Piratas do Caribe: o Tesouro Maldito. escrita por Milly G


Capítulo 4
Tortuga


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo saindo quentinhooo! *--*
Enjoy!



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Chegaram a Tortuga não muito tempo depois.  A garota desceu do navio um tanto assustada, observando a baderna que era aquele lugar.

     Havia homens deitados no chão, balbuciando coisas incompreensíveis. Brooke tomou cuidado para não pisar neles enquanto era guiada pelo andar estranho de Jack.

     Entraram num pub lotado, mas havia muita fumaça para que ela enxergasse o ambiente. Havia mais mulheres do que ela estava acostumada dentro de um bar, e estas tinham um comportamento bem... estranho.

- Giselle! – berrou Jack, aproximando-se da mulher.

- Quem é ela? – perguntou a loira, apontando para Brooke com o queixo.

- Ela...

     Giselle deu-lhe um belo tapa na cara, fazendo o pirata dar um rodopio. Brooke ergueu uma sobrancelha quando Jack olhou para ela.

- Ah sim, você provavelmente mereceu isso. – disse ela, passando pelo capitão às risadas.

Brooke ficou quieta em um canto até que Jack estivesse bêbado o bastante para não perceber um dragão ao seu lado. Saiu do bar sem ser notada por ninguém, e seus olhos brilharam de curiosidade ao andar pelas ruas de Tortuga.

     Não era a cidade que ela imaginou, mas era bem... divertida. Entrou em um outro prédio, que tinha suas portas escancaradas.

- O que é isso? – perguntou uma voz feminina, do outro lado do salão.

     A ruiva olhou ao redor, para as paredes de veludo vermelho enfeitadas com quadros de figuras eróticas. Onde diabos havia se metido?!

- Se está procurando emprego, pode esquecer. – a mulher a olhou de cima a baixo.

- N-Não... – Brooke corou. – Eu estava... Eu estava fugindo.

- É uma pirata?

- Bem... mais ou menos...

- Ora. – a mulher colocou as mãos na cintura. – Veja, não posso lhe dar abrigo, mas posso lhe dar algo para vestir. Com estas vestes, será pega em duas piscadelas.

     Brooke assentiu, seguindo a mulher. Esta deu-lhe um vestido branco bastante simples, mas que tinha um decote bastante profundo e mostrava os ombros, exibindo a pele bronzeada da jovem.

- Está fabulosa. – murmurou, bagunçando os cabelos curtos de Brooke.

     A garota agradeceu, saindo novamente.

     “Será que Jack percebeu que eu saí?”, perguntou a si mesma, mas quando pensou mais um pouco percebeu que a resposta era óbvia.

- Sem chance!

- Mas que diabos?! – berrou alguém, assustando-a.

     Virou-se, fitando a face pasma de Gibbs.

- Oh. – ela piscou. – Olá, Sr. Gibbs.

- É escorregadia como um peixe, menina! – grunhiu o pirata, fingindo estar irritado. – Mas... Ficou bonita neste vestido.

     Brooke sorriu, corando. Não esperava ser encontrada por ninguém da tripulação do Black Pearl.

- Aonde vai? – perguntou o velho quando ela se virou. – Pretende residir aqui em Tortuga? Se tornar uma...

- Não! – ela o cortou. – Ainda quero ser uma pirata. Mas não posso ficar no Black Pearl.

- Por que não?

- Porquê...

     Ela simplesmente baixou os olhos, balançando a cabeça.

- Vou arrumar um navio. – disse ela. – Serei pirata do meu jeito.

- Nunca ouvi falar de uma mulher que fosse capitã.

- Para tudo tem uma primeira vez. – rebateu Brooke, sorrindo de modo orgulhoso.

     Gibbs a fitou, sem conseguir acreditar em uma só palavra da menina, e sacudiu a cabeça.

- Quero ver o que Jack dirá sobre isso... – murmurou, dando as costas para a garota e sumindo no meio das pessoas.

- Jack? – indagou a ruiva, mas Gibbs já não estava mais lá para ouvi-la.

     Brooke balançou a cabeça, sem entender o desfecho daquela conversa. Continuou a andar, mas já não tinha tanto entusiasmo para conhecer Tortuga.

