Todo Criminoso Tem Um Vizinho escrita por Ohana_GF


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Hello, baby's! Capítulo de hoje (e os seguintes) betado pelo fofo do Dio (agarra Dio). Por isso, é dedicado a você. Segura essa molequeee!;P

Sim, eu esto com medo desse capítulo! Mas eu gostei taaaaanto dele, rs. Por favor, leiam as notas finais SOMENTE QUANDO TERMINAR DE LER TUDO. Spoilers a vista!



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Pode-se dizer que na maioria das situações e fácil manter-se impassível. Expressão vazia ou ao menos sob controle. Mas, definitivamente, aquele não era um desses momentos.

Andei a procura de Adam por longos minutos, e a cada instante o espaço parecia ainda maior. Meus pés pisavam forte sobre o chão, os ombros tensos. O sangue queimando minhas veias. A falta de respostas, e a demora que estava tendo para tê-las, subiam-me a cabeça. Não me lembrava de quando havia ficado tão irritado.

Eis que finalmente o encontro, tentando afogar-se na pia do banheiro dos professores. Ok. Ele estava apenas lavando o rosto. Mas bem que ele poderia estar tentando um suicídio. Naquela hora eu realmente não me importaria.

Em um piscar de olhos já estava a suas costas, puxando-o pelo casaco e jogando seu corpo contra a parede. Com o impacto, sua face encharcada contorceu-se em uma careta. Direcionou seus olhos negros a mim e dissipou a expressão de espanto.

- Kim!

A voz grave soou meio esganiçada e incrédula. Os lábios vermelhos, ao abrirem para formular meu nome, permitiram que pequenas gotas de água escorressem por eles. A respiração um pouco acelerada, uma sutil coloração sob a pele pálida. Minha ira deu uma leve oscilada. Leve.

- Maldito seja, Adam! Acho bom que você comece a falar tudo que sabe agora ou... Eu não respondo por meus atos.

Levou umas das mãos até as minhas, que o agarravam firmemente pela gola do casado. Tentou forçá-las para baixo. De nada adiantou.

Eu havia tirado forças não sabia de onde, e não pretendia solta-lo antes que abrisse a boca e revelasse o que sabia. Nunca fui muito controlado, devo admitir. Porem, dificilmente alcançava o extremo de minha irritabilidade, chegando à agressão física. Eu estava mesmo irritado. Permanecer no escuro, sem saber o próximo passo a ser dar... Aquilo era muito exacerbante.

- Não sei por que me preocupei. Você parece estar mais que bem.

Afastei com todo empenho a insana vontade que tive de gargalhar. Eu parecia mesmo, bem? Por que... Eu não me sentia nada bem.

- Com essa cara de bravo então... Já ‘to’ até duro, Kim.

Um de meus braços foi em direção ao seu pescoço, depositando ali uma leve pressão. O suficiente para dificultar a passagem do ar. Meu corpo se aproximou um pouco mais, a perna esquerda se acomodando entre as suas. Realmente. Ele estava bem...

Diminuindo a distancias entre nossas faces, ficando a milímetros de seus lábios. O coração de Adam disparou. A boca entreaberta, levando o ar com dificuldade.

Falei entre dentes.

- Adam, eu estou um pouco alterado. Acho que deu para perceber. Eu só quero que você me esclareça algumas coisas, certo? Quem sabe... – dei uma pausa estratégica – Se você cooperar eu também não coopere.

- Uunh! Não sei...

Aumentei a força exercida contra sua garganta. Fazendo-o engasgar. Possuía uma grande consideração por Adam. Podia até mesmo dizer que ele fora uma das pessoas mais interessantes que conheci por toda a vida. E isso era um lisonjeio. Mas, ninguém... Ninguém... Me impediria de chegar ao meu objetivo. Ele sabia de algo e eu precisava escutar. Talvez me arrependesse depois, de tanta gana, agressividade e irritação. Porem sentia que com ele, aquela seria a maneira mais eficiente de conseguir o que queria.

O que... Puta merda! Não demorasse muito tempo. Quando foi que Adam ficara tão incrivelmente atraente? Maldito fosse Forward. ¹

- Vai facilitar?

