O Jogo da Vida escrita por Machene


Capítulo 8
Garota Boa de Bola


Notas iniciais do capítulo

- recebe trezentas boladas na cara -
ç ç Puxa minna, gomen msm! Eu ñ queria ter demorado tanto pra postar o próximo capítulo, mas quando acabou o ano eu tava com + duas fics novas (Fairy Tail e Shugo Chara) e, antes que percebesse, reencontrei amigos meus do colégio um dia desses e passei a maior parte das férias jogado videoguame com minha irmã!
^^ Felizmente, aqui tem + 2 caps. fresquinhos e, garanto, a prioridade agora será terminar esta fic. Kissus



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Cap. 8
Garota Boa de Bola


Gabriele – Não! Eu posso continuar! – toco a perna – AI! – começo a gemer.

Mark – Negativo, não pode! – ele me segura no colo. O Fuji se aproxima.

– Precisam substituí-la logo. – o juiz avisa.

Gabriele – Então entra Sanae! – peço – Vence esse jogo com todas no meu lugar.

Ela concorda com a cabeça, todas sorrindo. O tio me carrega até a ala médica ao lado dos enfermeiros de plantão e passa pelos apreensivos garotos. Hyuga é o último no caminho, mas eu não tenho mais coragem para encarar o capitão... Pelo menos, não sem estar segurando quatro pedras na mão!... Chegamos logo na enfermaria, apenas o tio comigo. Ele é rápido quando quer!

Mark – Com licença. – bate na porta, que abre em pouco tempo – Olá! A minha sobrinha sofreu uma rasteira. O senhor pode olhar a perna direita dela?

– Claro, entrem! – o mal-encarado dá passagem – Eu vi a agitação. – ah, então é por isso que tem uma sala desconhecida no alto do estádio, de frente para o campo! Ele vê tudo pelo vidro – Vocês podem me chamar de Max Masanttini. – o tio me põe na cama.

Mark – Ah, o famoso treinador físico de Jyrdan! Quando se transferiu?

Max – Eu vou apenas passar uma temporada por aqui. – ele senta ao meu lado, em uma cadeira – Se será permanente, tudo depende da minha aceitação na universidade Tilibra. Muito bem, tente mover a perna. – começo a gemer só de levantar o pé – É, pelo visto a sua perna está quebrada. Eu vou engessá-la, mas você não vai poder nem pensar em futebol enquanto estiver nestas condições! Deve fazer o menor esforço possível.

Gabriele – Certo... – até parece que pretendo ficar na cama!

Max – Vamos dar uma olhada no seu corpo. – ele levanta e fica atrás de uma máquina – Tente sentar e tire suas chuteiras e as meias. – o tio me ajuda – Agora estique as pernas juntas para frente o quanto puder e fixe as mãos no colchão. – pra quê tudo isso?

Gabriele – Eu não posso só receber o gesso e ir pra casa?

Max – Se quiser esperar seis meses ao invés de três, pode sim. – grosso – Este laser vai escanear o seu corpo para diagnosticar o seu estado físico, então fique parada.

– Não tem necessidade de trocar a roupa ou colocar algum colete? – questiono.

– Não, mas procure manter os olhos fechados, porque a luz é capaz de cegar.

Faço como ele diz e o escuto ligar a máquina alta de aço. Já contei quinze segundos; não acabou? Espera aí, que barulho é este? A sala fica longe de toda zoada, mas eu consigo escutar claramente gritos, assovios, aplausos e uma calorosa frase feita! Abro os olhos.

Gabriele – Tio Mark, o jogo! – viro de costas e o encaro.

Max – Ei, está louca? Não me escutou? O laser quase...

Gabriele – Foi por pouco, então tudo bem! Dá licença?

Mark – Gabriele! – eu tô ouvindo muitos tons de repreensão ultimamente.

Gabriele – Tio, deixa pra me repreender depois, por favor! Agora vai, olha o jogo! – ele continua sério, porém, suspira com desistência e chega perto do vidro.

Mark – Nós ganhamos! – ele até se anima.

Gabriele – Isso! – levanto os braços para o ar – Quem marcou?

