Only You escrita por Lúcia Hill


Capítulo 18
Capítulo - Negócios são negócios, Prazer à parte.


Notas iniciais do capítulo

Javier aceitou as regras do jogo. Será que Luiza vai agüentar?



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Luiza acordara com um dor de cabeça terrível, os primeiros raios de sol adentravam ao quarto de uma forma graciosa, o cheiro do café recém-coado de Cole estava tomando conta de seu quarto. Sentou-se na beirada da cama e segurou a cabeça entre as mãos por um breve minuto, tentando esquecer-se do beijo que havia cedido ao peão na noite anterior.

Javier xucro.

Como em um estalo, Luiza saltou da cama ao ouvir o motor de uma caminhonete, tinha certeza que era o coronel Braxden. Odiava aquele velho, mas deveria contornar a situação para que não se criasse um clima de disputas entre eles. Tudo por causa do sobrenome Cortez e seu maldito orgulho. A jovem caminhou ao imenso guarda roupa, precisava escolher uma peça adequada para a ocasião.

Assim que terminou de se ajeitar, caminhou à escadaria, mas, para sua surpresa, acabou ficando frente a frente com Javier, ela ficou vermelha e ele sorriu. Adorava o modo como tinha a capacidade de deixá-la enrubescida, principalmente, depois daquele beijo.

— Vou deixar a patroa cuidar dos assuntos. — disse, encarando-a sem pudor. — Arrumarei a cerca perto do riacho que lhe é bem familiar.

De certa forma, o peão queria fazer com que a jovem relembrasse do episódio de seu quase afogamento. Ela assumiu um tom formal. Outra coisa que ele adorava. Luiza era sempre direta em suas palavras.

— Não necessito de sua presença. 

Javier mostrou um largo sorriso, ameaçou se aproximar, mas a jovem recuou. Mas em questão de minutos, o peão estava praticamente ao seu lado, ele a puxou pela curva do pescoço e disse junto à orelha dela, deixando-a totalmente vulnerável.

— Já que quer brincar de casalzinho, tenha a certeza que entrei nesse joguinho para ganhar, Dona Luiza Cortez. — murmurou, proporcionando leves arrepios na pele da moça.

Sem delongas, ele a soltou e caminhou de volta para seu trajeto, deixando-a sozinha, inerte no meio do corredor, com os olhos fechados e uma expressão agonizante de desejo no rosto. Então, Javier tinha entrado no clima. Já que era para fingir, ele estava disposto a jogar. Droga! Sua vida estava se dividindo, e, de algum jeito, ela teria de reunir as partes. Cabeça e coração deveriam novamente seguir a mesma direção. Mas como? 

Balançou a cabeça, livrando-se dos malditos pensamentos tortuosos, e continuou a caminhar. Assim que descera as escadas, pôde notar que Cole servia café para as visitas.

— Coronel. — saudou-o.

O velhote se voltou para trás e pôde notar o quanto a moça continha presença, estava digna de uma dama com aquele vestido simples de tom neutro.

Ele mostrou um sorriso amistoso, retirou seu chapéu.

— Senhorita Cortez, desculpe-me pela visita tão cedo. — anunciou.

Aquelas palavras eram tão modestas para um velho rabugento como Coronel Braxden, estranhou aquela atitude mansa. Junto com ele havia um rapaz elegante, talvez fosse seu advogado.

— Quero lhe apresentar meu advogado, Antony Albuquerque. — disse.

O rapaz se inclinou a Luiza, com um sorriso radiante, analisando o local.

— Prazer, sou Luiza Cortez. — disse, estendendo a mão na direção do rapaz.

Ambos sentaram-se no sofá para discutir sobre a visita repentina do Coronel, mesmo Luiza sabendo que se tratava da venda da fazenda "Nova Fronteira".

— Então, ainda interessada na venda de sua parte? — questionou-a.

Luiza franziu o cenho, havia dito ao Coronel sobre as cláusulas que a proibiam de efetuar a venda, mas o velhote havia arranjado um jeito para burlá-las. O advogado do coronel mostrou-lhe alguns papéis a respeito de uma lei flexível a esses tipos de cláusulas. Maldição! O homem era esperto. Tinha uma boa memória. Ela mencionara algo a respeito dessas cláusulas há dias. 

— Não se trata apenas de minha vontade, coronel. — disse desdenhosa.

Ele mostrou um largo sorriso.

— Já conversei com o peão, e saiba que ele está interessado na venda. Até ofereci a mão de minha Carmem para ele. — disse entusiasmado.

Luiza sentiu seu sangue ferver dentro das veias, como aquele peão xucro havia aceitado tal proposta? Mas o casamento de ambos era real no papel. Sob o ponto de vista dela, havia bastante coisa errada. E essa era parte do problema com Javier.

