Cap II - 行かないで

O capitão acordou, abrindo os olhos lentamente. Os belos turquesas do qual fazia várias garotas suspirarem de tão brilhantes que são. Levantou-se com dor no corpo inteiro e notou que todos os seus papéis sumiram. Desesperou e os procurou em todo canto.

— Ohayo, Toushirou ~ – uma voz cantarolou seu nome, fazendo o grisalho avistar a porta, era Karin – Dormiu, hein?

— Kurosaki... O que aconteceu?! A-aonde estão os relatórios?! – continuou a procurar os papéis, tentou se levantar, mas seu peso fica tão pesado que acaba caindo no chão

— Humm... Parece que tem horas que o senhor capitão do décimo esquadrão fica fraco, não? – sorriu e foi até o garoto, ajudando-o – Não se preocupe com a papelada, capitão, eu pedi para Rangiku fazer tudinho!

— Convenceu aquela preguiçosa...? Fico impressionado, Kurosaki. – sentou-se novamente na cadeira e mostrou uma expressão de dor – Que porcaria dormir aqui...

— Culpa sua, né? – terminou de ajudar e deu a volta na mesa, ficando de frente para o mesmo – Né, Toushirou!

— O que foi agora?

— Vamos fazer uma missão? – sorriu

— Para...? – perguntou mexendo o pescoço de um lado para o outro, estalando os ossos

— Oras! Para eu treinar, não é óbvio?

— Não.

— Obri... O quê?! Toushirou, seu chato!! – emburrou-se, virando de costas para o capitão

— Pouco me importa. Vá fazer alguma coisa com Matsumoto, menos se embebedar. – ganhou forças e se levantou

— A-até parece que eu iria me embebedar!! Quem você pensa que eu sou?! Aliás, Toushirou, você já não pode mais fugir...

— O que quer dizer com isso, Kurosaki? – o garoto pára frente a porta, curioso

— Nosso esquadrão foi designado para derrotar um montão de hollows! Então, será um bom treinamento, não acha?

— “Maldita que nem o irmão mais velho...” — pensou com raiva de Karin e de sua própria curiosidade – Como sabe disso?

— Eu vi a borboleta do inferno, oras! O esquadrão já está pronto, só falta você! – a garota o abraço por trás

— O-oe! – corou com o toque da garota em seu corpo

— Ei, Shiro-chan, você ain... – Hinamori chegara em uma má hora, viu os dois na porta e Karin abraçando Hitsugaya – A-ah... D-desculpe se eu interrompi algo... S-só vim chamar o Shiro-chan...

— Hinamori ~ – a ruiva de seios enormes aparece logo em seguida – Ah! Capitão, Karin-chan! Não sabia que estavam namorando!!

— Nós não estamos!!! – ambos gritaram ao mesmo tempo

— Hai, hai! – Matsumoto continuou com seu sorriso malicioso – Vamos logo, vocês dois! Todos estão esperando!

— Que droga... – Hitsugaya coçou a cabeça irritado – Vamos logo, Kurosaki.

O garoto e sua tenente saíram correndo. Karin só estava terminando de arrumar a sala e Hinamori ainda estava intacta na porta.

— O que foi, Hinamori? – Karin percebeu a menina que continuava estática

— Ah, nada não, Karin... – Hinamori balançou a cabeça, mandando os pensamentos para longe – Err... Karin, ontem eu não te vi saindo do esquadrão... Aconteceu alguma coisa?

— Hum?

— Digo, você ficou a noite inteira junto do Shiro-chan? Eu sei que ontem o Shiro-chan ficou até mais tarde aqui, mas... Não esperava de você também ficar.

— Ah. É que eu fiquei dormindo de tarde e...

— Não foi isso que eu perguntei. Eu perguntei se você ficou a noite inteira com ele. – a garota olhou Karin com um olhar assassino, como se quisesse arrancar todos os órgãos de Karin

— Sim. Qual o problema? – Karin percebeu que Hinamori estava com raiva dela, mas não sabia o motivo, mas encarou – Tem algo de errado ficar até mais tarde com o próprio capitão, tenente Hinamori?

— Não, claro que não! – sorriu falsamente – O Shiro-chan é mesmo uma graça, não acha?

— Hã?

— Kurosaki!!! – ambas ouvem a voz grossa de Hitsugaya, clamar por Karin – Queria tanto ir e agora demor... O que estão fazendo? – pergunta ao olhar Hinamori com Karin

— S-Shiro-chan... – Hinamori o olha intacta – Nós só estávamos conversando, só isso!

— Hinamori, quer parar de me chamar assim?! E, Kurosaki, você estava tão animada para ir nessa tarefa e demora tudo isso?! Vamos logo!! – falou de forma autoritária

— Hai, hai. – suspirou fundo – Com licença, tenente Hinamori. – reverenciou e saiu com a companhia de Hitsugaya

Hinamori permaneceu naquela sala por mais um tempo e depois foi para seu próprio esquadrão, escolher algo para se distrair.