     Pensou em sua breve estadia no Black Pearl. Mesmo que não tivessem ocorrido muitas coisas, sabia que não ia esquecer os estranhos Pintel e Raguetti, a personalidade forte de Barbossa e seu “quase beijo” com Jack. Seu corpo sabia que queria voltar correndo para aquele navio, mas Brooke travava uma guerra em sua mente, sabendo – de certeza – que não seria uma boa idéia. Jack era praticamente a versão masculina de uma sereia: encantava e depois... lhe arrancava a vida.

     Continuou a andar até chegar ao outro lado do porto. Havia um navio enorme cuja madeira parecia escurecida, um tanto úmida, mas... na parte de cima?

- Esse é...

- O Holandês Voador. – disse alguém, como se fosse um fantasma em seu ouvido.

     Brooke olhou para o lado, com os olhos arregalados e a boca escancarada. Observou o homem ao seu lado, desde os olhos claros até as vestes encharcadas.

- Bootstrap... – balbuciou. – É você, certo?

- Sim, eu mesmo. – o velho deu um sorriso fraco. – O que uma jovem como você faz aqui em Tortuga?

- E-Eu... – ela franziu a testa. – Espera, você está livre do seu fardo, não é? Agora que seu filho é o...

- Que jovenzinha bem informada. – Bootstrap a interrompeu, parecendo nervoso. – Vamos fingir que esse é um segredinho nosso, está bem?

     Brooke assentiu, percebendo a besteira que acabara de fazer.

- Ele está casado com a Elizabeth Swan, não é?

- Sim. – ele baixou os olhos. – Tecnicamente.

- Como assim, “tecnicamente”?

     O velho Turner a fitou, sem saber como explicar, deixando Brooke envergonhada.

- Desculpe por parecer intrometida. – disse ela. – É que sou curiosa.

- De modo algum. – ele se aproximou da garota. – William realmente ama aquela moça, mas é meio difícil manter um relacionamento quando se pode ver a amada apenas uma vez a cada 10 anos.

     A ruiva ficou sem palavras. Passou a ter uma outra imagem de Will Turner em sua mente, como um homem belo e honesto, mas que era corroído pela insegurança e a saudade de sua esposa.

- Não sabia que falava-se tanto de William aqui em Tortuga. – disse o homem, fitando o navio.

- Na verdade não sou de Tortuga. – ela sorriu. – Sou de um porto chamado St. Lucius, mas você provavelmente não o conhece. Não é o melhor lugar para piratas...

     Ele pensou um pouco, mas não se lembrava mesmo de conhecer aquele porto.

- Eu imaginei. – ela riu.

- Mil perdões. Deve ser um bom lugar...

- É um inferno. – disse ela, ficando séria de repente. – Pior que Tortuga.

     Bootstrap piscou algumas vezes.

- Por isso veia pra cá?

- Na verdade... – Brooke encolheu-se com a lembrança. – Eu fugi do porto com um bote sem nenhum rumo definido. Fui atingida por uma tempestade e...

- Esta ilha é distante de tudo. Não vai me dizer que a tempestade a arrastou até aqui?

- Não. – ela agarrou a manga do vestido, como sempre fazia quando tentava mentir. – Eu... fui resgatada por um navio de mercadores e...

- Ora, se não é o pai do eunuco! – Brooke ouviu a voz de Jack um pouco distante.

    Arregalou os olhos, assustando-se. A expressão de Jack não era a melhor de todas, mas ele já devia ter bebido além da conta.

- Que bela surpresa, Jack. – disse o velho Turner.

- O prazer é todo seu. – rebateu, fazendo Brooke olhá-lo de cara feia. – Acabo de ver sua nora dando uns amassos em um almofadinha. Imaginei que não agüentaria 10 anos...

     Brooke fuzilou Jack com os olhos ao ver a expressão preocupada de Bootstrap. Will não tinha culpa de ser um amaldiçoado.

- A senhorita também deu uma fugidinha, não é Pepper? – disse Jack, pronunciando o sobrenome de Brooke de um modo bem malicioso.

- N-Não... – a garota ficou tão vermelha quanto seus cabelos. – Eu só...

     Enfiou as mãos nos bolsos do vestido, sentindo algo gelado em um deles. Pegou o que parecia ser uma corrente, vendo nela pendurada uma pedra lápis-lazúli.

     Jack e Bootstrap olharam para a pedra, como se esta fosse a salvação de suas vidas.

- Onde você... – Jack segurou a mão da menina com as duas mãos, fitando a pedra com os olhos vidrados. – Onde você arrumou isso?

     Brooke se afastou do capitão, recebendo um olhar confuso do mesmo. Bootstrap tentou ir atrás dela, mas se deteve quando os olhos da garota baixaram aos dele.

