Todo Criminoso Tem Um Vizinho escrita por Ohana_GF


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Aleluia amém! Capítulo postado :D
Betado po Tsuki



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Fiquei sem reação. Apesar de não achar que fosse do seu feitio blefar, para mim essa história não passava de um simples blefe. Mas vendo seus olhos febris e o sorriso malicioso que se formava em seus lábios não pude mais acreditar nessa hipótese. Veio andando lentamente até mim. Encurralando-me, como o caçador faz com sua presa. Não tinha para onde ir, e jamais gritaria pedindo ajuda como uma mocinha. Algo que não era do meu, feitio. A mão livre se dirigiu ao meu pescoço. Lembrei-me do sonho, pronto para sentir a pressão de seus dedos me sufocando. Mas não. Subiram quase que... Carinhosas até minha face, acariciando de leve. Fazendo com que meus olhos se fechassem. Sentindo o calor. Droga. Eu devia estar muito carente para gostar da caricia de um homem.

- Vai aproveitar também ou será apenas eu Kim? Pode ficar calmo que não vou até o fim... Hoje.

- Você por acaso é viado?

Abri os olhos, dando um tapa em sua mão, a retirando da minha face. Se aquele filho de uma puta achava que eu iria cooperar com alguma coisa estava muito enganado. Iria castrá-lo isso sim, arrancando a única coisa que parecia fazer dele um homem. Desgraçado.

- De vez em quando. Mas isso não vem ao caso. Como pelo jeito você não está a fim de se divertir eu vou fazer do meu jeito. Espero que não se importe.

Meus braços foram colocados para trás de meu corpo, sentindo meus pulsos sendo envoltos com força pelo cinto que a pouco Vitor usava. Tentei debilmente me desvencilhar, mas de nada adiantou. Eu estava fodido. Quase que literalmente. Seus braços se apoiaram na porta, dos lados da minha cabeça, deixando nossos rostos próximos. Sua coxa se acomodando no meio de minhas pernas atiçando meu membro.

- Eu queria suas mãos livres para que pudessem me acariciar também Kim, com certeza não iria se arrepender. Mas como agora você não parece muito à vontade, vamos deixar desse modo, ok?

- Claro que eu não estou à vontade seu desgraçado. Por acaso eu tinha que estar? Você fica querendo fugir da situação com essas brincadeirinhas ridículas, mas sabe muito bem que nada disso vai fazer com que eu desista de saber tudo sobre você, revirar cada pedacinho dessa sua vida de merda, você vai...

Fui calado por seus lábios que se encontraram rapidamente com os meus. Meus olhos arregalados sem saber o que fazer. Principalmente ao sentir sua língua invadindo minha boca sem o menor consentimento, e sua mão agarrando meu cabelo com violência me forçando a correspondê-lo.

Mas o pior de tudo não foi eu corresponder, foi eu gostar. Droga. Eu estava gostando daqueles lábios finos e macios de encontro aos meus, dos movimentos perfeitos que sua língua fazia em minha boca, do meu pircing sendo puxado de leve, me fazendo estremecer, o desejo que fluía por seu corpo. Eu estava gostando do beijo de um homem. Do beijo do Forward. Só podia estar louco. Seus lábios afastaram-se lentamente dos meus, os olhos hipnotizastes me encarando com um olhar indecifrável.

- Você é fora do comum Kim, por isso gostei de você. Eu odeio que fucem minha vida ou fiquem me observando sem o meu consentimento. Mas você. Foi tão agradável saber que queria descobrir mais sobre mim, que está tão determinado à isso.  Só que apesar de tudo só posso dizer que foi tolo e inconseqüente, poderia não estar respirando mais, quero que saiba disso.

- Iria o quê? Me matar?

- Sim. Sem o menor remorso.

Engoli em seco. Eu realmente não sabia onde estava me metendo.

- Vo... Você não seria louco.

