POV Olga

Todos estavam me crucificando, me chamando de bruxa, cobra e outros nomes ofensivos. Eles não me entendiam, não sabiam o que era ter a filha tirada de você por um moleque qualquer. Ele abusou e roubou a minha filha de mim, a encheu de promessas bobas e ela ainda teve a burrice de cair na conversa dele. Lembro-me quando eles vieram falar conosco.

—Mamãe precisamos conversar com você e com o papai.

John aquela anta veio se sentar ao meu lado, não sei por que me casei com ele, acho que por conveniência, ele era influente. Minha filha deveria de ter feito o mesmo e não ter se envolvido com o filho de um qualquer. Até um dos Cullen, ou o Hale seria alguma coisa, mas não, teve que se meter com o Black. Ele era um rapaz educado, mas nunca ofereceria nada para minha filha. Eles falavam em amor... Amor, isso é para os fracos. Pessoas fortes não se deixam envolver por isso.

Estava esperando ouvir qualquer coisa deles, menos o que estava por vir.

—Estou grávida. – Jessica declarou e num reflexo pulei no pescoço dela, a sorte foi que John me segurou ou teria batido nela.

—Sua sem vergonha como ousa fazer isso? Onde está sua decência? Vai ficar mal falada agora, nem um rapaz decente vai te querer.

—Eu só preciso de Jacob, é ele que amo.

—Amor não vai te levar a nada, esse garoto vai ser sua perdição.

—Ele é a minha salvação mãe. E eu vou ter essa criança você querendo ou não.

—Só por cima do meu cadáver, você vai tirar essa coisa de você. E vou te mandar para casa da sua tia, nunca mais vai ver esses seus amigos e muito menos esse moleque aí.

—Olga vá com calma, nós podemos resolver isso.

—Cala a boca John, eu que mando aqui. E filha minha não vai ficar difamada não.

—Você não pode fazer nada mãe, eu amo Jacob e já amo meu filho e vou ficar com eles.

—Essa é sua escolha?

—Sim. – mas era petulante mesmo essa menina, se fosse esperta se pareceria comigo.

—Então suma da minha casa, você acaba de morrer para mim, a partir de agora não tenho mais filha. – a puxei pelo braço e a empurrei para fora. John tentou me fazer mudar de ideia, mas eu não mudaria.

E aquela foi a última vez que vi minha filha, nem no seu enterro eu fui. Aqueles miseráveis nem para avisar claramente. Depois que ela foi embora de casa, nos mudamos de Forks, não tive notícias de nenhum deles, até cerca de quase um ano atrás.

—Alô.

—Gostaria de falar com a Olga. – respondeu a voz do outro lado da linha e a achei conhecida, não me lembrava bem de quem era.

—É ela. Quem deseja?

—Olga é Renée Swan.

—O que quer? – era só o que me faltava depois de tanto tempo eles veem me perturbar.

—É sobre a Jess e o Jacob eles...

—Não quero ouvir, se ligou para falar sobre eles perdeu seu tempo. – desliguei na cara dela, não queria saber de nada sobre eles.

Foi um erro que cometi, ela havia me ligado para informar que aquele moleque tinha matado a minha filha, mas não a ouvi. Quando fui a Forks me contaram o que tinha ocorrido, eles tinham sofrido um acidente. Tudo culpa dele, se ele não tivesse a arrastado com ele, isso não teria acontecido, teria minha filha comigo agora.

Só me restava meu neto, e isso também foi tirado de mim. A única coisa, o único pedaço que tinha dela eles me tiraram. Descobri que ele estava com Isabella e com Edward, aqueles dois malucos, que viviam em meio a brigas, não sei como eles conseguiram a guarda do meu neto.

Sam Uley me contou que Jessica e Jacob deixaram a guarda para eles. Para eles e não para mim que merecia isso. Como eles tiveram essa coragem? Privar-me de ter meu neto comigo. Fui atrás deles decidida a tê-lo para mim. Precisava de um bom advogado, e encontrei o melhor, Aro Volturi, ele me foi muito recomendado. Disseram-me que ele era capaz de tudo para ganhar uma causa, principalmente se Isabella estivesse envolvida. Ela tinha crescido e virado uma grande advogada, estava bem de vida, mas isso não seria o bastante para que meu neto ficasse com ela.

