May The Gods Be Ever In Your Favor escrita por Hermiju


Capítulo 2
i'm not alone, after all


Notas iniciais do capítulo

Olha só, alguém está lendo isso! Enfim, pessoa que está lendo isso, aqui está o 2º capítulo!



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Como eu tinha andado dois dias e não achado ninguém? Quer dizer, alguém que não queria me matar. Eu tinha achado alguns monstros, cães infernais, um Minotauro, talvez eu tinha visto um Hidra. Mas nenhum semideus. Será que eles estariam aqui? A voz falara que 24 semideuses estavam espalhados por ali, existiam milhares de nós pelo mundo, aposto que não.

(N.a.: SPOILERS DE MOCKINGJAY ABAIXO. Ou talvez não, é só uma música do livro mesmo :P)

–Are you, are you. - me acho cantarolando. - Coming to the tree. Wear a necklace of rope, side by side with me. Strange things did happened here. No stranger would be. If we met up at midnight in the hanging tree.

Eu me achava cantarolando uma música sobre suicídio. O melhor jeito de fugir desses Games. Infelizmente, era a verdade.

Nada de rostos no céu. Nada de canhões. Nenhum sinal de algum dos outros 23 semideuses tivesse morrido. Ou estavam todos se dando muito bem em sobreviver ou não teria nenhum sinal de que o número de "tributos" tivesse diminuindo.

Eu já estava quase subindo em uma árvore para passar o fim da tarde quando um grito familiar vibrou em meus ouvidos. Não, eles não podiam ter feito isso. Por que o colocaram lá?

Mais gritos chegam aos meus ouvidos, todos igualmente familiares. Sintia um forte impulso de correr atras de cada som, todos pareciam igualmente desesperados, mas o que ocorreria se as seguisse? Alguém pularia de trás de uma arvore e me esfaquearia?

Nota para mim mesma: Tenho pensamentos mórbidos demais para uma garota de 13 anos, e é tudo culpa do Nico.

Voltando a pensar nos gritos. Quem poderia fazer isso com alguém?

Minha mente pensou imediatamente em Phobos, deus do medo, irmão da Clarisse, um idiota que só fica feliz ao ver o sofrimento dos outros. Ainda lembro dele penetrando em minha mente, a dor de ver os meus maiores medos serem expostos e aparentemente se tornando realidade.

Os gritos ficaram mais altos, todos tão cheios de dor que eu me perguntava se eles estavam ali de verdade, sendo torturados em algum lugar da floresta.

–Phobos! - berrei, já com ardentes lagrimas escorrendo em minhas bochechas. - Eu sei que esta ai! Me deixe em paz!

Deixando de lado a atitude adulta, deitei na grama e comecei a chorar, berrando a Phobos para que me deixasse em paz.

–Por favor... Eu só quero silencio... - choramingava.

–Ei... - disse uma voz, que surgia da sombra da arvore atras de mim. - Juliet? Por que você esta chorando?

Os gritos cessaram.

Um garoto com casaco de couro e jeans surado estava ao meu lado. Ele estava com uma expressão preocupada em seu rosto. Mesmo chorando, eu não queria ele ali. Se essa situação era igual ao que eu estava pensando, ele não merecia isso, ele iria morrer...

–Nada não - falei, enquanto limpava as lagrimas do meu rosto. - , o que você esta fazendo aqui, Nico?

–O mesmo que você... eu acho.

–Você ouviu os gritos? - perguntei.

–Que gritos? - perguntou Nico. - Não ouvi nada.

A resposta para isso era novamente Phobos, ele podia fazer seus medos surgirem a minha frente e mesmo assim ninguém podia vê-los. Eu odeio quando ele faz isso.

O fitei. Nico estava com um corte no ombro. Sua camisa do Día de los Muertos estava toda rasgada. Sua pele estava mais pálida que o normal.

Antes que eu me desse conta, já estava abraçada a ele, falando que aparecera naquele lugar, quase morrera, graças ao Minotauro, que derrubara a árvore onde eu estava(O motivo pelo qual eu estava lá é complicado de explicar), me fazendo quase sofrer uma queda de uns 20 metros de altura, ainda bem que eu consegui me agarrar a árvore ao lado. Outro grande problema que eu contara a Nico foi; eu estava sem água.

Tudo que ele consegui fazer foi sorrir e dizer:

–Sério, que você está sem água? Bem, isso é muito estranho. Levantei a sobrancelha.

–Eu falo que quase morri umas duas vezes e você ri pelo fato de eu estar água?

Uma onda zuniu aos meus ouvidos e quando vi, Nico estava todo molhado.

–Fica calma... Mas, quem disse que você está sem água? Pode conjurar o quanto quiser!

Ele cuspiu um pouco de água.

–Isso é água salgada, padawan. - meditei com cara de riso. - É água doce que eu preciso. Isso é apenas 0,2% da água do planeta. Entendeu?

–Eu ainda não sei como você não é filha de Athena... - Nico revirou os olhos. - "Sabia que o Hitler era seu irmão?" - ele falou com uma péssima imitação da minha voz.

Nossa, ele lembrava daquilo. Quando Bianca morrera e ele fugiu para o Labirinto de Dédalo, eu o segui e levei um livro sobre a história moderna dos semideuses, que os Stoll roubaram só para fazer uma brincadeira e eu peguei "emprestado" com eles, um dia eu falei isso para Nico e ele achou estranho: "Como uma filha de Poseidon pode saber tanto? O irmão dela é meio lento." Sério? Eu percebi isso aos 10 anos, di Ângelo, mas obrigada pela informação.

Um vento forte varreu as copas da árvores. Os dentes de Nico começaram a bater. Me senti um pouco culpada de ter dado um "banho" nele.

–Me dá o casaco. - falei.

–O quê? - ele perguntou. - aqui está um gelo! -Me dá logo o casaco, di Angelo. A sua camiseta não tem salvação, então deixa eu dar o meu jeito. - ele me fitou, surpreso, e me entregou o casaco.

Tentei me concentrar na água que tinha nele, me imaginei parte dela, eu podia manipulá-la. Alguns segundos depois, uma esfera de água do tamanho de uma bola de baseball surgiu em minha mão, me livrei dela com um peteleco. O casaco de couro estava perfeitamente seco.

– Aqui está. Melhor?

–Muito. - ele sorriu, mas logo seu rosto ficou branco. - Você ouviu isso?

–Ouvi o que? - apurei os ouvidos. - O que? Eu não ouço nada...

Eu senti minhas orelhas tremerem, como um gato. Galhos quebrando. Folhas caindo. Passos pulverizando filhas secas. Uma voz falando:

–Socorro! Quando tirei o tridente da bolsa em minhas costas, Nico já estava com a espada em punho.

Os barulhos ficaram mais próximos, a sombra se tornou visível. E então eu pude ver seu rosto.

O rosto era marcado por cicatrizes. Os olhos, que eram de um interessante prateado, estavam injetados de vermelho, de tanto chorar. Os cabelos loiros estavam sujos de sangue. O corpo era de aparência atlética, mas estava coberto de cortes. As roupas estavam em trapos. E... tinha uma flecha de prata atravessada em seu abdômen.

O desconhecido desabou no chão.

Um som faz os pássaros fugirem de seus ninhos, me faz perceber que tudo aquilo era verdade, me faz ver não tem saída, se não lutar até o último guerreiro ficar de pé.

O som do canhão me mostrou que os Hunger Games começaram, e começaram para valer.


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Notas finais do capítulo

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