- Louco não, mas sim sensato. Um homem na minha posição não pode deixar fios soltos por ai.

- E que posição seria essa?

- Isso não é assim tão importante agora.

Sua mão ainda em meus cabelos puxou minha cabeça para trás deixando a mostra meu pescoço, para que sua língua deslizasse livremente pelo mesmo, hora ou outra dando pequenas mordiscadas, que adicionadas a sua mão que arranhava meu abdômen fez com que minha ereção se mostrasse presente, aumentando o contato entre mim e a coxa de Forward. Seu corpo agora sendo pressionado contra o meu, me deixando sentir seu próprio excitamento. A mão que antes se encontrava em meu abdômen, deslizou para o zíper da minha calça o abrindo lentamente, me fazendo estancar. Tentei não refletir sobre o que viria a seguir, mais de nada adiantou, pois logo senti minha calça sendo abaixada junto com a cueca e algo quente agarrando meu membro ereto com força.

Meus cabelos foram deixados de lado, agora suas mãos tinham como único objetivo estimular-me. As mordidas pelo pescoço continuaram, ora leves ora violentas, me deixando ali marcas de seus dentes. Meus olhos fechados, aproveitando o prazer que inegavelmente eu sentia. Enquanto uma das mãos começava com movimentos lentos de vai e vem em meu pênis, a outra massageava delicadamente os testículos, me fazendo conter um gemido. Isso seria demais, não poderia me deixar entregue a ele mais do que já estava, meus gemidos ele não ouviria.

Os movimentos ficaram mais pesados e rápidos. Mordi meu lábio inferior com força, arrancando um pequeno filete de sangue. Sua boca foi até o lóbulo de minha orelha, sugando de leve, meu ponto fraco. Bosta.

- Vamos Kim, geme pra mim.

- N... Não

- Eu te dou todo esse prazer e nem um gemidozinho em troca eu ganho? Vou ficar desapontado.

- Vo... Você sabe... Que é pedir de mais.

- Com certeza eu sei. Mas fazer o que, sempre fui ganancioso, querendo mais do que poderia ter.

- N... Não.

Os movimentos de suas mãos foram cessados, seu corpo se distanciando do meu. Sua blusa foi arrancada em um rápido movimento, deixando seu peito a mostra. A pele brilhava, graças às gotas de suor que deslizavam por seu tronco, causadas pelo calor. Realmente estava muito quente.

- Então vamos fazer de um jeito melhor.

As mechas negras que caiam por sobre a testa foram retiradas, os dedos deslizando de leve pelo cós da calça, sensualmente, e seus olhos presos aos meus. Por mais que eu estivesse louco para sair dali, ou então dar um belo soco naquela cara... Sexy. Caralho, me enganar eu não podia. Eu estava excitado, e com certeza queria aquelas mãos quentes me acariciando de novo. Ele era bom.

Se aproximou de mim rapidamente, agarrando minhas coxas, levantando meu corpo, deslizando-as depois para a minha bunda, me apoiando. Fui largado delicadamente em cima da bancada de granito da pia. Sentindo o calor deslizando por minhas pernas, seus dedos as pressionando. Foi ficando de joelhos, seus olhos sempre presos aos meus, desviando-os apenas por um segundo ao meu membro ainda ereto.

- Se sinta lisonjeado, não é todo dia que alguém conhece esse meu dom.

Seus lábios foram se aproximando lentamente do meu pênis, a língua os umedecendo de leve. Se o óbvio acontecesse, eu não conseguiria conter um gemido, nem dois, nem nenhum. Aquilo era apelação. Fechei os olhos, apenas esperando o calor me envolver, foi então que...

- Vitor querido, está tudo bem?

Ou eu tinha muita sorte ou muito azar. Preferi não pensar em qual seria o correto, pois minha atenção foi ao rosto de Forward, que com a cara fechada (ele tava doidinho pra me abocanhar) exclamou um “Droga”. Sua roupa estava ajeitada em segundos, o cabelo penteado com os dedos, e antes que a face de nada retornasse se dirigiu ao meu pescoço, depositando um delicado beijo, enquanto ao mesmo tempo desprendia minhas mãos.

