Aventuras de Meryenn Crolw escrita por BiaHoTomato


Capítulo 1
Minha chegada ao inferno.


Notas iniciais do capítulo

Essa é uma história meramente transcrita por mim.
Quem conta tudo isso é Meryenn Crolw

Uma Boa leitura.



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Ah.

Mudando-me para uma floresta inabitada, sem meus amigos, e completamente entediada dentro de um carro estúpido, com meus pais e meu irmão mais novo.

Acho que devo me apresentar primeiramente. Sou Meryenn Crolw e tenho Dezoito anos. Mas alguns me chamam de Lollypop, graças a um feito do qual não posso fazer comentários em frente aos meus pais.

A causa dessa viagem?

Chatice.

Só porque estava bêbada numa boate. Tentei argumentar de que tenho Dezoito, mas, só então me contaram que porte de bebidas em Nova York, para onde acabara de me mudar da Irlanda, é necessário ter vinte e um anos, caso contrário é ilegal. Então apertei meu pulso e desmaiei. É comum eu desmaiar sob muita pressão no pulso. Isso me ajuda a escapar de belas encrencas. Mas também pode não ajudar.

Como dessa vez.

"Querida, chegamos!" Minha mãe parecia feliz com o ar puro.

"Que ótimo." Falei sarcasticamente, com a cabeça fervilhando de idéias para festas neste local. Hum... Um DJ poderia ser colocado ali e um bar ali...

Uma pista de dança no meio desse fim de mundo não iria fazer mal a ninguém não é?

"Filha. Pegue suas malas."

"Ahan." Eu murmurei e fui para o carro pegar minhas malas, pra levar pra minha casa no inferno.

Deixe-me explicar.

A suposta "Casa dos sonhos" da minha mãe, é um bangalô esquisito, com três quartos, um banheiro, uma cozinha e afins. Só que é claro que, para piorar a situação, há também o fato de que estamos no meio duma floresta. Minha mãe foi falar com os pouquíssimos habitantes (Vivendo aqui por escolha própria? Só podem ser loucos mesmo.) desse inferno, enquanto eu fui desarrumar as malas.

Meu quarto:

Paredes bege, cama dossel com lençóis brancos, algumas rosas amarelas pelo quarto, um guarda-roupas enorme com closet e uma única janela - relativamente grande - com cortinas floridas. Ah! E também o pequeno detalhe de a porta ser uma porta normal ao lado de fora, e por dentro, serem grades de prisão, me fazendo sentir como se estivesse de volta no internato em que fora confinada alguns anos atrás.

Larguei as malas em qualquer canto e me deitei.

Eu vou “vandalizar” esse lugar, como diria minha mãe. Agradeci o fato de que as janelas não tinham grades nesse lugar.

Pulei a janela e fui em busca da primeira loja de tintas que encontraria pela frente. A cidade tinha um ar de interior, uma ou duas pessoas nas varandas de suas casas e todos as construções coloridas e bem decoradas, com grandes quintais, janelas grandes e cortinas de tons pastéis, em padrões floridos ou geométricos. Mais à frente, conseguia ver o banco municipal à minha esquerda - que se destacava por ser uma construção chapada, um cubo com uma porta e um letreiro, praticamente - e, claro, a prefeitura - branca e imponente, com portas de madeira grandes e abertas, por trás da cerca-viva com um portão de metal.

Encontrei uma loja pequena, mas muito bonita. A fachada era toda trabalhada em madeira e vime, com bancos compridos dos lados da entrada e uma vitrine muito convidativa, cheia de pincéis de todos os tipos e pinturas de tinta a óleo.

Entrei na loja e procurei o que precisava. Prateleiras cheias de tintas a óleo, nanquim, aquarela e pincéis de todos os formatos enchiam as paredes. À direita, no chão, havia cavaletes e telas vazias, quadradas, redondas, retangulares e ovais. Procurei o que precisava. Encontrei algumas tintas que me interessavam e me dirigi ao caixa. Uma moça baixa, de cabelos castanhos presos em um coque firme e vestido colorido estava no caixa. Ela sorriu, paguei por meus materiais.

"Algo mais?" Perguntou enquanto me entregava uma sacola com os materiais.

"Não, Obrigada" Respondi e sorri de volta, já que é impossível não retribuir alguém que parece estar tão alegre.

Andei para casa, subi o telhado, pulei a janela e pus meus materiais no chão.

Isso vai dar trabalho.

Coloquei meu macacão de pintura que antes se encontrava na mala, cobri os móveis, e, sem mais pensar, peguei os dois baldes de tinta branca e pintei todo o meu quarto.

Ao fim desta tarefa interminável, desci para a cozinha, enquanto a tinta secava, e tomei um suco de laranja, meu preferido.

“Como vai a mudança filh... Ah não!” Ela apontou para meu macacão sujo de tinta “Você está vandalizando o seu quarto??” Vandalismo? Se chama arte.

“Não, eu só pintei as paredes de branco.” Suspirei “Não vandalizei nada.” E em tom baixo, para que ela não ouvisse, completei a frase. “Ainda.”

Subi para meu quarto e troquei de roupa para uma blusa preta e uma bermuda roxa. Peguei os potinhos de tinta e vários pincéis, e comecei a desenhar. Desenhei, em uma parede, um jardim, tentando colocar nele os mais variados tipos de flores dos quais me lembrava. Aproveitei os respingos que caíram no lençol para pintá-lo também. Por último, fiz uma espécie mosaico preto e branco no armário.

Guardei os materiais no closet e deitei por cima do lençol recém-"vandalizado".

Fome. Pulei a janela e o telhado novamente, mas, dessa vez ao cair no chão, machuquei o meu pé. Não fora nada muito grave, mas senti que se me levantasse da grama, iria doer. Um menino de cabelos escuros e olhos verdes, vestindo uma calça jeans e uma blusa branca, veio até mim.

“Você está bem?” Ele perguntou. Fiz que não com a cabeça.

“Me ajuda a levantar?”

“Ajudo.” Não pude deixar de reparar que ele mantinha alguns dos botões da camisa abertos, e que era bem musculoso. Ele passou os braços pela minha cintura à mostra pela queda e sorriu, com seus dentes brancos perfeitos, enquanto me ajudava a levantar.

“Ai.” Disse baixinho com a esperança de que ele não me ouvisse. Mas ele ouviu.

“Está doendo muito?” Eu queria dizer que não, pelo pânico de procedimentos médicos que tenho, mas realmente doía.

“Menos do que o necessário para você me levar a um hospital.” Respondi com sinceridade e ele riu.

O senhor camisa branca entreaberta deixou uma mão pousada na minha cintura e se abaixou, pondo sua outra mão atrás de meus joelhos.

“Oque você vai faz...!” Antes de eu completar a frase, o menino me carregou. “Ei! Eu nem te conheço!”

“Oh! Me desculpe, senhorita. Sou Lyon.”

“Sou Meryenn, prazer.” Eu disse para, enfim, encostar a cabeça em seu ombro e deixá-lo me levar, tentando ignorar as pontadas de dor que sentia toda vez que ele me balançava andando.


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Notas finais do capítulo

O que acham? O que precisa melhorar?
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