Olhei para trás, e sinceramente, eu não devia ter virado. A senhora não era mais uma senhora, era uma menina com cabelos mais brancos que os de Heros e um colar de diamantes com roupas brancas e douradas. O garoto era realmente do tamanho de Tyson, por que ele era um ciclope. O espaço atrás do ônibus havia congelado, e Wendi soltou um grito inesperado. Me abaixei na hora exata em que um monstro voava dentro do ônibus. A porta e os vidros estavam congelados. Não tinha para onde fugirmos. O bicho que voou por cima de mim agora já dava para identificar. Uma Fúria veio nos atacar, porque eu não sei. Só vi suas asas de couro, suas presas e garras muito afiadas. O ciclope, era maior que Tyson, só o disfarce era do mesmo tamanho. Wendi atirou uma flecha na frente do pé da garota de diamante, ou de gelo, não sei. Tudo ao redor murchou, perdendo a vida e eles recuaram um pouco. A garota de gelo/diamante então congelou aquela parte, e seu gelo derreteu, virou água e evaporou no mesmo momento. Ela bufou, e eu fiz um sinal com as mãos para trás para Tiago e para Tyson.

3.
2.
1.

Eu empurrei Wendi num assento do ônibus e pulei para a fileira mais perto da Fúria, Tyson e Tiago correram em direção a o ciclope, depois disso não vi o que acontecia com eles. A Fúria investiu em suas garras e eu fazia o máximo para me defender, com meu escudo (já transformado do guarda-chuva) e minha espada. Ativei as lâminas do meu escudo e parti para o ataque. Dei um golpe com a espada: defendido. Tentei decepá-la: defendido. Tentei cortar uma de suas asas: defendido. Era a vez dela, mas eu poderia trapacear, já que sou um filho de Hermes. Hermes, é isso, eu sou o filho do deus mensageiro, deus da velocidade. Minha espada era banhada no rio Styx, por isso, confiei que o gelo não era páreo para ela. Quebrei o vidro atrás de mim e pulei da janela. Depois de atingir uma onda sonora na perna da Fúria. Ela literalmente se enfureceu e voou atrás de mim. Usei toda a minha força e corri o mais rápido que pude. 10 segundos depois eu parei e pulei, mesmo sem conferir, eu sentia que ela estava no local onde eu queria que estivesse. Ela passou na hora em que eu caía e a espada cortava uma de suas asas inteira. O grito de dor dela fez meu cérebro balançar, por isso, perdi a parte em que ela me jogava 4 metros de distancia. Ela ainda gritava, mas estava concentrada em mim. Com as garras da pata, a Fúria me atacou, defendi o mais rápido que pude. Então me levantei e lancei uma onda sonora em sua cabeça. Ela cambaleou um pouco, o que me deu a chance de lançar outra onda sonora em sua cabeça. Ela soltou outro grito de dor, e caiu no chão. Lancei outra onda sonora enquanto me aproximava. A Fúria se contorcia, e pensei que isso seria a única vez que eu conseguiria ver isso. Pensei em todos os espíritos que estavam, neste momento, me chamando de “o cara” por ter matado uma de suas torturadoras. Bom, o pensamento me atrapalhou, mas não por completo, a Fúria deu uma rasteira em mim, e eu caí. O escudo ficou em minha mão, mas não era mais possível usar a onda sonora, eu clicava, mas não funcionava. Então vi a sombra da Fúria vir em minha direção, levantei a espada à tempo de sobreviver. A dor veio, de todo o jeito, mas logo eu estava coberto de pó dourado. Meu braço sangrava. Agora está tudo ótimo, eu e Tiago estávamos feridos. Wendi veio à cabeça. Precisava voltar para o ônibus e ajudar meus amigos. Olhei para trás. Nenhum rastro do ônibus, só um caminho cavado por alguém que ia na direção que eu tinha vindo. Olhei melhor, a terra estava quente, recém cavada, então descobri que não fora alguém que cavara. Eu correndo fiz aquilo. Olhei para onde estava a Fúria. O mar estava bem mais perto. Me desesperei. Meu braço estava queimando. Pedi ao meu pai que me ajudasse na volta ao ônibus. Corri, ou trotei, com a força que tinha. Passaram alguns minutos e já avistava o ônibus, uma parte pegava fogo, e a outra estava congelada. Aos poucos o gelo derretia, mas o fogo aumentava. Precisava salvar os meus amigos que ainda estavam ali dentro, se estavam. Corri até o ônibus, vi Wendi e Tiago lutarem contra a garota de diamante/gelo fora do ônibus. Procurei Tyson, e o avistei dentro do ônibus, lutando contra o outro ciclope, maior que ele. Precisava avisá-lo que o ônibus logo, logo explodiria e ele precisava sair dali. Chutei a porta do ônibus, agora meio derretida e entrei no ônibus em chamas.

- Tyson! Saí daí – gritei.

O outro ciclope olhou para mim e riu, uma risada que não durou muito tempo. A lança cravou-se no grande olho do ciclope e Tyson urrou de satisfação. Ele olhou para mim e seu rosto mudou de felicidade para espanto. Ele correu para mim, batendo os pés com força e me empurrou para fora do ônibus na hora em que uma bolha gigante vermelho-amarelada surgiu ao redor do ônibus.

- Não! – gritei, novamente.

Tyson se fora, no primeiro dia de nossa missão. Tyson, já enfrentara mais monstros que eu, Tiago e Wendi juntos. Ele era o experiente entre nós, e agora ele se fora. Simples assim. Ele se foi para me salvar. Tiago me chamou, atrás. Virei para ele e vi que eles dominavam o perigo. A garota gelo/diamante estava com um rosto assustado e parecia verdadeiramente cansada. Suas vestes estavam virando água, mas antes que o machado de Tiago a corta-se em dois pedaços, ela evaporou em neve. Corri para eles.

- T-tyson! Tyson estava no ônibus! – falei, traumatizado.

- E daí? – Wendi falou, com uma voz rouca.

- E daí? Ele se foi! – gritei.

- Rafa? Você está bem? Ciclopes são imunes ao fogo! Se lembra? – Tiago falou, com uma voz sacana.

Minha cabeça estava à mil. Eu havia me esquecido o motivo da missão o destino, as consequências e até mesmo essa informação sobre os ciclopes. Minhas pernas estavam duras feito pedra. Fiz um movimento para voltar até o ônibus rápido, mas em seguida minhas pálpebras caíram, assim como minhas pernas e o resto do corpo.