Ao cair a noite, Son chega em casa cabisbaixo e pensativo. Sr.Shung , percebe sua feição triste e pergunta:

            - Son, o que houve?

            - Hã? Desculpe, mas não ouvi o que disse. Pode repetir, por favor? – diz Son meio lerdo.

            - Presta atenção, meu filho! Eu perguntei o que... Son? Son?! Você está ouvindo o que estou falando? Deixa pra lá... – diz Sr.Shung acenando para ver se Son estava dormindo. – Aliás... Você viu Younhei? – diz o pai de Son suspeitando que Son esteja daquele jeito por causa de Youn.

            - Youn? Não... Eu queria realmente saber onde ela se encontra... – diz Son abaixando a cabeça.

            Nesse instante, Youn chega com o rosto inchado.

            -Youn?!Ah Youn! Que bom que você chegou! Eu já estava indo ligar para a polícia... Você me assustou. Onde esteve? – diz Sr.Shung colocando o telefone no gancho e passando a mão na cabeça de Youn.

            - Desculpe ter-te preocupado... Vou dormir agora. Minha cabeça está explodindo de dor! Boa Noite! – diz Youn dando um sorriso e indo para o quarto.

            - Eu também vou... – diz Son sendo interrompido por seu pai.

            - Não mesmo! Precisamos conversar! A Youn estava chorando, não estava? E aposto que é por sua culpa! Conheço essa menina desde pequena e sempre que vocês dois brigavam ela ficava assim tristonha, com dor de cabeça, falando pouco e com o rosto inchado... Explique-se logo! – diz Sr.Shung puxando Son pela camisa com um ar de autoridade.

            - Pai! Deixe-me em paz! A melhor coisa que você faz é cuidar da sua vida, da minha cuido eu. O senhor me dá licença porque eu tenho mais o que fazer do que ficar contando minha vida para os outros! Boa Noite! – diz Son saindo em direção ao quarto.

            - Esse menino não tem jeito mesmo... – diz Sr. Shung nervoso.

            Son chega ao quarto e vê a sombra de Youn na cortina amarelada, e diz:

            - Já dormiu? Você está me ouvindo ou é surda?

            Youn não responde nada. Mesmo assim, Son continua:

            - Youn, eu sei que você está acordada. Por favor, fale comigo, pois quero muito conversar com você.

            - O que você quer, idiota?! Brincar mais uma vez com os sentimentos dos outros? Já não é o bastante? – diz Youn com raiva de Son.

            - Desculpa... Eu sei que sou um idiota e que te fiz sofrer. Estou à sua disposição. Se você quiser me bater, xingar e etc. Você pode fazê-lo, pois eu mereço. – diz Son tirando a cortina e puxando Youn levemente pelo braço.

            Youn levanta, vira para Son e dá um tapa no rosto dele. Ele, por sua vez, fica quieto. Youn prossegue:

            - Você é um idiota, sabia?Você se acha o tal brincando com o sentimento dos outros! Eu... realmente gostava de você... Mesmo você sendo um idiota, eu te amava... – diz Youn chorando e batendo em Son sem forças.

            Son segura seus braços, a abraça e diz:

            - Desculpe-me Youn... Eu te peço. Não quero ficar assim com você. Não quero tratá-la como um brinquedo, pois você não merece. – diz Son com os olhos fixos em Youn.

            - Desculpas não apagam as mágoas de um coração ferido. – diz Youn virando as costas para Son e afastando-se dele. Ele puxa-a, abraça-a mais forte e diz:

            - Eu sei disso. Mas, desculpas reais de um coração arrependido cura qualquer ferida. Mesmo que eu tenha que ficar de joelhos, perdoe-me! Eu... Eu... te amo Youn! Eu não consigo viver sem você! Eu te amo! – diz Son abraçando-a e uma pequena lágrima surge de seus olhos.

            Youn, surpresa com Son, olha-o fixamente, começa a chorar e diz:

            - Son, seu idiota! Você está me esmagando! Você é um bobo, sabia? – diz Youn dando um soco fraco em Son e um sorriso.

            Son coloca sua mão no rosto deYoun, acariciando-a e dá-lhe um beijo.

            - Não faça mais isso, tá? – diz Youn cutucando Son.

            - OK. Eu prometo. – diz Son um abraço em Youn.

            - Agora eu vou dormir, porque senão a gente vai acabar fazendo coisas que não deve. Boa Noite! – diz Youn colocando a cortina de novo e virando para o lado oposto ao de Son.

