Caminhos para o Inferno escrita por Nynna Days


Capítulo 3
Capítulo 2




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/151004/chapter/3

Capítulo 2

Paramos primeiro em frente a casa de Korinna, minha melhor amiga. Ela tinha os cabelos vermelhos como fogo e os olhos castanhos claros, uma mistura muito inusitada. Sua principal característica era seu jeito rebelde de ser. Ela não tinha medo do que os outros iriam falar. Bem, tirando o fato dela e do meu irmão ficarem juntos.

Kôri, como nós a chamávamos, era um exemplo de pessoa. E muito engraçada. Ela entrou no meu carro com uma calça jeans clara rasgada nos joelhos e uma blusa vermelha que era tão apertada que eu me perguntei como ela conseguia respirar, mas é claro que ela não se importava com isso, pois estava com um casaco por cima disso tudo.

“Bom dia, Emi.”, ela me disse animada, depois se virou para encarar Koren que estava babando no banco de trás. “Bom dia , Koren”, ela disse mais timidamente.

Revirei os olhos antes de responder. Porquê eles não se beijavam logo e me deixavam em paz? “Bom dia, Kôri”, eu respondi mais para o vento do que para ela, pois Korinna e Koren ainda estavam se encarando.

“É. Bom dia, Korinna.”, meu irmão idiota respondeu um ano depois. Como que eu acabei com um irmão idiota e uma amiga rebeldemente tímida caidinhos um pelo outro? A minha próxima parada foi a casa de Teodoro Princ, ou simplesmente, Teddy , o amigo nerd do meu irmão. Teddy tinha os olhos mel e os cabelos eram tão loiros quanto os meus eram pretos. Ele entrou no carro com um tipo de Video Game e nos cumprimentou rapidamente sem nos olhar.

Minha última parada foi na casa de Cristinne Brucke. Ela era outra garota que eu conhecia que tinha um quedinha pelo meu irmão. As vezes eu me perguntava qual era o problema dessas garotas, principalmente de Cristinne. Ela estava nos auge dos seus 16 anos e envés de se preocupar com o baile e os garotos que deveriam correr atrás dela, ela simplesmente ficava andando de skat com meu irmão e andava não apenas com os meninos , mas como os meninos.

Seu cabelo era castanhos escuro quase preto e seus olhos eram azuis água. Que menino não cairia aos seus pés? Apenas um idiota. Ah! Acabei de me lembrar que meu irmão é um idiota. Eram tão óbvio o sentimento dela por ele que chegava a ser vergonhoso contar. E idiota. Mas eu também sabia que Teddy tinha uma quedinha por Cristinne, porque assim que ela entrou no carro , ele tirou os olhos do Video Game e lhe deu tanta atenção que eles pareciam namorados de verdade.

Não sei como, mas conseguimos chegar a escola a tempo e com cinco minutos de antecedência. Era um novo recorde meu. E uma vitória. Emi 1 e diretor 0. Assim que eu estacionei o carro, o grupo do meu irmão saiu , literalmente , correndo do carro.

Nenhum deles queria ser visto comigo. Porquê? Por causa do meu estilo. Digamos que preto na escola sofre um pouco de preconceito. Eu e Kôri nos jogamos na mesa de lanche ao lado de nossos amigos, Augustina Dulk , Tina , e Miguel Braga, Miguelito. A mesa ficava na entrada da escola, um pouco depois do estacionamento.

O espaço era bem aberto e arejado, mas estava frio essa manhã, então se via muitos tipos de agasalhos. Desde casacos a cachecóis. Miguelito e Tina estavam sonhando acordados. Dava até para ver a baba descendo de suas bocas. Eu me inclinei para frente e estalei os dedos na frente deles para tirá-los dos transes.

Funcionou.

“Vocês estavam babando de novo.”, eu disse.

“Eu não.”, Tina disse na defensiva. “Estava apenas resolvendo umas equações.”

“Tá bom. Sei muito bem que equações eram essas.” Kôri disse rindo. “Tina mais Léo igual a amor.”, eu não aguentei e ri com Kôri. Leonardo Murelle era o garoto que se sentava ao lado de Tina na aula de cálculos. Eles , sim, eram perfeitos um para o outro. Léo era um dos garotos mais gostosos da escola. Cada garota que o via pela primeira vez , caia aos seus pés. E foi exatamente o que aconteceu com Tina na aula de cálculos no primeiro dia da aula.

Uma hora ela estava ansiosa para sair da aula e outra hora estava ansiosa para que chegasse outra aula. Amor ás vezes deixa a gente idiota.

“Eu não tenho nada com o Léo”, Tina disse ajeitando seus óculos que estavam escorregando pelo fino nariz. De repente ela ficou brusca e meio envergonhada. “Agora calem a boca. Ele está vindo. Aqui.”, então antes que nós pudéssemos fazer algo, ela já estava dando um ataque.

“Meu Deus , o que eu faço? Ele está vindo na nossa direção. Eu falo 'oi' ou falo um 'olá'.”, seus olhos pretos estavam abaixados na mesa e uma cortina de cabelos castanhos escuros cobriram o seu rosto.

“Isso é porque eles dois não tem nada. Imagine se tivessem.”, Kôri disse e no segundo seguinte Léo estava se sentando na mesa ao lado de Tina , que continuava com a cabeça abaixada.

Léo tinha os cabelos pretos , mas não tantos quanto os meus, e seus olhos eram verdes musgo. Falando parece uma cor feia de olhos, mas na verdade eram lindos e capaz de hipnotizar qualquer uma. Qualquer uma menos eu e Kôri.

