Justin estava sentado na cama coçando os olhos, enquanto ainda era possível ouvir passos na escada. Era a mãe que havia acabado de sair de seu quarto. O garoto suspirou e abaixou a cabeça. Ontem havia sido um dia triste, afinal ele tinha contado sobre a “novidade” a Isabella, que, é claro, ficou sem chão.

            Ele suspirou e se lembrou vagamente da época em que costumava se juntar com o pai para tocar violão no natal, que já se aproximava. Natal! Ele pensou encarando o chão.

            Talvez o natal fosse uma das épocas mais difíceis do ano todo, afinal os dois não tinham seus pais por perto. E isso doía, muito mesmo.

            Justin ouviu a porta se abrir e a voz de Sarah ecoar pela sala, chamando pela mãe do garoto, que não demorou a gritar, como resposta. Ele continuou ali. Não sabia o porquê, mas estava desanimado para qualquer coisa.

            -Justin, Isabella está aqui! – ele ouviu a mãe gritar e levantou-se da cama, calçando o chinelo e vestindo uma blusa, logo em seguida.

            Assim que chegou à sala, ele viu a garota mexendo em uma sacola, junto à mãe e a sogra. Ele a encarou ternamente. Isabella parecia animada com alguma coisa. Mas o que seria? Justin se aproximou e a garota percebeu sua presença, virando-se de frente para ele.

            -Oi! – ela disse sorrindo.

            -O que está fazendo? – ele perguntou, mirando os olhos para a sacola em cima do sofá.

            -Compramos enfeites para o natal! – Isabella olhou para trás e logo que voltou a olhá-lo, uma mecha caiu sobre seu rosto. Justin colocou a mesma, atrás da orelha e sorriu.

            -Legal! – a garota colocou a mão na cintura e o encarou.

            Ele passou seus braços em torno dela, puxando-a para mais perto. Isabella contornou o pescoço dele com os braços e o sentiu apoiar a cabeça e seu braço.

            -Ei! – ela disse se soltando dele, mas manteve as mãos na nuca do garoto. – O que foi?

            -Nada. – ele disse indiferente e voltou a abraçá-la. Talvez estivesse triste por saber que daqui alguns meses ele deixaria sua garota, sozinha em Stratford, e partiria para Paris.

            [...]

            Estavam sentados em frente a casa dele. Justin estava deitado no colo dela, sentindo o cafuné gostoso que ela lhe fazia, enquanto sentia-se cada vez mais com sono. Uma boa porcentagem desse sono era devido à dificuldade que tivera para dormir esta noite. Estivera aflito demais para sentir sono, afinal o ano já estava bem próximo de acabar.

            A faculdade começaria ano que vem. E ele teria de deixá-las.

            Não só Isabella, também a mãe e Sarah. Ora mais seria tão difícil, afinal as amava. Ele suspirou e fechou os olhos, desejando ter a opção de levá-las consigo.

            -Jus… eu vou com você! – foram as únicas palavras que saíram da boca da garota, mas foi o suficiente para deixá-lo aflito.

            -Bella, é melhor não! – a voz dele quase não saiu.

            -Eu não posso ficar sem você, – ela disse, sentindo um aperto tão grande no peito, que parecia que esmagavam seu coração. – eu não consigo, eu não quero viver sem ti!

            -Consegue sim! – ele se levantou e a abraçou de lado, enquanto a garota apenas escondeu o rosto com as mãos, se permitindo chorar e com direito, até mesmo, a soluços. – Você vai ser forte, ok? – ela balançou a cabeça negativamente e ele beijou o topo de cabeça dela. – Vai ser forte por nós dois!

            -Mas eu não quero! – ela disse entre soluços.

            Justin afastou a mãos dela de seu rosto, que estava totalmente molhados e vermelhos e com olhos repletos de lágrimas. Ele limpou o máximo que conseguiu, antes que ela escondesse o rosto em seu peito, agarrando sua camisa e chorando baixinho.

            O garoto suspirou e elevou a mão aos cabelos dela, fazendo seus dedos sumirem entre os longos fios de Isabella.

            -Ei, ao invés de ficarmos se lamentando e chorando, por que não curtimos cada segundo, que ainda temos juntos? – ela respirou fundo tentando controlar as lágrimas, enquanto ele esperava uma reação dela. – E olha que ainda temos muito tempo!

            -Dois meses e meio! – ela disse baixinho.

            -Eu sei meu amor, eu sei! – sussurrou.

            A menina sentia uma parcela de culpa corroer seu ser. Ela mesma não acreditava que queria que ele desistisse do sonho de cursar uma faculdade, para permanecer ao lado dela, na pequena Stratford.

            Ora Isabella, seu menino está crescendo! Pensou, limpando as lágrimas.

            -Jus… - ela sussurrou, fazendo-o murmurar um “hum” qualquer. – promete que não vai me esquecer? Mesmo que se apaixone por outra, você jura que sempre vai lembrar de mim com carinho?

            -Como se fosse possível alguém se esquecer da própria vida! – ele disse baixinho, fazendo-a se surpreender. Aquelas poucas palavras bastaram. Ela sorriu e apoiou a cabeça do ombro dele.

            Fechou os olhos e sentiu o cheiro maravilhoso dele, invadir suas narinas de repente. “Como se fosse possível alguém se esquecer da própria vida!” Ela repetiu tais palavras e sorriu.

            […]

            Seu mundo girava, agora em torno de uma única pessoa. Justin Drew Bieber. E seus lábios, que estavam colados. Isabella passou seus braços pelas costas largas do garoto, por debaixo da camiseta e o sentiu arrepiar, quando passou o dedo indicador pela espinha dele. Ele gemeu baixinho, tão baixinho, que quase ela mesma não ouvira.

            Ela o empurrou levemente, procurando por ar e Justin se afastou, respirando ofegante. Ele a encarou e sorriu. Era melhor pararem, ou acabariam transando ali mesmo, sem ao menos se importarem com suas mães, que estavam na sala.

            O garoto roçou os lábios pelo pescoço de Isabella e, logo depois, aproximou-se mais da orelha dela, gemendo de propósito. Ela instintivamente levou as mãos para os cabelos do namorado, puxando-os levemente. Justin mordeu o lóbulo da orelha dela, que puxou com mais força os cabelos dele.

            -Não me torture. – ele sussurrou-lhe no pé do ouvido. Isabella sorriu, sentindo o corpo dele sobre o seu, mas sem soltar o peso. – Você sabe que eu sou fraco! – a garota riu baixinho e ele também. O garoto beijou de leve o queixo dela, subindo mais até encontrar os lábios da garota.

            -Jus… - tentou dizer, sendo impedida por ele, que a beijava com fúria. – Hum… - ela o empurrou levemente, separando-se dele, que a encarou um pouco decepcionado. O que estavam fazendo afinal? Eles já estavam quase iniciando as preliminares ali mesmo, no quarto do garoto, enquanto suas mães estavam na sala. Que loucura não? – acho melhor descermos. Não quero que nossas mães subam até aqui e nos vejam… bem… dessa forma!

            Ele sorriu, saindo de cima dela, enquanto a mesma sentou-se na cama por alguns minutos. Justin arrumou a camiseta no corpo e encarou a namorada. Estendeu a mão para ela, encarando-a enquanto Isabella calçava a sapatinha rosa. Quando se levantou, ele a puxou pela cintura, abraçando-a por trás. Justin beijou de leve o pescoço da garota, soltando-a e sorrindo assim que a encarou.

            Eu te amo! Pensou.