Eles tinham aberto uma academia e eu fui até lá para ver meu neto, iria vê-lo de longe, ir me aproximando aos poucos, os cercando para depois dar o bote final. Vi um garoto moreno que se parecia muito com Jacob, deduzi que fosse ele meu neto, ele era lindo apesar de se parecer com o pai.

Quando ele ficou sozinho resolvi me aproximar. Ele era educado e maravilhoso, era um Stanley mesmo e não um Black. Quis o levar de lá imediatamente, mas tínhamos que esperar a hora certa. E hoje foi o golpe final, ver aqueles garotos perderem foi esplêndido. Queria ver a cara de Renée agora. O tapa que ela me deu não se comparava com a dor que ela devia de estar sentindo nesse momento.

Estávamos a caminho de Forks, iriamos voltar para casa, iria esfregar na cara de Renée, Esme e Carmen o meu neto. Elas tentaram o tomar de mim, pegar o meu lugar na vida dele e agora eu retornava.

—Está feliz querido?

—Não. – respondeu emburrado, logo iria corrigir isso.

—Logo ficará feliz, estamos indo para casa.

—Vamos para casa dos meus tios, legal. – comemorou.

—Sua casa não é lá. Estamos indo para Forks, seu verdadeiro lar.

—Não quero, quero morar com os meus tios.

—Eles não são seus tios? Você não tem tios. Só tem a mim e a seu avô como família.

—É mentira, eles são minha família. – gritou comigo.

—Nicolas, não me faça perder a paciência. Somos sua família contente-se com isso.

—Você vai gostar de morar conosco Nick, vai ser legal. – John teve que fazer um comentário bobo.

—Quero a tia Bella. – choramingou.

—Ela não te quer.

—Quer sim ela me ama, assim como o tio Edward, eles vão ficar comigo.

—Não seja tolo querido. Eles nem queriam você. Sam me disse que só ficaram com você porque foram obrigados.

—É mentira, eles me queriam sim. – gritou comigo.

—Isabella e Edward nem se suportavam, porque iam querer cuidar de você juntos?

—Eles estão namorando agora, vão se casar.

—Que bom, eles logo terão a família deles e você será deixado para trás. Já eu não, sempre vou te amar, porque somos da família, você é meu sangue.

—Família não é só de sangue sabia?

O ignorei e ficamos em silêncio até chegarmos a Forks. Quando estacionamos em casa Esme e Renée estavam lá.

—Vovós. – Nicolas saltou do carro e foi até elas.

—Soltem meu neto.

—Ele é nosso neto também. - Esme retrucou.

—Esme se afaste do meu neto, ou vou ter que entrar com uma ação judicial pedindo para mantê-los longe dele. Acho que Charlie não vá ficar feliz em ter que prender a esposa.

—Deveria ter de dado outro tapa para aprender.

—John leve o Nicolas para dentro. E vocês se mantem longe dele, ou as coisas vão ficar piores para vocês. - deixei as duas paradas na calçada e entrei em casa.

—Eu queria ficar com elas.

—Querido. – me abaixei na frente dele. - Eu sou a sua avó e te amo muito, elas não são boas para você, elas mentem.

—Não mentem não.

—Sabia que seu pai roubou sua mãe de mim, e elas me impediram de te ver? Eles nem me contaram que seus pais tinham morrido.

—É mentira, você que deixou a mamãe sozinha.

—Acha que teria coragem de fazer isso com a minha filha? Eles mentiram para você, nem contaram sobre mim aposto. Depois vamos ver Sam e ele vai te contar que eles não te queriam. Eles mentem, eu só digo a verdade querido.

Ele ficou em silêncio pensando no que disse. Não estava mentido, apenas modificando um pouco a verdade, eles não o queriam mesmo.

—Eles me amam. – declarou por fim.

—Logo se esqueceram de você, eles terão filhos e você ficará de lado, você vai ver.

Eles não o pegariam de mim, ele é meu e somente meu. A minha vida, poderia vir o que viesse, me manteria firme e não deixaria que pegasse novamente o que me pertencia. Não erraria novamente. Jogaria sujo se fosse preciso, mentiria, roubaria, enganaria para tê-lo comigo. Palavra de Olga Stanley.