Kôri porque gostava do meu irmão e eu porque tinha namorado. Mas se não fosse por isso , nós já tínhamos caído nos seus poderes de sedução barata.

“Oi, Augustina.”, ele a cumprimentou.

“Oi, Leonardo.”, ela levantou levemente os olhos para ele. E foi só isso para ela corar.

“Isso é que eu chamo de show.”, Kôri sussurrou para mim.

“Ou teatro de Romeu e Julieta.”, eu sussurrei de volta e nós rimos baixo. Léo estava tão concentrado em Tina que nem ligou para nós duas, nem ao menos deu um ' Bom dia'.

“Eu estava pensando”, Léo começou a dizer e tirou um pouco da cortina de cabelo do rosto de Tina que continuava como um camarão. “se você vai fazer alguma coisa na sexta feira.”

Ai Meu Deus! Ele estava a chamando para sair. Isso seria o babado do dia. Tina ficou paralisada. Sério. Ela ficou parada olhando para Léo. Como eu havia dito antes, Léo conseguia hipnotizar qualquer garota que quisesse.

Por baixo da mesa , eu chutei a canela de Tina para que ela respondesse logo. Ela soltou um gritinho e deu um pulo da cadeira.

“Não. Eu não vou fazer nada na sexta feira.”, ela finalmente respondeu.

Léo sorriu para ela e continuou falando. “Então já que você não tem nada para fazer, que tal irmos ao cinema ou coisa assim.”, ele convidou.

“C-claro.”, Tina gaguejou.

“Que bom,”, Léo disse se levantando. “então até a aula de cálculos e sexta-feira.”, ele se inclinou e deu um beijo na bochecha de Tina que ficou mais corada do que já tinha visto em toda a minha vida.

Quando ele foi embora, Tina colocou a mão na bochecha que ele tinha dado um beijo e suspirou. Enquanto Tina tinha o seu próprio show, Miguelito continuava sonhando acordado e olhando por cima do meu ombro.

Kôri e eu reparamos na mesma hora e olhamos para trás, para nos depararmos com Barbie e suas irmãs. Calma, não fiquem aflitos. Miguelito não estava olhando para a Barbie, mas sim para uma de suas irmãs. A Cyntia, para ser mais exata.

Cyntia tinha os cabelos castanhos escuros ondulados que iam até o ombro e olhos escuros. Ela estava encarando Miguelito de volta, mas sem deixar que a Barbie notasse. Acho que a Barbie não gostava que os populares se misturem com os esquisitos. Mas Miguelito não era esquisito. Ele poderia ter a garota que quisesse e quando quisesse.

Ele tinha os olhos mais lindo que eu já tinha visto em todo o mundo. Eram azuis esverdeados e seus cabelos loiros eram lisos em um estilo meio Romeuzinho. Depois que a Barbie levou um fora dele, ele foi posto na lista dos esquisitos.

“Cara, chama ela pra sair.”, eu disse me virando para encará-lo. Miguelito piscou três vezes antes de me olhar. Na minha escola tinha muitos meninos bonitos , mas se tivesse uma votação de olhar mais expressivo, acho que o Miguelito ganharia.

“Eu já chamei, mas a Barbie não deixa.”, ele respondeu triste.

“Eu vou acabar quebrando a cara dela um dia.”, Kôri disse baixinho, mas obviamente nós todos ouvimos.

“Korinna!”, Tina repreendeu. Tina odiava violência, mesmo que fosse contra uma vaca como a Barbie.

“Tudo bem. Vamos esquecer esse assunto por enquanto.”, Kôri disse. Todos nós ficamos assustados, porque toda vez que Korinna encerrava um assunto vinha uma zoação. “Olhem quem está chegando”, ela disse ainda olhando para trás.

Todos nós olhamos para ver de quem ela estava falando e eu fiquei rabugenta de repente. Porque Tina , Miguelito e Kôri começaram a rir. Era o meu namorado que estava vindo.

Colin Tandy, outro dos garotos mais gostosos da escola inteira, era o meu namorado. Ele não ligava por eu usar preto. Não ligava de eu ler livros sobrenaturais. Ele até gostava.

Colin se sentou ao meu lado na mesa e cumprimentou os meu amigos sonhadores. Depois colocou o seu braço no meu ombro e chegou mais perto de mim.

“Bom dia , baby.”, ele disse.

“Bom dia.”, eu respondi e ele me deu um beijinho de leve.

Não vou mentir para vocês. Eu nunca amei na minha vida, muito menos o Colin. Ele era bonito com seus olhos verdes com mel e seu cabelo loiro , mas nunca tocou verdadeiramente meu coração. Parece meloso para uma garota que se vesti de preto e é viciada em livros sobrenaturais, não é? Mas é a pura e verdadeira verdade.

Na verdade, eu só estava com ele porque eu o achava legal e ele me achava legal. Se não fosse por isso, eu já tinha terminado com ele a muito tempo. Mas ele era tão amoroso e carinhoso ( sem esquece que era gostoso) que eu não conseguia terminar.

“O que você vai fazer sexta-feira?”, ele me perguntou.

“Eu vou ter que ajudar a Korinna com alguns deveres de casa.”, eu respondi rapidamente mordendo o lábio inferior de leve.

Hey! Eu disse que não conseguia terminar com ele, mas não que eu não poderia evitá-lo. Eu não gostava muito de ficar sozinha com ele. Na última vez que ficamos sozinho na sua casa, eu quase perdi a minha virgindade. Mas eu disse quase. Então desde desse dia eu sempre evitei ficar em lugar com ele sozinha.

“Então tudo bem.”, ele disse e o sinal tocou.

Salva pelo gongo, literalmente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caminhos para o Inferno" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.