Saga de Idron & os Assassinos

Capítulo 24 – A Infância Perturbadora de Idron – Parte 2

O Rei de Kaziles resolveu contar sobre o passado de Idron á Rogg... E desde então, não parou mais.

Flashback On

Kaz sempre foi uma criança mimada. Ele usava trajes de gala o tempo todo. Se seu pai o visse vestido inadequadamente, ficaria de castigo. Tinha olhos cor de mel, cabelo cinza e pele clara.

Como ele sempre sentia fome, Kaz carregava uma pequena bolsa com maçãs para todo lugar que ia. Vendo que seu amigo estava “morrendo de fome”, decidiu dá-las.
– Toma aqui Idron – disse Kaz pegando três maçãs da bolsa. – É pra você.
– Não, eu não posso aceitar. São suas maçãs.
– Deixa de frescura! E vai... Pega logo.

Idron pegou as maçãs e comeu uma por uma desesperadamente. Kaz deu pra perceber o quanto Idron estava com fome. Afinal, foram dias sem comer nada. Só água que ás vezes o satisfazia. Depois de comer as maçãs, Idron agradeceu inúmeras vezes.
– Obrigado, obrigado! Mas muito obrigado mesmo Kaz!
– Não precisa se precipitar. Sabe, estive pensando em trazer comida toda vez que eu vier aqui. E já que vai ser uma promessa. Você não vai poder recusá-la, entendeu?!
– Se você diz, eu agradeço...

Uma voz gritava pelo nome de Idron ao longe... Era um dos assassinos! Ao ouvir chamando ele, Idron pede para que Kaz vá embora logo.
– Você tem que ir! Eles estão me chamando!
– Certo! Amanhã eu volto OK?
– OK!

E Kaz saiu andando pelo caminho de volta ao reino de Kaziles. Idron pegou a foice e saiu correndo em direção a casa dos assassinos.

Ao chegar com a foice, Idron volta a dar continuidade ao seu treinamento. E de longe, Sayato percebe que Idron voltou um pouco alegre da Floresta...

– Por que ele voltou tão alegre...? Será que encontrou alguém na Floresta? Hum... É melhor prestar mais atenção nesse garoto.

E os dias se passam, e Kaz vem trazendo comida todo santo dia para Idron. Só que muitos assassinos começaram a suspeitar de que Idron esteja escondendo alguma coisa... E um deles decide comentar.
– Sayato. O Idron está mudando ou é impressão minha?
– É... Ele vem agindo muito estranho ultimamente... Desde o dia em que ele foi buscar a nossa foice na mata. Ele era pra pedir comida todos os dias! E agora ele não fala nenhuma palavra sequer!
– Tem razão! O que devemos fazer com ele?
– Vocês não, mas eu irei! Vou esperar por uma próxima oportunidade. Idron que me aguarde...

Sayato realmente cismou com a maneira que Idron vem se comportando. Ele está mais feliz e nem parece que perdeu os pais. Treina bastante todos os dias sem reclamar. E ainda por cima não implorou mais por comida. Já que era frenquente ele fazer isso dias atrás.

Enquanto que Sayato fica observando Idron de longe, ele treina bastante e sua mira melhorara muito, sua resistência ficou mais instável e sua força aumentando a cada minuto!

Certo dia, Idron como de costume vai até a mata procurar pelo seu amigo. E não demorou muito para receber sua refeição diária: maçãs, arroz, feijão e carne vermelha assada.
– Muito obrigado Kaz! – exclamou Idron recebendo um pote com comida.
– Não precisa agradecer maluco. É mais que minha obrigação agir assim. Se bem que você mudou muito desde o dia em que ti vi aqui. Depois daquele incidente... Sua fisionomia mudou bastante!