Mark – Pelo visto, a nossa Sanae. – volta a me encarar e a ficar sério – Mas, voltando ao assunto anterior... – fecho a cara de novo.

Gabriele – Ok!... Obrigada por cuidar de mim senhor Max, e me desculpe se eu fui grossa contra a sua pessoa. – falo rápido.

Max – O seu jeito agressivo de lidar com as outras pessoas me lembra de Hyuga Kojiro. – ele comenta sério, sentando no banco perto da máquina – E, pelo visto, seus músculos também.

Mark – Como assim treinador? Qual o problema com o corpo dela?

Max – O lado direito do seu corpo está mais desenvolvido que o do esquerdo. – o tio passa para o lado do tal Max – Assim como o dele. Ela não tem equilíbrio.

Gabriele – O quê? – os meus olhos devem estar saltando agora – O senhor examinou esse idiota? Por que o físico era como o meu? Ele...

Max – Ah, agora está me tratando por senhor? – abaixo os braços e suspiro, movendo o corpo e levantando a perna direita com as mãos.

Gabriele – Tio, você pode avisar para todo mundo que eu estou bem. A minha perna vai ser engessada e ainda hoje volto pra casa.

Max – Quem devia dizer isso não era o especialista?

Gabriele – Se eu sou tão parecida com Hyuga Kojiro, vai saber que nem pretendo ficar trancada em um quarto repousando! – ele suspira e faz um sinal com a mão.

O tio Mark sai e da porta já tô escutando as discussões no corredor. Os enfermeiros estão induzindo a mídia a vazar. Um "Sanae Nakazawa" e outro "Yayoi Aoba" escapam e as garotas vêm parar na sala junto do Fuji, os técnicos e a titia. Mark acaba voltando.

Emília – Meu amor, tudo bem com você? Eu fiquei tão preocupada!

Gabriele – A minha perna vai ficar boa, já as minhas costelas depende de você, treinadora! – rio, recuperando o fôlego quando ela me solta – Como entraram?

Alan – Os enfermeiros barraram os repórteres depois de gritarem pela Yayoi e a Sanae. – riem. Interessante, eu não tô rindo e as meninas também não.

Pepe – A Sanae acabou ganhando o jogo pela gente.

Gabriele – Soube... – respondo fria e seca. Olha, o Hyuga entrou!

Hyuga – Treinador Max? – o homem o cumprimenta levantando a mão.

Benji – Ah é, eu ouvi que o treinador viria trabalhar em Silja.

Max – Ainda é um futuro incerto. Bom, está na hora de pôr o gesso.

Roberto – Sim, vamos lá gente! É melhor deixar a Gabi descansar.

Hyuga – Espera! – todos param de andar e olham para ele – Eu falei com a Natasha e ela disse que você tinha se vestido de homem para conversarem.

Gabriele – É verdade. – confesso – Mas, pelo visto, me desmascararam...

Hyuga – Só quero perguntar uma coisa: por que disse a ela que a nossa parceria acabou?

Gabriele – Simples... Por pior que seja admitir... – suspiro – Eu odeio você!

...

Talita – Bem, senhoras e senhoritas, eu agradeço por terem vindo. – escuto aplausos – Já que tudo agora foi resolvido, eu quero dizer que me sinto honrada em ainda liderar a festa das debutantes dos times de futebol de Silja, Jyrdan e Braja. – mais aplausos – Nós vamos fazer de tudo para tornar sua apresentação a mais graciosa e elegante o possível na sociedade.

Eu escancaro as portas corrediças de madeira, que fazem um tremendo barulho e acabam com a apresentação da titia. Ai, eu fiquei presa! Sabia que esta porcaria de bolsa de grife que a Natália me emprestou ia me fazer passar vergonha, eu só não imaginei que seria tão cedo! Puxo a alça de corrente prateada da fenda na porta e uso ela pra jogar a bolsa branca pra outra mão.

Gabriele – Filha da... – ia terminar quando noto que estão todas as mães e garotas de cada time feminino dos três países olhando pra mim, então resolvo acenar – Oi! – dou um sorriso de canto e passo uma mão no vestido branco de um tecido áspero, tentando inutilmente alisá-lo.

