Todo Criminoso Tem Um Vizinho escrita por Ohana_GF


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Finalmente postando!
Betado por Tsuki.



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A porta foi aberta lentamente, e meus passos foram leves para que não notassem minha presença de inicio. Quando vi a cena meus olhos reviraram e soltei um baixo suspiro. Sinceramente já estava mais do que na hora daquilo acontecer. Anna se encontrava parada á cinco degraus do fim da escada, gesticulando freneticamente e Alfred no fim desta, de costas para mim. Hora perfeita para chegar em casa (frase totalmente irônica). Seria um momento quase divertido se não fosse pela pitada dramática.

- Você não deveria dar ouvidos ao que os outros falam. Aquela mulher podia muito bem ter se confundido.

- Anna, é simplesmente ilógico que aquela mulher tenha se confundido, ela sabia o seu nome como também sabia o do seu marido. Cezar certo?! Que estranho! Jurava que na minha certidão está escrito Alfred.

Neste momento tive que me controlar ao máximo para não cair na gargalhada. Parecia que um dos nossos queridos Cezars estava ficando famoso. Como minha mãe conseguia ser idiota. Nem encobrir uma traição descentemente ela conseguia. Continuei observando a discussão entretido, sem ser notado.

- O que você está querendo insinuar? Que eu te trai e desfilei com um tal de Cezar por ai dizendo ser meu marido?!

- Querida, nós já saímos do estagio de insinuações, estamos agora no de afirmações.

Como eu, Anna arregalou parcialmente os olhos. Onde estava Alfred Search? Aquele não parecia em nada com meu pai, ao menos não no quesito “ingenuidade”. Finalmente devia ter dado ouvidos a mim.

- Mas... Isso é um absurdo... Eu jamais...

- Poupe-me Anna, já estava mais do que na hora de eu enxergar esses seus abusos, e agora já esta mais do que hora de você ser sincera ao menos uma vez na vida.

A face tola e inconformada de Anna simplesmente desapareceu frente aos nossos olhos. Para mim aquilo não era surpresa, mas para Alfred observar a expressão de superioridade (algo que ela não era) e arrogância se formando deveria ser algo no mínimo, inusitado. Foi descendo lentamente os degraus que faltavam, ficando quase cara-a-cara com meu pai, um meio sorriso dissimulado nos lábios. Aquela mulher...

- Tudo bem. Se você quer sinceridade... Não posso contar nos dedos os amantes que tive, e muito menos quantos deles eram melhores de cama que você. Cezar foi só mais um dos muitos. E devo dizer que seu terno cinza caiu perfeitamente nele.

Pegou no ponto fraco de qualquer homem. Falar mal do desempenho sexual, ou melhor, da transa selvagem que eles raramente tinham(infelizmente até disso eu sabia), doeu até em mim. Pensei que Alfred fosse “desmontar” frente à gigantesca sinceridade de Anna, mas não. Devo dizer que fiquei surpreendido. A marca de sua mão estampada na face de minha “querida mamãe” realmente não era o que eu esperava, principalmente por que nunca o vi sequer uma vez levantar a mão a ela. E posso dizer com minha grande experiência que seus tapas não eram nada delicados.

- Al... Alfred?

- Já não tenho uma esposa a muito tempo, infelizmente demorei a perceber. Darei inicio a papelada do divorcio amanha mesmo. Ah... E o dinheiro está incluído no pacote.

Era o apocalipse e esqueceram-se de me avisar? Meu Deus, onde estava meu pai? Depois de estar totalmente surpreso e chocado, eu estava... Orgulhoso. Sim, finalmente após tantos anos eu senti orgulho de Alfred. No tempo que se passou deis de nossa discussão evitei-o ao máximo, mas mesmo assim notei que estava sempre mais cedo em casa, e as horas extras tiveram fim, talvez ele estivesse mudando, e eu possuísse uma parcela de “culpa” no final das contas. Subiu os degraus lentamente, passando por Anna, sem a encarar nos olhos.

- Co... Como assim di... di... Divorcio? Não, você não seria louco. E o dinheiro também é meu, fomos casados por anos, tenho direito a 50% de tudo, e você bem sabe.

- Sou mesmo um idiota, passei anos da minha vida ao lado de alguém que somente julgava conhecer. Você é gananciosa Anna, e quando eu comento em divorcio, a única coisa que você protesta é que o dinheiro também é seu.

- Pois é meu. Tenho direitos perante a lei.

- Sim, você tem seus direitos, mas vou fazer todo o possível que você não tenha nada, nem dinheiro nem direitos, fique sem nada, é isso que você merece.