Ela sorriu.

— Não me diga?! Mas terá que retornar daqui a seis meses, sinto em lhe dizer. — anunciou, levantando se.

O maxilar do Coronel endureceu. Ele levantou-se acompanhado por seu belo advogado e ambos caminharam à porta, pela segunda vez, a visita havia exagerado.

Quando aporta se fechou atrás dele, ela se sentou e abraçou os joelhos. Talvez ele tivesse razão, Javier a trocaria por Carmem sem pestanejar — o que a magoava por dentro. Nunca desejara um homem como a Javier, mesmo sendo orgulhosa e insistindo que não.

Sim, ela se lembrou daquela noite. 

Com passos rápidos, saiu na direção do celeiro. Provavelmente, encontraria um dos cavalos preparado e, para sua sorte, um dos animais baios estava com a sela e as rédeas postas. Javier havia lhe dito onde estaria durante a tal reunião.

— Vou deixar a patroa cuidar dos assuntos. — disse, encarando-a sem pudor. — Arrumarei a cerca perto do riacho que lhe é bem familiar.

Fechou os punhos nas rédeas e saiu a galope na direção do riacho, sua mente estava a mil e seu coração em pedaços por causa daquela revelação do coronel. E, novamente, o mesmo problema não esclarecido. Em questão de minutos, podia se enxergar as imensas pedras que rodeavam o Riacho dos Lamentos, um nome um tanto esquisito.

Prendera o animal próximo a uma árvore frutífera e terminou de caminhar até o local. Mas suas pernas falharam ao ver as ferramentas próximas de uma pedra e o cavalo solto próximo à cerca.

Temeu.

— Javier. — chamou na beirada do riacho.

Seus olhos procuravam-no, desesperados. A jovem se ajoelhou próxima à beirada e, quando ouviu o barulho de algo saltando da água, perdeu o equilíbrio e tombou para dentro do riacho com roupa e tudo.

Era Javier!

Sim, ele havia tirado um tempo para tomar um banho de riacho. 

— Seu desgraçado. — esbravejou a jovem, tentando subir na pedra escorregadia.

Enquanto Luiza não estava para brincadeira, ele soltava uma gargalhada espontânea. 

Calma, dona Luiza, tomar um banho de riacho não é grave. — disse debochando.

Ele a estava desafiando da mesma forma como ela o havia desafiado na noite anterior. E ela pôde entender por que ele se colocara na defensiva: ela também não gostava de ter de justificar suas escolhas. 

— Já chega, Javier. — berrou.

O peão aproximou-se da beirada, segurou em uma pedra de apoio e saiu do riacho, revelando-se um corpo viril, de deixar qualquer uma vulnerável.

Ele sorriu.

Ela aproximou os olhos e a cólera invadiu todo o seu ser. 

— Afinal, o que tanto quer de mim? — perguntou, aproximando-se dela.

Luiza tentou recuar, mas acabara sendo barrada pela imensa pedra, estava sem saída. Uh! Quando os dedos dele tocaram os dela, mesmo não sendo um toque sensual, sentiu como se uma enorme descarga elétrica a tivesse perpassado.

Ele iria beijá-la. 

A mão dele deslizou do rosto dela até o pescoço, e ele a puxou para si. 

— Acho — sussurrou ele. — que está acontecendo com você o mesmo que está acontecendo comigo. — beijou a ponta do nariz dela. — Algo que não esperávamos. — outro beijo, agora, no cantinho da boca. — Algo que está confundindo sua cabeça. — beijou o outro cantinho da boca. — Algo para o qual você não tem tempo... não quer na sua vida nesse momento. — ele se afastou um pouco, de modo que ela pôde ver seu olhar sério. — Mas não há nada que possamos fazer. Está acontecendo. Não paro de pensar em você, Luiza. Toda vez que eu respiro, sinto o seu perfume. Toda vez que abro a minha boca, sinto o sabor dos seus lábios. 

O desejo percorreu a espinha de Luiza. Deus do céu! Como não deveria ser aquela boca beijando seu pulso, a parte interna de seu braço, subindo até o seu ombro, depois descendo novamente ao tirar aquela roupa ensopada. Beijando, sugando. Como se estivesse lendo seus pensamentos, ele levou o dedo dela até a boca e chupou. Os bicos de seus seios endureceram e ela pôde sentir a pulsação entre as suas pernas. Sentiu-se molhada, desejando mais.

Ficou com a respiração suspensa ao lembrar-se do beijo da tarde passada. De lembrar como ele tinha os músculos rijos. Seria fácil para ele levá-la até o quarto.

Ele sorriu e se afastou, deixando-a sozinha de forma torturante.


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Notas finais do capítulo

Boa Leitura!