Se fosse pra definir o meu primeiro dia no colégio novo em uma palavra eu definiria em Otimo.

Pela primeira vez eu me senti bem, me senti normal, como nunca tinha me sentido antes.

Enquanto eu caminhava eu lembrava do Justin, os olhos dele, o sorriso dele ficaram nos meus pensamentos.

Arranjein uma amiga maravilhosa a Brianna me entendia perfeitamente.

Cheguei em casa exausta, e feliz. Subi para o meu quarto, deixei meus matériais em cima da cama, e tratei de tomar banho.

Não demorei muito, faltavam quinze pras duas da tarde, e as duas e meia Justin iria vir me buscar pra fazermos o trabalho.

Fui até o closet e peguei uma blusa vermelha sem manga até a metade da coxa, uma bermuda preta acima do joelho, uma jaqueta preta, e uma sandália preta.

Penteei meu cabelo, e desci para cozinha, nunca fui excelente nessa coisa de cozinhar, mas eu era no minimo boa na cozinha.

Como eu não estava com vontade de esperar muito, peguei um dos Cupcakes que estavam guardados e comi.

Fui até a TV e coloquei no Nickelodeon e passava O diario de sobrevivência do Ned.

Assisti alguns capitulos até escutar a busina de um carro, fui até a janela da sala e coloquei minha cabeça pra fora, e vi ele saindo do carro, e fazendo um sinal para que eu fosse até o carro.

Peguei meus matérias novamente, coloquei-os na bolsa e saí.

Entrei na Ranger Rover do Justin, e olhei os detalhes do carro.

- Legal esse carro né?

- Muito, mas eu gosto mais de carros esportivos.

- Eu também, só que o meu tio me deu esse carro e eu não poderia recusar. - Deu a partida no carro, até certo ponto o caminho foi silêncioso, até ele quebrar o silêncio.

- Então Nicole, onde você morava antes de vir pra cá?

- Detroit.

- Minha tia Sophia mora lá, por que se mudou de lá? - Suspirei triste ao lembrar das coisas ruins que passei lá, e respondi.

- No meu antigo colégio eu era bastante zoada, me chamavam de nerd, de ridicula e até de vagabunda, e eu não aguentei, meu pai recebeu uma proposta de trabalho aqui, e foi ai que a gente se mudou.

- Não vejo motivos pra zoarem você, você é normal.

- É mais lá eu era tipo "A extraterreste do colégio". - Arranquei uma gargalha dele e ri junto.

- Pronto, chegamos. - Saí do carro admirando a bela casa onde ele morava.

- Vamos, ou vai ficar ai olhando feito uma boba? - Estendeu a mão em minha frente e eu a segurei, fomos caminhando do carro até entrar na casa de mãos dadas, e aquilo era esquisito, e era bom.

Quando adentrei na casa eu fiquei ainda mais abobada com a beleza dela, a decoração era perfeita, os movéis combinavam perfeitamente com a cor e o lugar.

- Minha mãe é decoradora. - Explicou.

- Ah então por isso que é tão bonito.

- Vamos fazer o trabalho lá em cima, mas não liga pra bagunça.

Subi a escada bem devagar olhando os detalhes do lugar.

Ao entrar no quarto de Justin vi roupas jogadas no chão, cama bagunçada, sacos de salgadinhos, fora do lixo, e ele sorriu amarelo.

- Que bagunça hein ?

- É, amanhã eu vou limpar aqui. Vem, vamos fazer o trabalho.

O trabalho demorou mais ou menos 25 minutos pra ficar pronto, apesar de toda a bagunça o quarto de Justin não ficava atrás no quesito beleza. Fomos pra sala novamente, ele me convidou para ficar mais um pouco em sua casa.

Na estante da sala haviam várias fotos, de uma moça ruiva de olhos claro, que se parecia com ele, provavelmente sua mãe, ou sua tia. E sempre nas fotos um garoto loiro muito fofo estava com ela, e era o Justin, ele não mudou em nada.

- Esse é você Justin ? - Perguntei-o mostrando a fotografia.

- Sim, eu e minha mãe, na casa da minha tia.

- Como é ser bonito desde criança ? - Perguntei sem pensar, depois eu percebi a burrada que tinha perguntado.

- Eu sou bonito ? - Sorriu vitorioso.

- Feio você não é.

- Então você me acha bonito ?

- Não, eu disse que você não é feio e não que você é bonito.

- Se eu não sou feio eu sou bonito. Admite.

- Garoto convencido.

- Mas foi você quem falou que eu não sou feio, se eu não sou feio, eu sou bonito.

- Entenda como quiser.

- Quer ? - Mostrou um pacote de biscoito recheado.

- Me dá.

- As palavrinhas mágicas ? - Perguntou debochado.

- Eu quero agora.

- Não.

- Ai ta bom, por favor. Argh.

Ficamos conversando e comendo biscoito por alguns minutos, até ele "sem querer" jogar agua no meu oculos.

O tirei e coloquei em cima do centro branco e limpei meu rosto.

- Por que fez isso?

- Foi sem querer.

- Foi sem querer ? Serio mesmo ?

- Não, eu queria ver você sem oculos.

- Me pedia, que eu tirava.

- É só que eu pedi três vezes e você não tirou.

- Se eu soubesse que você ia jogar água no meu rosto eu tinha tirado, né ?!

Por alguns segundos fiquei o encarando, fiquei observando os traços de seu rosto, como eram delicados, ele realmente era muito bonito.

Senti sua mão em meu rosto, e com o polegar ele acariciou a maçã do meu rosto, colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e sorriu.

- Nossa como tá tarde, eu tenho que ir. - Levantei-me rapidamente do sofá, envegonhada.

- Espera eu te levo, só vou trocar de camisa. Ok?

- Ok, ok.