Novamente acordei assustada, ofegante e com medo, muito medo.Dona de meus pesadelos e temores havia voltado me assombrar depois de 5 anos.Estava desesperada por amparo, mas dessa vez, não tinha o Sasuke em meu quarto observando-me dormir.

Ainda com medo, levantei da cama totalmente molhada pelo suor.Encaminhei-me até meu banheiro, meu estado estava péssimo.Assustei um pouco com minha aparência: olheiras claras, porém visíveis; olhar cansado; respiração ofegante; cabelos colados a minha face devido ao suor.

Liguei a torneira para molhar o rosto, talvez amenizasse a situação.Ergui meu rosto, não obtive muitos resultados, mas era alguma coisa.

Voltei para meu quarto e troquei a roupa por uma bem mais quente, a noite lá fora estava muito fria.Optei por um sobre tudo vinho, uma regata e calça jeans.Peguei meu cachecol vermelho e um tênis qualquer.Moda?Do que isso me adiantaria quando se está com medo?

~

Sai de fininho pela casa, não queria acordar Karin, caso ela esteja em casa.Cuidadosamente abri a porta para enfim sair, mas nessas horas o mundo volta-se contra você, fazendo com que a porta comece a ranger cada vez que eu distanciava ela do lugar habitual dela.
Comecei a tremer.Se Karin me pegasse saindo as 3h:40min da madrugada, o que iria pensar?Fechei os olhos enquanto terminava de abrir a porta, mas o ranger não cessava.Finalmente sai do apartamento.

~

Como era bom sentir a brisa do Lago bater em meu rosto, era simplesmente perfeito.Sentir a areia fina e fofa daquele lugar sendo apenas iluminada pela lua.O Lago Ocean Blue era perigoso a essa hora, mas estava pouco me importante com a taxa de criminalidade de Scandy, estava preocupada com a minha saúde mental.
Fiquei tão distraída que acabei fechando os olhos para sentir mais ainda a gostosura da brisa.Era gélida, mas refrescante e isso me proporcionava lembranças que tanto gostava.Lembranças de quando meus pais eram vivos, lembranças de quando eu convivia com eles, lembranças que só podem ser lembranças.
Não sei o que aconteceu, não sei como se deu início, mas só sei quando meu cachecol estava em minhas mãos.Abri meus olhos num impulso, não lembro de nem tê-lo tirado e nem dele ter voado do meus pescoço.O vento que vinha do oeste levava consigo meu cachecol preso a minha mão e meus cabelos que voavam tão livres pelo vento.Alguns grãos de areia levantaram, tempestade.
Ergui meu rosto para céu e vi nuvens negras super carregas se aglomerarem no céu.Estava certa, tempestade.

Como era bom sentir a brisa do Lago bater em meu rosto, era simplesmente perfeito.Sentir a areia fina e fofa daquele lugar sendo apenas iluminada pela lua.O Lago Ocean Blue era perigoso a essa hora, mas estava pouco me importante com a taxa de criminalidade de Scandy, estava preocupada com a minha saúde mental.
Fiquei tão distraída que acabei fechando os olhos para sentir mais ainda a gostosura da brisa.Era gélida, mas refrescante e isso me proporcionava lembranças que tanto gostava.Lembranças de quando meus pais eram vivos, lembranças de quando eu convivia com eles, lembranças que só podem ser lembranças.
Não sei o que aconteceu, não sei como se deu início, mas só sei quando meu cachecol estava em minhas mãos.Abri meus olhos num impulso, não lembro de nem tê-lo tirado e nem dele ter voado do meus pescoço.O vento que vinha do oeste levava consigo meu cachecol preso a minha mão e meus cabelos que voavam tão livres pelo vento.Alguns grãos de areia levantaram, tempestade.
Ergui meu rosto para céu e vi nuvens negras super carregas se aglomerarem no céu.Estava certa, tempestade.

Virei-me para ver quem me impedia de seguir o homem, era Itachi.Reparei em seus olhos, eles demonstravam preocupação.Aprendi ver o sentimento das pessoas pelo olhar com Karin, ela nunca demonstrou seus sentimentos tão abertamente como minha mãe, e meu pai era idêntico a Karin, não se comovia com poucas coisas.

Desisti de correr atrás do senhor, ele estava longe demais para alcançar-lhe.Resolvi permanecer e ver o que Itachi queria comigo.

- O que você tem na cabeça pra sair correndo a essa hora da manhã por aqui, Sakura? – Sua expressão não mudara.Preocupação, preocupação e mais preocupação.Finalmente sua mãe soltou do meu braço me dando liberdade para falar.

- Podemos conversar sobre isso em outro lugar? – O convenci.Ele concordou e começou a caminhar ao meu lado até um lugar.

~

Incrível como essa cidade não dorme.Cinco horas da manhã já se abrem lanchonetes no lado residencial da cidade.Itachi conhecia o lugar muito bem, até os funcionários, por isso achou apropriado o lugar.

O sol começava a se distanciar das montanhas, refletindo raios no tom alaranjado dentro do lugar.Sentamos em uma mesa do lado da grande janela que dava propaganda a lanchonete.Fizemos uns pedidos e começamos a conversar.

