Only You escrita por Lúcia Hill


Capítulo 9
Capitulo - Sweets Reproach of Destiny


Notas iniciais do capítulo

Novamente as afrontas surgem entre os dois tentando aproximá-los.



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Luiza andava de um lado para o outro. Aquelas malditas vozes, fazendo as mesmas perguntas, deixava-a com ânsias de si mesma.

Nunca passou em sua mente ter que deitar com aquele peão arrogante e metido a besta. Para ela, Javier era mais um dos cavalos de seu estábulo. Odiava saber que ele morava no mesmo teto que o seu, respirava o mesmo ar.

— Velho imbecil, por que fez isso? Droga. — praguejava, encarando aquele céu com tom avermelhado.

Todos sabiam que Luiza Cortez nunca fez parte da vida fluente de seu pai, pois antes de nascer, seus pais já haviam se separado. Sua mãe passou das contas e foi pega na cama com outro homem.

Mas nunca entendeu por que tinha que pagar pelos erros de sua mãe — as lembranças do modo frio que seu pai a tratava quando ia passar as férias na fazenda, deixavam-na deprimida.

— Maldito sobrenome, desejava nunca ter o recebido... — murmurou encostada na imensa janela.

Um barulho ensurdecedor anunciou o início da chuva. Sentou-se na janela e fitou o escuro — podia ver as formas dos raios brilhosos. Quando criança, sentia medo só de pensar que iria chover, mas, ultimamente, não sentia mais medo dos velhos fantasmas do passado.

As lágrimas escorriam pelo rosto pálido da jovem, detestava se sentir vulneral e solitária. Aquela maldita paz e tranqüilidade da fazenda eram uma tortura.

Em um pulo, desceu da janela, fechando-a. Podia sentir sua garganta seca e a passos lentos caminhou até o corredor.

Sabia onde Cole guardava as jarras de sucos naturais. Caminhou cautelosa para não acordar ninguém, mas antes de virar o corredor, uma luz acesa, no último quarto, chamou sua atenção. Sabia que ninguém dormia ali. Estranhou.

Franziu o cenho e voltou-se para ver quem estava lá. Assim que chegou perto da porta, se deparou com Javier sentado — os braços cruzados.

Rapidamente sentiu uma onda de raiva dominar seu corpo, agora sabia que aquele peão era audaz e sem juízo. Nunca aceitaria que ele dormisse no quarto de seu pai, era uma afronta pessoal.

Abriu a porta bruscamente.

— O que faz aqui? Saia agora. — berrou descontrolada.

Javier arqueou a sobrancelha e mostrou um sorriso sarcástico, aumentando a fúria da jovem. Luiza o encarava com raiva.

— Quem é você para me dar ordens? — afronto-a com gosto.

Luiza sentiu seus pés saírem do chão, sua cabeça girou rapidamente, seus pulmões se encheram de ar, dando-lhe a coragem para retrucar na mesma altura.

— Filho de uma puta. — praguejou imóvel, perto da porta.

Sem demoras, Javier levantou-se, deixando aparecer seu abdômen definido. Aproximou-se rápido da jovem, deixando-a completamente exposta, pois sabia que nunca venceria aquele brutamonte. O peão arqueou a sobrancelha e agarrou o fino braço de Luiza, apertando-o com apenas uma das mãos.

— Está maluco?! Solte-me, seu cretino. — protestou, chutando-o e cravando suas unhas nos braços fortes.

Parecia não ter feito nada; o peão arrastou a jovem até perto da cama e a arremessou com fúria contra a mesma. Luiza sentiu seu coração disparar dentro do peito. Ele não seria capaz de fazer aquilo.

— Olha aqui, garota mimada, não ouse falar mal da mãe dos outros, entendeu, ou terei que te dar uma lição que seu pai nunca fez. — disse furioso.

Luiza engoliu seca. Sabia que tinha passado dos limites, mas sentia suas veias arderem de ódio. Agora sim, ele tinha comprado uma briga com ela.

A jovem levantou-se da cama e o encarou.

— Preste atenção, seu cretino, se me tocar novamente, eu te mato, entendeu? — grunhiu furiosa.

Javier caiu na risada, deixando-a ainda mais furiosa. Ambos estavam na madrugada de segunda discutindo, novamente.

— Você vai me matar com o que? Mal sabe pegar em uma arma. — questionou-a.

Luiza pegou uma das almofadas que estava sobre a cama e arremessou contra Javier, que permaneceu parado, bloqueando a passagem de saída do quarto.

— Saia do quarto do meu pai, peão meia boca. — berrou.

Javier deu a volta na cama, ficando frente a frente com a pequena megera. Balançou a cabeça e se aproximou de Luiza, deixando-a recuada no canto, perto do criado mudo.

— Eu fico onde bem entender, você não é minha patroa, acho que nem é uma Cortez de verdade e ainda me chama de meia boca. — debochou descaradamente da jovem.

Luiza aspirava o ar com fúria, era visível que desejava arrancar a cabeça de Javier com apenas um puxão. A jovem cruzou os braços e arqueou a sobrancelha.

— Olha aqui, peão de merda, me poupe de suas conversinhas moles, pois essa casa me pertence e as terras também, seu... bicho. — grunhiu.

Javier coçou o queixo e soltou uma risada debochada. Metade daquela casa era dele, ela querendo ou não. Com passos mais rápidos e com movimentos ágeis, o peão prensou a jovem contra a parede, deixando-a furiosa e indefesa. A chuva abafava os sons.

— Solte-me, seu cretino. — berrou com toda força.

Javier não ligou para o protesto de Luiza, encarou-a, agora podia notar que a jovem tinha olhos com tom de caramelo. Aquela proximidade do rosto do peão deixou-a paralisada, parecia estar hipnotizada. Sem demoras, a boca dele consumiu os lábios macios dela em um beijo ardente.

Ambos pareciam ter algo em comum, talvez a arrogância e o espírito forte.

As mãos de Luiza grudaram no pescoço de Javier — era um desejo incontrolável que parecia não ter fim.

Luiza o empurrou para longe, afastando-se do peão. Limpou a boca em forma de nojo e arqueou a sobrancelha. Não era a primeira vez que ele havia beijado-a.

— Fique longe de mim, entendeu? — ordenou furiosa.

Antes de Javier dizer algo, Luiza já tinha saído do quarto, deixando-o sozinho. O peão balançou a cabeça, odiava admitir, mas aquela mulher tinha certo poder sobre ele, pois as duas vezes que a afrontou, ambos acabaram se entregando a um beijo ardente.


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Notas finais do capítulo

Boa Leitura!