja como eu

Abra seus planos, e caramba, você é livre

Olha para seu coração e você encontrará amor, amor, amor

Antes que me desse conta do que eu fazia, logo meus braços foram enlaçar seu pescoço, minhas mãos puxando seus cabelos da nuca com fervor enquanto eu retribuía seu beijo a altura.

Por que mesmo que eu não beijava Edward Cullen? Ah, esquece. Quem queria se lembrar disso quando se é beijada com tanta vontade?

Mas acho que a nossa vontade foi muita. Mas muita mesmo. Digo isso por que acabamos por nos esquecer de que estávamos na beira do deque e, numa louca vontade de nos aproximarmos mais um do outro, acabamos por fazer besteira.

E logo dois corpos quebravam o quase silêncio da noite ao despencarem nas águas frias do lago.

Então por favor não, por favor não, por favor não

As águas me tragaram, me puxando pro fundo. Mas graças a Deus eu sabia nadar.

A Deus e a Edward que me havia ensinado.

Subi a superfície e logo que tirei a água dos olhos pude ver um Edward tão molhado quanto eu submergir ao meu lado, sacudindo a cabeça e salpicando água pra todos os lados.

- Sua desastrada! Você derrubou nós dois! – ele riu gostosamente me fazendo gargalhar também.

- Não, a culpa não foi só minha. – me defendi batendo minhas pernas e mãos pra que pudesse permanecer na superfície, de frente a Edward que fazia a mesma coisa. – Você também se empolgou.

- Empolgado, eu? – ele riu malicioso quando quebrou a distância, seu corpo agora tão perto quanto à água e nossos necessários movimentos permitiam. – Você nem viu ainda o quão empolgado eu posso ficar.

- Promessas, promessas... – desdenhei em provocação e ele alargou o sorriso. E em seus olhos eu vi o que ele pretendia. – Não. Não se atreva, Edward Cullen! – minha voz era um aviso, mas fui eu quem saiu nadando o mais rápido que eu podia aos gritos. Edward estava em meu encalço, se ele me pegasse iria querer me levar pra parte mais funda do lago onde ele sabia que eu não ia por medo.

Ele era a tentação em pessoa. Literalmente.

Por que ele era Edward. O meu Edward.

O meu amigo (e possível amante, quem sabe?) Edward. E as demais coisas... bem. Que acontecessem na sua devida hora.

Por que a vida é curta demais pra perdermos tempo com pensamentos tolos. Pra ficar fazendo nada enquanto seu melhor amigo gostoso quer tentar fazer “novidades” com você.

É.

Não precisa complicar

Porque nosso tempo é curto

Esse é, esse é, esse é nosso destino, eu sou seu!

Fim


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Notas finais do capítulo

Obs.: A letra citada durante a Song pertence à música de Jason Mraz. Todo crédito e direitos autorais pertencem a ele e não a mim.



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