Learning To Be a Bitch escrita por JuliaTenorio


Capítulo 23
As noites em Los Angeles... JAMAIS serão as mesmas


Notas iniciais do capítulo

Como a fofinha da T_S_A pediu para eu postar rápidinho, então ai está! Bem, se alguma coisa ficar confusa me contem, ok?



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Los Angeles. Bela Los Angeles. A cidade cheia de glamour e sofisticação. Onde pessoas ricas e famosas vivem e buscam por trabalho. Lugar de gente metida que se acha melhor do que os outros. Ora. Eu não sou assim.

Minha mala pendia em meu ombro enquanto eu olhava o cartão de embarque, Miranda sorria ao meu lado, com uma câmera pendurada em seu pescoço, pronta para tirar fotos.

Certo, acho que estou um pouco adiantada.

Vamos do começo então, eu havia acordado muito cedo a dois dias atrás, meu celular sinalizava mensagens na caixa postal, mas eu precisava mesmo era de um copo de leite. Desci as escadas, tomei meu leite quente e quando voltei já estava sem sono, logo liguei o computador, procurando uma distração, olhei minhas contas e logo estava abrindo meu e-mail. Meu grito deve ter feito até os vizinhos acordarem, uma mensagem da equipe do produtor do filme estava ali, dizendo o horário e a data do teste. Então resolvi que deveria viajar, afinal, Los Angeles estava me esperando!

E Miranda? Pura casualidade do destino, quando ela me viu descendo as escadas com um sorriso no rosto, levantou a cabeça do sofá, ela trocava mensagens com Silena Beauregard.

-Que sorrisinho é esse?

-Não estou apaixonada – Eu disse prontamente, Miranda sempre adorou tirar conclusões precipitadas.

-Não disse que estava, bem, você ainda não me contou o motivo do sorriso.

Joguei-me ao lado dela no sofá.

-Com quem está trocando mensagens?

-Silena – ela deu de ombros – você está me deixando curiosa Katie.

Eu ri e cruzeis minhas pernas sobre o sofá, Miranda ainda esperava minha resposta.

-Vou para Los Angeles.

Os olhos dela aumentaram tanto que eu estava pronta para chamar uma ambulância.

-Você vai me abandonar Katie? Logo tão perto do baile?

-Não estou te abandonando Miranda, é só um final de semana.

-Com quem? - Sempre desconfiada.

-Ninguém, vou fazer um teste.

Agora ela estava mesmo desconfiada.

-Teste? Teste para quê?

-Para um filme – murmurei, então um peso se jogou por cima de mim e soube que Miranda com seus 51 kg estava em cima de mim.

-Minha fofinha vai ser uma estrela de cinema!

-Calma Miranda.

-Katie, amor da minha vida, por que nunca me contou?

Suspirei, ela não via que eu estava prestes a morrer sufocada aqui?

-Eu vou contar se você sair de cima de mim.

Então eu estava finalmente livre e contando sobre como sempre quis ser uma atriz para Miranda. Claro que não contei tudo, por que ficaria simplesmente estranho eu disser “e resolvi vir aqui fingindo ser amiga de vocês e uma pessoa que eu não sou para conseguir me dar bem no teste”. Preferi só comentar o que eu comentara com minha mãe.

Mas ai veio o problema, Miranda colocou na cabeça que não deixaria eu ir sozinha e agora estávamos eu e ela em uma estação de ônibus em Los Angeles, com malas na mão, um sorriso no rosto e ainda mais... Fugitivas.

Por que minha prima disse que seria a maior aventura da vida dela se fugíssemos de casa. Espero que isso não me faça ser expulsa da casa dela quando voltar, por sorte os pais de Miranda haviam viajado.

-Para onde vamos agora?

-O teste é só as cinco. Temos muito tempo ainda.

Então um sorriso malicioso passou pelos lábios de Miranda e nós duas sabíamos para onde ir. O mar estava agitado e a areia salpicava por nossos pés, claro que ainda estávamos vestidas como garotas normais do Texas e não parecíamos em nada com essas californianas, cabelo loiro? Não. Pele bronzeada? Queimada. Corpo perfeito? Bem... Não. É, eu não vou me sair muito bem como uma típica garota da Califórnia de jeito nenhum.

Sentamos em uma mesinha de um pequeno mini bar perto da praia, apreciando os caras que surfavam na praia. Não me entendam mal, não é como se eu nunca tivesse visto o mar, eu vi, muitas vezes, a maioria nos seriados que passavam na TV e nas revistas, pelo menos desse jeito. A água quente, pessoas surfando e nadando, tomando sol e jogando vôlei. Seattle é frio, é quase impossível tomar banho naquela água que banha a cidade, além dos grandes navios que atracam no porto, não a nada demais com nosso mar.

Bem, a Califórnia me fazia parecer uma criança em uma cidade de doces.

-Meu Deus, deu um calor agora...

Disse Miranda se abanando depois que um cara alto e loiro – com um corpo perfeito – passou e piscou para ela.

-Acho que Connor não vai gostar de saber desse calor.

Miranda bufou e engoliu mais uma colher de sorvete, havíamos pedidos dois sundays enquanto ficávamos vendo a praia.

-Connor – ela murmurou irritada – como se ele se lembrasse de mim depois das cantadas da Drew.