- Em dois meses eu te ouço gemer... Só pra mim.

- O qu...

Minha boca foi tampada rapidamente, e um olhar de reprovação foi lançado a mim. Enquanto ajeitava minhas roupas Forward saiu pela porta, a fechando depois. Deu a desculpa para Anna de que tinha recebido uma ligação, por isso a demora. Ela nem contestou. Quando percebi que os dois já haviam se distanciado soltei um longo e pesado suspiro.

- Um homem. Fala sério.

Lavei o rosto e voltei para a sala de jantar, onde Forward já se despedia, dizendo que apareceu um pequeno problema com sua empresa e precisava urgentemente ir ao escritório. Desejou boa noite a Alfred e Anna, os agradecendo pelo jantar. Sorrindo, sempre sorrindo. A mim deu um caloroso até mais, que soou totalmente falso (não para os trouxas dos meus pais), algo que o olhar enigmático lançado antes de sair pela porta não foi.

Já ia subindo para meu quarto quando por mais uma vez aquela noite meu braço foi agarrado. Estava virando moda isso? Vamos, agarre o Kim. Não bastava um “Espere” ou “Me acompanhe”? Tudo bem que dificilmente eu atenderia, mas onde fora parar a educação?

Alfred me encarava com a face séria. O ocorrido da noite passada seria finalmente posto em pauta.

- Precisamos conversar Kim. O que aconteceu ontem não pode ser esquecido.

- Pai, eu só cheguei bêbado. Você deveria agradecer por dessa vez eu ter vindo para casa.

- Como assim dessa vez? Não me diga que o meu filho é um bêbado.

O dia não estava sendo dos melhores. Primeiro um pseudo pesadelo me assombra, depois uma ressaca insuportável, junto uma imensa pressão psicológica, depois sou quase estuprado por um desgraçado metido a manipulador, e agora ele vinha me dizer “ Meu filho” com aquela cara de desgosto? Puxei meu braço com força, precisava soltar minha raiva, e melhor situação que aquela não viria por um bom tempo.

- Agora importa o que o seu filho faz? Pois eu te pergunto uma coisa. Onde estava o meu pai durante anos na minha criação, onde estava o meu pai quando eu disse minha primeira palavra, onde estava o meu pai quando eu precisava de um colo para chorar graças a problemas banais de criança, onde estava o meu pai quando eu queria olhar as estrelas só mais uma, uma vez ao seu lado? Pois eu respondo. Na porra do trabalho. Você não tem o direito de dizer nada sobre a minha vida, pois você nunca se importou em estar ou não presente nela. Então agora não me venha com essa cara de desgosto pra cima de mim. Vai cuidar da sua mulher que já arranjou mais um amante. Aposto que esses chifres na sua cabeça vão importar muito mais do que o que eu faço ou deixo de fazer.

Estava ofegante, graças à velocidade em que gritei aquelas palavras. Talvez eu tenha exagerado, dizendo coisas que realmente não eram necessárias. Mas já estava mais do que na hora de serem ditas. Eu as agüentei entaladas na garganta durante anos, ele só teria que aturá-las por alguns minutos. Era eu quem saia perdendo nessa história. Parado a minha frente com os olhos arregalados, voltando ao normal lentamente, colocando a mais perfeita expressão de tristeza, a cabeça baixa. Juro, pensei que ele iria chorar.

- Kim eu nunca...

- Com licença.

Subi as escadas rapidamente, o deixando para traz, não me importando com o que diria, muito menos com suas emoções. Naquele momento eu só precisava fechar os olhos e refletir sobre aquele dia.

