...Era uma sensação boa, aconchegante, me senti por um momento segura...

Depois de um minuto cai na real. O que eu estou fazendo? Será que estou me iludindo mais uma vez? Desse jeito vou acabar me machucando de novo.

- Desculpa, não posso fazer isso!- Abaixei a cabeça, segurando as lagrimas de um futuro arrependimento.

- Ei! Não pense que vou desistir de você tão rápido assim! Eu vou esperar você estar pronta para entrar em outro relacionamento. – Ownnnn! Que fofo, como eu queria gostar de você, mas o coração é cego.

- Podemos esquecer que houve isso e continuarmos a sermos apenas amigos? – A cara de decepção ao ouvir a palavra amigos ficou estampada em sua cara.

- Tudo bem, eu sou mesmo um burro, deveria ter imaginado que você só queria a minha amizade, mas seria uma dor muito grande te perder, prefiro ser apenas seu amigo a não ter você. - Não deu, desabei, comecei a chorar rios de lagrimas.

- Acho melhor eu ir, não estou em condições de continuar o trabalho hoje, se quiser eu termino o trabalho sozinha.

- Não, você não vai terminar o trabalho sozinha, e antes de você ir quero ter certeza de que não vai deixar de falar comigo.

- Não vou deixar de falar com você, afinal de contas é uma dos poucos amigos que tenho.

Abracei-o com força e fui embora. Como queria pensar um pouco, fui a pé, caminhar me deixa mais calma. Acabei de sair do prédio, vi umas pessoas estranhas, andei um pouco, olhei a redor e vi um cara armado, com medo, acabei fazendo a coisa mais inteligente para sair logo dali. Procurei pelo numero do Justin, não tinha, então fui até o interfone. Atende Justin, atende.

- Alo?

- Justin, sou eu Felícia, posso subir, estou como medo de ir andando sozinha, tem muita gente estranha, e eu acho que vi um cara armado.

- Claro que pode subir, não quero que você seja ameaçada. - Abri a porta e subi as escadas correndo. Cheguei ao A302 e vi que ele estava na porta esperando.

- Oi de novo, muito obrigada por me deixar subir. - Lembrei que ainda tinha que ligar pro meu irmão vir me buscar, pedi licença, liguei, ele disse que não pode sair do trabalho agora, mas que quando sair vai passar aqui para me pegar. – tem problema eu ficar esperando aqui? Meu irmão só vai poder me pegar depois do trabalho, provavelmente vai demorar um pouco.

- Não tem problema.

 Entramos, ele sentou no sofá e me convidou pra sentar ao seu lado, ligou a TV e ficamos ali assistindo, na metade do filme eu estava com muito sono.

- Nossa meu irmão esta demorando, já estou ficando com sono. – Bocejo.

- Se quiser pode deitar. - me deitei, mas não tinha muito espaço, então apoiei minha cabeça no seu colo e ele ficou fazendo cafuné, dormi.

Sinto alguém me cutucando, é o Justin.

- Você acabou de receber uma mensagem. – Abro meu celular, a mensagem é do meu irmão, mas não é avisando que já esta aqui, muito pelo contrario, ele não vai poder vir me buscar, pois teve que viajar de ultima hora, teve que sair do trabalho e ir direto pro aeroporto.

Adam: Não vou poder te buscar, tive que vir direto pro aeroporto, vou viajar, volto terça. Tem como você dormir na casa de alguém?

Porque tudo tem que dar errado logo pra mim? Como vou arranja alguma casa para dormir a essa hora? Não, não posso perguntar isso ao Justin, mas eu não tenho alternativa...

- Justin eu não quero ser incomoda, mas tem como eu dormir aqui hoje. – Lhe mostrei a mensagem para não ter que explicar tudo.

- Eu não sei, tenho que ver com a minha mãe, acho que se explicarmos tudo para ela... – Ele acabou de se lembrar de alguma coisa.

- O que foi?

- Minha mãe vai chegar muito tarde, e daí se ela não deixar, vai ficar ruim pra você ir para outro lugar.

- Liga pra ela! – Justin pegou o telefone, discou o numero e ligou, depois de um tempo ele começou a falar, explicou toda a situação, desligou o telefone, sua cara demonstrava alivio.

- Ela deixou. – Suspirei, assim pelo menos não teria que voltar a essa hora para casa, ou então ter que procurar a casa de alguém para dormir.

- Obrigada.

Ele improvisou uma cama na sala para mim, depois demos boa noite um para o outro, ele foi para o quarto e eu deitei no sofá improvisado de cama.