Capítulo 2.

Pov. Atena.

Acordei com a claridade, estava em um quarto branco, deitada em uma maca. Virei o rosto para poder ver o lugar melhor e vi Poseidon dormindo sentado em uma poltrona ao meu lado direito, do esquerdo pude ver um berço.

Encarei o teto e tentei me lembrar do aconteceu para eu vir para a ala Hospitalar do Palácio* – deduzi quando vi enfermeiras passando no corredor em frente à sala.

Tive flashes de Poseidon me colocando em uma das macas, médicos me levando para longe de meu marido e minhas filhas nascendo. Talvez o parto explique minha amnésia repentina, as meninas nasceram de cesariana.

Fechei meus olhos com força tentando adivinhar a que horas eu vim parar na Sala do Parto e quanto tempo eu dormi. Vamos Poseidon, acorde, eu preciso de você.

- Fique calma, eu estou aqui. – ouvi uma voz masculina, pude sentir dedos tocarem minha face e recebi um beijo na testa. - Pode abrir os olhos. – ouvi o cochicho dessa vez bem próximo de meu ouvido.

Fui abrindo os olhos lentamente. Tive que pisca algumas vezes para me acostumar de novo com a claridade e poder enxergar Poseidon me olhando, paciente, e afagando meus cabelos.

- Por que é que você não me contou que eram gêmeas? – ele me perguntou num tom baixo.

- Por que eu tenho certeza de que, mesmo elas ainda nem terem nascido, você morria de ciúmes. – respondi com a voz rouca.

Poseidon sorriu de lado para mim e se baixou me dando um selinho.

- É claro que eu teria muito ciúmes, elas são idênticas a mãe.

Levantei uma de minhas mãos para poder tocar o rosto do deus a minha frente e puxá-lo para um beijo leve.

- Pegue-as para mim, eu quero vê-las.

Poseidon não retrucou e andou até o berço. Eu apoiei minhas mãos no colchão e fiz força para poder me apoiar. Fui puxando minhas pernas para trás devagar, pois os pontos que levei, após dar a luz, doíam.

- Hei!  – Poseidon veio correndo até mim e me ajudando a sentar. – Você tem que ficar quietinha para repousar. Eu vou ir pega-las e você não mexer um músculo.

- Às vezes você consegue ser pior que meu pai. – falei sorrindo para ele.

- Desculpe por me importar com você. – ele respondeu fingindo estar magoado.

- Eu te amo. – retruquei rindo um pouco.

Ele não disse mais nada e me deu um beijo demorado no canto da boca. Poseidon se virou e caminhou até o berço, colocou os braços dentro do cesto e tirou de lá uma garotinha loira, vestida com um macacãozinho rosa. Ele a acomodou em seus braços de maneira que ela não acordasse e veio andando até mim.

O deus me entregou a criança, aproximou outra poltrona ao meu lado e voltou para buscar a outra loirinha, que vestia um macacãozinho lilás.

- Me disseram que vestiram de rosa a que nasceu primeiro. – Poseidon me falou se sentando na poltrona enquanto acariciava a bochecha rosada da filha.

- Há quanto tempo eu estive dormindo? – cochichei sem tirar os olhos da pequena menina.

- Quando cheguei aqui, após o parto, você já estava dormindo, isso já faz umas das horas.

- Então quer dizer que elas ainda não comeram?  - perguntei franzindo o cenho e me virando para encarar Poseidon.

- As amamentam enquanto você dormia. – ele respondeu como se fosse óbvio.

- Como as vamos chamar? – Poseidon cochichou após um minuto de silencio.

- Eu pensei em Alice. E você alguma sugestão?

- Eu gosto de Cecília.

- Você nunca me falou que gostava desse nome.

-Nós nunca paramos para conversar sobre nomes.

- Verdade, nunca pensei nisso.

- Então fica assim. A “mais velha” se chama Alice e a “mais nova” Cecília.

- Feito!

