Cap VII - ごめんなさい

— K-Karin... N-não deve ser nada, vamos embora? – falou tremendo

— Nós chegamos até aqui, vamos continuar. – a garota abriu um sorriso forçado e depois viu novamente aquela cena...

Hinamori e Hitsugaya separam-se e avistam as duas shinigamis que estavam a observar toda a cena. Quando Karin cruzou o olhar com o capitão, virou o rosto.

Hitsugaya foi até elas, e Hinamori, logo depois.

— Matsumoto, Karin... – o garoto sussurrou, não conseguindo encará-las

— C-capitão...! Eu–

— Eu! – interrompeu Matsumoto – Gostaria de agradecer por ter cuidado de mim... E me desculpar por ter citado o nome da tenente Matsumoto no lugar do seu. Só isso. – Karin segurava as lágrimas cerrando os punhos

— Karin-chan, Rangiku-san... Não vimos vocês… Mas acho que nos viram, né? – Hinamori sorriu um pouco

— Hinamori... – falou Matsumoto ainda assustada – O que você...?

Enquanto Hinamori e Matsumoto conversaram, Hitsugaya e Karin estavam intactos. Não trocaram nenhum olhar, nenhuma palavra... Um não conseguia acreditar na situação do outro...

— Ahhh, mas que vergonha! Eu não queria que vissem!! – exclamou Hinamori

— Desculpe por nossa ignorância, tenente Hinamori... – sussurrou Karin – E-eu... Vou me retirar. Vou para o meu quarto, descansar mais um pouco... – se retirou cambaleando

— Hinamori, não precisava fazer isso também!! – gritou Matsumoto, chamando a atenção de todos em sua volta

— Não grite tão alto, Rangiku-san... – falou Hinamori um tanto surpresa – E, afinal, o que foi que eu fiz? Só falei que é vergonhoso, oras!

— Olha, Hinamori, só porque você conseguiu beij–

Matsumoto mal terminou de falar e Hitsugaya usa seu shunpo para sair do local o mais rápido possível, provocando um vendaval.

— Shiro-chan!!

— Capitão!!

— Com licença, Rangiku-san, vou atrás dele...! – Matsumoto segurou em seu pulso, impedindo o shunpo

— Nananinanão! Deixe o capitão!

— QUÊ?! Acha que eu não sei que ele vai atrás daquela novatinha?!

— E qual o problema?! Acha que não foi um susto?!

— Culpa dela. Quem mandou ser tão fraca?

— Como assim, Hinamori? Quer dizer que, se ela fosse forte, não ia se importar...? Você mesma disse que ela tinha uma “proximidade” com o capitão!

— Ele é meu amigo de infância... Temos uma ligação muito mais forte!

— Hinamori!! – a mais velha segurou em seus pequenos ombros – O que aconteceu com você?! Você nunca foi tão obcecada pelo capitão e, agora que a Karin veio para cá, você não deixa NINGUÉM em paz!

— E-eu...

///

— Ei! – o capitão segurou no ombro de Karin, mas ela se remexeu e a mão de Hitsugaya escorregou

A garota continuou a andar e parou quando já estava a certa distância do capitão. Hitsugaya suspirou fundo e tentou não encarar as costas de Karin que pulavam pelo soluço...

... Estava chorando.

— Karin...

— O que deseja, capitão Hitsugaya? – perguntou em uma voz fraca e disfarçando, mas não se virou

— Dá para olhar para mim enquanto falo com você? – exigiu

— Sinto muito, capitão, mas eu não estou muito agradável e não quero que meu próprio capitão me veja desse jeito. Então, se me dá licença... – voltou a andar

— Não terminei de falar. – apareceu na frente de sua subordinada com um shunpo. Surpreendeu-se com as lágrimas que escorriam de seus olhos e não paravam.

A garota virou o rosto rapidamente para o lado.

— ... Desculpe. – começou a se sentir culpado

— Por que está se desculpando? Não há nenhum motivo para isso.

— ... Por que está chorando? – falou segurando o queixo de Karin e fazendo com que a garota se vire para ele

— Distância, por favor. – falou empurrando um pouco o corpo de Hitsugaya – Você acabou de se encontrar com a Hin–, digo, tenente Hinamori, não vai ser bom para a sua imagem me ver tão perto desse jeito... Principalmente se a tenente Hinamori vier para cá, seguindo você, capitão.