Talita – Gabriele, só faltava você! Sente-se. – as outras mulheres já estão olhando torto pra mim, então é melhor obedecer. Sento perto das outras meninas, enquanto a mãe e mais uma senhora estão ao lado da tia – Como eu dizia, agradeço a todos por terem vindo e, em especial, a Emília Monterrey e Milena Fardem, as mães, respectivamente, de Gabriele e Natasha, que nos ajudarão de bom grado a fazer o evento deste ano.

Heim? Os meus ouvidos taparam depois de "mãe da Natasha". Aquela mulher bem séria e glamorosa, com as pernas mais longas do mundo, é a mãe da Tasha nojenta? Oh ironia!

Milena – Então, quem está pronta para se apresentar? – ela abre um grande sorriso.

Gabriele – Ah, que saco! – sussurro e dou um sorriso de canto.

Tinha de ser ideia dessas duas, fazer uma reunião de última hora na sede do C. F. A. E... Foi um custo achar este lugar, e ainda paguei mais do que devia ao taxista! Um tempo depois e começamos a conversar e comer, as mais velhas ensinando para as mais novas como se portar. Eu, francamente, só queria estar em casa... Estou cansada, aborrecida por ter dormido pouco e a cara dessas líderes de torcida metidas tá me dando nojo!... Mas não sem apetite.

Emília – Gabriele, querida!... – ela sorri pra mim de canto.

Gabriele – O que? – viro o rosto, mas sem desviar os olhos da "Tasha".

Emília – Lembre-se: mastigue como se tivesse um segredo. – ela volta a sua cadeira na linha diagonal para a posição normal, de costas pra mim na mesa ao lado, e começo a mastigar a cocha da galinha mais devagar, fingindo um sorriso.

As minhas amigas até estão acostumadas com o meu comportamento, mas eu sempre fui mais quieta e cheia de si, e não temperamental e lançando olhares malignos. Certeza: a culpa é da Natasha! O que mais me irrita nela é como quer ser a "coisinha bonitinha e adorada", sendo realmente é uma tremenda víbora com ar de coitadinha que adora pisar no calcanhar dos outros! Opa, ela vai ao banheiro! Ou como sussurrou para as mães das amigas, ao "toalete".

Gabriele – Senhoras... – volto-me pras mães de outras garotas, já me olhando com nojo, acredito, pela carne ainda rolando na minha boca – Bom apetite! – dou ainda mais motivo para ficarem de cara amarrada quando falo com a boca aberta e limpo o rosto com o guardanapo e o rebolo em qualquer canto da mesa.

E lá vai ela, rebolando quase quebrando os seus quadris naquela sainha se fingindo de comportada e o colete, sobre a blusa branca, formando um conjunto rosa. Aqueles saltos devem estar apertando o cérebro dela... Quando entro no banheiro, ela está retocando a maquiagem.

Natasha – Ora, se não é "Gabriel". – sorri e vira-se pra mim, que já estou posta quase em posição de combate, com as pernas meio separadas e as mãos postas na cintura.

Gabriele – Eu fico feliz que tenha se lembrando de mim, mas hoje eu vim fantasiada de "mais mulher que você"! – sorrio vitoriosa.

Natasha – O que você quer? Está me perseguindo, é?

Gabriele – Por acaso o banheiro é seu? E eu nem tenho necessidade em te perseguir! – passo por ela e paro no caminho – Embora... Eu até queira falar contigo.

Natasha – E o que vossa senhoria quer falar comigo? – outra dosagem de sarcasmo.

Gabriele – Eu disse a você duas coisas naquele dia. Primeiro que tinha a chance de roubar o Hyuga de você, e segundo que nossa parceria terminou. As ideias que essas informações dão se ligam; é como dizer que eu posso tirá-lo de você, mas eu não faço questão.

Natasha – É bom saber, mesmo porque, Hyu nunca iria querer algo com alguém como você! – sorrimos falsamente uma para a outra – Mas por que está me dizendo isso agora?