- Tudo bem. Mas, será que você pode... Me soltar, por favor?

Afastei-me dele rapidamente, que logo levou as mãos ao pescoço, massageando a região avermelhada. Eu nem tinha colocado tanta força assim! Os olhos negros adquirindo um brilho estranho ao serem direcionados a mim. Um sorriso de dentes amarelados e as covinhas aparecendo em suas bochechas.

- Não sabia que você era assim tão agressivo e... Sexy, Kim. Eu gostei!

- Não tente mudar de assunto Adam. Para quem estava tão desesperado, você me parece bem calmo. O que houve?

- Ok, ok! Como você ‘ta’ chato garoto. E eu não estava desesperado só... Preocupado.

Observou o lugar a sua volta com sutileza. A face brincalhona transformou-se em uma séria e lívida enquanto começava a dar passos em direção á porta. Quando passou por mim, esbarrou a mão casualmente na minha, para logo depois se afastar. Poucos milésimos de segundos, mas tempo suficiente para sentir a baixa temperatura de sua pele.

- Vamos conversar em outro lugar. Este não é assunto para se discutir aqui.

Parou os passos, esperando que eu o seguisse. O que não demorou muito. Andamos pelos longos corredores de cores neutras, perdido no mais perfeito silencio. As turmas de período integral estavam em aula, trancafiadas nas salas com isolamento acústico. Tudo parecia tão quieto, tão frio. Morto. Por um momento permiti-me esfregar as mãos, em um sinal de desconforto. Já comentei que odeio o silencio.

Como aquele ambiente, como a pele de Adam, meu sangue estava esfriando. E minha ira momentânea se dissipando. Se eu deixasse de alimentá-la, nem que por segundos, logo ela se esvaia. Sempre foi assim. Ataques de fúria em um minuto, e no seguinte nem mesmo me lembrava o motivo de tanta histeria. Às vezes pensava que aquilo jamais mudaria. Ledo engano. Eu passaria a não esquecer.

Quando dei por mim já nos encontrávamos em uma pequena sala nos fundos da faculdade. Lotada de quinquilharias e livros por todos os cantos. Uma insignificante janela com o vidro trincado era a única entrada de ar e luz naquele local. Assim que passei pela porta, Adam a trancou com uma chave. Encostando-se à superfície de madeira logo depois. Levou as mãos ao bolso da calça jeans, tirando de lá um maço de cigarros meio amarrotado e um isqueiro de prata. Com o cigarro já pendendo sobre seus lábios e o isqueiro sendo acionado, aprecei-me em arrancar aquele vicio de entre a carne vermelha, causando um grunhido irritado por parte do homem a minha frente.

- Ah, vamos Kim. Já estou cooperando com você, não me negue isso.

- Eu não vou cooperar com você cheirando a essa merda.

- Hum! Tudo bem. O que eu não faço por você?

- Na verdade muita coisa, Adam. Como por exemplo, me avisar que iria desaparecer daquela maldita festa.

Seus olhos se estreitaram por um momento. Ele iria mentir.

- Eu não desapareci, estava lá no meio daquela gente o tempo todo!  Você que virou fumaça, e evaporo. Fiquei correndo atrás de você toda a noite.

Logo percebi qual seria sua tática ao longo da conversa. Procurar mudar os assuntos rapidamente ou então inverter o alvo dele, para mim. Perca de tempo. A partir do momento que já se sabe o que esperar e que atitude seu “adversário” tomará, fica muito mais fácil eximir-se.

- Te procurei por todos os lados Adam. Você não estava em lugar algum. Você só foi dar-se por minha falta essa manhã, quando me ligou. Ou seja, algum tempo depois do fim da festa. Você nunca teve a mínima intenção de permanecer naquele lugar, não é? Só não entendo então o motivo de me chamar, se tinha assuntos a resolver.

Busquei oxigênio, para assim que preenchi meus pulmões, começar a dar curtos passos em direção ao professor. Dizendo coisas que poderiam desestruturá-lo e, que não eram nem mesmo suposições. Mas ele continuava imóvel. Encostado a porta e com o isqueiro tremendo incontrolavelmente em sua mão. Abre e fecha. Abre e fecha. Aquilo era irritante.