– Estou treinando dia pós dia. Eu quero provar a mim mesmo que um dia irei me livrar de todos aqueles assassinos! Um por um! E pra isso, eu não posso parar de treinar.
– Admiro sua coragem Idron. Porque se eu fosse você, eu já teria desistido há muito tempo...
– Conviver com os culpados pela morte dos meus pais é um preço que eu tenho que pagar. Às vezes eu preferia ser humilhado e odiado por todos, mas eu não tive escolha. Porque o que tem de ser feito aqui, dependerá só de mim.

Kaz ficou impressionado com a determinação de Idron. Ele ficou relembrando do tempo em que Idron era apenas um simples garoto que gostava de brincar com seus brinquedos. E agora o Idron amadureceu muito...

Bem pertinho deles, Sayato ficou escondido entre as moitas e viu que Idron estava recebendo comida “fácil” do seu amiguinho. Logo ele pensou: “- O que está acontecendo aqui?! Esse garotinho está dando comida para Idron?! Então... Esse é o motivo dele está agindo estranho nesses últimos dias! Como eu não tinha sacado isso antes?! Ah... Mas ele vai ter o que merece. Ah se vai!”

Não demorou muito tempo, Sayato já tinha o que queria e foi embora.

Depois de comer, Idron por sua vez agradeceu ao seu amigo novamente. Deve parecer ser chato para Kaz. Mas é a única coisa que Idron pode oferecer de volta.
– Já chega Idron! Se eu fosse contar quantas vezes você me agradece... Perderia até as contas! Relaxe aí!

Idron começou a dá risadas... Realmente ele está bastante feliz. Mas isso não prolongará por muito tempo.

Ao se despedir-se de Kaz, Idron retorna aos seus aposentos. E logo de cara ele estranha o jeito dos assassinos olharem para ele. Só que ele não entendia o motivo de eles estarem agindo assim. Então Idron pensou: “- Por que eles estão olhando para mim como se eu fosse um inimigo? Será que eu fiz algo de errado? (...) Não. Deve ser o jeito deles mesmo. Só pode.”

No meio de vários assassinos, uma pessoa começa a aplaudir pela chegada de Idron. E essa pessoa é nada mais nada menos... Sayato!

Idron ficou espantado pela forma que Sayato agiu. Ele não esperava que isso fosse acontecer, além do mais, os assassinos vivem dentro de sua casa. Sayato se aproxima lentamente em direção á Idron e diz:
– Olha só quem voltou?! Se não é o ingrato!
– Ingrato? Não sei do que você está falando...
– Oh não! Não sabe? Tem certeza? – perguntou Sayato com um tom cínico.
– Absoluta.
– Pois eu irei refrescar sua memória... Kaz?

Quando Sayato disse o nome de seu amigo, Idron começou a se tremer. Seus olhos se arregalaram na mesma hora. Suava frio e seu corpo paralisou por completo. Ele não imaginava que alguém iria descobrir de onde ele arranjava comida.
– Quem é esse? – perguntou Idron apavorado.
– “Quem é esse?” Além de ingrato, é cínico?! – disse Sayato pegando uma faca no bolso direito da bermuda. Depois apontou para Idron e completou. – Eu quero que você mate ele!
– Matar?
– Caso contrário, eu matarei os dois!

Era como se alguém tivesse deixado um copo de vidro cair. Idron ficou confuso, pois ele sabia que no fundo as coisas iriam tomar no mesmo rumo: morte! E ele não queria isso, e nem pro seu amigo.

Apenas uma pergunta o atormentava: Matar seu amigo Kaz ou morrer?

Flashback Off

Rogg ficou muito curioso ao saber que qualquer decisão que Idron tomasse, era de morte na certa. Só que o Rei de Kaziles pediu que ele esperasse por um tempo.
– Forasteiro. Eu estou contando todo o passado de Idron, mas não sei quem você é.
– Desculpe-me é que eu estava apressado atrás de informações que até esqueci.
– Prossiga – disse o Rei desconfiado pela atitude de Rogg.
– Como eu disse antes me chamo Rogg. E pelo visto o reino todo já sabe que eu lutei contra Idron semana passada. Deve ser até por isso que eles ficaram me encarando quando cheguei aqui mais cedo.

