E... de Novo escrita por Guardian


Capítulo 9
Ressaca? Que pena


Notas iniciais do capítulo

Eh... Oi?
...
Gente, eu nem sei como me desculpar por essa demora gigantesca >////////< Mas... Mas... Eu acabei perdendo a linha de raciocínio e demorei pra consegui-la de volta e... E... *pega uma bandeira branca a la Itália* Não me batam? ó.ò
Mas agora eu estou de volta e não vou (espero) sumir de novo ú.ù



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 - Não sabemos de nada – essa foi a resposta unânime de todos os adolescentes do grupo com quem Raito e Ryuzaki tentavam conversar.

 Raito fechou os olhos por um instante frente àquela teimosia, sentindo a impaciência voltar a atingí-lo.

 - Nós não vamos dar nenhum sermão nem contar aos pais de vocês. Só queremos saber saber quando e como Johnny deixou vocês ontem.

 Ao ver os jovens mantendo o silêncio culpado, clima este que o grupo não conseguia impedir de transparecer, Ryuzaki pensou em algo para dizer e falou a primeira coisa que lhe veio à mente.

 - Sabiam que omitir informações em um caso de homicídio pode dar até 2 anos de prisão? Acho que isso é bem pior do que ouvir uma repreensão dos pais por passar a noite bebendo com os amigos.

 Por um lado, o grupo ficou mais tenso com aquilo. Por outro, ainda pareciam não querer colaborar.

 - Não sabemos do que está falando – um dos rapazes, um ruivo alto e de porte atlético, falou sem levantar o olhar do chão pavimentado.

 “Tá legal, hora de medidas extremas” foi o pensamento de Raito antes de cobrir com as mãos ambas as orelhas do mais velho - que não entendeu o ato - tomar fôlego e dar um grito.

 Não foi preciso usar de muita potência para conseguir o que queria.

 O efeito foi imediato. O grupo todo se encolheu, as mãos pressionando as laterais da cabeça, e uma careta de dor na face. Parecia até algo ensaiado de tão sincronizado que foi.

 - Ressaca? – Raito ergueu uma sombrancelha, com falso tom de inocência e surpresa, afastando suas mãos de Ryuzaki.

 - Ai, tá bom, tá bom – o mesmo ruivo gemeu – Só não faça isso de novo.

 - Isso foi bem eficiente – Ryuzaki comentou impressionado, e como resposta o outro apenas riu baixo.

 - Nós estávamos juntos ontem – uma das garotas começou a falar, nervosa – Os pais do Kevin foram viajar, e todos nós fomos pra casa dele.

 Raito e Ryuzaki olharam para o rapaz indicado pela garota. Ele olhava culpado para o chão, fazendo seus óculos de armação fina ameaçarem cair de seu rosto a qualquer momento.

 - Era pra ser só uma brincadeira inocente de “Verdade ou Desafio”, mas acabamos abrindo o armário de bebidas do pai dele e... – Ryuzaki podia não ter experiência nisso, mas sabia que não tinha como um grupo de adolescentes jogando “Verdade ou Desafio” ser uma brincadeira “inocente”. Ainda mais em uma casa sem nenhum responsável.

 - E? – incentivou Raito.

 - Depois de algum tempo tinha acabado tudo – foi um rapaz quem falou desta vez  - Então a gente saiu pra comprar mais. Mas...

 - Um homem apareceu um pouco distante de onde nós estávamos e chamou o Jon  - outro terminou.

 Raito e Ryuzaki endireitaram a postura (bom, Ryuzaki nem tanto) quase que inconscientemente.

 - E Johnny foi com esse homem? – Ryuzaki perguntou, sentindo que finalmente havia algo ao alcance deles.

 - Não – o mesmo rapaz respondeu. Não? – Ele o chamou e Jon foi falar com ele, mas não parecia que era um conhecido. Depois de alguns minutos ele voltou para junto de nós.

 O detetive e o mais novo se entreolharam. O que aquilo significava?

 - E ele parecia diferente quando voltou? – Raito olhou para cada um no semi-círculo, deixando bem claro com o olhar que era melhor nenhum deles tentar mentir.

 Eles demoraram um pouco para responder, tentando vencer o obstáculo que era o efeito pós-álcool e lembrar corretamente.

 - Não... Não, ele parecia normal – a garota de antes foi a primeira a falar – Se bem que... Depois de... O quê? Meia hora? – olhou para os amigos, sendo corrigida “Um pouco mais” – Enfim. Depois de um tempo ele deu um desculpa idiota e foi embora.

 - Idiota?

 - É, ele falou que tinha que tinha que voltar antes dos pais para não se meter em problemas.

 - E por que seria apenas uma desculpa?

 Havia um rancor verdadeiro nos olhos e na voz do rapaz que respondeu.

 - Porque Jon podia ficar sumido por dias e os pais dele sequer perceberiam. Contanto que ele não os procurasse, podia até se jogar de uma ponte que estaria tudo bem! E quando ele disse aquilo ontem... Ficamos tão surpresos que quando fomos dizer alguma coisa, ele já tinha ido embora.

 - E suponho que estava escuro demais e nenhum de vocês viu o rosto do sujeito, estou certo? – Ryuzaki falou sem qualquer emoção.

 Todo o grupo confirmou devagar com um movimento de cabeça.

 Raito suspirou – Bom, obrigado pela colaboração – e os dois estavam prestes a se  virar quando outra garota, a que havia ficado em silêncio durante todo o tempo, deu um passo à frente e perguntou hesitante.

 - Eh... Vocês acham que foi esse homem que... Foi ele que matou Johnny?

 - É uma possibilidade – Ryuzaki falou, sem saber o que mais poderia responder. Era por isso que sempre trabalhava afastado da agitação das mortes. Não gostava de lidar com as pessoas nelas envolvidas... Não sabia como lidar com elas direito.

 Não tinham muita coisa, era verdade, mas sentiam que estavam perto de algo agora. Algo significante. Certo escritor disse em uma de suas obras que o ser humano não é nada mais do que um pequeno dinossauro, sem a força do original, mas que assim como ele, caminhava ininterruptamente em direção à própria destruição. E quando casos como este apareciam, não era exatamente isso que fazia parecer? O ser humano é capaz de fazer tais coisas com os mesmos de sua espécie, e não parava, continuava na inércia, até que alguém os forçasse a parar. Talvez  essa  loucura tão pronunciada em alguns seja o motivo do declínio da espécie algum dia.

 E era o trabalho de mentes como a dos dois jovens que andavam lado a lado na calçada retilínea e vazia de pessoas, em direção ao hotel, retardar esse possível futuro o máximo que podiam, fazendo a única coisa que poderiam para isso: encontrar o culpado daquelas mortes.

 E era isso o que eles fariam.


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Notas finais do capítulo

Ps: o escritor mencionado é Giorgio Faletti *-------* (ganhei uns livros muito bons de Natal *¬* Hehehe), e foi em parte por causa dele que eu consegui voltar para o clima de investigação!
Agora...
UM ÓTIMO ANO NOVO PARA TODOS VOCÊS!!!! \^o^/ Espero que vocês continuem comigo nesse ano, e que eu consiga corrigir os meus atrasos sem fim ~
Beeeijoss*