________

A pele extremamente branca, contrastando com os cabelos negros. Lisos e brilhantes. A expressão séria na face, concentrada. Observando atentamente os papéis que repousavam sobre a mesa. Os dedos longos tamborilavam sobre a mesma, lentos. E aqueles olhos... absurdamente azuis, me colocando em um estado de nostalgia. A semelhança física entre Ricardo e Forward era inegável.

E ele sentado ali, tão próximo, me fazia lembrar que há exatamente um mês e vinte e nove dias eu não via Forward. E a exatamente um mês e vinte e nove dias eu não sabia o que era ter uma noite de sono decente. Aquele desgraçado me atormentava até mesmo nos sonhos, sua voz, seu corpo, sua presença, tudo se juntando em imagens ora sombrias, ora tão exit... Ou seja, não dormia, temeroso de acordar sentindo um “calor” desagradável, seguido de horas de devaneios sobre que merda era aquela. Meus neurônios E hormônios estavam frustrados. Tinha finalmente entendido o porquê de ele dizer que em dois meses me ouviria gem... Bom, esquece. Além dos meus “problemas” físicos e psicológicos naquele período algumas coisas mudaram.

A primeira delas foi a minha aproximação daquele que eu estava secando descaradamente com meus olhos. Sua semelhança com Forward certas vezes se tornava frustrante. Ricardo se mostrou uma pessoa realmente interessante, apesar do seu jeito certinho e “quase” doce de ser que com grande freqüência me deixava irritado. Minha atenção se focou durante esse mês na faculdade, logo, naqueles que ela frequentavam. Um trabalho em grupo tinha sido passado pelo professor de sociologia aplicada e era exatamente isso que nós estávamos fazendo

- Kim? Tem alguma coisa no meu rosto?

- Unh... O que foi que disse?

- Você esta estranho! Tem alguma coisa errada?

- Não, não, nada. Mas... Então, o que achou? Uma noite do meu sono foi gasta pra fazer isso. (Que noite de sono?)

- A caligrafia está boa, a linguagem adequada. E a sua abordagem sobre o assunto não tem como alguém reclamar, esta realmente ótimo.

- Como eu tinha dito, nunca me subestime.

- Com esse seu jeito de “Não ligo pra nada” é meio difícil.

Um sorriso quase acolhedor se formava em seus lábios, os orbes azuis extremamente doces. Esse era Ricardo. Personalidade diferente daquelas pela qual costumava simpatizar-me. Graças ao jantar daquele sábado não pude comparecer as aulas, sendo pego de surpresa por um telefonema na manhã do dia seguinte. Era ele me colocando a par sobre os assuntos abordados aquele dia (não fazia idéia de como ele conseguira o número), perguntando-me se gostaria de uma “aula particular” ou algo do gênero. Não neguei obviamente, era uma ótima oportunidade para me aproximar do sobrinho daquele a quem queria e, precisava urgentemente desvendar.

E assim as coisas foram caminhando, após nosso encontro no domingo, em sua casa, nos aproximamos, ficando horas conversando após os términos das aulas na faculdade. Conheci seus amigos próximos e também familiares. Seus pais eram tão doces e “graciosos” quanto ele e cuidavam carinhosamente do irmão mais novo de cerca de cinco anos. Sinceramente, nesta ocasião estava rezando para que as horas passassem rápidas, me privando do desprazer que era ficar em meio aquele clima “família cor de rosa”. Diversas vezes nossas conversas eram sobre Forward, seu trabalho e vida. Pequenas coisas tomei conhecimento, como, o aluno exemplar que sempre fora, o filho querido e nem um pouco problemático.

Quando falava dele Ricardo certas vezes parecia referir-se a um Deus, intocado, seu Deus. O idolatrava em segredo. Isso sim me irritava. Em uma de nossas conversas puxei o assunto da viagem a São Paulo, sabendo então que Vitor havia ido para lá terminar seus estudos, mas não tão simples assim, tudo ocorreu rápido demais, depois de uma situação de discórdia familiar, em que ele acabou tendo uma discussão séria com seu pai e então ido para São Paulo. Mas aparentemente a mesma fora esquecida pouco tempo depois, tudo voltando à normalidade. Nunca foi casado, apesar de sempre ter em seu encalço uma bela companhia. Quanto ao seu trabalho, ia de vento em polpa, “nadando” em dinheiro era pouco para expressar sua situação. Aparentemente uma vida perfeita. Mas... Nada é perfeito.