- Com licença senhores – um sereiano vestido com um jaleco branco e uma prancheta em mãos entrou no quarto. - Sou o médico que acompanhou o parto de Lady Atena. Eu gostaria de saber como à senhora se sente.

Poseidon levantou e colocou Cecília no berço e voltou para pegar Alice e fazer o mesmo.

- Por favor, me chame de Atena ou você.

- Como você preferir.

- Eu sinto dores nos pontos quando me mexo. – respondi me virando para Poseidon que arqueou uma sobrancelha pra mim.

- Isso é normal. Você poderá voltar para seus aposentos hoje à tarde. Ahn... Atena, você tem remédios de seu irmão Apolo?

- Ah! Tenho sim. Por quê?

- Ótimo, é só aplicar um pouco antes de dormir que dentro de dois dias o ferimento estará cicatrizado, e sobre as dores, só com repouso mesmo. E lorde Poseidon, me desculpe sobre a petulância da náiade que te barrou na hora do parto. Eu farei questão de dar um jeito nela.

- Tudo bem! – Poseidon respondeu.

O médico fez um reverencia e se retirou do quarto.

- Quem era essa náiade e o que aconteceu?

- Ignore. Não vou me vingar dela pessoalmente, mas ela terá o que merece. – ele retrucou e se virou para o berço me entregando Cecília e ficando com Alice.

Na tarde do dia seguinte... (ainda Pov. Atena)

Eu tinha acabado de colocar as meninas para dormirem, estava esperando Poseidon chegar da reunião com o seu os sargentos de seu exercito, quando ouvi alguém batendo na porta do quarto, me levantei da cama devagar e fui ver quem era.

- Sua maluca por que não me contou nada? – Afrodite cochichou no meu ouvido quando pulou me abraçando assim que eu abri a porta.

- Por que se eu contasse pra qualquer um no Olimpo nosso pai teria um chilique quando ficasse sabendo, então resolvi esperar até que elas nascessem. Mesmo assim Poseidon resolveu contar ele mesmo.

- Eu posso vê-las? – ela falou me soltando.

Peguei em sua mão e a levei até o berço. Ela murmurou um ‘Own’ bem baixinho e colocou as mãos no rosto.

- Elas são tão lindas! Apolo me contou que sonhou com elas.

- Como ele descobriu? – perguntei indignada.

- Ele disse que sonhou há muito tempo com as elas. Ele também me falou que conforme elas forem crescendo vão ficar morenas.

- Vão ser iguaiszinhas ao pai – pensei alto olhando as meninas. – Como estão as coisas no Olimpo?

- Ares já está se orgulhando por Lionel* já demonstrar as habilidades em batalha.

- Mas já? Ele só tem quatro anos. – falei enquanto sentávamos novamente na cama.

- Já!- ela falou revirando seus olhos verdes claros. – Hefestos também se orgulha muito do Paul e do Jacob*. E o Apolo só sabe mimar a Melanie*.

- O Paul é o mais velho dos dois não é? – falei me apoiando nos pés da cama, enquanto Afrodite se apoiava nas mãos como se estivesse tomando sol.

- É sim, aqueles dois ainda vão deixar a Calipso louca, ou melhor, os três. – ela falou e nós rimos, em cochicho.

- Com quantos anos eles estão?

- o Paul tem cinco, o Jake tem três e a Melanie tem dois anos

- Nossa só eu que demorei tanto assim pra ter filhos?

- Não sei como você enrolou Poseidon. – e nós rimos mais ainda.

E esse foi só o começo da tarde.

=================================================

Capítulo comprido eu sei, mas eu tinha que esclarecer algumas coisas.

*No outro capítulo nós colocamos enfermaria, eu resolvi mudar por que a Maevedeep nos deu permissão pra emprestar o castelo de lendo nas entre linhas do ódio, então não é plágio.

*Lionel é filho de Ares e Afrodite, Paul e Jacob é filho do Hefestos e Calipso e Melanie é filha de Apolo e Ártemis

Bjs até o próximo capítulo.