Gabriele – O plano inicial era mesmo pra que você largasse o Justin. Eu sabia que vocês estavam encenando por conveniência... – outro sorriso falso duplo – E aposto que você também pouco se importa com os comentários alheios pelo fim de um namoro relâmpago, porém, o que eu quero saber é o motivo de ter feito isso. Se não teme pelo Hyuga te deixar, do que tem medo?

Natasha – Medo? – ela gargalha – Eu não tenho medo de nada querida! É como disse: eu não ligo para aquele idiota! Nós acabamos com tudo porque esse teatrinho estava acabando com a minha vida social, mesmo alavancando minha carreira! Minhas amigas me deixaram durante esse meio tempo, já que quase ninguém ia com a cara dele!

Gabriele – Amigas muito boas essas suas... – solto sarcasmo junto com o riso – Mas eu concordo: ele é um idiota! Eu passei mais tempo namorando o ego dele do que com ele.

Natasha – Jura? – ri – Bom, se você o odeia isso vai ficar engraçado...

Gabriele – O que? – cruzo os braços e a encaro pelo espelho.

Natasha – Ele aceitou terminar comigo porque disse que ainda gostava de você.

Gabriele – Como é? – como é? Que piada – Ele só podia estar tirando uma com a sua cara.

Natasha – Pois não parecia... – guarda o batom na bolsa e volta a me olhar diretamente – E se quer mesmo saber, as pessoas fazem muita coisa para erguer uma boa reputação... Vale até esconder a sua verdadeira personalidade. – ela já não estava mais sorrindo; apenas me encarava – Nós poderíamos ser rivais a vida toda só para passar a melhor imagem de rivalidade entre os nossos times, como já vem acontecendo por anos, manter a fé dos torcedores e apenas para ver qual de nós consegue o Hyu... Só que, eu já não sei você, mas eu não consigo parecer uma santa o tempo todo! Fazia muito tempo que eu não brigava sério com alguém.

Podem me chamar de louca, mas este sorriso dela parece mesmo sincero! E eu não consigo responder nada! Quer dizer... Justin poderia mesmo gostar de mim? E esse noivado relâmpago entre Emília e Roberto e Talita e Mark também é apenas por conveniência? O que eu sinto, em certeza, pelo Hyuga? Por que eu mudei tanto? E por que, estranhamente, eu consigo entender a Natasha, como nunca insisti em fazer antes? Eu nem sequer parei pra arranjar respostas!...

Natasha – Tchau esquisitinha. – ela acena e sai rebolando.

Os meus braços caem ao lado do meu corpo. Eu fiquei meio atordoada agora. Alguém está entrando no banheiro. Natasha deve ter esquecido alguma coisa...

Sanae – Gabi?... – ah, é ela – Era a Natasha saindo? – afirmo com a cabeça. Ela tá muito bonitinha com esse vestido rosa clarinho e bem lisinho – Aconteceu alguma coisa?

Gabriele – Mais ou menos... – suspiro, olhando meu reflexo no espelho – Eu acho...

Sanae – O que vocês conversaram? Você está meio pálida!

Gabriele – Estou? – seguro o lencinho que ela umedeceu e passo pelo rosto – Ah, nossa!...

Sanae – Vocês discutiram outra vez? – nego com a cabeça – Então o que foi?

Gabriele – Eu... Eu só queria perguntar pra ela porque deixou o Justin.

Sanae – Não foi pelo que você disse? – dou um sorriso de canto, ainda a olhando pelo espelho enquanto ela arruma a gola do vestido.

Gabriele – Não exatamente... Eu acho que ela já sabia desde o começo que era eu vestida de homem. Quer dizer, não tinha como ela saber que o Hyuga venceu o campeonato e nem ter noção da minha "versão masculina"! – Sanae concorda e ri levemente junto comigo – Sabe... A Natasha me disse que desistiu daquele plano todo porque não queria destruir a sua vida social e mudar tanto a vida dela só para manter uma imagem... – acho que a Sanae ficou tão chocada quanto eu – E, finalmente, acho que eu consegui entender o que eu tenho que fazer...!

Continua...


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