- Por que estava sozinha naquela rua perigosa?Ainda mais correndo? – Dessa vez não o encarava, nessas horas sempre me faltava coragem.Comecei com a minha mania ridícula de observar o inútil e diferenciá-lo.Olhava para a colher e o garfo, então os juntei lado a lado.Comecei a observar a diferença de tamanho, textura e beleza enquanto falava com Itachi.

- Tive alguns... Pesadelos enquanto tentava dormir.Fiquei inquieta em casa, então resolvi ir pro Lago pra esfriar a mente, sabe? – Ele segurou minha mão, dessa vez não pude negar em levantar minha face de encontro aos seus olhos.Ele deu um sorriso de canto, como se esperasse que eu continuasse dizer, enquanto sua mão encima da minha me trazia conforto. – Enquanto fiquei sentada lá, não tive nenhum problema, mas quando estava de partida, vi meu problema.Eu vi meu pai a alguns metros a frente da onde eu estava.

- E qual o problema de você ver seu pai?Você não é cega. – Sua mão ainda estava encima da minha, mas agora ele começava a acariciar a minha.Estranhamente comecei a sentir arrepios, mas continuei a contar.

- Pelos os olhos da lei, meu pai está morto. – Novamente perdi a confiança em mim mesma, parei de observá-lo e retirei minha mão embaixo da dele.Meus arrepios cessaram na mesma hora.

- Como “pelos os olhos da lei”?

- Quando eu tinha 9 anos meu pai foi viajar a negócios, mas ficou um ano sem voltar e sem dar informações.Foi dado como desaparecido.Quando completei 10 anos minha mãe recebeu a notícia que ele estava na Inglaterra e foi atrás, me deixando com minha tia.Mas seu avião caiu... – Senti alguma coisa quente percorrer meu rosto.Lágrimas.Elas persistiam em correr, mas eu não estava em prantos, não estava me importando com seu trajeto. – Dois meses depois deram como morto o meu pai, mas seu corpo nunca foi achado.O único que vi ser sepultado, foi o da minha mãe.

- Meus pêsames... Mas se seu pai está “morto” digamos, como você o viu?Fantasmas não existem Sakura. – Eu olhava para rua, essa hora já tinha movimento e o sol já tinha se erguido por completo.Enquanto via executivos em seus ternos passarem apressados pela lanchonete, tentei organizar minha mente.A essa altura do campeonato já não duvidava de mais nada do que me dissessem.

- Não lamente Itachi, não gosto que sintam pena de mim. – Olhei-o com um sorriso nos lábios.Ele apenas disse um fraco ‘desculpe-me’.Prossegui. – Eu tenho certeza que era ele, eu nunca esqueci seu rosto.

- Mas poderia ter se enganado pela primeira vez.Você poderia estar cansada e viu uma alucinação. – Explicou-me.Foi daí que a raiva começou a fazer ‘Loading’.

- Você não acredita em mim não? – Levantei num impulso e fui em direção a saída.Itachi pôs o dinheiro da conta na mesa e começou a me seguir.

- É claro que eu confio em você Sakura! – Afirmou já me alcançando.Claro... Vampiro pode muito bem andar na velocidade de um humano correndo.

- Se confiasse não duvidaria de mim. – Parei para encará-lo.Nas mesma hora, ele também parou.Fiquei um pouco em silêncio para ver se a raiva acalmava-se, mas ela já estava em 25% do carregamento. – Você não acredita e não confia em mim, essa é a questão.

- Não é isso Sakura!Só é um absurdo você vê uma pessoa que pode estar morta! – Questionou-me.30%.

- Pode estar, muito bem usada a expressão, pode estar como pode não estar. – 45%.Já estava perdendo a cabeça com Itachi.E eu pensava que ele depositou sua confiança em mim, como fui tola.

- Sakura... Sakura.Entenda, seus pais se foram, pessoas que vão nunca voltam. – Ele pôs suas mãos em meus ombros para tentar acalmar-me, mas só fez a raiva subir mais, estava sendo tratada como louca.87%.

- ENTÃO IMAGINE TAMBÉM QUE EU MORRI ITACHI! -100%.Agora não tem mais volta.Soltei-me de Itachi e comecei a correr para fugir dele.Mas ele me alcançou novamente.

- Calma Sakura... – Emparedou-me em uma parede qualquer.Sua mãos estavam na parede fazendo um bloqueio para que eu não tentasse fugir.Aos poucos foi aproximando de mim, e minha respiração começou a ficar descontrolada, meu coração aumentou o ritmo cardíaco e minhas mãos começaram a tremer.Já previa o que iria acontecer. – Olha, desculpe-me está bem?Não queria que você enraivecesse. – Continuou a quebrar a distancia.Abaixei o rosto para não ter que fazer o que ele pretendia fazer, mas ele ergueu meu rosto com sua mão, mas seu movimento foi delicado.

- Não... Itachi. – Foi a única coisa que pude dizer antes de seus lábios selarem os meus.

Fim~