Caminhos para o Inferno escrita por Nynna Days


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

O outro capítulo



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Capítulo 16

“Tem certeza que esse plano vai funcionar, Polly?”

Suspirei. Já era a quinta vez que a Barbie me perguntava isso. Ela precisava de mais auto-confiança em si mesma. E eu precisaria de um psicologo. Aquilo tudo estava me deixando mais louca do que eu sou normalmente.

“Vai dar tudo certo, Barbie. Para de me ligar e vamos ao trabalho. Pegaremos o metamorfo de surpresa e o matamos. Rápido e prático.”, disse pela quinta vez.

Eu estava no ponto sul do prédio enquanto a Barbie estava no norte. Cada uma em frente a entrada de esgoto. Seria uma nova aventura para mim. Pena que Barbie não poderia dizer a mesma coisa.

“Esse lugar é nojento.”, ela reclamou.

“Como você queria o esgoto? Com arco-íris e cheirando a primavera?”, estava sendo bastante sarcástica. Era o meu jeito de ser.

“Bem , sim.”, Barbie estava tão sarcástica quanto eu.

“Eu não mereço isso.”, resmunguei pelo telefone. “Você está com a lanterna e o mapa?”

“Sim.”

“Faca de prata e telefone carregado?”

“Sim”, pelo tom de sua voz , sabia que ela estava revirando os olhos. “Porque seu vampiro não veio noa ajudar?”

Kris havia nos deixado na mão assim que contei o nosso plano. Era maluco, sim. Mas era o único jeito de nós provarmos que poderíamos ir atrás de nosos parentes. Tudo o que Kris disse foi que diria aos nossos guardiões. A resposta escapou da minha boca, antes que eu percebesse.

“Porque ele é um pau-mandado. Tanto dos nossos guardiões quanto dos nossos pais.”, cheguei até a entrada do esgoto, agradecendo por estar de tênis e não de salto alto como a esperta e loira, Barbie.

Notei que a entrada não estava tão fechada quanto deveria.

Como se tivesse sido aberta recentemente. Respirando fundo, coloquei meu pé no primeiro degrau da escada , descendo.

“Qualquer coisa, me ligue. Preciso das duas mãos para descer as escadas e creio que você também.” afastei por completo a tampa do esgoto , tentando fazer o menor barulho possível.

Sinceramente, foi sem sucesso.

“Tudo bem. Te vejo daqui a uma hora. Boa sorte, Polly.”, ela parecia nervosa demais, mas corajosa o bastante para seguir em frente.

“Boa sorte, Barbie.”, desliguei.

Peguei uma prendedor do meu pulso e fiz um rabo de cavalo alto no meu cabelo. Coloquei do meu celular no bolso e a lanterna na boca. Comecei a descer.

O lugar era escuro, fedia e era úmido. Todas as três coisas que a Barbie odiava. Abafei um riso, enquanto ligava a lanterna. O lugar continuava a mesma porcaria sem ou com luz.

Continuei andando em frente sem me importar com a água na meu tênis e na bainha da minha minha calça. Poderia lavar, esterilizar ou até mesmo , jogar fora.

Era apenas coisas materiais que poderiam ser substituídos, ao contrário do meu irmão. Tinha que passar na merda do teste para ter 'permissão' do meu guardião e poder salvar Koren. Barbie também queria achar a mãe e eu não deixaria que ela a perdesse.

No meio dessa confusão, eu e Barbie havíamos descoberto uma coisa em comum. Nós duas queríamos quebrar a cara do infeliz responsável por isso. Eu iria chutar tão forte o traseiro dele , que levaria um bom tempo para se sentar novamente.

Estava bem silencioso no túnel. Até demais. Tudo o que ouvia era meus passos na água e minha respiração. Por isso, dei um pulo de uns 10 metros metros para cima quando senti meu celular vibrando no meu bolso.

“Polly, achou algo?”, conseguia ouvir seus passos na água também.

“Nada e você?”, estava começando a perder a fé nessa teoria maluca de metamorfo. Talvez Nael fosse mesmo o culpado e tivesse matado Liene. Mas havia algo quando ele havia me olhado que, não sei, meio que me tocou.

Essa viagem estava me deixando muito sentimental.

“Tudo que eu achei foi uma ratazana e ...”, ela pausou e depois sua voz ficou ansiosa. “Acabei de achar uma porta de ferro, ou algo do tipo. Está aberta. Vou entrar.”

“Barbie, não.”, mas ela já havia desligado.

Agora eu estava presa em um dilema. Continuar a minha busca daqui, ou ir atrás da Barbie. Fiquei uns dez segundos considerando as opções.

Revirando os olhos, fui para a direção contrária a que eu tinha vindo. Droga, Barbie! Iria matá-la quando a encontrasse. Fui correndo sem me importa mais sobre ficar em silêncio.

Sabe aqueles momentos em em que você se sente sendo observado, ou , até mesmo, seguido? Bem, eu sentia as duas coisas. Mas não ouvia , nem via nada, o que era bem mais estranho.

Parei em frente a dois túneis. Um velava para a direita e outro para a esquerda. Mais que merda!Meu dia poderia ficar pior? Suspirei e fechei os olhos. Tinha visto esse negócio de “seguir seu coração” em um filme e esperei que funcionasse.

Preferia chamar de intuição , ou instinto, mas cada parte do meu corpo pedia, ou melhor, imploravam para eu ir para a direita. Bem, pelo menos esse “Poder do amor” funcionava. Dessa vez.

Segui correndo pela direita e finalmente encontrei a bendita porta. Ela já estava aberta, felizmente. Entrei , percebendo duas coisas:

Primeiro, era um tipo de sala. Era avelha e desgastada, tinha alguns canos que passavam por ali, mas continuava sendo uma sala. E era bastante iluminado, por isso desliguei a lanterna.

