E... de Novo escrita por Guardian
Mais de duas semanas haviam se passado, e as mortes continuaram.
- Droga - Raito reclamou baixo, derrubando os papéis que segurava.
- Não é melhor descansar um pouco, Raito? - Ryuzaki devolveu os papéis com os dados em cima da mesa.
- Eu quero pegar logo esses desgraçados!
Mais três mortes.
Mortes brutais e cruéis.
Mas dessa vez havia algo de diferente. Não apenas pelo fato de ter quebrado o padrão do tempo, um morte por semana, mas também pelo nome escrito estar errado em um dos casos.
- Frank... - Raito lia o relatório pela vigésima vez - Uma faca fincada no olho direito - ele passou a mão pelo próprio olho antes de pegar a outra folha - E não é só isso. Como puderam fazer algo assim?! Que tipo de doente faz uma coisa dessas?! - afundou os dedos nos cabelos castanhos, nervoso.
As fotos eram chocantes. Qualquer um que não tivesse um estômago suficientemente forte com certeza passaria mal.
A primeira mostrava um rapaz com a boca ligeiramente aberta, em um esgar de pura agonia, com o lado direito do rosto totalmente manchado de uma mistura de sangue e do humor vítreo e aquoso que escorreram através dos vários furos feitos por uma faca no olho e arredores. A faca estava fincada, mas o olho propriamente dito não estava mais lá. Não poderia estar, não sem as substâncias que lhe davam forma.
A segunda continha a imagem de uma mulher jovem, bonita e... Grávida. O punho de uma faca, similar à do outro caso, saía bem do centro de seu ventre elevado.
Já estava em seu oitavo mês de gravidez, e a lâmina penetrou tão fundo, que quando os paramédicos chegaram, já não havia qualquer esperança de salvar nem ela, nem o bebê.
E era essa segunda foto que continha a segunda diferença.
O nome escrito não era o da mulher, Nancy. Estava escrito "Greg" ao lado do corpo.
Quem é Greg? Foi a primeira pergunta deles.
"Meu filho?.. Não, ainda não havíamos escolhido o nome..." foi o que o marido respondeu quando L perguntou.
A única explicação era que os culpados resolveram dar um nome eles mesmos ao filho do casal.
Ambos sentiam nojo daquilo tudo.
E Raito, por mais que tentasse, não conseguia repelir o pensamento de que os doentes que estivessem fazendo isso com certeza seriam mortos se os tempos fossem outros.
Mortos por Kira. Mortos por ele.
- Estão seguindo o alfabeto, mas as vítimas são totalmente aleatórias! Parece até que estão simplesmente pegando a lista telefônica e escolhendo um nome qualquer! - Raito falava exasperado.
- Talvez estejam fazendo exatamente isso - Ryuzaki pressionou o polegar nos lábios, pensativo.
Como iriam prever qual seria a próxima vítima se os próprios assassinos não sabiam?!
O nome do próximo começaria com "H"... Mas isso era tudo o que sabiam.
Não sabiam o que os motivava a cometer tais crimes, como o método de cada morte era escolhido e nem o que fariam quando as letras acabassem. Era uma espécie de ritual? Obsessão compulsiva?
- Já teve um assassino desses, não teve? - Raito perguntou.
- "O assassino do alfabeto", Joseph Naso - Ryuzaki respondeu - Seria bem mais fácil se os de agora estivessem imitando ele.
- Se não me engano, ele matava garotinhas com mesma letra inicial do nome, sobrenome e as largava em cidades de mesma letra, de acordo com a ordem alfabética, não era?
- Isso diminuiria em muito o número de possíveis vítimas.
Foram interropidos pelo celular de Ryuzaki.
- E então, Watari? Onde? Não, esperaremos até que esvaziem o local. Isso mesmo, mantenha o corpo. Até logo.
Desligou e levantou da cadeira.
- Ryuzaki? - Raito chamou ansioso.
- Parece que nós vamos ao museu.
Museu?
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Créditos das informações sobre esse assassino, Joseph Naso, para Dragonslayer. Eu não sabia que teve mesmo um assassino assim até ele me falar.