O décimo esquadrão estava nas florestas densas em volta da Soul Society. Karin estava tão animada que resolveu treinar meio afastada do resto do esquadrão.

Sentiu reiatsus médias e pensou que poderia derrotar todos os hollows que sentiu, sozinha. Mas, como prometeu a Kurosaki Ichigo, o capitão não deixou de olhar sua subordinada.

Apesar de a missão parecer algo fácil, alguns menos apareciam para “ajudar” os hollows e dificultar os shinigamis. O pequeno capitão notou que alguns menos pegavam seus subordinados de surpresa, então, sempre que acontecia isso, ele ia até lá, ajuda-los, dando uma bronca a seguir.

Karin continuava naquela mesma região, não queria se afastar ainda mais, nem se aproximar. Ficou lá.

— “Malditos hollows... Apareçam logo, desgraçados...” — pensou, ficando impaciente

Alguns hollows resolveram aparecer, depois de muito tempo escondidos, detrás das árvores. Karin sorriu satisfeita e desbainhou sua zampakutou. Derrotou vários hollows que praticamente pulavam em cima dela.

— *Arf arf arf*... – cansou-se depois de matar todos os hollows que a rodeava, sentou no chão e ficou orgulhosa de si mesma por ter derrotado todos tão rápido, começando a rir sozinha

— Karin-chan!! – a garota de cabelos negros ouve a doce voz de Matsumoto – Você está beem?

— Ah, Rangiku! – Karin se levantou para acenar, mas um enorme hollows aparece entre as duas

Ambas gritam pelo susto. O hollows, que mais parecia um gillian, segurou Karin levantando-a.

— Karin-chan!! – gritou

— Huhu... Carne nova? – o gillian apertava cada vez mais forte o corpo de Karin, fazendo a garota se contorcer de dor – Puf... Que fraca. Consigo matar você em menos de um segundo, quer ver?

O gillian estava prestes a apertar mais forte sua mãe, quando Hitsugaya, em um ato rápido, cortou o braço do gillian e recolhendo Karin em seus braços.

— Capitão!! – exclamou Matsumoto, contente por ganhar ajuda de seu capitão

— Matsumoto, cuide dela. – referiu-se a Karin enquanto deixava a garota deitada no chão

— H-hai! – deu a volta no gillian e começou a amenizar a dor que Karin sentia com kidou

— Hu... Pelo seu haori, você é um capitão, certo? Não adianta mais. Ninguém é páreo para mim, capitãozinho! O diferente, é que tenho recuperação! – e mostrou seu braço se regenerando lentamente

— Tsc. Não permito que um fraco gillian, como você, mexa em meus subordinados. Soten Ni Saze, Hyorinmaru! — o céu torna-se mais escuro com a liberação shikai de Hitsugaya, deixando o gillian com medo – O que há, gillian? Ficou com medo?

— Até parece que vou ficar com medo!! HÁ! Não me subestime, capitão!!

Hitsugaya o cortou em quatro em um piscar de olhos.

— Mal... Dito... – reclamou o gillian

— Suas palavras me enchem. – olhou virando apenas o rosto, mirando o gillian desaparecendo

Após o gillian desaparecer e suas partículas serem levadas ao céu, Hitsugaya foi até sua tenente.

— Matsumoto! Sua guarda ficou muito baixa! Por que não fez nada?! – começou brigar com sua tenente

— Minhas sinceras desculpas, capitão! Eu pensei que poderia machucar a Karin-chan... – terminou o kidou e fitou o capitão – Desculpe-me.

— Afe, tá bom. – suspirou fundo – E então? Ela está bem?

— Sim, só desacordada.

— Ainda bem... Pelas minhas contas, esse foi o sexagésimo quinto hollow - que, na verdade, é um gillian — precisamos encontrar mais trinta e cinco hollows... Que saco. – e suspirou fundo

— Está errado, capitão! – Matsumoto elevou a voz – Karin-chan derrotou todos esses trinta e cinco hollows! Impressionante, não? – e sorriu de ouvido a ouvido para o capitão

— Hunf. Matsumoto.

— Hai?

— Avise todos do esquadrão que voltaremos. Nossa missão já acabou, com a ajuda da Kurosaki. – ordenou enquanto se agaixa perto do corpo de Karin

— Hai, capitão ~ – e foi cantarolando até o centro da floresta, onde todos do esquadrão se localizavam, mesmo depois de levar uma bronca

— Essa Matsumoto... – reclamou e fitou Karin – Kurosaki, sua idiota. Não deixe sua guarda tão baixa que nem Matsumoto. Precisa treinar mais, ouviu?! Seu irmão vai me matar se ele vir o que aconteceu com você.

