Caminhos para o Inferno escrita por Nynna Days


Capítulo 20
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora. Fiquei sem internet por 3 semanas (quase pirei, né?), mas aqui está o capítulo



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Capítulo 19

Então, finalmente sabia alguma coisa sobre o meu guardião. Lucio Del Fin Dênior , era o meu guardião. Bem , isso já eliminava a teoria sobre eu o conhecer ou não. Definitivamente, nunca havia conhecido alguém com esse nome em toda a minha vida. Mas isso não me impedia de investigar.

Minha fonte 1, Kris, não quis me dar muita informação. Também não o pressionei muito pelo fato dele me ser útil mais tarde. Ainda tinha minha fonte 2. Não sabia se com ela seria mais fácil, mas tinha que tentar.

“Vó, cheguei.”, gritei fechando a porta atrás de mim.

Snickssah foi o primeiro a me receber quando me sentei na sala. Minha avó chegou logo em seguida, radiante. Ela me deu um abraço apertado e um olhar de orgulho.

“Você passou no teste , querida.”, ela disse me abraçando de novo. Como ela sabia do teste? Isso só aumentou minhas suspeitas que ela sabia mais do que revelava. Minha avó foi até a cozinha e voltou com um jornal debaixo do braço. Depois o estendeu para mim.

Meu rosto se iluminou com a notícia.

Mulher de homem preso foi encontrada viva.

Na notícia, eles contaram que Liene foi resgatada de um bando de malucos e salva pela “Sobrinha de outro país de Nael.”. O próprio Nael pediu para que agradecesse onde quer que eu estivesse.

Sorri mais ao descobrir que ele foi solto por terem encontrado a mulher viva. O bebê estava ótimo. As autoridades que estavam na pior. Juraram que tinham encontrado Liene morta e até que seu corpo estava no necrotério.

Mas Kris já havia cuidado disso também. Logo isso seria esquecido, eu espero.

“Parabéns, Emi.”, minha avó disse novamente. “Seu primeiro trabalho.”

Snickssah se esfregou em minha perna como se também me dissesse parabéns. Me abaixei e fiz carinho embaixo de seu queixo, o ouvindo ronronar. Era ótimo sentir que o certo estava sendo feito e melhor ainda quando se sabe que foi graças a você.

Tirei os olhos de Snickssah e olhei novamente para a minha avó. Era engraçado que nós discutimos e de repente estávamos nos abraçando. Isso era uma verdadeira relação de vó e neta. Tudo tem seus altos e baixos.

“Você tem alguma notícia de Koren, vó?”, perguntei séria.

O sorriso de minha avó sumiu, assim que mencionei o nome de Koren. Eu tinha estado tão ocupada essa última semana que quase havia me esquecido o propósito do tal teste. Minha promessa e meu irmão.

“Mais ou menos.”, ela respondeu desviando o olhar de mim. Era agora ou nunca. Tinha que arrancar logo as informações que precisava. Não teria outra oportunidade como essa hoje.

Peguei Snickssah no colo e coloquei minha mochila ao meu lado no chão.

“Como você sabia do teste , vó?”, eu perguntei estreitando os meus olhos.

“Seu guardião me contou.”, ela respondeu somente com um murmuro.

Bingo! Então ela sabia quem era o desgraçado. Porque somente eu não sabia? Era tão difícil aparecer para mim? Eu não o conhecia, mas não poderia dizer o mesmo dele. Pelo que Kris havia me relatado, meu guardião, conhecia cada fio de cabelo meu.

“Quem é ele , vó?”, eu perguntei sentindo meu corpo ficar tenso. “Quem é Lucio Del Fin Dênior?”

Minha avó arregalou os olhos e deu um passo na minha direção. Senti o corpo de Snickssah ficar tenso também. Droga! Parecia que até o meu gato sabia quem era o meu guardião.

“Como – como você sabe o nome dele?”, nunca havia visto minha avó tão assustada quanto agora.

“Eu li no diário da minha mãe.”,respondi meia verdade, mas o suficiente para que eu mordesse o lábio. Ouvi Snickssah miando, como se soubesse que eu estava mentindo.

Ele pulou do meu colo pro chão e se afastou de mim. O observei subir as escadas e sumir no corredor em direção ao meu quarto.

Minha avó e eu ficamos em silêncio nos encarando. Ela não iria dizer mais nada, eu sabia. Mas bem, todos podemos sonhar, não é? Me levantei sabendo que o máximos o que iria conseguir era o que já tinha arrancado de Kris.

Assim que cheguei em meu quarto, não vi nenhum sinal de Snickssah e minha janela estava aberta. Certamente, ele iria voltar, mas somente umas meia-noite ou mais. Tomei banho e me vesti pronta para a minha missão 2.