- Então vá, faça esse esforço, de qualquer maneira ainda tenho a herança que meu pai deixou, está muito enganado se acha que vou ficar desamparada.

- Você gastou toda sua herança a tempos Anna, não restou nada, a única coisa que sobrou no banco pertence ao Kim.

Estava até aquele momento assistindo tudo calado, mas agora meu nome tinha sido posto em pauta, como meu dinheiro. Deixando meu momento “estou chocado” de lado, resolvi finalmente me meter naquela discussão, que já me fazia perder um bom tempo de sono. Mas, até que valeu a pena. Aproximei-me lentamente, e suas faces que se encaravam foram direcionadas a mim. Era minha deixa.

- Engraçado não é Anna. É sempre “seus direitos perante a lei” que te salvam, nem mesmo seu próprio pai queria deixar algum misero centavo pra você, mas graças aos seus direitos, conseguiu alguma coisa, pena que o resto é meu, e nesse dinheiro você não mexe. Ah pai, estou realmente orgulhoso de você, finalmente percebeu quem estava ao seu lado.

- Pena que tarde, pena que tarde.

- Agora isso é um complô?!  Meus próprios filho e marido, que decepção.

- Ora, faça-me o favor Anna, cinismo agora não. Se eu fosse você, o que graças a Deus não sou, abaixaria a cabeça e iria dormir... No sofá. Certo pai?

- Hum..

Anna subiu as escadas batendo os pés, e eu fui deixado para trás com um sorriso nos lábios, como aquilo tinha sido divertido. Encarei Alfred por alguns segundos, não sei se ele estava triste ou aliviado, mas feliz, não estava. Acho que ele sempre a amou afinal, algumas pessoas são realmente cegas.

Desceu os degraus lentamente, parou a minha frente, com o olhar baixo, e a maior surpresa daquela noite foi destinada a mim, que me encontrei sendo enlaçado pelos braços de meu pai, em um abraço desajeitado, de quem não fazia aquilo a algum tempo.

Não sabia muito bem o que fazer, principalmente quando senti algo molhado em meu ombro. Meu pai chorava enquanto me abraçava. Fiquei sem reação, nem mesmo lembrava alguma vez ter visto Alfred chorar, muito menos de quando havia sido nosso último abraço. Apesar de tudo, tive a imensa vontade de confortá-lo. Minha mão se moveu hesitante até suas costas, até pousarem calmas, transformando aquilo em uma lembrança que jamais esquecerei. Ficamos assim por longos minutos, até Alfred resolver cessar o momento, já com os olhos livres das lágrimas.

- Desculpe nunca ter acreditado em você Kim, me deixei cegar pelos meus sentimentos. Você no final das contas foi quem mais se preocupou comigo nessa família, e eu nunca lhe dei nada em troca. Sempre fui um pai ausente, preocupado somente com o trabalho. Me desculpe não ter sido o pai que você merecia, eu... Eu sinto muito mesmo, mas quero tentar recuperar alguma coisa da nossa relação. Meu casamento pode estar acabando, mais você sempre será meu filho, a pessoa mais importante em toda minha vida, encontrei a maneira errada de demonstrar, mas sempre foi e sempre vai ser. Você me perdoa Kim?

Naquela hora não soube se tinha vontade de abraçá-lo novamente ou de socá-lo até a morte. Estava dividido entre “Claro que te perdoou” e “ E você acha que nós podemos recuperar alguma coisa aqui seu velho idiota”. Tentando evitar mais uma desgraça na família e agir razoavelmente, nada respondi (não conseguia dizer nada mesmo), apenas o segurei pelo braço e fui em direção aos fundos. Me sentei em uma das cadeiras próximas a piscina e, indiquei com as mãos que ele fizesse o mesmo. Soltei um suspiro relaxado, me acomodando na cadeira levemente inclinada, direcionando meus olhos ao céu, limpo e estrelado daquela noite. Alfred ainda me observava confuso, mas vendo que eu nada iria dizer, fez o mesmo que eu e se acomodou.

- O céu está belíssimo hoje, não está?

- Apenas olhe as estrelas, tudo bem? Você já tem minha resposta.

Olhei diretamente nos seus olhos, os desviando novamente para o céu logo depois. O sorriso discreto que observei graças à visão periférica foi o suficiente para ver que ele havia compreendido. Que dia....!

