Science Of Life. escrita por Thefate


Capítulo 3
Uma nova aliada.


Notas iniciais do capítulo

é, o capitulo só sairia segunda, mas até consegui escrever hoje u-u Enjoy ;3
PS: a partir desse capitulo, haverá os pensamentos do Keishi separado, meio que ele contando alguma coisa ao ver dele. essas partes serão postas em Italico.



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Keishi estava em cima de sua bicicleta novamente, o garoto pedalava em direção a concessionária com as imagens que vira na mente “Como me acostumar com aquilo, como?!” pensou consigo, o coração ainda batia forte pelo arrepio que teve ao ver a cena que presenciara, não era alucinante e divertido como nos filmes, era horripilante, só de ver aquilo se sentia um frio na espinha, e o odor que exalava? Era melhor ficar preso em um frigorífico de carne estragada do que sentir o cheiro de um daqueles, e o pior é que era bom se acostumar e ter o estomago forte, pois aquilo começaria a ser comum no dia-a-dia.

Keishi suspirou, ele parou a bicicleta na frente da concessionária. O garoto olhou em volta.

É engraçado aqui estar tão calmo, há um tempo atrás vi uma coisa que nunca poderei esquecer, aquele homem parecia um animal, era completamente irracional, sentir as mãos dele apertando meu pulso foi o mesmo que conhecer o horror. E o estado em que o outro se encontrava... Preciso manter a calma, caso contrario não terei chances de sobrevivência, preciso pensar bem.

Keishi pensara aquilo, quando voltou os olhos para a concessionária, sabendo que a partir do momento em que ele pegasse aquela moto, toda sua adolescência estaria perdida, e ele teria de agir como um adulto, ou então não poderia sobreviver ou proteger seus entes queridos, ele precisava ser forte, caso contrario, qualquer esforço seria em vão. O garoto desceu da bicicleta encostando-a na parede ali perto, entrou na concessionária, e como já desconfiava, vazia.

A cidade que antes costumava ser cheia de vida e animo agora podemos ironicamente dizer que estava morta, não havia cidadãos na rua, não havia um só ser humano vivo na rua, não um vivo. Ele entrou cuidadosamente na concessionária com a mochila nas costas, preparando-se para pegar suas tonfas caso fosse necessário. Não se exalte, não se exalte, era o que dizia a si mesmo, o garoto observava as motos, uma mais bonita que a outra, apesar de tudo, o garoto era vaidoso com objetos que lhe pertencem, e nesse caso, que passaram a lhe pertencer, por isso escolheu com cuidado, não importa se é ou não o fim do mundo, se não gostar do que tem, é melhor procurar o que lhe agrade. O garoto suspirou, passava os dedos pelas motos, imaginando que se fosse no mundo em que vivia até ontem, aquilo seria apenas pela vidraça, pois era de menor, e não poderia comprar algo assim sozinho, por mais que tivesse dinheiro, já que vem de uma família com boa quantia bancaria, mas Keishi nunca deu o braço a torcer, nunca fora atrás da família biológica para ter o que precisava, preferia trabalhar, depender de si mesmo, mas isso mudara agora, claro, cada um dependeria do outro, mas acima disso, dependeriam de si mesmo, não precisavam mais se preocupar com dinheiro, será que agora a humanidade finalmente perceberia que dinheiro não é a melhor invenção do mundo? Será que perceberiam o valor de pequenas coisas, e não de altos valores em dólar? Seria difícil, a luxuria humana era maior do que seus valores para perceberem o valor de pequenas coisas que podem ajudar a salvar a própria vida.

Keishi parou em frente a única, a única moto de toda concessionária qual o fez se apaixonar, era linda, grande, um cumprimento de 2460MM, seus pneus eram pretos, o disco ranhurado de alumínio fundido e usinado, sua cor era preto, havia escrito em vermelho o nome de sua merca, Harley Davidson. Uma Harley Davidson Night Rod Special, a moto era perfeita, sem defeito algum, Keishi apaixonou-se de imediato, e sem pensar duas vezes “é essa”. O garoto mexeu na moto, testou seu conforto, sentiu-se grande em uma moto como aquela, era perfeito demais para ser verdade, não?! Por um momento esquecerá todo o mundo que poderia acabar a qualquer momento com pessoas sendo mortas por mortos, o que era uma completa contradição, afinal sempre dizem “não tema os mortos, tema os vivos” nesse caso não haveria qualquer pessoa que possa não temer um morto, sabendo que a qualquer momento os dentes dele encontraram sua pele. O garoto deslumbrado pela beleza que a moto possuía, acabou esquecendo-se de algo importante “tenho que achar a chave” e agora? Como ele faria? Seria muita sorte encontrar de primeira, talvez muita sorte só de encontrá-la, onde poderia estar? Teria que procurar bem, então começou sua meta, encontrar a chave para a moto. O garoto desceu da moto, um tanto desiludido pelo trabalho que teria, odiava procurar coisas que nem sabia se existia, mas teria que fazê-lo, caso contrario teria de desistir daquela moto, e isso era o que menos queria. O garoto procurou pela concessionária, só podia ser seu dia de sorte, no primeiro molho de chaves, entre as ultimas, encontrou a chave que ligara a moto dos seus sonhos. “Eu tenho sorte mesmo” pensou consigo com um sorriso estampado nos lábios.