A segunda era que a Barbi estava bem. Bem em certo modo. Estava viva e inteira. E conversando com alguém. Era uma garota, do meu tamanho. Ela me viu primeiro e me encarou com seus olhos verdes esmeraldas. Seu cabelo ondulado estava preso, mas eu sabia que solto fluía até abaixo da cintura , como uma mar negro.

Como eu sabia?

Porque aquela era eu.

Eu por um ponto. Aquela pessoa era parecida comigo, mas não era eu. Porque, bem, eu era eu, certo? Aquele era o metamorfo.

Barbie deve ter percebido o olhar da minha cópia, tanto que o segui e me encarou com os olhos arregalados. Seu olhar foi de mim para a minha cópia e de vota para mim.

Ela colocou a mão em sua cintura e tirou a faca de prata. Ao mesmo tempo, deu dois pulos para trás para que não ficasse entre mim e minha cópia. E também para que pudesse nos observar e descobrir que era a verdadeira.

“Droga.”, foi a única palavra dita , desde que eu havia entrado na sala. Era a primeira vez que eu ouvia a Barbie dizer droga. Ela era toda paz e amor e tal. Na verdade, era tão boca suja quanto eu.

Antes que a minha cópia tivesse a chance de abrir a boca e começar aquele papo de “eu sou a verdadeira e tal”, eu tirei minha faca do bolso e me joguei em sua direção.

Vou confessar a vocês. Não sou boa lutadora. Era óbvio que eu já tinha dado uns bons socos na cara de alguns engraçadinhos, mas nunca em uma criatura sobrenatural.

Nós caímos e rolamos no chão. Merda! Ela era boa. Muito boa mesmo. Com um movimento tão rápido que nem tive tempo de evitar, o metamorfo tirou a faca da minha mão. E sem nenhum corte se quer. Ela segurou meus pulsos enquanto em debatia para que me soltasse. Continuamos rolando no chão e eu agradeci que ali não tivesse água de esgoto.

Tudo bem, eu tinha dito todo aquele negócio de coisas materiais e tal. Mas o meu cabelo era um caso bem diferente. Ai, merda. Eu não acredito que falei isso mesmo. Deduzi que era muita companhia da Barbie. Falando no capeta...

“Parem”, ela gritou.

Eu e minha cópia paramos de lutar e nos separamos rapidamente. Nos levantamos no mesmo segundo e ficamos a uma boa distância uma da outra.

Barbie ficava olhando entre mim e minha cópia tentando descobrir quem era a verdadeira. Seria difícil de descobrir. A minha cópia estava com a mesma calça preta , larga e cheia de bolsos que eu. A mesma blusa preta sem manga colada e o mesmo rabo de cavalo.

Barbie suspirou de aborrecimento e colocou a mão livre em sua cruz de prata. Aquilo estava realmente me irritando. Era só acertar a porcaria da faca no coração do meu clone e iríamos embora. Era tão difícil saber que eu era eu?

Não poderíamos ser tão iguais assim. Poderíamos? Encarei meu clone e quase tive um infarte. A cópia era perfeita. A cor dos olhos , o cabelo, até mesmo as roupas. E certamente, eu tinha estilo. E vi que mesmo tendo 17 anos, aparentava , verdadeiramente, 15.Droga! Eu tinha que ter perguntado como aquilo poderia ficar pior. Eu e minha boca enorme.

“Você tem medo?”, Barbie perguntou de repente.

“O quê?”, eu e minha cópia dissemos juntas.

Voltei a focalizar em Barbie e entendi. Aquilo era um teste para saber quem era a verdadeira. Revirei os olhos com a idéia. Ao mesmo tempo que era boa, era estúpida.

“Você está com medo de tudo isso? De falhar e não poder mais ver o seu irmão?”, Barbie perguntou novamente.

“Sim, eu estou com medo.”, minha cópia respondeu séria.

Cara, aquela cópia estava acabando com a minha classe.

“Não. É claro que não tenho medo.”, eu respondi. Mordi meu lábio. Merda!

Na verdade, eu não sabia se tinha ou não medo. Gostava da aventura e da adrenalina, mas tinha medo de falhar alguma hora e não poder cumprir a promessa que tinha feito a minha mãe.

Aparentemente aquela cópia sabia disso. Obviamente, não disse isso em voz alta. O que eu disse foi:

“Dá pra matar logo essa cópia barata minha? Droga, Barbie. É só acertar a porcaria da faca na merda do coração dela.”, apontei para a minha cópia. “Rápido e prático.”

Barbie ainda parecia em dúvida sobre em que acreditar, mas vi que a balança estava pesando no meu lado. O lado da verdade.

“Eu sei que você vai seguir seu coração, Katy. Eu acredito em você.”, minha cópia disse sorrindo.

Tudo bem. Definitivamente, ela estava acabando com a minha classe e paciência. Antes que eu tivesse tempo de voar novamente na minha cópia, Barbi pareceu tomar tendência e lhe acertou a faca no coração. Ela matou o metamorfo.

“Finalmente se tocou.”, eu disse jogando meus braços para o alto.

“De nada.”, ela me respondeu ironicamente, mas senti a sua voz tremendo um pouco. Ela passou a mão pelo seu cabelo, nervosa e arregalou os olhos.

Antes que ela pudesse me alertar, algo passou por nós quase voando e atacou a Barbie , a jogando no chão. Não perdi tempo e peguei a minha faca do chão. Quando as olhei de novo, tudo o que pensei foi:

Mais que merda!

E o que eu disse foi:

“Mais que merda!”


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Notas finais do capítulo

A História está chegando ao final. Faltam apenas 4 capítulos e adeus Emi. Deixem Reviews se qiserem continuação.



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