- E que assuntos eram esses, hem? Você disse que não era familiarizado com aquelas pessoas. Sua presença era somente ossos do oficio. Ossos do oficio, Adam? Foi mesmo por seus pais? Na verdade, você nunca me falou de seus pais. E um sobrenome. Por acaso você tem um? O que você esta escondendo, Adam? O que...

O som do baque de minha mão contra a porta ecoou por toda a sala. Os olhos do homem tremeram brevemente, até aderirem a uma seriedade e frieza impressionantes. O isqueiro tinha parado de se mexer.

- Você não deveria se envolver nisso Kim. Não são seus assuntos, muito menos seus problemas. A única coisa que você deveria fazer é se afastar de mim e principalmente, de Vitor Forward. Você não vai querer se envolver nisso.

Devo dizer que com aquele tom baixo, desprovido de emoção e aquela face rígida, engoli em seco. Adam estava tão... Estranho.

Contudo, não poderia levar suas palavras em consideração. Eu sabia, bem lá no fundo, que sua tentativa de me proteger seria vã. Sim! Ele queria me proteger. Ficou mais do que evidente no momento em que havia escutado sua voz pelo telefone anteriormente. Uma causa perdida. Eu estava, com toda certeza, envolvido mais do que poderia imaginar. O que restava saber era em que.

Mirei-o firmemente, segurando seu queixo com uma das mãos. Não havia gostado de seu tom, muito menos a expressão que adotara. Queria respostas, não um homem frio e incomum.

- Você sabe que não adianta Adam. Já estou mais do que envolvido no que quer que seja. Se eu sei você também sabe. Não adianta tentar me proteger...

- Você não...

- Adam! Eu passei essa noite com Vitor...

Uma nuvem passou por seus olhos. Os lábios se espremeram e a respiração cessou no tempo de um pulsar, para logo depois se regularizar novamente. Se eu queria desestruturá-lo, estava conseguindo. E isso me pareceu tão errado.

-... eu transei com ele. Acordei essa manhã na cama dele ao lado dele. Mais envolvido que isso é impossível.

Esquivou seu olhar do meu e tentou liberar-se do meu toque. O segurei mais firmemente, fazendo com que seus olhos retornassem aos meus, preenchidos com um sentimento que não pude distinguir.

- E agora eu estou aqui. Na sua frente. Perto de você. E você Adam... Sabe que eu não vou me afastar. A única maneira de me proteger é me pondo a par do assunto e me dizer de uma vez por todas o que está acontecendo. Se quiser minha proteção é só assim que irá conseguir.

Não pude observar quando veio. Foi um movimento rápido demais. De quem sabia exatamente o que estava fazendo. A pancada acertou em cheio meu queixo, levando-me diversos passos para trás, me deixando fora de sentido por alguns segundos. Passei a mão pelo local latejante.

- M-Mas que merda foi essa?

- Ah, droga Kim! Você sabe que é um belo de um filho da puta não sabe?! Um filho da puta!

- Realmente. A Anna não valia nada.

Um sorriso sacana dançou por meus lábios um pouco doloridos. Se ele soubesse da “missa metade”, acho que não teria sido apenas um soco. Talvez uma seqüência deles, para aí sim seu corpo deslizar pela porta direto ao chão. A cabeça pendida para frente, os braços largados ao lado do corpo. Sentei-me próximo. Observando aquela situação cada vez mais inusitada.

- Desculpe, é só que... Droga, eu ‘to tão cansado! Eu não durmo faz dois dias, minha cabeça ‘ta a ponto de explodir e agora vem você com... com essas... Ah, caramba! Eu não agüento mais. De verdade Kim, eu não agüento.

Só então, pude perceber as fundas olheiras sob seus olhos e o aspecto cansado que exibia. Encarou-me com uma desilusão latente, a respiração desritmada, os lábios contraídos. Senti um aperto em meio peito. Eu realmente não valia nada. Para deixá-lo naquele estado, eu tinha que ter sido muito sacana. E por mais que não quisesse continuar com aquela investida, eu precisava.

Afaguei uma de suas mãos, prendendo-a entre a minha. Passando a ele o único conforto que poderia dar naquela situação.

- O que você não agüenta?