     Eram tão azuis quanto a pedra.

     A ruiva se assustou quando ouviu gritos atrás de si. Pelo menos cinco homens vinham correndo na direção deles, e vestiam a farda da Marinha Real.

     “Como eles chegaram aqui?!”, pensou Jack, fazendo uma careta.

- Agora é a minha deixa! – berrou, agarrando Brooke pela cintura.

     A ruiva tentou argumentar, mas quando percebeu já tinha pegado o ritmo de Jack. Já estava acostumada a fugir.

- Por aqui. – disse o pirata, puxando-a para um beco.

- O que está fazendo?! – disse ela, entre dentes. – Vamos ficar presos aqui.

     Jack a calou com uma mão, apontando para cima com os olhos. O tecido da bandeira que pendia ao lado da janela era alto demais para que eles a alcançassem, mas Jack não parecia pensar assim.

- O que...? – Brooke piscou, sem entender quando Jack se agachou, prendendo as duas mãos como uma concha.

- Vamos. – disse ele, impaciente.

     Brooke só entendeu o plano quando Jack deu um tapinha em sua canela, indicando para ela se apoiar nele.

- Ah, droga. – a menina revirou os olhos, pegando impulso quando Jack a ergueu sem dificuldade.

     Agarrou a bandeira como um gato, rezando para que o ferro não rangesse sob seu peso, mas já sabia que era magra demais pra isso. Balançou-se até conseguir alcançar a janela, que era larga o bastante para que ela conseguisse ficar de pé.

- Isso é bem difícil... – resmungou a ruiva. -... ainda mais quando se está de vestido!

     Olhou para baixo, irritando-se ao ver que Jack se divertia com a cena. Balançou a cabeça e olhou dentro da janela, mas não havia ninguém. Abriu a janela e caiu para dentro do quarto, derrubando uma luminária.

     Pegou um dos lençóis e amarrou ao tecido da bandeira, jogando-a pela janela. Encolheu-se ao ouvir disparos, mas se aliviou quando viu Jack subir.

- E agora, Sr. Inteligência? – Brooke ergueu uma sobrancelha. – Estamos cercados.

- Não se preocupe, love. – Jack sorriu ironicamente, saindo pela outra janela.

- O que está fazendo?! – berrou a garota, indo atrás dele.

- Imagino que não tenha medo de altura. – murmurou o capitão, agarrando a garota novamente.

     Brooke não teve tempo de responder. Jack saltou da janela, pendurando-se nas cordas que passavam pelos telhados. A ruiva só abriu os olhos quando seus pés tocaram o chão, e percebeu que havia ficado para trás.

- Seu maldito! – berrou. – Espera!

- Um homem que fica para trás, é deixado para trás. – disse Jack, correndo com aquele seu jeito estranho. – Mas, no seu caso, você é uma mulher.

     A garota revirou os olhos, atrapalhando-se para correr com aquele vestido longo. Bufou, rasgando um grande pedaço da saia com as unhas, deixando as pernas a mostra.

- Ora. – Jack sorriu. – Espere pelo menos chegarmos ao Pearl, love.

- Cala a boca, Jack. – grunhiu, subindo no navio com a ajuda do pirata.

     Jack subiu agilmente, debruçando-se na proa no navio.

- Cavalheiros, esse dia será lembrado como o dia em que vocês quase pegaram o capitão...

- Jack, eles conseguiram mais rum! – berrou Brooke.

-... Jack Sparrow! – terminou ele rapidamente, indo atrás de Brooke. – Sua cadela, tire as mãos do meu rum!

     Os guardas ficaram estáticos, fitando o navio em silêncio.

- Senhor... – chamou o almirante, baixinho. – Será que nós... encontramos mais um obstáculo relevante?

- O que está dizendo? – o homem ergueu uma sobrancelha, irritado.

- A garota... – o almirante fitou o mar, perplexo. – Eu a achei... bem parecida com Sparrow.

     O homem franziu a sobrancelha quando toda a guarda o olhou. Usava um sobretudo preto e um chapéu cuja aba cobria seu rosto. Andava a se esconder desde...

- Senhor? – chamou o almirante novamente.

- Podemos usar isso a nosso favor. – disse ele, sorrindo de modo triunfante. 


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Notas finais do capítulo

Gente, eu sei que ficou enorme, mas espero que tenham gostado.
Reviews? *-*