— “Capitão”, ”por favor,”... Jogue essas palavras fora, Karin. Comigo, não use. E eu não dou a mínima do que pensarem sobre mim. Já falam que sou novo demais para ser um capitão, não vou ligar o resto.

— Senhor, por favor... Não fale isso... – começou a tremer e as lágrimas vieram com mais força

— Karin, pare de falar isso!! – segurou em seus ombros e olhou em seus olhos – Você não sabe o que aconteceu! Não sabe de nada!! Não tire conclusões antes!

— Não preciso saber o que aconteceu para tentar entender aquela cena!! – gritou

— Precisa, SIM! Karin, você está desesperada, não sabe o que está falando!!

— Eu sei, sim!! Eu vi vocês dois se beijando!! Eu cronometrei quanto tempo ficaram!!

— Dá pra me ouvir?! Foi ela quem começou, eu não fiz nada! – largou os ombros de Karin e virou-se de costas – Que saco! Ela perguntou se eu tinha alguma relação forte com ela e depois falou que queria provar que me ama!! Eu não fiz nada!!

— Tou–

— Se não quer acreditar, tudo bem, não acredite! Eu te contei o que aconteceu de verdade, acredite ou não, você quem sabe!! – usou seu shunpo e foi embora

A garota caiu de joelhos no chão e continuava chorando. Que droga... Será que gostava mesmo dele?! Gostar de amar, mesmo?!

— Que droga, Toushirou... Por que isso tem que acontecer?! – falou sozinha

— Ora, ora, se não é a nova subordinada do capitão Hitsugaya... – Karin olhou para trás e viu capitã Unohana e sua tenente – ... Está chorando?

— Capitã Unohana... – a garota se levantou

— Kurosaki-san, né? Gostaria de conversar? – e mostrou seu sorriso

///

— Aqui está. – Isane entregou-lhe uma xícara de chá – Já se acalmou, Kurosaki-san?

— Sim... Obrigada, tenente Kotetsu. – abriu um sorriso calmo

— Vai querer nos contar o que aconteceu, Kurosaki-san? – perguntou Unohana

— Por favor, me chamem de Karin... E, bem...

[...]

— Entendo... – falou um pouco séria

— M-mas a Hinamori fez isso?! – perguntou Isane um pouco aflita

— Karin-san... Você acredita em quem?

— Eu... Sinceramente, não sei... Eu vi e ouvi... O que acha, capitã Unohana?

— Bem, Karin-san, não irei lhe dar nenhuma ideia, escolha você mesma... Não acha melhor?

— ...

— E, afinal, você concluiu algo...?

— ... Vou conversar com o Toushirou...

— Faça isso. Tenho certeza que será ótimo para os dois. – e sorriu

— Obrigada, capitã Unohana, tenente Kotetsu! – e saiu do quarto esquadrão com um shunpo

— Capitã... Você acha que...?

— Vamos descansar, Isane. – falou fechando os olhos e indo para seu quarto

— Hai.

///

— Capitão... Abra a porta, por favor... – falou Matsumoto dando leves batidas na porta do escritório de Hitsugaya – Capitão...

— Estou trabalhando, vá descansar, Matsumoto.

— Capitão, terminamos tudo hoje de madrugada, lembra...? Capitão, por favor, sou sua tenente, sempre te darei cobertura! – Matsumoto estava bastante preocupada

— No momento estou ótimo, Matsumoto.

— Abra a porta afirmando isso, por favor.

— Sinto muito.

— Capitão!!

— Rangiku-san...? – Karin aparece um pouco preocupada

— Karin!! – a ruiva gritou tão alto que até Hitsugaya conseguiu escutar através da porta – Que bom que você voltou!!

— O que está acontecendo? Por que está aqui fora?

— Bem... Depois do que aconteceu, o capitão veio para o escritório e não deixa ninguém entrar... Estou preocupada.

— E a Hinamori?

— Ela foi embora... Aconteceu alguma coisa entre vocês? – perguntou tristemente

— Depois te conto. – sorriu e foi até a porta – Tentarei conversar com ele, pode ir descansar.

— Hum... Certo... Estou contando com você, Karin. – e foi embora

— ...

Karin deu leves batidas na porta.

— Capitão...?

— ... O que você quer?