Um sorriso torto e desdenhoso. A cabeça encostada à porta, os olhos ainda presos aos meus.

- Primeiro de tudo: você. O seu... Grau de importância pra mim. Como isso é incomodo! Depois, o fato de eu estar nessa cidade. Eu nem devia estar nessa merda de... Caso. Há essa hora eu queria estar na minha casa em Nova York, na minha cama, de preferência dormindo.

Nada respondi, apenas o fitei sem realmente enxergá-lo. Minha mente estava longe, repetindo e repetindo. As palavras, as expressões. Meu cérebro trabalhando a todo vapor, uma ansiedade totalmente palpável tomando conta de cada centímetro do meu corpo, finalmente...

- Pois é! Se você quer a verdade Kim, aí vai uma parte dela.

... A verdade.

- Sim, eu tenho pais, lógico. Mas eles morreram há seis anos, no 11 de setembro.  Foi um choque pra mim ter que trabalhar no caso que envolvia suas mortes.² Não só a deles... Eles eram americanos, mas moraram no Brasil por um tempo... Então eu nasci e eles voltaram para Nova York cinco anos depois. Me deram um nome que raramente uso, somente no local de trabalho. O que utilizo agora é Adam Martins Corrêa... E não, eu não vou te dizer o real, pra você sou somente “Adam”...

- Como sou fluente em seis línguas, e uma delas o português, fui designado para estar aqui, nessa merda. Além de ser muito bom no que faço, modéstia a parte. Mas o principal motivo é que o cara... Que já estava nele foi m-morto. Era um grande... amigo.

- Que caso?

Falei. Porem, nem mesmo percebi as palavras saírem por meus lábios. Fora completamente automático, meu cérebro não a havia realmente formulado. Eu ainda estava naquela repetição contínua, palavra e expressão. Repassando cada ponto, cada vírgula e cada piscar. O corpo a minha frente que se retraia mais a cada frase.

Ouvindo. Observando.

- Bem... Deus, eu não deveria estar falando isso...  Existe uma polícia internacional que se encarrega de crimes que não se restringem a um só país, uma corrente entre diversas nações e principalmente um gigante acumulo de dados. É chamada por Interpol, você já deve ter ouvido falar...

- Não existem policiais específicos da Interpol e, em hipótese alguma, um país pode ultrapassar os limites do outro, sem autorização. Apesar desses fatos, existem muitos segredos e... casos extra-oficiais...

- A principal vertente dessa organização é a área de Inteligência, ou seja, a busca por dados. Eu... e-eu faço parte dessa área. É algo que se assimila a um e-espião, ou algo do tipo.

Meus olhos, antes sem foco, miraram Adam com uma incredulidade latente. As repetições cessaram e antes de me perder na imensidão negra estampada em seu rosto, observei sua mão livre se agitar nervosamente pelos fios ralos. Quem estava pior ali, era difícil de dizer.

- Então você é um...

- M-mais ou menos. Essa “espionagem” é um dos segredos da Interpol, poucos sabem que homens e mulheres, são pessoas diferentes e com vidas novas a cada mês. Estamos mais para infiltrados... Isso por que, quando trabalhamos, não possuímos autorização para invadir a fronteira... Se é que você me entende... Eu, não deveria estar aqui, de acordo com as regras.

- Só que você está.

-... É!

- E por quê?

Piscou demoradamente algumas vezes, antes de seus lábios trêmulos e cansados, formularem aquele nome. Exatamente aquele.

- Forward.

Respirei fundo. O ar preencheu meus pulmões vazios. Quando eu havia parado de respirar?  Encontrava-me em um estado tórpido. Podia sentir a falta de expressão em meu rosto, os músculos enrijecidos. Nada daquilo eu esperava. Nada.

Sim, tinha conhecimento da existência de tal organização. Interpol. Noticias de seus feitos, de sua importância, filmes Hollywoodianos que mais fantasiavam do que retratavam a realidade.  Mas nunca, pensei fazer parte da minha realidade.

O meu pequeno mundinho de adolescente mimado não mais existia. Expandira-se ao ponto de englobar agentes disfarçados.