Momento em que eu quase cuspi meu sunday na cara dela. Quase.

-Drew?

-É, ela é obcecada por ele. E Connor quase já ficou com ela, afinal, Drew pode ser uma vaca, mas não é de se jogar fora.

Brinquei com meu sorvete, não olhando para Miranda.

-Pensei que ela estivesse com Travis.

-Às vezes eles ficam juntos, nada muito sério.

Suspirei continuando a brincar com meu sorvete.

-Você gosta dele não é?

-Do Travis? - perguntei corando, Miranda sorriu engolindo mais uma colher de sorvete.

- Sabia que você gostava dele. Meu bem, se joga. Ele gosta de você e você gosta dele.

Esqueçam que alguma vez eu disse que ela é a melhor prima do mundo.

-Se joga? Miranda, você bebeu?

Ela continuou rindo e apertou minhas bochechas.

-Você fica tão vermelhinha quando alguém fala dele!

Preferi revirar os olhos e continuamos a tomar sorvete e falar banalidade. Algum tempo depois pegamos um taxi e vimos a calçada da fama. Miranda parecia uma criança em um parque de diversões, tive que segura-la para ela não beijar a estrela de Hugh Jackson.

Quando deram quatro horas estávamos em outro taxi em direção ao local do teste. Era um grande galpão que cheirava a pó de arroz, várias cadeiras estavam postas para quem iria fazer o teste e Miranda já tinha sumido do meio da confusão, achando tudo incrivelmente cativante. Tive que responder as perguntas de uma mulher alta de cabelos quase vermelhos, ela tinha um porte esguio e falava com pouca fluência no inglês.

-Papel principal certo?

Escutei alguém perguntar, me virei para ver um cara de pelo menos a minha idade sentado na cadeira a minha frete, ele se vestia com roupas atléticas e bebia uma garrafa d’água, não parecia nervoso, o que fez eu me lembrar logo de Travis. Assenti vagamente.

-Você não precisa ficar nervosa.

-E-Eu não estou nervosa – Sim, eu estou nervosa.

Ele levantou uma sobrancelha e apontou para meu cabelo.

-O número de vezes que você colocou seu cabelo atrás da orelha mostra isso.

-Não é um tique nervoso.

Ele apenas riu e eu voltei a ler o script, já havia decorado nos primeiros cinco minutos.

-Katie Gardner? - A mesma mulher de cabelos vermelhos perguntou, assenti um pouco nervosa e ela olhou para o garoto a minha frente, dessa vez sorrindo – Pode vir Mike.

O garoto chamado Mike se levantou, vindo junto comigo até uma sala um tanto clara demais, um home gordo com roupas de caxemira nos mandou sentar no sofá vermelho na frente.

-Vamos ver se os dois têm química. Capitulo dois, cena três, por favor.

A luz diminuiu um pouco e fiz um pequeno esforço para me lembrar da fala.

- Jones por que tanta alegria? - eu perguntei quando ele sentou do meu lado no sofá.

- Eu não to alegre, to normal - ele respondeu sorrindo.

- Vi você conversando com a clonezinha, qual é o nome dela mesmo? - eu perguntei e ele sorriu.

- Mary é o nome dela. A Lola sabe disso também? - ele me perguntou e eu fiz que não com a cabeça - Você vai contar?

- Lógico que não, você sabe que eu detesto uma tragédia.

- Valeu - ele disse me dando um beijo no rosto.

- Mas diz ai, o que você tem com a clonezinha? - eu perguntei e ele sorriu.  Céus, que tipo de conversa sem graça é essa?

- Nada Anne – eu quero mesmo participar de um filme assim? Fútil desse jeito? - Só quis conversar um pouco com ela.

- Por quê? Já tinham conversado antes? – Minha voz agora soava um pouco enrolada.

- Cheguei atrasado na aula hoje e fui pra diretoria. Encontrei ela lá e ficamos conversando até a próxima aula começar. – Não, eu não quero isso para minha vida, já é demais para mim.

- E parece que gostou né?

- Ela parece ser legal. – Agora já chega.

Suspirei, todos pareciam esperar minha resposta. Mas eu apenas sai do sofá vermelho e sai direto pela porta, todos ainda me olhando surpresos. Bem, aquele Mike atua bem, se ele quer se prestar a isso, aquele filme já tem um ator principal. Vi Miranda cheirando uma flor na recepção, ela sorriu para mim, mas eu apenas peguei minha bolsa e saímos de lá. Não conversamos enquanto íamos para o hotel, amanhã voltaríamos para casa. Mas quando já tínhamos jantado e estamos deitadas prontas para dormir, Miranda levantou sua voz.

-Você foi muito bem.

-Esse tipo de filme não é para mim, Miranda.

Mesmo no escuro, soube que ela sorria.

-Não importa se o filme é ruim, você é ótima e eu acredito em você.

Dormir pensando naquilo e sabia que essa frase ficaria para sempre na minha memória.

“Não me preocupo se as críticas nunca aparecem de uma só vez. Eu estou me desfazendo de todos os meus segredos”

Secrets - OneRepublic


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Notas finais do capítulo

E obrigada pelas reviws, eu amei, amei demais! Foram tantas *-*