Muito longe do reino de Kaziles...

Nell, o Cavaleiro Negro, estava destruindo todos os Slibers que a bruxa Orga tinha invocado. Só que ela nem parecia estar preocupada vendo seus monstros sendo evaporados...
- Ai que tédio isso! Eu já sabia que você era capaz de derrotá-los – disse Orga e bufando ao mesmo tempo.
- Se você sabia... Por que me deixou derrotar eles? – perguntou Nell enquanto ele derrotava os Slibers.
- Para poupar o trabalho de mandá-los de volta para onde vieram.

Não demorou muito tempo, e Nell já tinha destruído todos Slibers! Gosmas aqui, gosmas ali, estava espalhado por todo o chão. Já que os Slibers eram avermelhados, as gosmas permaneceram na sua cor. Nesse instante, Orga se levanta do chão e parabeniza o cavaleiro.
- Muito bom meu cavaleiro. Agora não tenho dúvidas que você é realmente forte.
- Eu já disse! Não me chame de “meu cavaleiro”! E me deixa em paz. Porque senão...
- Senão o quê?
- Eu acabo com tua raça aqui mesmo! – exclamou Nell furioso com as piadas de Orga.
- HAHA! É mesmo? Então vem!

Nell já estava de impaciente e não aguentou... E partiu para o ataque ofensivo contra Orga. Só que ela deu uma voadora em seu peitoral que seu corpo foi parar longe!
- Poxa vida! Pensei que você era mais... Digamos... Forte? Pelo visto, não é e nada! – provocou Orga ao ver Nell caído no chão.
- Foi pura sorte tola.
- Sorte. Essa foi à desculpa mais esfarrapada que já me deram até hoje. Agora, se você pensar direitinho... Aquela oferta está de pé. Seja meu cavaleiro negro!
- Nunca! – gritou Nell correndo em direção á Orga.

E novamente ela dá outra voadora, só que dessa vez, Nell aguenta o impacto do golpe e segura a perna dela com ambas as mãos!
                - Sinto muito, mas não vai funcionar de novo!
                - O quê?! – gritou Orga espantada pelo movimento de Nell.

                Ele sacudiu o corpo de Orga e o pressionou pra baixo. Fazendo com que ela caísse de costas. A dor foi muito forte para Orga, já que bateu toda sua coluna de vez no chão. Seu espinhal ficou doendo horrores!
                - Seu nojento!
                - Isso foi pelo insulto... E agora...

                Nell a pegou pelo pescoço e a sufocou várias vezes. Ela mal respirava até que ele disse:
                - Está gostando disso? É o que você merece. Então se meta a besta comigo novamente... Entendeu?!

                E logo Nell joga o corpo de Ora para longe. Ele dá as costas e começa a caminhar em direção a torre que estava bem próximo.

                Orga estava só o bagaço no chão e começou a pensar: “- Ele não pode fazer isso comigo! Fui eu que o libertei daquela joça de prisão, e agora dá as costas pra mim? Ah... Quando eu quero uma coisa, nada me impede de ter. E já que ele não concedeu ao meu desejo, eu mesma irei!”

                Enquanto que Nell andava, Orga se levanta do chão lentamente ao ponto de chegar bem perto dele.
                - “Feitiço de Mutação: Transmutação!” – citou a bruxa Orga com as mãos na cintura.

                Uma luz verde surge diante de Orga e atinge nas costas de Nell de surpresa! O golpe fez com que Nell começasse a se debater no chão, como se tivesse sendo espancado várias vezes. Já Orga se aproximou dele e disse:
                - Já que você não quis ser o meu cavaleiro, então vai ser por mal! E coloca mal nisso! HAHA!

                Nell começou a ver as coisas embaçadas...
                - O que você está fazendo comigo?!
                - Nada de mais... Apenas espere seu bobinho!