Yuko se convidou (sim, ela convidou a si própria!) a fazer compras com Hiroki, pra ver se colocava alguma coisa na cabeça da bêbada, e também, alguma coisa que prestasse em seu estômago. Ela sempre gastava tudo com cerveja e esquecia-se de comer. Tirando é claro, petiscos da bebida.

E por isso, agora as duas estavam no supermercado juntas, e Yuko dizia, com aquela sua voz de "professora":

- Hiro! Vamos pegar uns pratos de carne e frango! Vamos pegar legumes e verduras, e também...! - Quando ela olhou pra trás, a figura largada havia sumido. Ela já ficou furiosa!

E então, foi andando certeiramente até a seção de bebidas alcoólicas. E lá estava a garota com 2 engradados já nos braços, que mal estava aguentando (o carrinho estava com Yuko).

- O QUE RAIOS PENSA QUE ESTÁ FAZENDO!? - Perguntou a de óculos, invocada. Hiroki apenas olhou pra si com uma cara de quem não entendia. - VOCÊ NÃO PROMETEU QUE IA FAZER COMPRAS DIREITINHO HOJE!? Não pode deixar PELO MENOS a cerveja pro último plano!?

- Eu não prometi nada. Você quem se convidou para vir comigo, eu não disse nada... - E então, Yuko, com cara lavada, invadiu seus braços tirando os engradados deles e jogando-os de volta na pilha de cervejas.

- Certo! E quem cala, consente! Então, me deixe ajudar você e vamos para a seção de legumes e verduras! - Hiroki torceu a face, infeliz.

- Mas legumes são ruins... - Disse ela, mostrando a língua de nojinho. E então, Yuko olhou pra sua face e disse, muito irritada.

- Você nem parece uma adulta sabia? - Disse, olhando próxima a face dela.

- Que bom! - Disse a outra, com um sorrisinho lavado, mas a mesma cara de tapada de sempre.

Então, uma mãe passou com o filhinho fazendo compras, e o mesmo, olhou pras duas ali... Com carrinho de compras e juntas, tão próximas, duas mulheres adultas.

- Mamãe...! - O garoto disse, apontando pra elas, a mãe saiu pegando o menino pelo braço e saindo de perto.

- Não olhe, meu filho! - Disse a mulher, assustada, saindo dali.

As duas olharam pra cena (depois que a mulher saiu). Hiroki estava com a sobrancelha levantada, como se não compreendesse o que acontecera. E Yuko estava completamente sem graça.

Na hora do caixa, Hiroki estava quase chorando. Agarrou os dois únicos engradados de cerveja que levaram, e quase os carregou no colo, como se os amasse. Yuko ia levando as outras sacolas para pegar um táxi. Nenhuma das duas dirigiam... Yuko pensou com felicidade:

"Que bom que essa doida não tem carro! Por que imagina só o estrago que ela faria nas ruas!?"

- Só dooooooooois...! - Dizia a outra, choramingando, com os engradados. - Isso não dá nem pra um diaaaaaaaa...! - E continuava gemendo tristonha.

Yuko olhou pra ela, irritada, e disse:

- Isso é bom! Vai ser um motivo para você parar de beber tanto! Por que não tenta beber só 3 latas por dia!? - Perguntou a de óculos, e a outra então, lhe deu um olhar mortal e cadavérico. Yuko ficou assustada, nunca tinha visto Hiroki assim.

Elas estavam no estacionamento, colocando as coisas na mala de um táxi.

- Olha lá, mamãe! De novo aquelas duas...! - Gritou o garotinho, em frente a um carro, a mãe começou a empurrá-lo pra dentro do mesmo.

- Já disse pra não olhar, filho! - E as duas olharam novamente pra cara da mulher, Hiroki incomodada e Yuko estranhada.