Beyond The Blood escrita por Mary Ayumi


Capítulo 3
Capítulo 03 - Apenas uma Carta


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo. Tentei não demorar muito desta vez, mais pelo visto, não deu muito certo. Tentarei organizar mais o meu tempo. Boa leitura ^^



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Hermione se remexeu em sua cama procurando por mais calor. Não era inverno mas já faziam alguns dias que o sol resolvera tirar férias dando lugar ao frio que parecia que demoraria a dizer adeus.


Ela acordou ouvindo um baixo barulho. Olhou para a janela e viu uma grande coruja negra de olhos âmbar bicar o vidro. Hermione desvencilhou-se da coberta preguiçosamente e se levantou abrindo a janela para que a coruja entrasse. Porém, a ave apenas esticou a pata para que a garota desamarrasse o pequeno pedaço de pergaminho que havia ali. Depois que a carta foi entregue, Hermione meneou levemente a cabeça vendo a coruja levantar vôo e perder-se no céu, provavelmente não esperava uma resposta. O pequeno ponto negro foi sumindo aos poucos até que ficasse totalmente imperceptível.


Questionou-se por um momento em abrir carta ou não. O papel envelhecido, e macabro a fez tremer, mesmo assim, optou por abrí-la. Uma carta não conseguiria lhe mandar uma avada, não é? Desdobrou cuidadosamente o papel jogando o envelope em cima da cama. Correu rapidamente o olhar pela bela e desconhecida caligrafia. Antes de ler, procurou pela assinatura. Nada.


" Hermione Granger, amanhã os alunos de Hogwarts sairão da escola às três da tarde para o passeio à Hogsmeade. Tenho certeza que você vai. Esteja às cinco horas na 'Casa dos Gritos' sozinha. Repito, sozinha. Não se atreva à questionar ou hesitar. Ou então sofrerá as conseqüências de sua desobediência. Humildemente, o seu dono."


Que atrevimento! Ficou perplexa por um momento olhando para o papel. Quem teria tamanha audácia para mandar uma ordem como essa? Independentemente de quem fosse, ninguém tinha direito de ordená-la desse modo. Odiava ser manipulada.
Respirou fundo e se sentou na cama deixando a carta esquecida em cima de seu criado-mudo. Estava cansada demais para se preocupar com tamanho absurdo. Colocou seu uniforme escolar e pegou sua mochila. Teria aula de grafologia.


Grafologia fazia parte da matéria de 'Estudos dos Trouxas' Não era uma matéria obrigatória mais Hermione gostava de decifrar a personalidade da pessoa através de sua caligrafia. Já lera vários livros sobre o assunto mais só as aulas eram capazes de libertá-la de tamanha curiosidade.


Já estava prestes a sair quando olhou diretamente para a carta sem destinatário em seu criado-mudo. Depois de alguns segundos olhando inutilmente para ela, teve a idéia de levá-la com sigo. Talvez a professora Caridade Burbage poderia ajudá-la a desvendar quem era o ultrajante remetente de tal absurdo.

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- Bom dia senhorita Granger. Que bom que veio! - A professora Burbage murmurou para a menina que sorriu para ela ao sentar-se em uma das carteiras ao lado da janela. A sala de aula não estava cheia, assim como todas as outras aulas desta matéria. Tal coisa deve-se ao fato de que muitos alunos não apreciam a matéria por terem preconceitos contra trouxas, sangues-ruins, e outros optam por freqüentar outra aula extra-curricular mais interessante e útil.


- Pois bem, como ia dizendo, na aula de hoje vamos treinar o conhecimento de vocês com grafologia. Um tipo diferente de adivinhação que define a personalidade da pessoa através de sua caligrafia. Assim, podemos ver como a pessoa é internamente. - A professora dizia aos alunos enquanto caminhava pela sala. - Peguem um pedaço de pergaminho e escrevam algo nele. Deixem sem nome, e me entreguem. Eu irei misturá-los e entregá-los novamente aleatoriamente e cada um irá dizer de quem acha que é o papel e algo sobre sua personalidade.
Hermione pegou um pedaço de pergaminho e escreveu uma frase qualquer que veio em sua cabeça 'Nunca Acorde Um Dragão Adormecido'. Dobrou e entregou a professora que com magia fazia uma pequena caixa flutuar de carteira em carteira pegando os papeis.


- Ótimo. - Caridade sorriu e voltou a entregar os papeis aleatoriamente. Hermione suspirou pesadamente olhando pela janela. As árvores ao redor do castelo balançavam violentamente com o vento, todas inclinadas numa só direção, como se fizessem um esforço conjunto para fugir. E nesse momento era o que ela queria fazer.
- A frase é 'Nunca Acorde Um Dragão Adormecido'. - O som da frase que escolheu sendo dita por uma voz meio lunática a acordou de seus devaneios, virou rapidamente o pescoço e viu que se tratava de Luna Lovegood. - A caligrafia é bem precisa. Trata-se de uma menina porque... as primeiras letras tem voltas e são bem alinhadas. É uma pessoa caprichosa, e pela firmeza com que escreve, acho que é bem mandona.
- Bom, e pode dizer de quem é, através destas características? - A professora perguntou.
- Acho que a frase é de... Hermione Granger. - Luna murmurou e fitou Hermione que sorriu e assentiu levemente com a cabeça.
- Ela tem razão, professora. É a minha frase. - Hermione exclamou e assim a aula se seguiu. Alguns alunos acertaram, outros não souberam dizer de quem era.


