Juramento de Sangue escrita por -strawberry


Capítulo 7
Terrified




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/149298/chapter/7

    Quando acordei no dia seguinte, meu carro estava estacionado em frente a minha casa com um bilhete que dizia:
    “Volto assim que puder e explicarei tudo. J.”
    O resto da semana demorou bastante para passar. James não apareceu, e Matt resolveu me desculpar para ficar se preocupando comigo. Vai entender. Desde o meu “acidente” no estacionamento, Matt acha que tem que tomar conta de mim, e por isso, tende a ficar comigo o maior tempo possível todos os dias. Ele até quis me vigiar na academia, mas eu preciso de pelo menos algumas horas de sossego dele.
    Todos os dias da semana, quando eu não estava me preocupando em me esconder do Matt, estava pensando em James. Ele iria voltar, certo? Ele prometeu. Parecia que ele sabia quem estava nos perseguindo aquela noite, mas se ele sabia por que ele não me falou nada?
    Em falar em nosso perseguidor, ele nunca mais apareceu. Nem em meus sonhos nem na “vida real”. Eu não sei o que ele quer conosco. Eu não me lembro de ter feito nada errado, e James, será que ele teria feito alguma coisa tão ruim para ser perseguido?  Mesmo se tivesse feito, por que o homem dos olhos cor de violeta estaria em meus sonhos? 
    Pior do que James desaparecer do nada foi ele desaparecer e não me ensinar física. 
    Sr. Andrews percebeu que eu não estava prestando atenção na aula dele, pra variar, e me fez uma pergunta, mas como eu não havia estudado e não estava prestando atenção na aula dele, eu não soube responder, e para a felicidade dele, ele pode me dar um sermão sobre como é importante prestar atenção na aula. Como se eu nunca tivesse escutado isso tudo antes. Principalmente dele.
    Graças a Deus, o sinal tocou antes de ele chegar à parte de que se nós não nos dedicássemos à escola, não iríamos ser ninguém na vida. Se em algum momento da minha vida eu para fazer um cálculo de física no meio da rua, eu prometo que ligo pra ele e falo que ele estava certo.
    Eu já estava com um pé do lado de for a da sala dele quando ele me chamou. 
    -Senhorita, eu sei que não sou seu professor favorito, mas agora eu estou começando a me preocupar com você. - Ele parou para ver se eu estava prestando atenção, e infelizmente, como não tinha nem uma formiga pelo menos para eu ficar observando ao invés de escutá-lo, eu estava ouvindo. -Suas notas estão baixas e você não presta atenção na aula. Temo que a senhorita vá repetir em minha matéria.
    Isso chamou minha atenção. 
    -Como assim Sr. Andrews? Ainda faltam alguns testes e a prova para decidir isso.
    Eu não poderia repetir, poderia? Tudo culpa do James.
    -Infelizmente, você zerou praticamente todos os meus testes, o que não é muito comum para uma aluna como você. Eu estava vendo o seu histórico e todas as suas notas eram acima de 7,5. Mas agora, em minha matéria, só por um milagre você conseguiria tirar pelo menos 6 na média final.
    -Por favor, Sr. Andrews, não tem como o senhor me passar um trabalho extra? Eu prometo que passo a prestar atenção nas suas aulas.
    -Eu realmente gostaria, mas não posso. Muitos alunos já me pediram isso, e eu nunca dei. Seria injusto abrir uma exceção para você.
    Meu dia já não estava muito bom, com certeza, isso não ajudou. 
    -Entendo. Bem, então parece que eu vou ter que me matar de estudar para não repetir.
    Tentei botar algum humor nessa frase, mas foi impossível.
    Quando saí da sala, queria ir direto para o meu carro, mas é claro que, Matt, me impediu.
    -Michelle! Espera! -ele falou já me segurando pelo braço. -Você está me evitando?
    Demorou um pouco para perceber, não acha?
    -Não, só não estou com muita paciência nos últimos dias, muitas coisas para resolver, e ainda acabei de descobrir que eu já repeti em física praticamente.
    Tentei me livrar dele, mas ele estava segurando forte demais.