— Podemos conversar...? – suas lágrimas estavam prestes a cair

— Estou trabalhando, não me atrapalhe. Vá descansar, aposto que está cansada. – sua voz também estava um pouco fraca

— Não vou sair daqui até você resolver conversar comigo... Por favor... Toushirou... – escorregou-se na porta e ficou de seiza de frente para a porta, apoiando os cotovelos na mesma

— ... – aproximou-se da porta e sentou-se de costas para a mesma – O que quer falar...?

— Eu acredito em você...

Hitsugaya se assustou com o que acabara de ouvir. E sentiu-se mais culpado por gritado daquele jeito com Karin.

— Desculpe-me por ter duvidado de você... Desculpe-me mesmo. – suas lágrimas começaram a cair – Eu fui uma idiota de não ter percebido... Eu sei que a Hinamori, de alguma forma, tem uma raiva de mim... Eu duvidei de você e fui uma idiota...

— Pare com isso... – sussurrou

— Eu... Nem consigo mais olhar para você. Foi infantilidade minha... Eu vou pedir transferência ao general Yamamoto... Talvez isso faça com que não nos vemos mais... Espero que não guarde rancor comigo, por favor.

A porta se abriu e Karin perde o equilíbrio, mas Hitsugaya segurou seu corpo e abraçou-a confortavelmente. Karin continuava chorando e não acreditava no que estava acontecendo.

— O que pensa que está fazendo...?! – falou soluçando – Hoje você acabou de...!!

— Me desculpe. – abraçou mais forte ainda – Eu sei que está brava comigo...

— Seu baka, baka, baka, baka, baka, baka!! – mesmo abraçada, começou a bater nas costas de Toushirou

— Me desculpe... É tudo culpa minha. Se eu tivesse reagido antes daquilo acontecer... Você não ficaria desse jeito.

— Eu também não sei por que estou me sentindo assim... E-eu nunca me senti assim...

Hitsugaya soltou-se um pouco de Karin e limpou suas lágrimas com o indicador.

— Não gosto de te ver assim. – sorriu um pouco – Desde que te conheci, você só ficou triste quando falou do sumiço do seu irmão, mas, pelo menos, consegui reter suas lágrimas e agora... Fui eu quem as causei. Peço minhas humildes desculpas.

— Então, dá próxima vez, o culpado vai ser só um, tá? – sorriu

— Aposto que, no seu pensamento, sempre vai ser você, né? – bufou

— Hehe! Obrigada, Toushirou!

— Fico feliz de ser chamado de Toushirou ao invés de “capitão”... Claro, só você eu aceito... Ainda quero meu respeito.

Karin riu.

— Capitããão!!! – ambos olham para o lado e encontram Matsumoto correndo – O senhor abriu a porta!!!

A tenente pulou em cima de seu capitão e abraçou-o com todas as suas forças, sufocando-o com seus enormes seios. Estava chorando de felicidade.

— Fiquei preocupada com o senhor, capitão!!

— Matsumoto!! Solte-me!! – tentou respirar o máximo que podia

— A-acho melhor eu ir para o meu quarto... – falou Karin sorrindo com a costumeira cena

— Nós te acompanhamos, Karin! Né, capitão? – falou Matsumoto olhando para seu capitão

— Dá pra me soltar?!

— Vou considerar isso como um “sim”! – soltou-se de Hitsugaya e se levantou junto de Karin – Vamos, capitão! Não demore tanto!

— Eu preciso respirar antes... – falou um pouco ofegante e se levantou – Sabe onde é o quarto da Karin, Matsumoto?

— Sim! – falou fazendo pose – “Eu acho...”

— Leve-a. Eu... Só vou pegar minhas coisas.

— Ah, certo... Vamos, Karin?

— Uhum! Boa noite, Toushirou! – e sorriu radiante

— Boa noite, capitão!

— Boa noite. – falou enquanto via as duas indo embora – Se quiser, pode aparecer.

Hitsugaya se virou e viu um vulto.

— Apesar de todos esses acontecimentos, continuo percebendo reiatsus, então, saia, Hinamori.

— Desde quando percebeu que estava aqui... – aparece com um pequeno sorriso – ... Shiro-chan?

— Eu vi você seguindo a Matsumoto quando ela veio correndo. Fez isso de propósito? Sabe que eu consigo captar reiatsu - principalmente a sua - e eu sei que você é capaz de esconder perfeitamente.

— É um dos motivos que eu gosto de você, Shiro-chan, você é muito inteligente! Eu gostaria de conversar com você, posso...?

— ... Claro, entre. – abriu um espaço para Hinamori passar pela porta e logo depois entrou