______________________

Meu corpo se movimentava na cama, tenso, graças às imagens que povoavam minha mente, despertando sensações que procurava dissipar, sem muito sucesso. Em um movimento mais brusco tudo escureceu, para logo depois iluminar-se novamente, só que dessa vez pela luz que entrava através da janela parcialmente aberta. Encarei o teto, soltando um muxoxo irritado. Aqueles sonhos já estavam me tirando a paciência e a droga da sanidade. Me espreguicei de leve, sentindo meus ossos estalarem, para então tomar coragem e colocar os pés para fora daquela cama.

Depois da “discussão familiar” que ocorreu naquela noite, e das diversas surpresas, passei horas observando as estrelas com meu pai, como a tempos não fazíamos. E por mais que assumir me incomodasse um pouco, havia sentido falta desses momentos tão raros.

Passei os olhos pelo quarto, que se encontravam ainda meio embaçados, graças ao sono que não aproveitara o necessário. Foi então que pararam na figura sentada delicadamente, com as pernas coladas e as mãos postas sobre as mesmas, no sofá que repousava sob a pintura, enfeitando um dos extremos do quarto. Fiquei meio surpreso em vê-la, não que aquilo já não tivesse se tornado comum nos últimos tempos.

Flora vinha regularmente me visitar, e tínhamos construído um relacionamento bem agradável. Para ser bem sincero, alguns momentos ficava observando seus lábios se moverem, me perdendo neles, e na vontade de possuí-los. Ela era bonita, não sou de ferro. A encarei por um tempo, e notando uma séria diferença em sua expressão e corpo. Tinha uma face retorcida, como se sentisse dor, que logo depois notei de onde vinha. Alguns arranhões em seus braços, e a calça jeans que usava se encontrava rasgada e manchada de sangue na região do joelho. Droga, o que aquela desastrada tinha feito? Me aproximei rapidamente, meus passos logo sendo notados. O olhar vago procurando onde se fixar.

- Até quem fim acordou.

- Como conseguiu esses arranhões Flora?

- Humf! Primeiro de tudo, é sua culpa. Que acorda tarde desse jeito e não vai recepcionar uma amiga.

- Se eu te contasse os ocorridos dessa madrugada você não acreditaria.

- Você sabe que tenho tempo de sobra.

Enquanto lhe contava os fatos daquela noite, fui até o banheiro, onde peguei um pequeno kit primeiro socorros, voltando logo depois e doando um pouco de minha atenção aos seus ferimentos. Quando terminei de cuidar dos mesmos, sentei-me ao lado da garota, que agora possuía uma expressão mais suave.

- Como conseguiu os arranhões, hem?

- Quando cheguei sua mãe estava saindo e disse que eu poderia subir até seu quarto. Você sabe que eu já estou acostumada com sua casa¹, mas tenho um sério problema com escadas. Aí você já sabe, rolei alguns degraus a baixo, mas nada sério.

Olhei-a inconformado. Nada sério?! Ela podia ter se ferido gravemente. Não conseguia acreditar que a ignorância de Anna podia ser tamanha a ponto de mandar Flora, literalmente as cegas subir uma escada sem nenhum apoio. Aquela mulher conseguia me irritar.

- Flora você não...

- Está tudo bem Kim! Eu não me machuquei gravemente, por isso assunto encerrado... Conseguiu terminar o trabalho?

Fiquei alguns segundos a encarando. Não gostava de ser diferenciada por sua falta de visão, muito menos digna de pena. E por incrível que pareça ela conseguia afastar ao máximo ambos os sentimentos. Aprendeu a se adaptar e encarar a maioria das situações sozinha. E por isso conquistara meu respeito, vindo como brinde meu desejo.

- Consegui. Na verdade, Ricardo fez a grande parte.

- Ricardo?! O sobrinho do Vitor?

- Sim, ele mesmo.

- Falando em Vitor... Ele ainda não apareceu?

-...

- Kim?!

- Ah... Não, ainda não.

Mais que bosta. Por mais uma vez escutava seu nome e me perdia em pensamentos. O seu “sumiço” me atordoava. Alguns segundos, míseros segundos de pura loucura, supunha que sentia saudades. E então meus punhos se fechavam com força, tentando controlar a raiva que se apossava aos poucos de mim. Eu estava ficando louco. Como queria que aquilo acabasse logo, de preferência com ele a minha frente, sendo surrado. Algo quente foi posto sobre minhas mãos. Vendo em seguida que se tratava dos delicados dedos de Flora.

- Consigo ouvir seus dentes rangendo! ... Não force tanto as mãos, vai acabar de machucando.

- Isso pouco importa. Melhor machucar as mãos do que destruir todo o quarto.