Depois de alguns minutos a aula já chegara ao fim, enquanto os alunos se apressavam em sair da sala para seguir para a próxima aula, Hermione foi até a professora que arrumava alguns papeis sentada em sua mesa.
- Com licença professora... - Hermione murmurou e a professora levantou o olhar para ela. - Gostaria de saber se a senhora poderia decifrar essa caligrafia pra mim. - Tirou a carta misteriosa do bolso interno da capa e entregou à professora.
Caridade olhou o pedaço de pergaminho por alguns minutos, analisando-o.

- Essa letra é bem era firme, e calculada, porém misteriosa. Posso arriscar que é de um homem, pelo modo como é o formato. Não é muito grande, revela uma pessoa reservada, solitária e presunçosa. É tipográfica, ou seja uma pessoa que é extremamente ligada às aparências. A pena é nova e provavelmente bem cara, a tinta de ótima qualidade. O texto e o papel são bem sombrios. E... - ela leu a última frase 'Humildemente, o seu dono.' e sorriu. - Com certeza esse 'humildemente' foi irônico. O que quebra totalmente a frase a seguir. É uma pessoa muito segura de si, autônoma, e frívola.
- Hmm... - Hermione ponderou por um momento pensativa. Pegou novamente a carta da mão da professora e sorriu fracamente. - Muito obrigada. Ajudará muito em meus estudos pessoais. - Sem esperar a resposta de Burbage, saiu da sala em passos rápidos. Precisava pensar, colocar as idéias no lugar. Subiu as escadas e foi para o sexto andar.


- Cabeça de Dragão. - Hermione murmurou a senha e o quadro da mulher gorda se abriu revelando o salão comunal da grifinória com suas típicas cores vermelho e dourado. Olhou em volta e percebeu que estava terrivelmente vazio. Nem uma alma. Seu raciocínio sobre a solidão foi cortado quando viu duas inconfundíveis cabeleiras. Uma negra e outra ruiva.


- Olá Mione! - Harry cumprimentou a amiga animado enquanto estava sentado em frente a lareira jogando xadrez de bruxo com Rony. - Pronta para o fim de semana?
- Claro. - Ela respondeu desanimadamente sentando em umas das poltronas vazias ao lado da mesa de madeira onde fora posto o tabuleiro.
- Cavalo na G6. - Rony exclamou e o cavalo moveu-se em "L" para a casa que ele ordenara. Sem dúvida Harry estava indo muito mal. O contraste de suas peças negras com as prateadas de Rony eram massacrantes. Rony ganharia num piscar de olhos.
Com tudo, o sorriso triunfante e bobo não saía do rosto do Potter que aparentava não estar dando a mínima para o jogo, na verdade.
- Harry, tudo bem com você? - Hermione arqueou a sobrancelha desconfiada. - Está perdendo e mesmo assim está sorrindo?
- É que amanhã ele tem ronda com a Chang. - Foi Rony que respondeu revirando os olhos para Harry que mesmo olhando para o tabuleiro estava com a mente bem longe.

Hermione se reclinou na poltrona de veludo vermelho. Sua cabeça precisava de um descanso. Simplesmente ficou lá, parada, sem olhar pra nada em especial. Amanhã também teria ronda. Infelizmente, com Malfoy.


Por mais que tal notícia fizesse seu estômago revirar de desgosto, não tinha o que fazer, era monitora-chefe não podia deixar seu cargo só por causa da doninha! Respirou fundo, enquanto fitava a lareira acessa. Quisera ela, que seus problemas fossem apenas uma simples ronda. Aquela carta em seu bolso insistia em mostrar sua presença num mínimo movimento que ela fizesse. Era incrivelmente irritante. Sentia-se manipulada.
- Tudo bem com você Hermione? - De repente a voz de Harry ecoou em seus ouvidos, virou-se e percebeu o amigo fitando-a preocupado. Rony não estava mais no cômodo.
- Tudo Harry... - ela sussurrou sorrindo fracamente. Ele agachou na frente dela segurando suas delicadas mãos. - Me promete uma coisa?
- Qualquer coisa, Hermione... - Harry assentiu depositando um beijo nas costas da mão da garota que mantinha o olhar baixo.
Hermione mordeu o lábio nervosa. - Promete que vai estar sempre comigo não importa o que aconteça? E se... algo nos separar, promete guardar lembranças minhas? - ela sussurrou
O Potter sorriu e levantou o queixo dela a obrigando a fitar seus profundos orbes verdes. - Você nem precisa pedir... eu nunca a deixaria sozinha... e sobre guardar lembranças suas... não vejo motivo para isso, afinal, eu terei você sempre comigo. Nada irá nos separar.

Hermione sorriu para ele. Lembrando-se da carta com receio. Sentiu um leve tremor lhe atingir. Era apenas uma carta... não deveria ter medo, deveria?


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelas reviews. Responderei hoje mesmo. Espero que tenham gostado do capítulo. Beijos e até a próxima ^^