Only You escrita por Lúcia Hill


Capítulo 25
Capítulo - Sempre te Amei


Notas iniciais do capítulo

"Quando sentires a falta constante de alguém Em um raio de sol sentir o toque de alguém Na brisa leve sentir o suspiro de alguém Você é portador de um vírus! O amor Autor Anônimo



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Os olhos da jovem acompanharam Javier por detrás dos enormes vidros da janela, sentia que estava forçando o por causa daquela gravidez. Ela balançou a cabeça e afastou se da janela, segurou de leve sua barriga.

Steve tem razão, devo me afastar, será melhor. – pensou aflita com os olhos rasos. Caminhou na direção da porta, assim que saiu pode observar a velha criada parada próxima ao sofá.

– Cole, venha me ajudar a fazer minhas malas. – ordenou.

A criada permaneceu inerte enquanto franzia o cenho, mas Luiza virou se em sua direção antes de começar a subir os degraus.

– Ande logo. – grunhiu.

Sem questionar ela seguiu a patroa em silencio, mil coisas passavam se por sua mente, talvez Luiza tivesse novamente se desentendido com Javier. Mas a expressão da jovem era definitiva, era como se carregasse uma culpa nas costas. Assim que ambas chegaram ao quarto, Luiza disse:

– Não quero que conte para onde vou, apenas quero revolver minha vida longe dessa fazenda que sempre me trouxe más lembranças. – ordenou sem ao menos encará-la.

Cole concordou em silencio e começou a arrumar a mala da jovem, Luiza perdeu um pouco mais a cor. Ela apertou os lábios firmemente, enquanto permanecia inerte próxima a janela, seus olhos pareciam perdidos em um ar tristonho.

– A patroa deseja algo mais? – perguntou

Luiza virou se na direção da criada e pode notar tudo arrumado, ela balançou a cabeça de forma negativa e com apenas um sinal dispensou os serviços de Cole. Sem protestar a criada caminhou cabisbaixa na direção da porta.

Sem pensar duas vezes Luiza pegou a chave da caminhonete que estava sobre o criado mudo e desceu com sua mala. Assim que desceu os degraus se deparou com a criada e Carlos observando a.

– A patroa vai viajar? – perguntou Carlos.

Ela balançou a cabeça de forma negativa, era visível o brilho nos olhos de Luiza era um que não tinha visto antes, uma espécie de determinação quase desesperada.

– Dessa vez irei embora pra sempre, Carlos. – disse – Será que pode me ajudar com essa mala. – pediu.

O peão concordou com um gesto, aproximou se da mala. Luiza caminhou lentamente na direção de Cole e abraçou a de forma forte.

– Não sei o que esta passando em sua cabecinha, mas sabe que certas decisões podem modificar pra sempre seu futuro. – murmurou nos ouvidos da jovem.

Luiza afastou se dela e concordou era o que ela, mas desejava naquele momento desaparecer pra sempre da vida de Javier, não tinha em mente engravidar dele só para aprisioná-lo. Mas o sangue dos Cortez corria em sua veia e era evidente que deixaria o orgulho falar, mas alto.

– Prometa que se cuidara? – pediu a jovem.

Carlos observou a perplexo com seu pedido, mas preferiu ficar calado. Luiza beijou o rosto cansado de Cole e afastou se deixando a em prantos. Ambos caminharam na direção de onde a caminhonete estava estacionada, Luiza fizera o peão prometer que não contaria para Javier que estava de partida.

Carlos permaneceu inerte enquanto a caminhonete sumia por entre a estrada de terra batida.

– Vai me perdoar, mas não posso mentir para meu amigo, Javier tem que saber. – murmurou.

Sem demoras correu na direção do celeiro, precisava encontrar Javier antes que fosse tarde demais. Carlos saiu galopando na direção do riacho da pedra lisa, não fica tão longe do casarão para sua sorte.

Javier levantou se ao ouvir o som dos cascos do cavalo se aproximar.

– Ate que enfim veio me ajudar. – disse.

Mas a expressão de Carlos deixou o peão assustado, aproximou se do cavalo encarou o perplexo.

–Aconteceu alguma coisa? – quis saber.

Carlos respirou fundo e disse:

– A dona Luiza acabou de ir embora, pediu que não contasse para você, mas ela se despediu da Cole e tudo e acho que dessa vez não volta.

