Ovelha Negra da Família escrita por Charichu


Capítulo 1
Prólogo- Teoria do Pior segue o ruim




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Prólogo- Teoria do pior segue o ruim

 

Certo. Agora é definitivo. Acabo de comprovar a minha “teoria do pior segue o ruim”: quando as coisas estão ruins, muito ruins, tão ruins que você acredita seriamente que não há como elas piorarem, então, elas pioram. É como se o fundo do abismo enorme que finalmente atingiu não passasse de um piso falso e ruíssem assim que você tentasse sair dele, levando-o ainda mais para baixo!

Exagerado? Eu? Creio que não. Eu não saio por aí, combatendo criminosos bizarros, usando uma cueca por cima de um collan apenas porque mataram meu tio, meus pais ou sei lá mais o quê já inventaram como desculpa. E também não briguei com meu melhor amigo porque ele fudeu com a minha namorada que, no fundo, não passa de uma puta que não presta para ninguém. Pois, se essas coisas acontecessem comigo, não ficaria tão puto e criaria uma teria que você classificaria como “exagerada”. Por incrível que pareça, mesmo sendo um super-herói ou um corno, eu estaria satisfeito, porque ainda assim teria fama de macho e poderia, no final, faturar alguma garota. Ao menos que fosse o Batman, porque, não importa o quão sinistro o retratem, o Robin sempre faz o pobre coitado parecer um boiola. Mas, até mesmo Batman tem sorte. Sério! Ele tem uma identidade secreta e, não importa o quanto as pessoas digam que Batman é gay, o Bruce Wayne é o galinha rico, mulherengo e, portanto, M-A-C-H-O. Ou seja, até um gay pedófilo está melhor do quê que eu!!!

“Qual o problema em ser gay?”, você me pergunta. Sinceramente, nenhum. Eu tenho um irmão gay e uma irmã lésbica e gosto muito dos dois. Não vejo problema nisso, até porque, com a influência dos meus parentes, aprendi a encarar a homossexualidade com a mesma naturalidade que a heterossexualidade. Só que mesmo assim, EU NÃO SOU GAY. E ninguém acredita!!!!!

“E daí? Cuspa no chão, coce o saco e dê em cima de muitas garotas que tudo se resolve, seu babaca”, acho que é mais ou menos isso que você deve está pensando. O fato é: eu não quero muitas garotas. Certo, confesso, adoraria ter um harém particular no qual as minhas trezentas mulheres se agarrariam na minha frente para depois eu comê-las (que minha irmã não leia isso, pelo amor de Deus, ou ela vai me matar!), entretanto, tenho plena consciência da minha total inabilidade na arte da paquera. Sou extremamente tímido e desajeitado. As garotas até acham fofo, porém como tenho medo de chegar junto (e nunca chego), no fim da festa, elas sempre acabam com o galã estilo James Bond. E eu fico na mão... metaforicamente e, algumas vezes, literalmente falando. Por isso, aprendi que se eu conseguisse ter uma única mulher na minha vida, isso já seria o suficiente.

E sei que não sou o primeiro e nem o último cara do mundo que tem problemas em chegar junto de uma mina e dizer que é afim dela. Também tenho noção de que isso é uma fase da adolescência, que assim que me acostumar mais com minha aparência, com as garotas, tudo vai se tornar mais fácil, ou sendo realista, menos complicado. O problema é que devo ser o PRIMEIRO e ÚNICO cara que está na frente da mina que ama desde alfabetização, totalmente desolada e precisando de um abraço amigo repleto de segundas intenções (sou tímido, mas não santo), em suma, o pacote perfeito para qualquer Zé Mané como eu tirar proveito, só que, atrás de mim, mais precisamente na minha casa, está rolando a maior FESTA GAY da história da minha cidade, cheia de criaturas estranhas e andrógenas. E, para completar, a garota que veio na minha casa pedir consolo, é minha melhor amiga e acredita, como TODAS AS PESSOAS DO MUNDO MENOS EU, que sou gay.

Fala sério. Como queria ser o Batman agora...



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