Sabe, até que eu estava sentindo falta da escola. OH WAIT!

Não da escola, mas sim dos meus amigos, Andy e Lola, eles sim fazem falta. Ainda mais quando te mandam para uma fazenda aonde só tem seus avós e uns milhares de animais, mas, tirando os animais, até que eu gostei de ficar lá com eles, sem meu pai enchendo o saco, ô belezura!

Eu estava em frente a escola, como tinha combinado com Andy pelo telefone. Estava vendo os valentões, os populares, os nerds e os ‘normais’. Via de tudo, menos a criatura divina (Andy, óbvio).

De repente sinto uma mão na minha cintura e uma voz grossa sussurrando em meu ouvido. Era Andy.

Andy: Sentiu minha falta?

Eu: Andrew Dennis Biersack voltou! -Virei-me de frente para ele.Primeiro bati em seu ombro pelo pequeno susto que me dera segundos atrás e em seguida um abraço repleto de saudade.Sim, ele ficou um pouco confuso e eu acabei rindo da cara dele.

Andy: Isso tudo é porque me ama...né?! -Ele falou rindo.

Eu: Você sabe que eu sou carinhosa assim mesmo né. -Disse dando um sorriso ‘angelical’.–Mas Andy, se sabe por onde anda a nossa querida Lola?

Andy: Ela disse que ia faltar a semana inteira.

Eu: Shit! Eu quero a minha vaquinha. -Disse choramingando, Andy soltou uma risadinha.

Andy: E o boi aqui não faz diferença?! -Ele falou enquanto fazia o biquinho mais lindo do mundo!

Eu: Claro que faz, não sou nada sem você meu boizinho. -Ele ficou com os olhos ‘brilhando’ e soltou um “awn”, me dando um abraço rápido, que eu revidei.

Andy: E você é minha vaquinha! -Ele disse rindo.

Eu: Carinhoso como sempre né!

Andy: Igual a você! -Ele sorriu–Pois bem, não podemos ficar pastando aqui, já tá todo mundo entrando.Vamos? -Ele ergueu sua mão para se juntar a minha e atendi seu pedido.

Primeiro foi a aula de biologia, que estava mais para bagunçologia! Era papel em formato de bolinha voando para tudo quanto é lado, pessoas conversando, professora surtando, eu escrevendo e Andy fazendo sei lá o que. Daqui a pouco o mesmo felizardo de quem estávamos a falar me cutuca.

Eu: Que foi Andy? -Disse me virando para ele.

Andy: Toma isso aqui, mas só le quando chegar em casa, tá bom anjo? -Amo quando ele me trata melosamente, ok, ninguém leu isso. Enfim, ele me entregou um envelope verde, peguei o mesmo e guardei na minha mochila, queria perguntar o que era, mas no final achei que não era uma boa idéia. Ele continuou a falar.–Cara, cadê a Lola nessas horas?

Eu: Para...?

Andy: Queria conversar. -Ele fez uma cara triste, enquanto eu cruzava meus braços com cara de raiva.–Que foi?

Eu: Por que não conversa comigo? Te conheço há mais tempo que ela. Eu não sou tão inútil quanto parece, tá?!

Andy: Calma menina! Você entendeu errado! E para de fazer essa carinha que é muito engraçada para uma pessoa como eu. -Não aguentei e acabei rindo.Andy era assim mesmo, ele soltava alguma coisa que poderia acabar com você se quisesse, mas no final, ele sempre te fazia sorrir.

O sinal bateu e a manada saiu como o esperado, eu e Andy saímos por último, não víamos motivos para morrermos tão cedo pisoteados por um bando de adolescentes loucos para comprar seus lanches. Ficamos andando pelos corredores da escola, até chegar ao pátio.

Andy: Cara que tédio.

Eu: Eu sei, e meu sono tá me matando! -Disse enquanto sentava na grama do pátio.Andy se sentara junto.

Andy: Deita no meu colo e relaxa um pouco.

Eu: Já que não tem uma cama, vai você mesmo. -Eu ri e ele soltou um “ei!”, mas meio que ignorei. Deitei em seu colo, ele mexia em meu cabelo e eu viajava em pensamentos. E se passou tempo, eu acho.

Andy: Hey!O sinal já tocou, vamos pra sala. -Ele falava enquanto eu me levantava, o mesmo se levantou comigo.