Soltou uma gargalhada, que foi seguida por um sorrido meu. Seu bom humor sempre me acalmava. Quando comentei de destruir todo o quarto não estava brincando. Sempre fui um tanto quanto estourado e... violento, talvez. Causar destruição a minha volta não seria algo incomum antigamente, mas nesta época, aprendia, aos poucos, a me controlar. Não que eu ainda não tivesse o mesmo gênio. Sempre estaria lá, intacto.

- Que tal nenhum dos dois?!

- Seria meio difícil.

- Certo, já sei que isso não vai adiantar de nada... Então o que faremos hoje? Quando cheguei já passava das onze, mas, faz um tempo que estou aqui.

- Que tal comer na cidade?! O clima nessa casa não está para almoço em família.

- Tudo bem! Conheço um lugar ótimo.

Logo nos dirigimos à cidade. Passei toda à tarde com Flora. Uma companhia agradável como sempre. Quando já escurecia, voltamos para o condomínio, nos despedindo em frente a sua casa. Partindo então para a faculdade, onde a entrega do trabalho foi um sucesso. Mais um dia normal chegava ao fim.

_________________

Observava-me no espelho, com um olhar de assombro. Como odiava me ver todo engomadinho, de terno e gravata. De acordo com Adam esse seria o traje ideal para a “festa” daquela noite, que agora não me parecia tão atrativa. Calça alta de mais, sapatos pretos desconfortáveis, gravata e paletó sufocantes, sentia-me sem ar, mais parecia um mafioso naquele terno preto de merda. Mas nada era tão terrível do que o cabelo lambido com gel. Meu Deus, aquilo não era eu. Voltei enfezado para o quarto, onde abri o paletó com violência, logo depois desajeitando a camisa um pouco para fora da calça, colocando em seguida um cinto não muito social que achei perdido pelo chão, afrouxei a gravada e desabotoei o primeiro botão da camisa branca. Rapidamente me dirige ao banheiro e me observei no espelho novamente... muito melhor. Faltava apenas uma coisa. Passei os dedos pelo cabelo, desajeitando-o, deixando a minha maneira. Aparentava um rebelde numa tentativa de se ver bem vestido, em partes não era mentira, mas com toda certeza agora sim estava preparado para a noite.

Meu celular tocou enquanto dava os últimos ajustes em minha roupa. Andei calmamente até ele, jogado em cima da cama. O número era muito bem conhecido por mim... Adam.

- Fala!

- Está pronto?


- Sim.

- Ótimo, já estou na porta. Aparece logo que estou louco para te ver de terno. (risos)

Desliguei o celular. Ele teria uma grande surpresa ao me ver. Tinha plena consciência de que estava muito bem vestido, ao meu estilo. Possuía esperanças de encontrar uma bela mulher aquela noite, e me divertir. Coloquei o aparelho no bolso interno do paletó, junto com meus preservativos, segurança sempre. Desci as escadas rapidamente, deixando um bilhete informando a Alfred aonde iria aquela noite, talvez fosse um bom começo dizer aonde ia. Quando fechei a porta e me dirigi à rua meus passos foram hesitantes por alguns segundos. Adam se encontrava encostado ao seu carro prata, com os braços cruzados e um meio sorriso enigmático nos lábios. O terno caiu perfeitamente em seu corpo magro e maduro, a pele branca contrastando com o negro do terno. Merda, da onde eu tirei essa idéia. Voltei a andar, um pouco alterado por minha analise anterior. Só me faltava essa.

- Você está perfeito! Mas já era de se esperar.

- Não sou mulher Adam, corte os elogios.

- Realmente, por isso é perfeito.

-...! Então, vamos ou não?!

- Claro, já estamos em cima da hora.

Entrei em seu carro, que logo deu a partida. Andamos algum tempo em silencio, mas após notar que nunca chegávamos a tal festa resolvi iniciar um diálogo.

- Onde fica esse lugar que nunca chega, hem?!

- É um pouco longe, temos ainda mais um tempo de estrada. A mansão do velho é próxima a saída da cidade. Acho que foi o único lugar onde encontrou um terreno de tamanho suficiente.

- Humf! Uma versão masculina da minha mãe, ótimo!

- (risos)! Falou com ela depois daquela noite?

- Não. Nem faço questão. Mas notei que ela está um pouco estranha. Não sei, talvez seja só impressão.

- Bom, ela está prestes a se separar e perder o conforto. Deve estar apreensiva.

- É, deve ser.