Depois de duas horas e muitos neurônios gastos, nosso trabalho estava pronto e impecável. Isabel, ruiva amiga de Ricardo, e minha mais nova colega, como muitos outros da faculdade, também estava em nosso grupo, mas saiba-se lá por que aquele dia ela não pode comparecer a biblioteca, onde normalmente perdíamos nosso tempo com estudos e mais estudos.

- Agora que o trabalho esta pronto acho que já vou indo. Meu irmão quer que eu o ajude amanhã cedo a montar o brinquedo novo que ganhou, vai ser divertido, só que preciso dormir. Mas se quer que eu espere com você Kim...

- Não, obrigado. Logo ele aparece.

- Está certo então. Até amanha.

E como sempre se despediu com um delicado beijo na bochecha e um forte abraço. Parecia até que nunca mais nos veríamos. Enquanto sua silhueta sumia por entre a imensa porta da biblioteca, olhei distraidamente para o relógio colocado a cima dela.  Duas horas da manhã. Eu estava exausto, e rezava para que Adam chegasse logo. Outro de quem me aproximara. Todas as noites virou costume que fossemos embora juntos, mesmo quando um de nós tinha trabalho a ser feito. Na segunda feira após o dia em que fui carregado completamente bêbado por ele, tratei de me desculpar. Desculpa essa que foi completamente ignorada, “Se toda vez que você ficar bêbado me chamar de gostoso, posso tratar de fazer nossas idas ao bar muito frequentes.”, e uma resposta como essa foi a que ouvi, logo ficando vermelho. Putis, nem me lembrava quando fora a ultima vez que tinha ficado vermelho.

Suas investidas eram diárias, um toque aqui, um tom mais sensual ali, não me incomodava, já que eu realmente gostava de sua companhia. Era assumidamente gay, não que ficasse gritando isso aos quatro ventos, ou fizesse gesto afeminados para todos os cantos, mas se lhe perguntassem a resposta seria clara e direta. Nesse pouco tempo em que nossa amizade fora crescendo, jamais isso fora um empecilho, apesar dos meus diversos defeitos, preconceituoso nunca foi um deles. Não sou lá uma pessoa muito tradicional, o que me nega o direito de ter preconceitos contra outras pessoas não tradicionais.

Esperei pacientemente durante vinte minutos, até que meu corpo não agüentando mais, se ajeitou na cadeira mais próxima, as luzes parcialmente apagadas do local faziam meus olhos pesaram, desejando a escuridão total. Nenhum som além da minha respiração era audível. Ninguém mais se encontrava naquela faculdade, talvez um ou outro funcionário que deveriam estar na companhia de Adam. Faça-me o favor, quem escolhia uma hora como aquela para uma reunião. Estava exausto, e decorrente a isso encaixei minha cabeça entre meus braços cruzados sobre a mesa, finalmente caindo em um sono nada profundo, graças ao desconforto.

Imagens já conhecidas por mim logo se formaram em minha mente. Meus tão amaldiçoados sonhos. O quarto escuro, meus olhos direcionados ao teto, e minhas mãos deslizando calmamente pelo lençol macio da cama. E como eu já esperava uma mão quente foi de encontro a minha, enlaçando nossos dedos, e como em um estalo um homem de olhos hipnotizantes estava sobre mim, acariciando minha pele de leve, carinhosamente. Seus lábios foram de encontro aos meus, ternos e quentes, me fazendo fechar os olhos e desejar cada vez mais daquele toque tão... Necessário.

