- Inoue, está tudo bem? – disse Kuchiki-san

- Estou com um pouco de dor de cabeça, acho que já vou. - Eu tinha me decidido.

- Quer carona? – disse Ishida.

- Não obrigado. – eu disse sorrindo e me levantando.

- Ok. – ele disse.

Sai daquela loja, respirei fundo e corri. Não tinha motivo para correr, mas eu queria. Minha vida passava diante de mim. Alegrias caiam como lágrimas. Sonhos eram deixados a cada passo. Memórias eram esquecidas. Apenas a imagem de seus olhos esmeraldinos ficava em minha mente. Apenas sua voz soava em minha mente.

Deixei um bilhete em minha cama, junto a canção que compôs, nele estava escrito:

”Pessoal, eu sei que vocês não iram entender. Mas quero que saibam que há quatro anos eu me apaixonei por alguém que agora está morto. Vocês devem estar se perguntando quem. Bem... Eu me apaixonei por um espada. Para ser mais exata o 4º espada. E nesses ultimos meses eu percebi, que não há mais lugar neste mundo para mim. Pois deixei meu coração no Hueco mundo. Sinto muito.
Obrigada por estarem sempre comigo.
Adeus.”

As luzes de apagavam para mim. As cortinas tinham se fechado. Eu desisti.

Nunca tive a intenção de dizer adeus. Não quero dizer. Não posso. Não consigo viver na sombra de alguém que já se foi e nunca pude dizer... Ashiteru.

Vi-me no parapeito de um prédio. Observei Karakura. Dali ela parecia tão tranqüila. Subi na berada e olhei para baixo, senti uma vertigem e dei um passo para trás.

- Eu já desisti da minha vida. Não posso desistir dessa decisão. – Subi novamente na berada.
Respirei fundo, e vi novamente aquela imagem. Queria pegar em sua mão. Não podia te esquecer. Então dei o ultimo passo.

Sou tão fraca.

- Abra os olhos Inoue Orihime. – uma vos feminina disse.

Abri então meus olhos, estava em uma sala toda branca... Eu reconheci o lugar. Era meus antigos quarto em Las Noches. Eu havia morrido?

- Como...? – eu disse a mim mesma.

- Eu te trouxe aqui. – uma mulher disse.

Virei para trás, e vi uma figura feminina, ela parecia tão... Acolhedora. Seus cabelos longos e negros, seus olhos com um brilho maternal, sua presença de majestade, usava um kimono branco com um dragão bordado. Segurava uma pulseira.

Olhei para meu pulso e percebi que a pulseira que Ulquiorra me dará não estava ali.

- Quem é você? – perguntei curiosa.

- Meu nome é Kunoa Felicity. Rainha de todas as dimensões. Alguns me chamam de “rei espiritual”. – disse ela, e eu me surpreendi.

- Por que... – eu tentei diser, mas ela me interrompeu.

- Por que te trouxe aqui? Bem... Como posso dizer. Há quatro anos, na batalha de inverno, eu estava muito fraca para sair de meu palácio. Muitos acreditaram que eu não me importava, mas de lá, pude assistir cada segundo daquela batalha. Do começo ao fim. Tenho que admitir que eu seja um pouco molenga para romances. – ela sorriu. – Você sabe o que aquele espada sentia por você?

Eu abaixei minha cabeça, lembrado do que ele falava.

- Espadas... Não tem sentimentos. – eu disse com uma dor enorme.

- Corrigindo. Ulquiorra era orgulhoso demais para admitir que tivesse sentimentos. Realmente eu o entendo. Ele sempre acreditou que não tendo nada, não poderia se sentir triste ou só, então, se não esta triste está feliz. Era essa a definição de felicidade para ele. Mas então você apareceu. Você e seu coração. Sinceramente. Eu vejo muito de mim em você. – ela riu novamente. – Veja, quero lhe mostrar algo.

Nós saímos do quarto. Percebi que não estava em Las Noches. Era um jardim imenso e esplêndido. Sentia-me tão em paz ali.

Ela foi até uma ponte sobre um lago de carpas e me chamou. Ela apontou para o lago onde eu olhei atentamente.

- Mesmo ele não entendendo nada, ela já demonstrava o grande sentimento por você. – ela disse.

No lago, imagens começaram a aparecer, a primeira mostrava-me dormindo, Ulquiorra havia entrado no quarto e me olhou, de imediata não vez nada, apenas observou, então se aproximou e se ajoelhou ao meu lado no sofá branco, ele me olhava curioso, tocava meu rosto.

Quando ele tocou meu rosto na imagem do lago, minhas mãos automaticamente foram até onde ele havia tocado.

Outras imagens se passavam, a maioria eu estava dormindo no sofá branco. Até que uma me intrigou. Ele me olhava, atencioso, então quando eu dei um sorriso dormindo, sua expressão séria tinha tomado uma forma que nunca tomou antes. Ou pelo menos nimguem havia visto. Vi seus lábios discretamente tomarem a forma de um sorriso.

- Isso... É real?

- Pelo menos foi. Sabe por que ele odiava tanto seus amigos? – ela perguntou

Eu neguei com a cabeça.

- Ele sentia ciúmes, apesar de não saber o que sentia. – ela completou.

- Mas, porque você se interressou nisso? Você é... Rainha espiritual... devia ter coisas mais importantes.

- Como eu disse antes, eu tenho um fraco por tragédias românticas. E não tem nada muito importante para fazer. Por isso, Inoue Orihime, estou te dando agora uma segunda chance de mudar o passado.

Segunda chance...?