Agentes disfarçados. Adam, meu amigo professor de Turismo? Alguma pessoa em sã consciência chegaria a tal veredicto se não tivesse escutado de sua própria boca, se suas ações não fossem tão suspeitas e se Forward não fosse... bem... do jeito que é?

Meu coração deu um solavanco. O que merda eu estava fazendo no meio daquilo?

Por um breve segundo, amaldiçoei por mais uma vez a minha ida aquela cidade. Se eu nunca tivesse colocado meus pés ali, se eu não morasse naquela maldita casa, não me envolveria em nada. Minha vida não daria uma volta de 180 º e eu definitivamente não sentiria, com toda certeza, aquele frio em meu estomago.

Mas, eu nada poderia mudar. Eu já estava ali. O tempo não correria para trás, nada voltaria a ser como antes. Eu não voltaria a ser o que um dia fui. Minha única opção era seguir em frente, e de uma vez por todas chegar ao meu objetivo.

E ao meu lado estava minha maior oportunidade. Adam. Aquele a quem pensei conhecer. Meu amigo, que tinha conhecimento daquilo que eu necessitava saber. E sim, já possuía uma leve idéia do que seria. Realmente, era fácil de acreditar?

A mão sob a minha, estremecia. Gelada e macia. Uma gota de suor escorria por sua bochecha, os olhos fixos em um ponto qualquer. O corpo encolhido. Ele estava tão frágil. Nunca pensei observar sua figura sempre tão confiante e desinibida, daquela maneira. Senti por mais uma vez a vontade louca de confortá-lo. Entretanto não podia. Não enquanto eu não soubesse...

- Você sabe que eu não poderia estar falando nada disso, Kim? ‘To cometendo o maior erro que uma pessoa na minha posição, poderia cometer.

- Estou te contando quem sou e o que faço. Justamente aquilo que somos treinados durante anos a não fazer. “É preferível morrer, a colocar a operação em risco”... É isso que nos dizem, Kim. E eu... Droga! Só não quero que você... se machuque.

- Eu sei me cuidar. Não vou me machucar, além do mais, tenho você, certo?

Puxou a mão em um rompante, praticamente gritando em meu ouvido.

- Mas eu não posso te proteger. Não tenho autorização para dar um tiro sequer nesse país, Kim. Eu só junto informações, entende? Eu... Eu... Não deveria ter te falado nada.

Preparou-se para se levantar, mas logo se viu paralisado por mim, que segurava seus braços com força. Ele não podia parar naquele momento. Eu entendia sua situação, e até mesmo o quão importante passei a ser para ele, sua necessidade de me proteger, mas no momento a última coisa que me passa pela mente era o bem estar físico meu ou de qualquer outro. Só precisava saber...

- Não! Você precisa continuar. Ao menos me diga, quem é ele. Por que está envolvido com a Interpol, o que você precisa descobrir? Talvez eu possa te ajudar... Não me importa se não sei seu verdadeiro nome ou o que seja, pra mim você será sempre o Adam... Vamos, me diga!

Encarei-o. Os olhos vidrados. Seus lábios começaram a se mover tímidos, medrosos. Mas as palavras soaram desinibidas, passando por meus ouvidos sem permissão, ressoando altas, convidativas. Um gosto agridoce se instalando em minha língua. Parei de respirar.

- Vitor Forward era somente um nome. Um sussurro. Ninguém conhecia sua imagem, onde vivia, quantos anos tinha. Nada. E foi assim durante anos. Seus negócios cresciam e oprimiam todos os lideres. Nunca existiram rastros. Sempre foi uma sombra... Até que há sete meses, uma pista apareceu. Um dos contados americanos de Forward resolveu abrir o bico...

- Lógico, ele desapareceu no mesmo dia. Antes de conseguir entrar em contato com qualquer um. Mas o cara foi esperto e driblou Forward. Enviou algumas informações, entre elas a localização do homem, por meio de uma carta, para o superior do Escritório da Interpol em Nova York. Não sabemos como conseguiu, mas ele fez.

- O escritório resolveu agir sozinho e, em pouco tempo, esse meu... Amigo, foi mandado para cá, mas... Algo saiu errado e em alguns dias ele já estava m-morto. Então eu fui enviado.