O garoto ligou a moto e saiu dali, estranhou ninguém ter tido a idéia de roubar assim como ele, o que era estranho, afinal os roubos eram feitos até quando havia pessoas responsáveis dentro dos estabelecimentos, quando estão abandonados deveria haver ainda mais, mas ignorou seu pensamento por momento, passando pelas ruas, percebera que a moto não estava com o tanque cheio, mas é obvio que não, era sorte até mesmo ter um pouco de gasolina, então era decidido sua próxima parada seria em um posto de gasolina, que estivesse vazio de preferência, o garoto não percebera nenhum movimento incomum, alias, sequer percebera algum movimento, afinal, as ruas estavam vazias, será que aquilo acontecia no mundo todo?! E se as pessoas se previnem em casa, como será que esse vírus pode  chegar a se espalhar? Será que há como reverter o processo antes de tudo aconteça? Podia-se tentar, mas podia ser inevitável. Bem, isso é trabalho para o governo e seu exercito.

Um tanto longe, avistava-se um posto de gasolina, e quem diria, o melhor da região, Petrobrás, por estar fora do Brasil, nada de “Petrobrás BR” não, não, apenas o logotipo azul, mas isso era apenas um mero detalhe, Keishi parou a moto de frente ao posto, descendo da mesma, o garoto suspirou, olhando para a moto que estava em cima a segundos atrás, pensava consigo como conseguiu realizar um dos seus sonhos em tempos como estes, era irônico, realizar um sonho em pleno apocalipse, o garoto olhou o quanto precisava para encher o tanque, pensou um pouco, afinal nunca havia posto gasolina na sua vida, porém havia um problema, precisava passar cartão, ou dinheiro mesmo, mas precisava do cartão de alguém responsável por ali. “Okay, ou sou muito sortudo, ou muito azarado, fala sério” pensou consigo. O garoto pôs sua mochila nas costas e foi em direção a loja de conveniências que todo posto de gasolina tem, o garoto entrou no mesmo, atento, com uma tonfa presa em um dos braços, olhando ao redor, aliviado ao perceber que estava vazio, mas não baixou a guarda, caminhou cautelosamente pelos corredores, “Bom, já que to aqui vou pegar algumas coisas...” Seus olhos foram imediatamente para um freezer, oras, era o mais importante, água, e claro, como qualquer ser humano que se preze, existem bebidas viciantes, no caso de Keishi era a Coca-Cola.

O garoto abriu a mochila, abrindo espaço para colocar no mínimo 3 garrafas pequenas de água, e claro, coca-cola, não podia ignorar aquilo, o garoto calmamente guardava o que precisava para bebidas, mas um barulho quebrou o silencio que o mesmo preservava , e fez um arrepio percorrer seu corpo, o barulho era de uma arma sendo engatilhada, o pior de tudo, engatilhada perto dele, logo sentiu o cano da arma encostar em sua nuca, ele não era um morto vivo, mas era um ladrão, achou que não havia ninguém, por isso escolheu aquele posto, se soubesse que poderia perder a vida ali ele nunca teria feito isso.

- Espere... – Disse ele baixo.

- O que você quer? Por que está aqui? – Disse a pessoa a qual segurava a arma, Keishi sentiu-se surpreso ao ouvir a voz, achava que era um homem, mas não, era uma garota, a voz era suave, leve, terna, era uma voz serena, doce e gentil, mas falava com firmeza, o que quebrava toda a doçura da garota.

- Eu precisava de gasolina, sabe, o mundo não é mais o mesmo, precisa de cartão de funcionário então eu vim aqui procurar, como preciso de suprimentos, vim pegar água. Se quiser eu posso pegar pelos meus gastos. – Disse ele com um tom sarcástico por saber que nenhum idiota se preocuparia em receber o dinheiro nessa situação.