Anna andava atuando estranhamente. Ansiosa, mergulhada em pensamentos. Podia realmente, não ser nada, talvez apenas impressão. No final das contas ela enfrentaria uma separação e todos os insuportáveis problemas decorrentes. Mas, ainda assim, sentia que nada de bom poderia sair daquela mente.

Após mais alguns minutos finalmente chegamos ao local desejado. Se não tivesse puro controle de minhas ações teria ficado de boca aberta, quem sabe babaria (como se isso fosse possível), por que “aquilo” sim era incrível. Cresci em meio a famílias de classe média e alta, alta, alta, mas aquela gigantesca mansão estava longe de pertencer a qualquer uma dessas, e ainda por cima na cidade em que se encontrava.

A “casa” era de um tamanho descomunal, em formato retangular, numa cor creme, com alguns adornos em branco. Janelas quadradas enormes enfeitavam sua fachada, mas ainda sim não tão grandes quando a porta de madeira entalhada no centro da mesma. Não preciso nem mesmo comentar sobre o jardim, que se não era do tamanho da casa era tão grande quanto, possuindo diversas e belíssimas espécies de flores, perdidas por entre o verde. As luzes estavam acesas e um som alto com timbres de Bossa Nova ecoava por todo aquele imenso ambiente. Assim que chegamos à porta, fomos “conduzidos” para fora do veículo, que foi levado para eu sei lá onde. Homens em ternos bem cortados e mulheres com vestidos longos e classudos desfilavam pelo salão, que aparentava ter sido preparado especialmente para aquela noite. Garçons com gravata borboleta se dispersavam em meio à multidão, com bandejas em mãos e champanhe sobre estas. Quem era o tal aniversariante, e o que fazia da vida para dar uma festa tão, a “moda antiga”, não sabia, mas gostaria muito de descobrir.

- Se não te conhece diria que está se martirizando pela escolha de roupa.

- Mas como não é o caso, sabe que isso está muito longe de se passar por minha cabeça.

Adam deu-me apenas um sorriso simpático, sem mostrar os dentes. Alguns olhares se dirigiram a nós enquanto passeávamos por aquele imenso salão, principalmente a mim, alguns admirados outros banhados em escárnio. Pouquíssimas mulheres, para minha infelicidade, eram jovens, a grande maioria eram senhoras com botox até as tripas.

Me surpreendi quando o professor que andava a minha frente parou de andar subitamente. Observei seus olhos que possuíam um brilho estranho, quase sádico. Dirigi meus olhar a mesma direção. Não sei o que senti aquele momento, talvez um grande alívio. Minha respiração parou por breves segundos, se acostumando com os batimentos de meu coração. Depois de dois meses, os mesmo olhos, verde e azul, presos aos meus, a mesma pele branca, o mesmo cabelo negro, que com gel era direcionado para traz. E a mesma, e esperada, expressão de “nada”. Um sorriso se apossou de meus lábios, e finalmente me vi posto em uma situação sem volta. Ele estava ali e, eu, queria tocá-lo. Eu queria...!


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Notas finais do capítulo

¹- "estou acostumada com sua casa" - Normalmente deficientes visuais "gravam" na mente a estrutura do ambiente e a disposição dos móveis, esse apenas quando não mudados de lugar. Contar o tempo, os passos, é algo frequentemente usado para localização.

AAAAAAAAAAAAh um milhão de desculpas por esse um mês sem postar! Só não escrevo as um milhão por que realmente não iria caber ^^ HAUAHAU. Esse final/inicio de ano foi bem conturbado para mim. Além do bloqueio, me faltou tempo, espero que perdoem a demora, vou fazer o possivel, mesmo toda atarefada, para postar semanalmente, e lógico para que os capítulos estejam a agrado de todos ;D

Sobree o cap. 11? Finalmente Alfred dando um ponta pé na bunda da Va**** da Anna hem? Orações do Kim foram atingidas. E mais um "finalmente": Kim e Alfred se acertando, ai que coisa mais emocionante T___T HAHAHA! Huuum, desejos por Flora, é? Eles estão assim tão proximos? O que sairá desse relacionamento?

Adammm gostosãooo Adammm gostosãooo /o/ HAUAHUAH. Opa, finalmente a festa! E quem será essa pessoa que o Kim tanto quer "tocar"? (Tá faz de conta que ninguem sabe ¬¬). Comentem please e digam suas opiniões. Se quiserem me esculaxar pela demora tbm pode ^^ UAHAUHA

Até o próximo.

Bjaoo**

PS: Não percam o 12° capítulo, é chegada a hora... HoHoHo ! rs