            - O quê? Só isso? Assim não dá pra ser feliz! Então me dê ao menos um beijo de... Youn?! Nossa como você dorme rápido! Boa Noite. – diz Son dando um beijo no rosto de Youn.

            Ao amanhecer Youn desperta e diz:

            - Ah! Como eu dormi bem!

            - E como... – diz Son levantando da cama e dando um sorriso para Youn.

            - De quê que você está rindo, idiota?! Por acaso na minha testa está escrito palhaça? – diz Youn com raiva.

            Son olha para Youn, ri mais ainda e vai escovar os dentes. Youn diz:

            - Idiota. Eu não estou achando graça nenhuma. Mas é lógico! Eu não entendo a língua dos malucos.

            - Você está chamando quem de maluco, hein? Não sou eu quem está conversando sozinho... – diz Son num tom sarcástico.

            - Deixa pra lá... Eu não vou render conversa com você, pois a gente vai acabar brigando... – diz Youn despreguiçando e levantando.

            - Eu vou indo na frente porque eu tenho que fazer algumas coisas lá no restaurante, ok? Não me espere. – diz Son saindo sem que Youn possa dizer nada.

            - Está bem. Obrigada por me deixar falar ao menos uma palavra... – diz Youn conversando sozinha.

            Youn arruma-se e vai tomar café com o Sr.Shung. Ele diz:

            - Não dormi quase nada à noite, porque tinha alguém conversando alto...

            - Desculpa Sr. Shun... Quer dizer, pai. É que eu e o Son esquecemos que o senhor estava querendo dormir. Vou para a escola, pois já estou atrasada. Tchau. – diz Youn correndo e acenando para Sr.Shung.

            - Tenha um bom dia! – diz Sr. Shung gritando e acenando para Youn.

            Youn chega à escola, não encontra Son e diz:

            - Xiang, você viu Son?

            - Não o vi... Mas é hoje que Kiia chega, não é? – diz Xiang tentando esconder algo de Youn.

            - Ki... O quê? Quem é essa? Espera um pouco... Você não está falando da... – diz Youn com a mão no queixo lembrando de algo.

            - É essa mesmo. A Kiia sua melhor amiga de infância, lembra? – diz Xiang com um ar sarcástico.

            - Meu Deus! Como pude esquecer? Você sabe onde ela se hospedará? Eu quero tanto encontrar com ela! Será que ela aceitaria morar comigo?... – diz Youn toda animada.

            - Calma Youn! Respira amiga! Pelo que eu fiquei sabendo ela vai passar um mês aqui. – diz Xiang acalmando Youn.

            - Youn! – diz alguém que Youn começa a lembrar-se da voz. – Youn! Há quanto tempo! Você lembra-se de mim, não é? Se não lembrar, eu te pego na saída.

            - Pego na... Kiia! – diz Youn abraçando-a intensamente.

            - Youn! Finalmente. Sua ficha demora a cair, não? – diz Kiia dando um sorriso.

            - Ficha cair? Onde? Onde? – diz Youn procurando a “ficha”.

            - Idiota. É uma gíria, querida. Gíria. Não tem ficha nenhuma caindo. – diz Kiia colocando a mão no rosto decepcionado.

            As duas começam a rir. Quando chega alguém atrás de Kiia:

            - Que bom que vocês reencontraram-se... – diz Son com os braços cruzados.

            - Onde você esteve Son? Procurei-te na escola toda! O que você estave fazendo? Safadinho... – diz Youn dando um sorriso e olhando para os olhos de Son.

            - Vocês não mudam. Meu casalzinho preferido! – diz Kiia deixando-os envergonhados. – Ele foi me buscar. Ele não estava fazendo o que você está pensando...

            - Por que você não me falou que a buscaria? Eu teria ido com você! – diz Youn com a cara de brava dengosa.

            - Porque você não a reconheceria... – diz Son dando um sorriso.

            - Hum... Isso é verdade... – diz Youn fazendo uma cara de raiva.

            - Bom... Eu estava conversando com Son e ele disse que eu poderia dormir na casa dele, quer dizer nas suas, né? – diz Kiia indo na frente.

            - Hei! Espere-me! – diz Youn indo atrás de Kiia.

            - Hum... Já começou. Arrependi-me de ter chamado Kiia para morar conosco... Então vou indo. Adeus Xiang. – diz Son tentando alcançá-las.