- Garoto, não me importa se você vai ou não pagar, só não quero que traga barulho nessa região, aqui está vazio por ser deserto, os mortos vivos demorariam pra chegar aqui, mas o barulho vai atraí-los! – Disse ela.

- Pode... Abaixar a arma? – Keishi estava com certo medo de levar um tiro atravessar sua nuca acidentalmente.

- Preciso ter certeza de que... – Um barulho vindo de fora atrapalhou a garota.

- O que foi isso? – Keishi sussurrou.

- tem alguém aí... – Sussurrou ela. A garota tirou a arma da nuca de Keishi, e virou-se, Keishi sentiu-se aliviado. – É um deles... – Ela disse baixo, e nisso o alivio acabou, Keishi entrou na frente da garota. – Vá pra trás, como agradecimento por não ter me matado, eu cuido desse. – Keishi deu um sorriso em direção a garota, fora a primeira vez que seus olhos cruzaram-se, oras, o coração do garoto até palpitou, não por ele estar apaixonado, amor a primeira vista? Nunca. Só que a garota era bela, os olhos azuis eram penetrantes, sentia-se o perfume de seus cabelos a distancia, morango, e Keishi adorava morango, o que fazia com que a garota tornasse ainda mais atraente a seus olhos, mas espera, há um morto vivo perto dele, não há tempo para romances, então o garoto sorriu confiante para a garota atrás de si, que sentiu-se envergonhada pela forma como o garoto a olhou, mas ela não recuou.

- Não pode ir sozinho. – Disse ela avançando.

- Confia em mim, eu não vou ser pego! – Ele sorriu ainda mais confiante. – Esconda-se, eu cuido disso. – Ele deu dois passos pra frente, segurando a tonfa com firmeza.

Nos filmes, dizem que devemos fraturar o cérebro, então os golpes tende ser na cabeça... Não posso deixar ser pego ou será tarde, tenho que me concentrar, não posso me distrair, e claro, preciso tomar cuidado.

O garoto apertou a tonfa, deixou a mochila no chão e caminhou até frente a loja, percebeu que o morto era burro, oras, ele tentava atravessar o vidro, Keishi assustou-se um pouco quando olhou diretamente para a feição do homem, estava pálido, a parte direita de seu rosto era inexistente, havia sangue em seu rosto, provavelmente alguém acabara de ser sua vitima, pelas roupas que usava, era um trabalhador daquele posto mesmo, Keishi suspirou, seria a primeira vez que encararia uma coisa daquelas para matá-la, não seria como quando estava com a policia.

Posso me lembrar claramente, quando o policial me levou até o centro daquela multidão, havia um, um morto vivo, estava se alimentando, o que eu não entendi é porque ninguém fazia nada, eu não pude evitar, tentei atacá-lo para tirar de cima do homem que já devia estar morto a muito tempo, o policial me segurou, mas foi inútil, afinal eu tenho força, quando o homem percebeu minha presença atrás dele, ele avançou contra mim, segurou meus pulsos e estava prestes a me morder, por sorte eu tenho conhecimento em defesa marcial, o que foi fácil para me livrar daquilo, dando-lhe um chute no abdômen, empurrando-o. Ainda lembro a expressão de horror que possuía, até o último momento, em que o policial lhe deu um tiro fazendo-o cair morto, o tiro atingiu seu crânio, atravessando-o.

O garoto balançou a cabeça, devia esquecer aquilo nesse momento, deveria se preocupar mais com quem estava fora do estabelecimento, Keishi em um ato de bravura, e até mesmo idiotice, pois o morto nunca os pegaria ali, foi até lá fora, fora como jogar um pedaço de carne para um bando de cachorros famintos, o morto imediatamente caminhou em direção a Keishi, que ficou parado esperando, esperando para o momento em que iria partir para cima daquele animal irracional. Quando o homem chegou a seu alcance, Keishi levantou o braço, atacando o morto na cabeça, derrubou-o no chão. Não sabia exatamente como iria matá-lo, aproximou-se o suficiente para ficar de frente ao caído, começou a dar-lhe golpes contra a cabeça utilizando sua tonfa, o morto agarrou a perna de Keishi puxando, fazendo ele desequilibrar-se, por um segundo sentiu que sua vida acabaria naquele momento, mas não podia deixar por ali, haviam pessoas precisando dele, e ele havia dito a garota que cuidaria daquele maldito, um chute contra a face da criatura o afastara, e Keishi levantou-se rapidamente, chutando o crânio do monstro, logo pegando novamente sua tonfa, com força, o garoto deu três batidas de tonfa na cabeça da criatura, fraturando-a, ótimo, estava morta. Keishi sentou-se no chão suspirando, realmente era horrível fazer uma coisa daquelas, pelo que percebera, o homem não devia ter se transformado a muito tempo, o odor não era tão forte quanto o que encontrara anteriormente, levantando-se e indo em direção a loja com um sorriso estampado no rosto para esconder a face apavorada por ter se encontrado com um daqueles, o garoto fez um sinal de que estava tudo bem para a menina, que saiu de onde estava escondida e foi até ele.