    -Sério? Por que você não me avisou que estava com dificuldades? Eu poderia ter te ajudado.
   Eu não quero sua ajuda. Eu quero a ajuda do James.
    -Olha só, no momento, eu estou morrendo de dor de cabeça, agradeço a sua preocupação, mas eu posso me virar sozinha. -Espero. -E no momento, a única coisa que eu realmente quero, é ir pra casa e dormir o dia inteiro.
    Ta, eu acho que eu fui grossa demais, mas depois eu penso nisso. 
    -Então ta. Mas se você precisar de alguma coisa, qualquer coisa, me liga. -incrível como não importa se eu acabei de ser uma idiota com ele, parece que nada aconteceu e ele continua me tratando bem. -Como você está? Melhor?
    Dei um meio sorriso. Por mais que eu estivesse cansada, com fome e preocupada com física, a gentileza do Matt me fez sorrir.
    -Estou bem melhor Matt. Obrigada.
    Mas na verdade, eu não acho que eu estava.
    Fui para o meu carro, e assim que me sentei, de novo, senti uma tonteira. 
    O que está acontecendo comigo?
    Você não faz idéia, querida.
    Ta isso foi um pouco assustador. A voz que me respondeu, não era minha, nem da minha consciência, nem do lado de fora do carro. 
    Senti os pelos do meu braço se levantarem assim que me lembrei de onde eu tinha escutado essa voz, e de quem era. 
    Quando olhei para frente, na saída do estacionamento, bem ao lado da placa da escola, estava uma pessoa, olhando diretamente em meus olhos, e quando eu reparei na cor dos olhos dele, não gostei nem um pouco.
    Era ele, e, ele estava se aproximando do carro.
    Tranquei as portas, mas sabia que seria inútil. Se bem que, ele não faria nada em frente de um bando de adolescentes, certo?
    Bem, quando olhei em volta, parecia que todos haviam sumido. O meu carro era o único no estacionamento, e as únicas pessoas que havia na área da escola era eu e ele.
    Três batidas na janela do meu carro me deram um susto tão grande, que eu gritei.
    -Calma calma! Destranca a porta! Rápido! -Para minha surpresa, James estava apoiado na janela do meu lado, com sua aparência impecável, que eu quase esqueci do que estava acontecendo, mas os gritos dele me lembraram em menos de um piscar de olhos. -Destranca a porta Michelle, vai para o banco do carona!
    Eu fiz o que ele mandou e quando ele entrou, trancou as portas no mesmo momento.
    -Não acredite em nada que ele te mostra. O estacionamento ainda está cheio. É tudo uma ilusão de ótica.
    Tudo que eu fiz foi simplesmente acenar com a cabeça. 
Percebi que James havia relaxado no banco e quando olhei para frente entendi. Ele havia sumido. Pelo menos por enquanto.
    Só percebi que estava chorando, quando a mão de James tirou uma lágrima que tinha escorrido pela minha bochecha.
    -Calma Michelle, não chore.
    Mas eu não consegui me conter, com tudo acontecendo ao mesmo tempo, física, a pressão na academia de balé, os sonhos, o sumiço do James; era demais pra mim.
    Ele me abraçou, e ficou sussurrando em meu ouvido que iria ficar tudo bem, que ele estava lá para mim agora.
    Quando eu finalmente parei de chorar, ele me soltou de seu abraço para olhar em meus olhos. Quase forcei mais lágrimas só para ficar abraçada com ele mais alguns minutos, mas antes, eu precisava de algumas explicações.
    -O que você está fazendo aqui?
    Perguntei entre soluços.
    -Vim fazer minha matrícula na escola, quando vi você no carro, e ele do lado de fora.
    -Você tem muitas coisas para me explicar. E eu acho que mereço as respostas agora.
    Tentei parecer o mais séria possível, mas os soluços me impediam.
    -Acho justo.
    Foi tudo que ele falou.
    Dirigimos até a minha casa, e por algum milagre, os dois carros, da mamãe e do papai, estavam em casa.
    Logo quando eu não precisava.
    -Meus pais estão em casa.
    -É eu percebi. -ele parecia estar pensando em uma solução. -Entre, fale com eles e fale que está cansada, e que irá dormir. Quando chegar em seu quarto abra a janela.