— Tudo bem, Toushirou... – murmurou

— V-você está acordada?! – levou um susto e andou para trás por culpa disso – P-pelo menos fale, né?!

— Hehe, foi mal, Toushirou! Mas quem iria acordar se estivesse levando uma bronca? *risos*— a garota se levantou, mas contorceu o rosto de dor

— Não se esforce, Kurosaki. – pediu, chegando perto da garota novamente – Onde dói?

— Nenhum lugar, hehe! – coçou a cabeça envergonhada – Eu estou bem!!

A garota tentou se levantar, mas a dor continuava muito tensa e Karin voltou a cair e, de acordo com a gravidade, acabou caindo em cima de Hitsugaya, mais precisamente em seu colo.

Ambos se assustaram. Karin estava com a cabeça no colo de Toushirou e o mesmo estava paralisado.

— D-desculpe-me, Kurosaki. – o garoto ficou totalmente vermelho, tentou se levantar, mas é parado pela mão de Karin, segurando a sua

A garota sorriu, parece ter gostado do “lugar”. Hitsugaya ficou um pouco confuso, mas deixou, afinal, ela estava incapacitada de andar. Ele continuava corado, estava com muita vergonha. Karin estava muito cansada e pôs-se a dormir.

Hitsugaya levantou lentamente a cabeça de Karin e apoiou em seu braço esquerdo, enquanto seu braço direito encontrava-se nos joelhos - um ato comum se for para carregar alguém no colo, e era isso que Hitsugaya estava prestes a fazer -; levantou-se tomando o máximo de cuidado para não derrubá-la e suspirou aliviado pelo sucesso.

Matsumoto logo apareceu com o esquadrão atrás. Hitsugaya deu a permissão e todos voltaram para o décimo esquadrão.

Matsumoto, ora ou outra ria porque seu capitão estava vermelho por ter Karin em seu colo, deixando o mesmo raivoso e ela, levando mais uma bronca.

O capitão e tenente do décimo esquadrão, ao invés de irem para o próprio esquadrão, foram para o quarto, o da capitã Unohana, para levarem Karin.

Fora Unohana quem os recebera, e foi quem mesmo tratou de Karin. Após receber um tratamento da melhor médica da Soul Society, Hitsugaya e Matsumoto resolveram ficar na mesma sala onde Karin estava. Unohana confirmou que ela estava bem.

— Obrigado, Unohana. – reverenciou o pequeno capitão, continuava um pouco vermelho – Fico te devendo essa.

— Não será necessário, capitão Hitsugaya. Fico feliz que esteja preocupado com a novata. – e mostrou seu sorriso costumeiro

— N-Não é nada de mais!! Só... Preciso cuidar de meus subordinados. – virou o rosto, fitando o chão

— Ah, capitão Hitsugaya... A tenente Hinamori está aqui.

— A Hinamori?! – o capitão se assustou e saiu correndo da sala

Hitsugaya procurou por todos os quartos. Até, finalmente, achar o quarto onde Hinamori se encontrava, a garota estava deitada, sendo iluminada pela luz do luar.

— Hi...

— Ah, Shiro-chan! – a garota ouviu o barulho da porta se abrindo e fitou o capitão – Fico feliz que esteja aqui! – e sorriu

— Idiota, por que não me avisou que viria hoje?! – aproximou-se da maca

— Gomennasai... E você... Veio aqui só para me ver? – a garota ficou alegre por um instante...

— Não. Trouxe Kurosaki, ela estava imobilizada porque seus ossos quase se quebraram quando foi apertada por um gillian— ... mas logo entristeceu-se com a frase direta e fria de Hitsugaya

— Ah... Ela está bem, não é...?

— Sim, não se preocupe. E você? – perguntou analisando o corpo de Hinamori que estava coberto por um cobertor branco como a neve

— Eu estou bem. – sorriu novamente

— Que bom... – sorriu também – Eu vou voltar para o quarto de Kurosaki, tá legal? Qualquer coisa, é só chamar. – acenou e estava saindo do quarto

Hinamori, em um ato rápido, levantou e abraçou Hitsugaya pelas costas. Hitsugaya não corou, nem nada, apenas paralisou. Não sabia o que fazer em uma situação dessas, permaneceria ali ou se soltaria? Afinal, conhece Hinamori faz anos, e seria falta de educação fazer isso?

Olhou para trás para fitar Hinamori, com o rosto afundado em suas costas.

— Hina... – tentou falar seu nome, mas fora interrompido novamente

— Não vá... – seus olhos começaram a lacrimejar, molhando todo o haori de Hitsugaya – Fique comigo. Por favor. Shiro-chan... Eu...

... Eu te amo...