- Obrigada, me fez economizar munição. – Disse ela sorrindo tímida.

- Sabe... Ficar sozinha em um lugar desses não é uma idéia muito sensata. – Keishi começara a rodar a tonfa por diversão.

- Eu sei... Mas eu não tenho pra onde ir... – Um sorriso vazio se formou nos lábios da garota, Keishi de certa forma entenderá o que ela quis dizer, então um sorriso cativante surgiu na face do garoto.

- Venha comigo, eu não estou sozinho, você também não precisa estar. – O garoto estendeu a mão para ela como se fosse à forma dela aceitar o convite. A garota ficou um pouco surpreso, Keishi era um estranho, será que poderia confiar nele? Bem, ele acabou de matar uma daquelas coisas fazendo com que ela não precisasse se expor ao perigo, não se podia confiar em ninguém é claro, mas ficar sozinha, como Keishi havia dito, não era uma idéia sensata, a garota retribuiu o pedido com um sorriso, segurando a mão de Keishi.

- Está bem, mas eu quero que me prometa uma coisa. – Ela encarou-o ao fundo dos olhos.

- O que? – Perguntou ele um tanto confuso.

- Nunca me deixe pra trás. – Ela falou aquilo com o olhar terno, porém ao mesmo tempo triste, sua voz fora o mais doce possível, e Keishi sentira que a garota devia ter um passado perturbador. – Eu nunca abandonaria alguém que precise de mim. – Ele sorriu, o sorriso do garoto era carismático, dava vontade de sorrir a quem via, e a garota retribuiu o sorriso cativante do garoto, dando-lhe um sorriso tão carismático quanto o dele.

Agora Keishi estaria até mesmo mais seguro, o grupo aumentara, mesmo sem os outros integrantes saberem, a garota trabalhava no local, então colocou a gasolina que precisava na moto, arranjou também um galão de garantia e guardou dentro do “porta-malas” da moto, e sem delongas, saíram de lá em direção a cidade onde Keishi buscaria sua amiga, a qual encontraria ironicamente pela primeira vez em meio ao apocalipse zumbi.

- Onde estamos indo? – perguntou a garota.

- Buscar uma amiga. – Keishi dizia com a voz suave.

- Amiga é? – A garota sorriu sarcástica.

- Sim, praticamente minha irmã. – O garoto parecia sincero, e isso fez com que ela acreditasse em suas palavras.

- Alias... Qual o seu nome? – Perguntou ela, oras, eles estavam juntos na moto, trabalhariam em equipe dali em diante, saber o nome era essencial.

- Keishi... Mas se quiser pode chamar de Kei, todos me chamam assim. E você? Como se chama? – Ele olhou para garota pelo retrovisor.

- Ayume. – A menina deu um sorriso tímido, escondendo sua face nas costas de Keishi ao perceber o olhar do garoto para ela, apertando com firmeza os braços em volta a cintura dele a qual estava segura.

- Eeeh... Ayu. Hehe vou te chamar de Ayu, e não venha reclamar. – Keishi sorria, sentindo a garota apertar-lo.

- Tudo bem, eu gosto de apelidos Ishi. – A garota sorriu, agora ajeitando a cabeça nas costas do garoto.

- Ishi? What the fuck? – Ele falou um tanto contente, estava até mesmo sorrindo, gostou da garota desde o primeiro momento.

- Ué, você se chama Keishi, te chamam de Kei, eu quero te chamar de Ishi! – Ela sorriu.

- Tudo bem, se quer assim. – “Ishi” sorrira, e então seguiram pelo caminho em direção a onde encontrava-se Lunancie, esperando para ser pega.


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Notas finais do capítulo

O capitulo tá extenço e um tanto cansativo por não ter tanta ação e nem nada, mas é o começo, aguentem ;-;



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