- Kim, esse homem... Ele é procurado por todo Ocidente e America. Só que o maldito é esperto demais e gosta muito do sigilo. Você tem noção do que ele é capaz? Ele não possui freios. E você... Você do-dormiu com ele. Deus!

Enlacei sua cintura com firmeza, as mãos apertando a pouca carne com gana. Meus lábios foram rápidos ao encontrar os seus doces e vermelhos. Por um breve momento não fui correspondido, mas logo era cedido espaço para que minha língua invadisse aquela cavidade úmida e deliciosa. Seus braços timidamente enroscaram-se em meu pescoço e aquele beijo foi aprofundado. Foi faminto, foi quente e foi estupidamente inebriante.

Deus! Eu não estava pensando. Estava completamente aliviado. Completamente... Livre. Ao menos em termos. Os absurdos que me foram ditos sobre aquele homem, já se passavam em minha mente. Não foram surpresa. Foram somente, extasiantes. Ah, aquele maldito manipulador. Como eu o odiava. Como eu o... Adorava!

E Adam? Nunca estive mais agradecido. Queria consolá-lo, beijá-lo. E não, não me arrependia. A pele fria contra a minha, o contado mais delicado. Ele era tão diferente de Forward. Opostos. Em tudo. Definitivamente.

Quando já não possuíamos mais fôlego, separamo-nos sofregamente. Suas mãos postaram-se em minha cintura e as minhas deslizaram por sua face. Encostei nossas testas e mirei seus olhos. Podia sentir o tamanho do sorriso que se formava.

- Obrigado... Adam.

-... Babaca!

E como no dia anterior, mas ao lado de outro homem, senti uma serenidade me invadir. Como o saber era maravilhoso. Como aquela boca era maravilhosa. Mas, como sempre, o momento não durou.

- Kim, o que é isso?

Nas mãos de Adam uma correntinha de prata. Imediatamente a identifiquei como a de Ricardo, que achará mais cedo. Peguei-a e a estudei por alguns segundos, até a mesma escorregar por meus dedos e ir de encontro ao chão.

- O que foi? Kim?

Nada havia acabado. Existia mais a se saber, a descobrir. E eu me afundara, sem retorno.

R.F.

Malditas Iniciais!


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Notas finais do capítulo

http://pessoas.hsw.uol.com.br/policia-internacional.htm ___ Informações básicas sobre Interpol. Para quem não sabe, ela realmente existe e, funciona básicamente como o personagem explicou. Lógico que dei uns floreios para o bom desenrolar da história. Não que os mesmos não sejam verdades (segredos la la ;P) __ Sim, escrever essa história está me fazendo mais inteligente kkkkkk


Maldito fosse Forward¹ - Oh yeah, Forward, leve-o para o lado rosa da força. Isso mesmo *Ç* (comentário inutil)...


[...]ter que trabalhar no caso que envolvia suas mortes.²

— Nos últimos anos, a organização Interpol passou a se concentrar mais em crimes como terrorismo, formando a Força-Tarefa de Fusão em resposta aos ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos.[ Adam, foi um dos operantes nessa Força tarea de Fusão. Porém não está em ativa nesse setor por estar agota, no Brasil.]

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Caraaa, nem sei oque falar. Eu gostei, de verdade, desse capítulo! Mas estou tão receosa T___T Apartir de agora que tudo vai se esclarecer e as coisas "mirabolantemente extranhas" que eu tinha comentado, iram começar a aparecer, wisso da medo T___T². AHHH, eu preciso aprender a escrever finais!HAUAHUAH

Foi só eu que achei o Kim muito estressado nesse cap? kkkkk Segura a fera meu benhê, HAHA. e o Adam tá tão fofinho *----* Sim, ele é PASSIVÃO, baby's! Mas nada impede ele de ser um total flex, ok? Ele tem potencial ô.O AUAHUAHA. Ai ai, eu precisava fazer eles se catando. Nem foi muito, mas foi bom (imaginando *---*)! KKKKK

Bom, hoje estou em um dia de falar muita merda, por isso vou parando por aki, antes que eu lote isso com coisas escrotas e desnecessarias.

Comentem comentem e comentem. Até o próximo!

Bjaoo**