Peguei o telefone e digitei um número que nunca pense que discaria nesses últimos dias. Ele atendeu no segundo toque com a voz tranquila. Acho que não fiz tanta falta quanto havia imaginado.

“Alô?”, ele disse.

“Colin, sou eu. Emi.”, eu disse com a minha melhor voz de alegria. Falsa, com certeza.

“Emi.”, consegui ouvir seu sorriso em sua voz. “você voltou. Eu estava com tanta saudades. Liguei para a sua casa e sua avó disse que você havia viajado por causa dos últimos acontecidos.”

Ele era realmente um ótimo ator. Mas esse teatro era para dois. Fingi que estava com vontade de vê-lo e fiz a minha melhor voz sensual. Eu posso nunca ter amado, mas não significa que não sei seduzir algum garoto quando quero.

“Estou com saudades também. Te liguei para perguntar se eu poderia ir a sua casa, para a gente passar um tempo juntos.”, só pela minha voz dava para me ouvir sorrindo também.

Ele hesitou um pouco em responder e quando responder, sua voz estava um pouco confusa.

“Tudo bem. Pode vir. Eu estarei te esperando.”

“Então até daqui a pouco.”, eu disse e desliguei.

Voei escada abaixo o mais silenciosa possível, me lembrando dos passos de minha mãe. Consegui imitá-los com quase a mesma precisão que ela, mas não com a mesma elegância que ela tinha. Só o mesmo silêncio era o suficiente.

Mas eu ser silenciosa é uma coisa, a porta não ranger é outra bem diferente. E foi ela quem me dedurou para a minha avó.

“Onde você está indo, Emi?”, ela me perguntou.

Me virei lentamente para encará-la e sorri como uma criança que era pega feita algo errado. E era exatamente o que estava acontecendo.

“Vou na casa do Colin.”, disse sorrindo inocentemente.

Os olhos da minha avó se ampliaram e seu rosto se contorceu de medo. Nunca a tinha visto assim antes. Era assustador.

“Você sabe, não é?”, minha avó perguntou.

Ela não precisou me explicar para eu saber do que ela estava falando. Estava tão estampado assim na minha cara? Eu deveria aprender a mentir melhor com os meus conhecidos. Minha avó saberia se eu mentisse naquele momento, então tudo o que me restou foi a verdade.

“Sim.”, minha mão ainda estava na maçaneta. Tudo o que eu queria era sair correndo dali, mas sabia que não poderia. Era bem capaz da minha avó mandar meu guardião ir atrás de mim se eu fizesse isso.

“E você vai se encontrar com ele , Emily? Sozinha e desarmada? É suicídio.”, a voz de minha avó havia subido umas duas oitavas.

Eu sabia que isso era o verdadeiro caminho para o inferno, não ligava. Tinha que saber se tudo o que minha mãe havia em contado era verdade. E se fosse, tinha que cumprir a minha missão.

Matar o meu namorado.

Poderia ter simplesmente ter terminado com ele no passado, mas não. Tinha que esperar e agora, tinha o dever de matá-lo. Antes que a minha avó pudesse me impedir, saí. A neve tinha tomado conta de Drexel, como eu havia deduzido antes de ir embora. Havia apenas uma leve camada na rua, então eu poderia caminhar até a casa de Colin sem me preocupar.

A casa dele era a uns dois quarteirões de onde eu morava. Andar até lá era uma boa caminhada, mas também era muito boa para que eu pudesse pensar em um plano. Porque, ao contrário do que vocês pensam, eu não tinha pensado em um plano.

Ele era o meu namorado, mas também um demônio do mal. Quem sabe se ele fosse do bem, eu poderia.... Não nem assim que ficaria com ele. E além disso, não existem demônios do bem. Se era demônio, era do mal. Se era anjo, era do bem. Pronto.

Essa era regra do mundo. Tudo o que eu queria saber era: Porque tudo isso estava acontecendo logo comigo? Deve estar acontecendo aquele negócio de carma. Se fizer alguma coisa ruim, ela volta para você. Nossa! Então eu devo ter feito muita coisa ruim nesses meus 17 anos de vida.

A casa de Colin era amarela vivo e bastante chamativo. Ninguém diria que ali morava um demônio. Nem eu mesma diria isso. Nunca havia conhecido os pais de Colin. Eles nunca estavam em casa quando eu vinha aqui. Mas depois dessa confusão toda, me perguntei se ele realmente tinha pais.