O rosto de Javier empalideceu, ele balançou a cabeça confuso, ela não seria capaz de fazer isso ou teria? Sem questionar, o peão soltou as ferramentas no chão e correu na direção de seu cavalo.

Era impossível alcançá-la apenas de cavalo, mas observou Javier sair em disparada no rumo da estrada, era visível o temporal se formando no horizonte, o peão rezou para que ela parasse em um motel da cidade. Sentia que estava a perdendo de vez, suas mãos apertavam forte das rédeas que de certa forma castigava o belo animal que aumentava a velocidade.

– Se não quiser assumir a responsabilidade posso entender, mas essa criança é o elo que nos uni agora. – podia ouvir a voz de Luiza em sua mente. Era o momento de deixar seu maldito orgulho de lado e assumir sua louca paixão que cultivava desde que a vira pela primeira vez parada próxima ao riacho.

Assim que avistou a fachada da cidade de Del Monte, sentiu se aliviado, continuou a cavalgar na direção do único motel que tinha na cidade. Ao ver a caminhonete estacionada na entrada sentiu seu coração acelerar, desceu do belo animal malhado e entrou na recepção do local. Mas a mocinha se negou a dar lhe informações a respeito de Luiza, pois era regras do local manter sigilo sobre seus hospedes.

– Pelo amor de Deus, precisa entender que não posso deixar essa mulher partir sem antes ouvir o que tenho pra falar. – suplicou.

A recepcionista permaneceu inerte atrás do balcão, enquanto Luiza observava calada próxima à entrada.

– Então diga. – disse.

Javier virou se para trás e se deparou com os olhos frios da jovem, tudo aquilo parecia uma grande besteira, mas daria oportunidade para ele falar.

– Não pode fugir de suas responsabilidades, devemos arcar com as conseqüências.Estou disposto a isso e te disse.

Luiza mostrou um sorriso sínico na direção dele.

– Não quero ficar amarrada a uma pessoa que não me ama, nisso não foi planejado e não deve ter pena apenas por que tem que arcar as conseqüências Javier, não quero sua piedade. Irei cuidar muito bem de meu futuro filho, bem longe desse lugar que só me trouxe tristeza. – disse.

O peão arqueou a sobrancelha.

– Realmente não vê que todo esse tempo que passamos juntos eu sempre amei você.

Luiza soltou uma risada.

– Me amou, uma boa forma de demonstrar.

Ele franziu o cenho.

– É cabeça dura igual ao seu pai, mas acho que ira se lembrar de uma coisa. – disse enquanto tirava um pequeno anel de plástico do bolso. – Agora me fala que não se lembra.

Luiza observou o anel, perplexa, era o mesmo anel que dera a um menino anos atrás em uma festa junina.

– Como você tem isso? – quis saber.

Ele pela primeira vez sorriu de forma sincera.

– Você disse que estava me entregando esse anel por que eu era uma pessoa confiável, um amigo. Não sei o que passou durante os anos que me afastei da fazenda, pelo visto esqueceu de seu velho amigo, mas nunca me esqueci de teu sorriso. – disse.

Luiza permaneceu boquiaberta, como pudera esquecer que aquele garotinho era o peão turrão que estava em sua frente.

– Não esqueci. – mentiu.

Ela engasgou aquelas palavras contundente deixara-a chocada. Javier aproximou se dela.

– Não me importa isso, o que realmente me importa é saber se ainda ama aquele garotinho que se tornara esse peão xucro. – disse ajoelhado.

Luiza desviou seus olhos para um canto, segurou as lagrimas por alguns instantes, mas logo sentiu sendo vencida por elas.

– Que droga, não tem como dizer que não te amo, porque te amo muito, mas que pensei. – disse.

Javier levantou se e abraçou a de forma carinhosa, a recepcionista observava com os olhos rasos de água.

– Vamos voltar para casa. – disse Luiza.

Javier balançou a cabeça de forma positiva, enfim ambos deixaram seus malditos orgulhos de lado e cederam ao amor. E todos esses anos achando que seu primeiro amor fora Raul sendo que o verdadeiro sempre fora Javier. Como o destino pode ser tão previsível.


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Notas finais do capítulo

Boa Leitura!