As bocas se separaram e logo via seus lábios se moverem me dizendo algo, que perdera as contas de quantas vezes mais havia ouvido, mas que em todas às vezes deixavam meu coração apertado, sem explicação.

- Finalmente... Finalmente, depois de tanto, tanto tempo, você está aqui comigo. Te desejei tanto... Te amei tanto.

E então eu tomava seus lábios com fúria, querendo cada vez mais daquele desejo, daquele... Amor?!

Mas então as coisas mudaram e eu estava sentado em um banco da minha antiga escola, com os meus dez anos aproximadamente, alguns pingos de chuva teimavam em cair, leves e delicados. Eu me lembrava vagamente daquele dia, por mais que não quisesse. Ouvindo então os passos pesados pelo cimento, se aproximando cada vez mais, até que uma mão pousa em meu ombro, um toque frio.

- Kim.

- Kim.

- Kim.

Alguém me chamava e... Adam?!

- Desculpe a demora acabei tento alguns problemas com um professor babaca ai. Vamos indo que já vão fechar tudo por aqui.

- Ah... Sim!

Demorei alguns segundos para me encontrar de novo, me refazendo do pequeno tempo de sono que “aproveitei”. Aquele havia sido apenas o inicio, ainda bem que as partes picantes não começaram, não ia me sentir muito à-vontade frente a Adam. Chegamos ao seu carro rapidamente, abri a porta e me sentei no banco ao lado ao do motorista, sem cerimônias, eu fazia aquilo todo dia caramba. Mas assim que sentei notei um papel bege em cima do painel, lógico que o peguei, interessado. Era um convite para uma festa que seria dali a três dias em um endereço que não fazia a mínima idéia de onde era. Pelo estilo do convite parecia algo um pouco mais formal.

- Festa de cinqüenta anos do “Senhor” Milton Calmon Massini, um milionário arrongante e... Sadomista pervertido pros mais informados. Vai ser um saco, mas são Ossos do ofício.

- Ossos do Ofício?

Olhei para ele com uma das sobrancelhas arqueadas, enquanto o mesmo se ajeitava no banco e preparava-se para dar a partida. Olhou para mim de canto de olho, estranhamente, respondendo logo depois com o carro já em movimento, centrado na rua a sua frente. Pigarreou um pouco antes de falar.

- Meus pais são amigos desse velho e, “Seria falta de respeito” se eu não aparecesse. Eu com meus 28 anos ainda sou obrigado a essas coisas. Que inferno.

Mostrou certo irritamento que não me convenceu. Mas deixei passar batido, ele não tinha por que fingir-se irritado ou qualquer coisa do tipo. Ajeitei-me no banco, fechando os olhos e apoiando a cabeça no encosto, soltei um suspiro cansado. Eu estava cansado. Senti o sono chegando novamente, já estava quase perdendo a lucidez quando os movimentos do carro pararam e algo gélido deslizou pela pele do meu pescoço. Abri os olhos rapidamente, e dei de cara com dois orbes negros e brilhantes me encarando, próximos de mais.

- Ad...

- Você fica lindo de olhos fechados, sabia?!

-...!

- Não só de olhos fechados.

Foi se aproximando ainda mais, com os olhos presos aos meus, o que ele ia fazer? Como se eu não soubesse. Por isso rapidamente coloquei minhas mãos em seus ombros, o afastando. Seu interesse em mim era visível, eu não ligava como já havia dito, mas sendo desconfortável em certas horas mais criticas como aquela. Porem ainda assim... Eu estranhamente não ligava.

- Foi mal Kim. Acho que me empolguei de novo. Que tal como recompensa eu te convidar a ir a essa festa quarta?! É aniversário da cidade então não haverá aulas, talvez seja meio chato, mas minha companhia compensa.