Eu: Vamos, vamos voltar para o inferno. -Andamos até a sala novamente e nos sentamos em nosso lugares. Acho que era aula de História, ouvi alguma coisa relacionada ao nascimento da Alemanha e... EPA! ALEMANHA! Vamos lá, vou prestar atenção!

Anotei tudo e respondi todos os questionários corretamente. Eu sou simplesmente apaixonada pela Alemanha. É pra lá que eu vou se ficar rica e famosa, e se eu não ficar, eu arranjo um jeito de ir.

O sinal bateu novamente e aula agora era de Geografia, ai ai, como eu amo aquela professora me dando aula novamente (irônia passou por aqui). Fiquei desenhando no meu caderno e quando Andy fazia sei lá o que de novo (ele sentava atrás de mim só pra constar) e a turma, como de costume, fazendo bagunça enquanto a professora dava um ataque de perereca.

Acabou o tempo de Geografia e eu fiquei boiando nos restos das aulas, nem sei mais que aula tive depois dessa.

Hora sagrada! A hora de ir pra casa. Aleluia!

Toca o sinal e claro, agora a manada sai correndo pra ir pra casa. Eu e Andy saímos por último como sempre.

Andy: Finalmente, finalmente! -Ele falava enquanto ria.

Eu: Lembre-se que hoje é segunda e é o primeiro dia de aula, temos o ano inteiro pela frente ainda.

Andy: Obrigada por estragar meus pensamentos! -Ele disse se fingindo de meio triste.–E a propósito, mandou bem na aula de História hein.

Eu: Valeu, sabe como é meu amor pela Alemanha né. -Pisquei pra ele.–E ei, não fica assim porque eu estraguei seu dia tá? -Disse apertando sua bunda, ele riu.

Andy: DANADINHA!

Eu: Sabe que eu só aperto a sua bunda e a da Lola né. -Disse rindo.

Andy: Claro! Se você apertar outra bunda que não seja minha nem dela, você apanha! -Ele disse fazendo uma cara de mal.

Eu: Nossa, que medo! Mas fica tranquilo, só vocês tem bunda boa. -Ele riu com meu comentário.

Antes que vocês pensem “Que intimidade é essa toda?”, eu Ady e Lola temos essa de alisar uns aos outros, não sei, criamos isso com o tempo. Mas a gente não leva tudo tão pra malícia.

Enfim, já estávamos no caminho para casa. Andy morava três casas depois da minha, então nós íamos mais tranquilos, botando o papo em dia...Conversamos e conversamos até chegarmos em frente a minha casa. Andy se despediu de mim com um beijo na bochecha e um”tchau” e seguiu seu caminho.

Entrei em casa e meu pai estava vendo TV. Dei um “oi” e sem seguida um beijo em seu rosto e fui direto para meu quarto. Podia não parecer, mas estava ansiosa para ler o tal bilhete que Andy me dera. Peguei minha mochila e botei em cima da minha cama, catando o tal bilhete. Quando finalmente achei, abri rapidamente e comecei a ler.

“Você sabe que eu te amo muito não sabe?! Sabe que eu gosto de ti desde que tínhamos 10 anos de idade, e cada vez mais isso cresce dentro de mim, você também sabe que eu queria uma chance, mas agora é minha vez de saber que não tenho. Mas, mesmo assim, deixa eu te mandar essas cartas? Elas...elas me fazem sentir aliviado, nelas eu ponho tudo o que sinto. Era só isso, eu te amo.

Andy”

E ele ainda bota um “era só isso”? Sabe, eu tô acostumada a receber cartas dele, e eu sempre pensei em dar alguma chance, aliás, eu sou apaixonada por ele, mas nunca falei isso. Eu tenho um medo absurdo de perder a melhor amizade do mundo. Eu reli a carta, uma, duas, três, quatro vezes e não cansava, era tão bom. Lola sabia que eu gostava dele e também sabia que ele gostava de mim. Ela que poderia nos ‘salvar’. Mas...eu prefiro que seja assim, eu acho.

Botei a carta em cima da mesa ao lado de minha cama, já era tarde, eu tinha que dormir. Aliás, eu tenho aula amanhã, e depois de amanhã e etc, ai que ódio dessas aulas também. Me deitei, cobrindo-me com o edredom e fechei meus olhos. Fiquei por uns minutos pensando nas coisas, inclusive no Andy e depois apaguei.