Bati em sua porta e me forcei a dar o meu melhor sorriso. Nesses vinte minutos de caminhada, ninguém havia vindo me arrastar de volta para casa. Então, ou minha avó não tinha contado para o meu guardião que eu estava aqui ou meu guardião não queria dar as caras.

Coragem pura, a dele. Eu aqui , frente a frente com um demônio do mal e ele deve estar no bem , bom. Colin me atendeu com o abraço bastante apertado. Tanto que eu fiquei sem ar por um momento. Ele estava com um suéter verde claro e uma calça jeans. Seu cabelo estava perfeitamente bagunçado e seus olhos estavam calorosos.

Quem diria que ele era um demônio?! Vou lhes responder. Ninguém. Zero. O garoto parecia como qualquer outro. Por um momento me deixei perder em seu perfume doce , enquanto meu nariz estava em seu pescoço.

Meu corpo ficou tenso ao perceber o que eu estava fazendo. Estava abraçando um demônio que, possivelmente, tinha pego meu irmão e a mãe da Barbie.

Sei que ninguém havia me apontado isso antes, mas não tinha outra explicação no momento. A única coisa que eu não entendia era o porquê. Por que ele pegaria pessoas que não tinham nada a ver? O Koren nem fazia idéia do que o nosso mundo verdadeiramente era por trás da faxada normal.

“Senti a sua falta, baby.”, Colin me disse.

Sorri com a sua falsidade. Mas minha mãe tinha escrito que ele malvado a dois anos atrás, e agora? Ele poderia mudar. Não. Eu sabia que ele não mudaria. As pessoas não mudam. E se mudam, pioram.

“Também. Por isso eu estou aqui, não é?”, tentei ser a mesma Emi brincalhona. Estava sendo difícil, mas não impossível.

“Bem,”, ele disse me dando um espaço para respirar. “o que você quer fazer?”

Ficar no mesmo espaço que ele estava fora de cogitação. Precisava de espaço, caso resolvesse atacá-lo. Por isso, sorri e peguei a sua mão, o trazendo para o lado de fora.

“Vamos dar uma volta por ai.”, eu disse entrelaçando os nossos dedos.

Eu nunca havia sido muito romântica, por causa do meu pequeno problema com o amor. Então, toda essa demonstração de afeto tinha surpreendido bastante Colin. Esperava que ele levasse isso ao fato de ter ficado com saudades.

O abracei pela cintura e ele me abraçou pelo ombro, beijando meu cabelo. Porcaria de destino! Mas não era para ser. Eu poderia simplesmente terminar com ele e seguir a minha vida, mas deixá-lo solto, com essa dúvida pairando na minha cabeça, não dava.

Nós começamos a andar em silêncio. Tudo estava ótimo. Colin ficou me contando sobre o que eu havia perdido nessa última semana. Nada do que ele falou em interessou. Tudo era sobre o time de futebol e etc.

“E você?”, ele me perguntou. “O que fez com esse tempo fora?”

Era a hora de decidir. O deixava ir, ou terminava com aquilo ali mesmo. Suspirei e dei um passo maior que o do nosso ritmo e parei em sua frente. Ele me olhou, confuso. Me senti muito idiota fazendo aquilo, mas tinha que tirar a prova e deixar minha consciência limpa.

“Colin”, comecei com a voz mais doce que já havia usado na vida. “Nessa viagem eu descobri muitas coisas, coisa que eu pensei que fossem meras fantasias. Mas no final, não eram.”

Colin continuava me olhando confuso. Ele não estava entendo aonde eu queria chegar. Isso era um ótimo sinal. Decidi continuar, mesmo que isso significasse perder o meu namorado.

“Também descobri que muitas pessoas não eram o que eu pensava.”, lhe dei um olhar significativo. “Droga, Colin.”, eu explodi. “Eu sei o que você é e sei o que devo fazer.”

Fechei os olhos esperando que ele me chamasse de louco e esquisita e terminasse tudo entre a gente. Mas o que eu ouvi foi um riso amargo vindo dele. Eu nunca o tinha visto rir desse jeito, e aquilo me deu um certo, arrepio. Um sentimento ruim tomou o meu corpo e estava me fazendo querer sair correndo dali.

Mas não poderia. Por que o meu namorado era um demônio do mal e eu tinha que matá-lo. Abri meus olhos para encará-lo e dei um pulo para trás. Seus olhos, lindos verdes com mel, estavam vermelhos. Vermelhos sangue. E um sorriso amargo brincou em seus lábios enquanto ele dizia:

“Porque você demorou tanto para descobrir?”


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Notas finais do capítulo

Penúltimo capítulo da Emi. Eu pensei em postar continuação, mas mudei de ideia e vou começar a postar uma história nova. sexta que vem o último capítulo.



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