O Fantasma da Ópera escrita por N_blackie


Capítulo 6
Capítulo 6




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Capítulo VI

A virada daquele ano seria, nas próprias palavras de Monsieur Fudge, para esquecer as mágoas e renovar teatro. Marlene ria alto diante do colorido céu de fogos de artifício, dançando em seu lindo vestido azul marinho. A Ópera de Paris estava dando uma festa de máscaras, e ninguém sabia exatamente quem era quem naquela confusão de rostos e fantasias espalhada pelo salão.

A música alta reboava pelas paredes de mármore, e Madame Potter sorria diante de James, que puxava Lily para dançar.

- Um bom ano para você. – desejou a ruiva, e James sorriu.

- Para nós. Fuja comigo.

- Nós...

- Vamos até a Irlanda, Londres, onde quiser.

- Mas...

Enquanto Lily sorria radiante para o filho de sua professora, Marlene sentia-se puxada na direção de um elegante xeque árabe.

- Está linda como a lua. – murmurou o homem, e Marlene corou ao perceber que era o Conde.

- Obrigada, Monsieur.

- Já mudou de ideia? – propôs o homem novamente. Marlene negou.

- Sou uma mulher decidida, Monsieur. Meu desejo de casar-me com o senhor ainda é pequeno.

- Marlene, está brincando com a pessoa errada.

- Me perdoe, mas não posso.

- Eu decido o que você pode ou não.

Marlene se afastou do Conde com o coração acelerado de medo. Lily e James sorriram enquanto juntavam as mãos como cúmplices. O salão girava, grunhia, crescia e rodava. Os tambores tocavam como trombetas trovejavam na tempestade. Subitamente o grande lustre que enfeitava começou a balançar, e os olhares se voltaram para a nuvem espessa de fumaça que começava a se formar no topo da escadaria. Fumaça de todas as cores cegava os presentes, e tal foi a surpresa geral quando, dentre tanta névoa, apareceu um homem, o cabelo arrumado para trás elegantemente, a bengala imponente em suas mãos enluvadas. Vários aplausos começaram, mas logo o pânico se instaurou quando a espada foi tirada de um envoltório situado dentro da capa do fantasma.

- Ora, ora, boa noite a todos.

- VOCÊ! – gritou Monsieur Fudge, esquecendo-se de secar as grossas gotas de suor que escorriam pelo rosto. Monsieur Crouch arreganhou os dentes.

- Peguem-no! – gritou, e a confusão foi geral. Braços e pernas se alternavam nas inúteis tentativas de capturar o fantasma, que se desviava e aparecia em diferentes locais do salão.

- Esperem! – ordenou o Conde, olhando para Marlene. Em seus olhos passou um brilho de reconhecimento enquanto via que a única que não parecia aterrorizada ao vê-lo era ela, muito pelo contrário , parecia fascinada. – Ele é meu.

Marlene deu um passo à frente, mas James a segurou. Conde Lestrange e o fantasma travavam uma luta furiosa de espadas. Estas se abraçavam, beijavam e enroscavam como duas cobras pestilentas, e quando a lâmina cravejada de joias do Conde caiu no chão com um estalo, o fantasma usou o cotovelo para empurrá-lo no chão.

- Não se aproxime da soprano. – ameaçou o fantasma ao conde, que se arrastava no chão, o nariz escorrendo sangue. – Se voltar a fazer isso, uma tragédia inimaginável vai acontecer.

E voltando-se ao público, tirou um caderno com partituras e jogou –o aos pés dos administradores, que recuaram de medo.

- Esta é a minha ópera. Escrevi para que Marlene a encene, e só ela. Nos vemos lá.

E da mesma forma misteriosa com que apareceu, se foi. Lily desmaiou, e James a levantou em seus braços e a levou até a antessala, onde a garota se recuperou.

- Fuja comigo. – pediu James como se implorasse, e Lily assentiu.

- Não aguento mais.


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