O olhei meio atordoado. Mudava de assunto tão rápido que até assustava. Ficou me encarando, agora distante, esperando pela resposta. Sinceramente eu não tinha nada para fazer naquele feriado, que até alguns segundos atrás nem sabia que existia, estava entediado e a companhia do meu mais novo amigo era muito agradável. Não tinha muito porque não aceitar.

- Ok! Desde que eu não seja seqüestrado por você e abusado sexualmente ta tudo certo.

Riu alto, me encarando marotamente. Eu realmente gostava daquele cara à minha frente. Ele era um bom amigo.

- Relaxa você não é o único macho gostoso dessa cidade.

- Isso seria um quase elogio?

Empurrou minha cabeça de leve e me lançou um sorriso de canto, que encerrava os distribuídos à mim aquele dia.

- Quase isso. Agora anda que eu também tenho que dormir. Até amanha... Gostosão.

Abri a porta rapidamente, e já do lado de fora dei uma ultima olhada para trás, vendo a face risonha do professor se transformar em séria, raramente vista, e o carro dando partida. Caminhei até a porta de minha casa e quando pus a mão na maçaneta e pude ouvir algumas vozes alteradas do lado de dentro, tive certeza que às três horas da manhã meu dia estava apenas começando, não apenas literalmente.


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Notas finais do capítulo

OIIII gentee!!

Eu tava com saudade de postar ^^! Já aviso que vou falar muuito hoje, KKKK.

Primeiramente gostaria de pedir miiil desculpas pela demora do capítulo, os motivos são 2 e meio (oO): o primeiro deles e maais significativo foi o bloqueio que eu tive, em um mês nada saia dessa minha cabeça, o cap. foi escrito totalmente picado, 100 palavras em um dia, 300 na outra semana, por ai. Segundo fiquei sem pc por uns dias e pra completaR sem internet, ou seja, a desgraça estava feita e eu fiquei longe do meu vicio por quase uma semana T__T. Mas mesmo assim desculpem!

Segundamente (¬¬): Eu realmente não curti muito esse cap. opnião minha. Mas se vcs gostaram ÓTIMO *---*. Eu cortei o lemoooon eu SEI kkkkk Mas a situação não tava pra isso, os caras tavam no banheiro da casa do "muleque" com pouco tempo e os "papaizinhos" a metros de distância, então era impossivel acontecer algo mais PROFUNDO kkkk Mas mesmo assim a Anna É uma sacana XD Outro comentário pessoal e atordoante meuu >> Caraaa eu to adorando o Adam e vcs? Mas isso NÃO É BOM, não quero dividir meu favoritismo entre ele e o Vitor, HAHAHA. Tá parei!

Terceiramente (¬¬ ¹²³): Eu sou muuito chata com o realismo que quero dar a fic, por isso fui até procurar saber quando realmente tinham começado as aulas na faculdade "do Kim" ano passado e coloquei o dia na fic, só que eu nem fui procurar saber que dia da semana era esse bendito, então os dias se confundiram, ENTÃO mudei o dia que era 11 de fevereiro pra dia 14, que seria uma quinta ^^. Mas ai outro problema, a bendita festa que o Adam vai, agora com o Kim, tinha que acontecer em um certo dia. Mas pelo amor, quem faz festa em uma quarta O__O! Então criei um feriado INEXISTENTE, ouukay? KKKK Eu sei que isso é TOTALMENTE INUTIL, mas eu tinha que fazer, HAUAHAUHAAUHA.

Quartamente (¬¬ ³³³²²¹¹¹²³): Acho que nem tenho mais o que falar, só agradecer aos reviews deixados e dizer que eu amoooooo ler todos, amoooo responder todooos e amooo vcs que deixam e me fazem totalmente feliz!HAUAHUA - AHHH, e quero opiniões sobre os personagens e o "rumo" da história ok? O que esta faltando (além do lemon claro ^^)e o que vcs "gostariam" que acontecesse nessa bodega (alem do lemom claro *------*), rs.

Ate á próxima pra vc que teve a paciência de ler até aqui. ;)

Bjaoo**