    Ele só podia estar de brincadeira.
    -Você quer entrar pela janela? Não sei se você sabe, mas eu durmo no Segundo andar. Isso não é um pouco alto?
    -Só abra a janela.
    Pelo visto ele estava falando sério. 
    Saí do carro e quando entrei em casa, mamãe estava na cozinha e papai na sala vendo televisão.
    -Olá?
    Perguntei, não sabendo muito bem porque os dois estavam ali.
    -Querida! Você chegou. Tudo bem?
    Mamãe, como sempre super animada, veio me dar um abraço e papai, simplesmente virou a cabeça para me olhar, me deu um sorriso e voltou a assistir seu programa do animal. Sério, animal planet.
    -Estou bem mamãe. -retribui o abraço. Fazia tempo que eu não chegava da escola e encontrava os dois ali. -Hã, por que vocês dois estão aqui? Não que eu não esteja gostando, mas é meio inesperado.
    Minha mãe me deu um sorriso, que me lembrava bastante do meu.
    -Nós fomos liberados mais cedo hoje. Eu não tinha mais nenhum paciente, e a Anna estava me devendo algumas horas, então eu saí cedo hoje. Seu pai acabou tudo que tinha que fazer e veio para casa.
    Nossa, alguma coisa devia estar bem errada.
    -Ta bom, o que está acontecendo realmente?
    Mamãe olhou para papai com uma cara tipo Posso contar agora? E então ela falou a última coisa que eu poderia imaginar.
    -Bem, Michelle, você e Drake vão ter um irmãozinho.
    Eu não sabia o que dizer. Estava feliz por eles, mas depois da experiência com Drake eu acho que fiquei um pouco traumatizada e bem, surpresa, por eles quererem mais um filho depois do último. Que é mais uma aberração do que um filho. Se bem que talvez seja por isso que eles querem mais um, já que o outro não deu muito certo.
    -Diga alguma coisa Michelle.
    Foi papai que me tirou do transe.
    -Eu estou muito feliz por vocês! Não entendo porque vocês querem outro filho, já que o ultimo foi uma aberração, mas estou feliz!
    -Michelle! Drake não é uma aberração, ele é apenas diferente.
    Dessa vez foi mamãe que falou.
    -Vocês já sabem se é mesmo menino?
    Sem nem perceber, eu estava animada com a idéia.
    -Bom, o médico falou que não tem como ter 100% de certeza, mas são muitas as chances de ser um irmãozinho.
    Depois de mais algum tempo de conversa, eu lembrei de James.
    -Mãe, pai, parabéns de novo! Mas agora, eu tenho que ir para o meu quarto. Quero dormir um pouco antes de estudar para um teste de física que vou ter semana que vem.
    -Você? Estudando para um teste de física? -papai sempre implica comigo quando eu falo que vou estudar alguma coisa. -desde quando? Você deve estar bem desesperada!
    -Claro pai, tanto faz.
    Virei de costas e quando cheguei ao Segundo andar corri para o meu quarto, e assim que eu abri a janela, James se manifestou do lado de fora.
    -Uou, como você fez isso?
    -Te explico depois, posso entrar?
    Como se ele precisasse de um convite.
    -Claro.
    Ele passou por minha janela e sentou em minha cama. Seus olhos me olhando intensamente me fizeram sentar na cama antes que minhas pernas ficassem fracas demais para me segurar em pé.
    -Então, sobre as perguntas que você quer saber…
    Olhei para o lado de for a da janela, tentando me concentrar nas perguntas.
    -Quem é o cara dos olhos violetas?
    No rosto dele se formou uma expressão que dizia que ele já esperava essa pergunta e que ele não queria responde-la.
    -Aquele é Clovis.
    Grande ajuda.
    -E quem é ele, e porque está nos perseguindo?
    A expressão dele piorou e então percebi que eu não iria gostar da resposta.
    -Ele é um vampiro, e ele está nos perseguindo porque ele quer te matar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se eu demorar um pouco para postar o outro é porque estou em semana de provas ou minha imaginação se esgotou momentaneamente hihi



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Juramento de Sangue" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.