E... de Novo escrita por Guardian


Capítulo 4
Aleatório




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/149116/chapter/4

   Mais de duas semanas haviam se passado, e as mortes continuaram.

 - Droga - Raito reclamou baixo, derrubando os papéis que segurava.

 - Não é melhor descansar um pouco, Raito? - Ryuzaki devolveu os papéis com os dados em cima da mesa.

 - Eu quero pegar logo esses desgraçados!

 Mais três mortes.

 Mortes brutais e cruéis.

 Mas dessa vez havia algo de diferente. Não apenas pelo fato de ter quebrado o padrão do tempo, um morte por semana, mas também pelo nome escrito estar errado em um dos casos.

 - Frank... - Raito lia o relatório pela vigésima vez - Uma faca fincada no olho direito - ele passou a mão pelo próprio olho antes de pegar a outra folha - E não é só isso. Como puderam fazer algo assim?! Que tipo de doente faz uma coisa dessas?! - afundou os dedos nos cabelos castanhos, nervoso.

 As fotos eram chocantes. Qualquer um que não tivesse um estômago suficientemente forte com certeza passaria mal.

 A primeira mostrava um rapaz com a boca ligeiramente aberta, em um esgar de pura agonia, com o lado direito do rosto totalmente manchado de uma mistura de sangue e do humor vítreo e aquoso que escorreram através dos vários furos feitos por uma faca no olho e arredores. A faca estava fincada, mas o olho propriamente dito não estava mais lá. Não poderia estar, não sem as substâncias que lhe davam forma.

 A segunda continha a imagem de uma mulher jovem, bonita e... Grávida. O punho de uma faca, similar à do outro caso, saía bem do centro de seu ventre elevado.

 Já estava em seu oitavo mês de gravidez, e a lâmina penetrou tão fundo, que quando os paramédicos chegaram, já não havia qualquer esperança de salvar nem ela, nem o bebê.

 E era essa segunda foto que continha a segunda diferença.

 O nome escrito não era o da mulher, Nancy. Estava escrito "Greg" ao lado do corpo.

 Quem é Greg? Foi a primeira pergunta deles.

 "Meu filho?.. Não, ainda não havíamos escolhido o nome..." foi o que o marido respondeu quando L perguntou.

 A única explicação era que os culpados resolveram dar um nome eles mesmos ao filho do casal.

 Ambos sentiam nojo daquilo tudo.

 E Raito, por mais que tentasse, não conseguia repelir o pensamento de que os doentes que estivessem fazendo isso com certeza seriam mortos se os tempos fossem outros.

 Mortos por Kira. Mortos por ele.

 - Estão seguindo o alfabeto, mas as vítimas são totalmente aleatórias! Parece até que estão simplesmente pegando a lista telefônica e escolhendo um nome qualquer! - Raito falava exasperado.

 - Talvez estejam fazendo exatamente isso - Ryuzaki pressionou o polegar nos lábios, pensativo.

 Como iriam prever qual seria a próxima vítima se os próprios assassinos não sabiam?!

 O nome do próximo começaria com "H"... Mas isso era tudo o que sabiam.

 Não sabiam o que os motivava a cometer tais crimes, como o método de cada morte era escolhido e nem o que fariam quando as letras acabassem. Era uma espécie de ritual? Obsessão compulsiva?

 - Já teve um assassino desses, não teve? - Raito perguntou.

 - "O assassino do alfabeto", Joseph Naso  - Ryuzaki respondeu - Seria bem mais fácil se os de agora estivessem imitando ele.

 - Se não me engano, ele matava garotinhas com mesma letra inicial do nome, sobrenome e as largava em cidades de mesma letra, de acordo com a ordem alfabética, não era?

 - Isso diminuiria em muito o número de possíveis vítimas.

 Foram interropidos pelo celular de Ryuzaki.

 - E então, Watari? Onde? Não, esperaremos até que esvaziem o local. Isso mesmo, mantenha o corpo. Até logo.

 Desligou e levantou da cadeira.

 - Ryuzaki? - Raito chamou ansioso.

 - Parece que nós vamos ao museu.

 Museu?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Créditos das informações sobre esse assassino, Joseph Naso, para Dragonslayer. Eu não sabia que teve mesmo um assassino assim até ele me falar.